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Diferenças de gênero Socialização de gênero

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NOME: Karine de Oliveira Andrade
	AVALIAÇÃO 1
	
Diferenças de Gênero
Na vida pessoal de cada ser humano há diversas e inúmeras influências de muitas instituições sociais, como família, escola, igreja, universidade etc. Para explicar o processo sociológico, a Ciência Social subdividiu em duas partes: a socialização primária e secundária. A socialização primária se trata da educação, crença, doutrina ensinada pela família ao indivíduo, logo, essa fase da socialização dependerá das ideias defendidas e definidas pelos pais. Mas nem sempre o indivíduo segue a linha ideológica ou posição de mundo a qual foi recebida na socialização primária. A partir daí confere a socialização secundária, a que se refere a escola, igreja, universidade etc. A medida que o ser humano se desenvolve, vai recebendo informações de todos os lugares a qual frequenta, e isso pode ser uma forma de choque e colisão com alguns pensamentos pré-concebidos. 
	A importância da socialização primária é a questão da base fundamental do desenvolvimento intelecto, psicológico e moral do indivíduo. Em toda sua vida, se tratando das questões mais óbvias a pessoa vai se basear em todas as informações que recebeu nessa fase, exemplo: andar, comer, se vestir, falar etc. Na fase inicial do desenvolvimento do ser humano é que se aprende alguns deveres, e se não houvesse a fase primária, o processo sociológico poderia se dar de qualquer forma, ou seja, os indivíduos poderiam tomar como base a vida animal e seguir esse exemplo.
	A importância da socialização secundária por sua vez é sobre a criação de novos horizontes e especialização do desenvolvimento intelecto, psicológico e moral do indivíduo. Existem possibilidades nessa fase de receber e aprofundar informações recebidas na fase primária ou de receber informações completamente diferentes das que se recebeu. Geralmente o mais recorrente é a segunda possibilidade. Encontra-se então conflitos existentes que são as diferenças sociais das gerações, e que não é de todo prejudicial a sociedade, ao contrário, isso significa o evolucionismo social, em que novas pautas são abordadas. É cabível a citação do cantor brasileiro Belchior, quando diz que “O novo sempre vem”.
	A sociedade costuma impor papeis sociais a serem seguidos. Seja em questões de gênero, trabalho, raça, família etc. Se tratando da questão de gênero, um exemplo seria de um casal que esteja em processo de conceber uma vida, a partir do momento em que se sabe o sexo da criança, há um pré concepção do seu significado. Se for macho já se aciona na mente das pessoas os estereótipos relacionados a trabalho, racionalidade, força, inteligência, liderança, a cor azul, brinquedos como carrinhos, bolas etc. Se for fêmea, já se aciona os estereótipos relacionados a fragilidade, casa, família, subordinação, emoção, a cor rosa, os brinquedos bonecas, casinha, cozinha etc. No momento atual na maior parte dos casos o indivíduo vai receber o peso dessas “imposições sociais” na fase primária, e uma maior ampliação de conhecimentos, de quebra e desconstrução dos estereótipos na fase secundária, mais especificamente nas universidades. Isso se deve a dificuldade atual de incluir esses assuntos nas pautas escolares, por conta de um governo capitalista carregado de fundamentações religiosas por interesses próprios, lucros e cinismo. 
	A forte consequência desse ponto é o machismo, a ideia de que o sexo masculino, que é construído socialmente seja superior ao sexo feminino que também, logicamente, é construído pela sociedade. Muitas pessoas, ainda hoje, acham que isso é uma questão de excesso de vitimização, usando o termo “mimimi”. Porém, contra evidências e fatos não há discussão, de acordo com o estudo realizado pelo IPEA, existe uma forte desigualdade entre gêneros, em que as mulheres trabalham mais, recebem um salário menor exercendo a mesma qualificação que os homens, sofrem mais violência doméstica, entre outras pautas abordadas. 
	No passado a cultura era de fato de “objetificação” da mulher, não tinham direitos como de votação eleitoral, de estudos, de trabalhos, entre outros e eram vistas para a satisfação do homem, em que se encontra a cultura patriarcal. Se imaginar essas questões incluídas na vida das mulheres brancas, as mulheres pretas, então, sofreram e ainda sofrem uma discriminação muito maior. É cabível, então, um depoimento de uma mulher preta:
 “Sobrevivemos apesar de crescer ouvindo que o boi que assusta tem a cara preta, que o gato que dá azar é preto, que inveja que já é ruim, fica pior quando é preto, que o humor que desrespeita é negro, que quando a coisa está ruim ela está preta, que a lista do que não presta é negra, que falar mal de alguém é denegrir – tornar negra. Sobrevivemos apesar de nossos cabelos, nossa roupa e nossa cultura estarem na moda sem a gente dentro. Sobrevivemos apesar de crescermos que nosso cabelo é errado, que a cor de nossa pele é errada, que nosso nariz é errado, que o formato de nossos corpos é errado, ou melhor às vezes é certo desde que seja entre quatro paredes sem contar para ninguém e não pode dizer não, afinal toda mulata é fogosa e só serve para sexo. Sobrevivemos apesar de ganhar menos com mais anos de estudo. Apesar de estarmos sempre nos cargos subalternos, apesar de termos jornadas triplas, apesar de sermos a grande maioria se prostituindo por pequenos valores, apesar de sermos as maiores vítimas de “feminicídio”, apesar de sermos as maiores vítimas do aborto inseguro, apesar de sermos as maiores vítimas de violência obstétrica, apesar de vermos nosso filhos morrerem nas mãos da violência policial, apesar de criarmos nossos filhos sem pai, e sermos a maioria em celibato definitivo, apesar de não termos direito a amor, sobrevivermos! Pior se for lésbica, pior se for “transgênera”, pior se for gorda, pior se for mãe solteira, pior se for muito jovem ou se for velha de mais, porque o branco masculino, heterossexual, “cisgênero” e magro é a norma, a régua usada para enquadrar a todos, e quanto mais distantes suas medidas estão das ideais, menos espaço o mundo tem para você. Sobrevivemos denunciando o machismo do homem negro e o racismo na luta da mulher branca. Para ambos nossa voz é inconveniente porque aponta a falha que eles não querem enxergar. E não cabendo nem lá, nem aqui, criamos nossas brechas e sobrevivemos e de tanto sobrevivermos acabamos aprendendo a viver contrariando todas as estatísticas e sendo felizes. Sobrevivemos e resistimos porque para nós mulheres negras, viver e ser feliz é um ato revolucionário. ”.
Com isso, o movimento feminista, que luta pela igualdade de gênero, se levanta para auxiliar e salvar mulheres da violência doméstica, do estupro, da agressão física e verbal, da dominação do estado, do racismo, da “gordofobia”, da “lesbofobia” etc. Simone de Beauvoir, uma escritora feminista, em sua obra “O Segundo Sexo” diz: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino. ”. Então, o feminismo aparece para a luta da destruição desses papeis sociais impostos que acabam massacrando uma sociedade inteira.

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