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Processo Civil I

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Direito Processual Civil
Conceito de direito processual civil: É a ciência/ramo do direito, pertencente ao âmbito do direito público interno, que trata das regras e princípios aplicáveis à atividade jurisdicional. É possível também conceituar o processo civil como o ramo que trata de três institutos fundamentais: a jurisdição, a ação e o processo.
Diferença entre as normas de direito material e direito processual: As normas de direito material são aquelas que preveem direitos, deveres e obrigações, que regulam as relações obrigacionais entre sujeitos dos direitos de propriedade. As normas de caráter processual, por sua vez, são aquelas que regem a forma de efetivação jurisdicional das lides oriundas da discussão acerca dos direitos dos sujeitos.
As normas processuais constitucionais e infraconstitucionais: Existem normas de caráter processual previstas na constituição federal, por exemplo, aquelas que tratam da organização e competência dos órgãos jurisdicionais (competência do STF, STJ, etc.). 
As normas processuais infraconstitucionais são de competência da união. (CF art. 22, I.)
- A competência para se legislar sobre processo, por sua vez, é dos Estados e a competência para legislar sobre procedimentos é concorrente entre os estados, distrito federal e a união. (CF art. 24).
- No âmbito infraconstitucional, as normas processuais podem estar previstas em leis ordinárias ou complementares
Aplicação da norma processual do espaço: A legislação processual brasileira se aplica dentro do território nacional, com a exclusão da legislação estrangeira. A partir do momento em que o Brasil ratifica um tratado internacional este passa a se valer como uma norma interna, dessa forma não se excluí a afirmação anterior.
Aplicação da norma processual no tempo: De acordo com o art. 14, a norma processual não retroagira para atingir os atos processuais já realizados. Porém, se aplicará sobre os atos processuais a serem praticados, independentemente de que a relação processual tenha iniciado antes da vigência dessa lei nova.
Princípios e garantias processuais: As garantias podem ser conceituadas como hipóteses que não podem ser excepcionadas; de outro lado, os princípios admitem sim colisões, ou matacões e exceções de forma que sua aplicação não é absoluta.
- Devido processo legal (Due processo of law): Trata-se da primeira garantia que o cidadão tem frente ao Estado. Significa a ideia de previsibilidade e segurança jurídica que o cidadão tem, como forma de defender seu patrimônio e sua liberdade. Dessa ideia, decorre uma série de outras garantias, por exemplo, contraditório, legalidade, fundamentação das decisões judiciais, inafastabilidade da tutela jurisdicional e etc.
- Princípio da isonomia processual: Trata-se da determinação de que as partes sejam tratadas de forma paritária no processo, o que se vê positivado nos art. 7° e 139°, I, CPC. Esse princípio, contudo, pode ser mitigado quando em confronto com outro, por exemplo, o princípio da persuasão racional do juiz.
Princípio da imparcialidade do juiz: É pressuposto processual de validade do processo que o juiz seja imparcial. Para o CPC, a imparcialidade é o gênero do qual a suspeição (hipóteses subjetivas) e o impedimento (hipóteses objetivas) são espécies. 
Princípio do juiz natural e da vedação aos tribunais de exceção: O princípio do juiz natural determina que o órgão jurisdicional (juiz ou juízo) não poderá ser previamente determinado para o conhecimento e julgamento da demanda. (Exemplo a propositura de ação em Curitiba terá a determinação do juízo competente por meio de sorteio realizado pelo cartório distribuidor.). Outro sim, a jurisdição brasileira não admite a criação de órgãos jurisdicionais para o julgamento de causas específicas: trata-se do princípio da vedação dos tribunais de exceção.
Princípio do contraditório e da ampla defesa: O contraditório é uma garantia. Deve o juiz garantir na condução do processo, a oportunidade de que as partes previamente se manifestem sobre qualquer situação processual antes de proferir a sua decisão agindo dessa forma, estará garantindo o contraditório e a ampla defesa (art. 9°, CPC.). É importante destacar, portanto, que a decisão proferida em caráter liminar não viola a garantia do contraditório, porque este não é mitigado, mas sim postergado. 
Princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional: No Brasil, apenas a decisão transitada em julgado proferida pelo poder judiciário é que forma a coisa julgada. Portanto, as decisões emanadas por órgãos administrativos (Detran, Procon, TCU, Ibama, Receita Federal) podem ser discutidas perante o judiciário, especialmente quanto ao mérito. Outro sim, não há necessidade de que o cidadão esgote os recursos administrativos existentes para que possa buscar a tutela jurisdicional. Exceção a essa regra é a justiça desportiva (Art. 217, §1, CF.). 
Obs: A arbitragem não viola o princípio em discussão, porque trata apenas de direitos disponíveis (aquele sobre os quais as partes podem negociar), desse modo, também podem escolher dirimir seus conflitos por meio da arbitragem. A decisão arbitral não pode ser discutida perante o judiciário quanto ao seu mérito, porém pode ser discutida quanto à sua forma. A arbitragem é um processo sigiloso, por isso muitas grandes empresas contornam para esse tipo de decisão. 
Motivação das decisões judiciais: Todas as decisões judiciais (sentenças e decisões interlocutórias) devem ser motivadas, o que não ocorre com manifestações de mero andamento (despacho). Motivar significa apresentar os motivos de fato e de direito (subsunção do fato a norma) que o levaram a decidir de determinada forma. Está garantia está prevista no art. 93, IX, CF. Por sua vez, o art. 489, §1, CPC exemplifica hipóteses de decisões que, embora pareçam formalmente formadas, em verdade não são.
Publicidade dos atos processuais: Em regra, todos os atos processuais, sejam eles orais ou escritos, são públicos. Por exceção, é possível que o juiz decrete o segredo de justiça sobre o processo, desde que fundamentado. O segredo de justiça se decreta nas demandas que versam sobre direitos de família (divórcio, investigação de paternidade, guarda, ação de alimentos e etc.), interesse público, direito à intimidade. 
Princípio da duração razoável do processo: De acordo com o Art. 4°, CPC, o juiz deverá, respeitadas as garantias processuais, adotar medidas afim de que o processo tenha a solução do mérito e a satisfação da pretensão da forma mais célere possível. (CPC, 139, II.).
Princípio da iniciativa do juiz na investigação das provas e busca da verdade real: De acordo com o Art. 370, CPC, o juiz, assim como as partes, pode exercer a iniciativa probatória no processo para a busca da verdade real. Importante observar que o processo civil se satisfaz com a solução da lide com base na verdade formal. Por isso, uma vez feita a coisa julgada, não é mais possível elidir a presunção absoluta que gera. Porém, enquanto não formada a coisa julgada, o juiz, sempre que possível, deve buscar a verdade real por meio de sua iniciativa probatória. Outro sim, é que esse princípio é uma faculdade, dessa forma o juiz não é obrigado a solicitar outras provas.
Obs: Presunção relativa admite prova contrária (ex. morte presumida), já presunção absoluta não (ex. coisa julgada).
Princípio da persuasão racional do juiz: De acordo com o Art. 371, CPC, o juiz é livre para apreciar a prova, podendo decidir, mesmo em contradição à prova pericial, desde que o faça de forma fundamentada. No Brasil, não vige o chamado sistema tarifário (aquele no qual o ordenamento indica que determinado meio de prova terá maior preponderância sobre outro.
Princípio dispositivo e princípio do impulso oficial: O princípio dispositivo significa que o juiz deverá atuar no processo por provocação da parte (princípio da inércia da jurisdição), porque de acordo com o Art. 2, CPC, o processo se inicia por iniciativa da parte. Da mesma forma, a parte tem à sua disposição a possibilidade de desistir do processo.De acordo com o Art. 141, CPC, o juiz deverá decidir a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe vedado o conhecimento de matérias que a lei exige iniciativa da parte. Alguns autores chamam essa última hipótese de princípio da demanda. No Brasil, o princípio dispositivo quanto a produção da prova, é temperado, porque se admite que o juiz, mesmo sem pedido da parte, determine a produção da prova. O princípio do impulso oficial significa que uma vez iniciado o processo ele será conduzido até seu fim por impulso oficial mesmo que as partes se mantenham inertes.
Princípio da probidade processual: Conforme previsto no Art. 5, CPC, todo aquele que de alguma forma participa do processo deve agir de forma proba e de boa-fé. O Art. 77, CPC, trata de condutas que atentam contra a dignidade da expressão e que se aplica a todos aqueles, que de alguma forma, não respeitam os comandos judiciais. A sanção nesse caso (Art. 77, §2, CPC), que a multa reverterá para o Estado. Por sua vez, o Art.80, CPC, trata da litigância de má-fé, ou seja, as condutas atentatórias de uma parte contra a outra. A sanção nesse caso (Art. 81, CPC), será destinada à parte contrária.
Princípio da economia processual e da instrumentalidade das formas: De acordo com esse princípio, deve ser buscado um máximo de resultados processuais com um mínimo de atos a serem praticados. O instituto da reconvenção é um exemplo prático deste princípio: o réu em uma demanda, aproveita a mesma relação processual, e na sua contestação formula um pedido em face do autor. Por sua vez, o princípio da instrumentalidade das formas significa que o ato processual, mesmo praticado fora do que é determinado pela lei, caso não provoque prejuízo para as partes e seu conteúdo atinja sua finalidade a nulidade não será reconhecida, seus efeitos serão convalidados.

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