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ENTREVISTA E PERÍCIA PSICOLÓGICA

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PERÍCIA E ENTREVISTA PSICOLÓGICA APLICADA AO CONTEXTO DA PSICOLOGIA JURÍDICA
ALUNOS: 
JUAN KARLO, LEONARDO DINIZ E 
LÍVIA MONTENEGRO
Introdução
	Segundo França (2004) a Psicologia Jurídica é uma das designações utilizadas para dar nome à área da Psicologia que se correlaciona com o aparelho da justiça. Para a autora, esta área de atuação é um dos campos mais recentes da Psicologia. No Brasil, o termo Psicologia Jurídica é o mais utilizado, todavia, existem profissionais que adotam a terminologia Psicologia Forense. Este trabalho tem como objetivo discorrer a respeito da perícia e da entrevista psicológica no campo da psicologia jurídica.
Perícia
A palavra perícia vem do latim peritia que significa: detreza, habilidade. 
Considerada uma prova judicial, a perícia tem a peculiaridade de ser produzida mediante intervenção de uma pessoa encarregada de expressamente certificar-se dos fatos para dar conhecimento deles ao Julgador. Essa prova, que abrange todo tipo de exame, constitui-se em espécie probatória distinta das demais porque é realizada mediante intervenção do especialista ou "expert".
Perícia Psicológica
	A lei 4.112 de 27 de agosto de 1962, que dispõe sobre a profissão de psicólogo, afirma que no exercício profissional, entre outras atribuições, cabe ao psicólogo: "Realizar perícias e emitir pareceres sobre a matéria de psicologia" (Art. 4o , n° 6). Por sua vez, o nosso Código de Ética Profissional estabelece, em seus artigos de 18 a 22, os limites que norteiam a relação do psicólogo com a Justiça. Portanto, esta é uma área de atuação legítima do psicólogo. Cabe a ele desenvolver o estudo da personalidade dos litigantes e demais envolvidos nos litígios judiciais. Caso as ilações periciais sejam baseadas em psicodiagnósticos, cabe-lhe também concluir o laudo. 
Perícia Psicológica
Visão do Psicólogo e a Equipe Multidisciplinar (Psicossocioeducacional)
Construção do Laudo (linguagem)
Psicologia X Psiquiatria
Psicodiagnóstico (Profissionais qualificados, materiais ex: Rorscharch) 
Entrevista Psicológica
	Conforme afirma Seger (2005) a entrevista psicológica é uma das principais ferramentas que auxiliam o psicólogo nas suas demandas de trabalho. De acordo Tavares, a entrevista psicológica é definida como:
(...) um conjunto de técnicas investigativas, limitada no tempo e conduzida por um profissional treinado que se utiliza de conhecimentos advindos da psicologia por meio de uma relação estritamente profissional. Através desta técnica tem-se o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais com o intuito de realizar intervenções que tragam benefícios aos entrevistados. (TAVARES, 2000 apud SEGER, 2005, pág. 45). 
Entrevista psicológica aplicada a psicologia jurídica
	De acordo com Aldrighi (2008), 	entender a maneira como o homem se comporta exige por parte do psicólogo um olhar contextualizado, entendendo este individuo dentro do contexto de relações ao qual está inserido. O autor destaca ainda que este é o ponto onde a Psicologia Jurídica faz interface com a Psicologia Social, uma vez que a ação humana é objeto de estudo de ambas as áreas. 
	Soria (1998) e Piñeros (2004) citados por Aldrighi (2008), definem a Psicologia Jurídica como sendo a aplicação da Psicologia Social voltada para os comportamentos psicossociais grupais, instituídos e controlados pelo direito.
Entrevista psicológica aplicada a psicologia jurídica
	Neste sentido, Jung (2004) corrobora afirmando que a entrevista psicológica numa avaliação psicológica pericial:
(...) constitui-se como o primeiro momento junto ao periciando, pois através desta busca-se colher dados pertinentes da história de vida do indivíduo, compreender aspectos do seu funcionamento psicológico, entender os fatos que motivaram o processo e a perícia em questão e observar a posição do periciando frente aos mesmos. (JUNG, 2004, pág.03)
Entrevista psicológica aplicada a psicologia jurídica
	
	Conforme Rieli et al (2013), na Psicologia Jurídica, os peritos deparam-se, não raras às vezes, com situações em que há tentativas de simulações ou dissimulações. Nestas ocasiões o uso da entrevista psicológica faz-se necessária, pois através dela é possível obter um grande número de informações que vão além das verbalizadas e que de outo modo não seria possível.
Entrevista psicológica aplicada a psicologia jurídica
	Na Psicologia Jurídica, o sujeito avaliado não possui uma demanda ou um pedido de ajuda, ele possui, na verdade, um fato jurídico que recaiu sobre ele. Já não mais se trata de um domínio individual, ou social, mas sim, legal.
	Neste contexto, ainda segundo Oliveira et al, (2008) o sujeito avaliado se encontra com medo, raiva ou se sentindo impotente frente à entrevista, uma vez que não pode decidir entre fazê-la ou não. Para o autor, todas essas questões com as quais o psicólogo jurídico se encontra impedem, muitas das vezes, que se desenvolva um ambiente favorável à construção do vínculo de empatia entre ambos, elemento essencial para a sua realização.
	Não obstante essas questões, Oliveira et al. (2008), colocam que o psicólogo jurídico deve esforçar-se ao máximo para estabelecer um “setting adequado”. 
Tipos de entrevistas
	Huss (2011) versa que a entrevista utilizada como técnica para avaliação psicológica no contexto jurídico não difere daquela aplicada no contexto clínico. Para ele há três tipos de entrevistas clínicas que o psicólogo utiliza: a entrevista não estruturada, semiestruturada, e estruturada. 
Entrevista não estruturada
	
	Nas entrevistas não estruturadas o psicólogo jurídico não têm em mãos um conjunto de perguntas pré-estabelecidas, mas tem em mente o objetivo da avaliação ou os principais pontos a serem focados. O autor coloca também que esta modalidade de entrevista é especialmente importante no contexto jurídico, pois facilita o estabelecimento do rapport.
Entrevista semiestruturada
	Huss (2011) coloca que em geral consiste em um conjunto de perguntas preestabelecidas, no entanto, existe uma flexibilidade quanto ás respostas emitidas pelo avaliado, bem como permite que o psicólogo jurídico insira em meio a estas, outas perguntas adicionais. Para este autor, as entrevistas semiestruturadas podem não ser muito favoráveis ao estabelecimento do rapport, no entanto, são bem mais confiáveis em termos de resultados.
Entrevista estruturada 
	Para Huss (2011) estes tipos de entrevistas são formais e inflexíveis, pois são perguntas específicas já elaboradas previamente. Nestas, não é permitido nem ao psicólogo jurídico, nem ao avaliado fugir do foco das perguntas prescritas. Para ele, estas entrevistas são prejudiciais para se estabelecer o rapport, principalmente se forem utilizadas no contato inicial.
CONCLUSÃO
	A entrevista psicológica, conforme foi exposto é um conjunto de técnicas de cunho investigativo com o objetivo de descrever ou avaliar aspectos psicológicos. Desta forma, pode-se entender a sua importância para o contexto jurídico, visto que é por meio desta que o psicólogo jurídico consegue obter as informações relacionadas à história de vida do indivíduo, os dados que são relevantes para a compreensão das características e condições que o levou a determinados comportamentos, assim como o seu posicionamento frente à problemática em questão. 
Referências
ALDRIGHI, T. Psicologia Jurídica. In: CARPIGIANI, B. Lugares da psicologia. 1ª ed. São Paulo: Vetor, 2008. p. 37-50.
HUSS, M. Avaliação, tratamento e consultoria em Psicologia Forense. In:_____. Psicologia Forense: Pesquisa, Prática Clínica e Aplicações. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 41-64.
JUNG, F. Avaliação Psicológica Pericial: Áreas e Instrumentos. In: Revista Especialize On-line. IPOG, Goiânia. Edição Especial, n. 008, vol.01, set/2014. Disponível em: <http://www.ipog.edu.br/uploads/arquivos/2837ae3256017b1882e9b4b7862885ce.pdf>. Acesso em: 23 de Maio de 2015.
FRANÇA, F. Reflexões sobre Psicologia Jurídica e seu Panorama no Brasil. In: Psicologia: teoria e prática. v.6 n.1. São Paulo, jun/2004.
Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CB0QFjAA&url=http%3A%2F%2Feditorarevistas.mackenzie.br%2Findex.php%2Fptp%2Farticle%2Fdownload%2F1200%2F896&ei=0_RfVcLRFYGWNsWagugE&usg=AFQjCNFSpW8aEs7dgUvK43nAFJH1K1Bz0g&bvm=bv.93990622,d.eXY>. Acesso em: 23 de Maio de 2015.
Referências 
SEGER, P. (2006). Entrevista clínica no contexto hospitalar: revisões e reflexões. In: MEDEIROS, M. et al. (Org.). (Con)textos de entrevista – Olhares diversos sobre a interação humana. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006. p. 247-259.
OLIVEIRA, B. et al. Perícia Psicológica Jurídica: Como estabelecer um ambiente adequado para realizar exames de avaliação psicológica no contexto jurídico. In: Psicologia na Net, 2008. Disponível em: <http://www.psicologiananet.com.br/pericia-psicologica-juridica-como-estabelecer-umambiente-adequado-para-realizar-exames-de-avaliacao-psicologica-no-contexto-juridico/1092/>. Acesso em: 23 de Maio de 2015.
SILVA, M. FONTANA, E. Psicologia Jurídica: Caracterização da Prática e Instrumentos Utilizados. In: Estudos Interdisciplinares em Psicologia. Londrina, v. 2, n. 1, p. 56-71, 2011. Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CCoQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.uel.br%2Frevistas%2Fuel%2Findex.php%2Feip%2Farticle%2Fdownload%2F10646%2F9335&ei=3fJfVbrdB4aigwSIx4CwDw&usg=AFQjCNHj5JioLKiIsS9Ft-z1wkMVZIVoHg&bvm=bv.93990622,d.eXY&cad=rja.> Acesso em: 23 de Maio de 2015.
TRINDADE, J. Aspectos Epistemológicos. In:______. Manual de Psicologia Jurídica para Operadores do Direito. 4ª ed. rev. atual. E ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2010. p. 25-57.

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