Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA MÉDICA ESTUDO DIRIGIDO 5: Metabolismo dos Lipídeos 1. Descreva a importância da carnitina no metabolismo energético humano e as principais alterações clínicas e metabólicas devido a defeiciência no seu metabolismo. 2. Como ocorre o mecanismo de mobilização dos triglicerídeos armazenados no adipócito para que estes funcionem como combustível ? ( enfoque o controle enzimático e hormonal, destino dos ácidos graxos e glicerol) 3. De que maneiras a disponibilidade de oxaloacetado determina a via metabólica que será tomada pelo acetil-CoA na mitocôndria hepática? 4.Explique como a conversão do piruvato em Acetil-CoA é regulada. 5.É possível se obter glicose a partir do acetil-CoA originado pela beta-oxidação dos ácidos graxos? Justifique. 6.Porque, mesmo com o acúmulo de copos cetônicos no organismo, a oxidação dos ácidos graxos é continuada? 7.Alguns programas de perda de peso encorajam a redução gradual de carboidratos e da ingestão calórica total até o aparecimento dos corpos cetônicos na urina. Justifique essa conduta, explicando as alterações fisiológicas no organismo. Ela pode trazer algum prejuízo ao indivíduo? Respostas Sugeridas- Metabolismo dos Lipídeos A carnitina é a proteína responsável pelo sistema de lançadeira (denominado Ciclo da Carnitina) que insere o Acil-CoA (Ácido Graxo associado à Coenzima A) de cadeia longa no interior da mitocôndria, permitindo a realização do processo de β-Oxidação. Sua deficiência compromete a degradação dos ácidos graxos, ocasionando hipoglicemia hipocetótica e hiperamonemia, além de danos hepáticos, miocardiopatia e fraqueza muscular. Para que se inicie a liberação dos ácidos graxos do adipócito, hormônios como o glucagon, epinefrina e GH associam-se aos seus respectivos receptores de membrana. Esses receptores, por intermédio da proteína G, induzem a adenilil-ciclase a converter ATP em AMPc. Atuando como segundo mensageiro, o AMPc ativa a proteína quinase A (PKA), a qual fosforila a enzima lipase e a perilipina, localizada na superfície das gotículas lipídicas.Fosforilada, a perilipina dissocia-se da proteína CGI, que ativa a enzima triacilglicerol lipase, responsável por hidrolisar os trigliceróis. Após isso, a lipase e as perilipina associam-se, permitindo a hidrólise dos diglicerídeos. Finalmente, a enzima monoacilglicerol lipase hidrolisa os monoglicerois, liberando o ácido graxo restante e o glicerol. Em sequência, esses ácidos graxos se associam à albumina sérica e são transportados à célula alvo, como os miócito. Altas concentrações relativas de oxalacetato: A Acetil-CoA entra normalmente no Ciclo do Ácido Cítrico, sendo sistematicamente oxidada para fornecer substratos energéticos. Baixas concentrações relativas de oxalacetato: A Acetil-CoA é desviada para a via cetogênica., formando CoA livre e permitindo a continuidade da beta-oxidação. A conversão do piruvato em Acetil-CoA é regulada pela ação do complexo enzimático piruvatodeshidrogenase (PDH). Esse complexo é inibido tanto por altas concentrações de NADH e ATP, indicando grande quantidade de energia disponível, quanto por altas concentrações de Acetil-CoA (Feedback Negativo) Depende da cadeia do ácido graxo. Caso ele tenha número par de carbonos, ele será integralmente convertido em Acetil-CoA após a beta-oxidação. Assim, seus carbonos podem entrar no Ciclo do Ácido Cítrico e consequentemente, na via da glicogênese. Contudo, os dois carbonos fornecidos pelo Acetil-CoA são expulsos do ciclo por meio da descarboxilização do isocitrato e do alfa-cetoglutarato. Dessa forma, os ácidos graxos de cadeia par não participação efetivamente da gliconeogênese. Caso o ácido graxo tenha um numero ímpar de carbonos ou possua uma cadeia ramificada, sua ultima volta no Ciclo de Lymen produzirar um propinoil-CoA, compostos que pode ser convertido em succinil-CoA,intermediário do Ciclo do Ácido Cítrico o qual não é descarboxilado posteriormente. Assim, seus carbonos conseguem participar efetivamente da gliconeogênese e formar glicose. Por duas razões principais: Primeiro, nem todos os tecidos humanos são capazes de utilizar corpos cetônicos como substrato energético. Além disso, a cetogênese libera CoA livre, que pode entra no Ciclo de Lymen e favorecer a beta-oxidação. A conduta pode ser justificada pelo seguinte raciocínio: O aparecimento de corpos cetônicos na urina é resultado das elevadas concentrações de Acetil-CoA e NADH provenientes do processo de degradação dos ácidos graxos, intensificado em situações de jejum ou inanição. Assim, a presença de corpos cetonicos é um indicativo da alta metabolização dos ácidos graxos e, consequentemente, de suas reservas nos adipócitos, o que resulta em uma perda significativa de peso. Contudo, essa elevada concentração de corpos cetônicos pode ocasionar acidose metabólica,,resultando em sintomas como o hálito cetônico,; a respiração rápida e profunda; Cansaço e fraqueza; Taquicardia; Náusea e confusão mental.
Compartilhar