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INTRODUÇÃO Marchar, correr, saltar e lançar objetos à distância são movimentos básicos e naturais das atividades físicas praticadas em todos as sociedades humanas da antiguidade. Inicialmente, eram movimentos relacionados com as atividades produtivas ou defensivas da humanidade e mais à frente destacpou-se na sociedade bélica. Ainda na Antiguidade esses movimentos originaram disputas atléticas de corridas, lançamento do dardo e de disco, salto em distância e pentatlo, nos Jogos Olímpicos da antiga Grécia. Atualmente, o atletismo é constituído por um conjunto de provas, provas de pista e as provas de campo com suas práticas específicas, técnicas de execução, métodos de aprendizagem e regras próprias (Schmolinsky, 1982). O Salto em Distância é parte das competições esportivas de atletismo há muito tempo. Começa lá nos jogos olímpicos de 708 A.C., o jogo moderno foi regularizado na Inglaterra e EUA em 1860. A primeira competição de salto em distância feminina aconteceu nos Estados Unidos em 1895, o primeiro recorde mundial feminino foi reconhecido pela Federação Internacional de Atletismo em 1928, mas o evento estreou nos Jogos Olímpicos apenas em 1948, na Inglaterra. Freire (2002, 2003) recomenda a modalidade atletismo como mais uma opção de expressão corporal e lúdica, principalmente nas escolas, é indispensável na educação do corpo inteiro, principalmente pela construção de movimentos imaginativos e criativos. OS SALTOS Os saltos constituem-se de movimento cíclico (a corrida) e movimento acíclico (o salto propriamente dito); e distinguem-se essencialmente pelas características da trajetória aérea. Desta forma os saltos visam alcançar uma altura, ou cair a uma máxima distância. São quatro os tipos de saltos: distância, altura, triplo e o salto com vara. Como pauta principal e objeto desse estudo, abordaremos o salto em distância, que pode ser considerado o mais natural de todos os saltos. O SALTO EM DISTÂNCIA O salto em distância é uma das modalidades do atletismo e é considerado, dentre outras provas de saltos, uma das mais antigas. Segundo Ramos (1980, p. 113) “A partir da XIII Olimpíada, o salto em distância foi praticado com halteres, de pedra ou chumbo, de várias formas e de um a três quilos. Julgavam que seu emprego aumentava a extensão do salto”. Atualmente, este procedimento não é mais utilizado nas provas de salto em distância. Procurando o aperfeiçoamento da técnica do salto em distância, em 1886 foi introduzida a tábua de impulsão. O salto em distância contém as seguintes fases: corrida de aproximação, impulsão, fase aérea (voo) e queda. O atleta precisa ter uma boa capacidade de impulsão e ser um ótimo velocista, é imprescindível que o atleta consiga formar condições de aproveitamento da velocidade da corrida de modo a sincronizá-la com as fases do salto. AS FASES DO SALTO EM DISTÂNCIA No salto em distância podemos observar quatro fases: Corrida de aproximação; Impulsão; Voo; Queda. Segundo (Matthiesen, 2007) a corrida de aproximação é crucial para o salto em distância. Quanto maior for a velocidade de aproximação que o saltador puder transferir para a impulsão sem grande perda de movimento, melhor será o resultado final. O atleta inicia a corrida e vai acelerando gradativamente, para chegar à tábua de impulsão com a velocidade máxima e pisar com a perna de impulsão em cheio, o tronco do saltador ergue-se, neste caso, gradualmente e durante as últimas três a cinco passadas, o saltador toma uma atitude mais ereta e os joelhos são bem levantados à frente para preparar a elevação da perna livre. A penúltima passada da corrida é na maioria das vezes, maior que as demais, o saltador prepara a transferência da corrida para a impulsão horizontal. Dependendo do atleta, a distância varia de 30,48 a 45,72m. A impulsão, segundo, Schomolinsky pode ser subdividida em três fases principais: 01. Colocação do pé de impulsão, onde ocorre um ajustamento ativo do pé impulsor sobre a tábua. 02. A fase de absorção do impacto da impulsão, onde o impacto da fase anterior é absorvido por uma leve flexão das articulações do tornozelo, joelho e quadril 03. Impulsão ativa, o movimento de impulsão tem início com a extensão das articulações do joelho e pé da perna impulsora. A coxa da perna livre quase alcança a horizontal, enquanto que a sua parte inferior pende verticalmente. O tronco pode apresentar uma ligeira inclinação para trás. Os braços auxiliam o movimento, o atleta se impulsiona com um pé, com os braços para cima para alcançar altura O voo é a fase de sustentação no ar que começa, imediatamente, após a impulsão e tem como finalidade manter o equilíbrio e preparar o atleta para uma aterrissagem com o máximo de aproveitamento. Durante a queda, pernas e braços ficam estendidos à frente para alcançar a máxima distância possível ao tocar na areia. Para isso utilizará dos recursos de flexionar as pernas no momento do contato com o solo e elevar os braços à frente, enquanto executa um “golpe” com o quadril, para levar o corpo à frente (Schomolinsky, 1982). A TÉCNICA DO SALTO EM DISTÂNCIA O salto grupado - É o mais usado nas escolas e nos clubes para atletas iniciantes, com resultados de cerca de 6 metros. Após a impulsão, as pernas são fletidas para a frente e para o alto. Logo em seguida, quando tiver alcançado a máxima elevação no ar, o corpo se flexiona com braços a frente no início e bruscamente atrás e depois, na hora da queda, novamente as pernas são estendidas à frente e os braços levados à frente na direção dos pés. Técnica do arco - Após atingir a maior elevação, provoca-se o atraso da perna posterior e dos braços e, consequentemente, o adiantamento do quadril, provocando um nítido movimento de arqueamento do corpo, esta posição é mantida até cerca da metade da parábola da linha de vôo. A queda é iniciada quando as pernas se movem para cima e para frente e o tronco abaixa. Antes de tocar o solo, pernas e braços são projetados para frente. Técnica das passadas no ar - Esta técnica é mais utilizada por atletas de alto nível, com resultados acima de 7 metros. A partir de um movimento de alternância entre pernas e braços após a impulsão, o saltador realiza uma passada e meia no ar (alguns chegam a 3,5 passos) antes de finalizar o salto. O tronco encontra-se um pouco inclinado para trás e só na queda é que é projetado para frente. Antes que haja o contato com o solo, os braços são levados atrás do corpo, e quando os calcanhares já tocaram o solo, são vigorosamente atirados para frente. REGRAS DO SALTO EM DISTÂNCIA Segundo a Confederação Brasileira de Atletismo, as regras são as seguintes: Cada atleta tem direito a três tentativas, sendo validada a tentativa que atingir a maior distância; A ordem das tentativas de salto deverá ser sorteada entre os atletas; Havendo mais de oito competidores, será concedido a cada um, três tentativas e os oito melhores competidores com saltos válidos terão direito a mais três tentativas, em ordem inversa a da classificação ao final das três primeiras tentativas. No caso de empate em oitavo lugar, este será resolvido de acordo com a Regra 146.3. Quando houver oito competidores, ou menos, será permitido a cada competidor seis tentativas. O salto é realizado por um atleta de cada vez, alternando entre as chances, ou seja, a segunda tentativa é realizada somente depois que todos os atletas realizaram a primeira tentativa e assim por diante; O atleta não pode tocar à frente, em cima ou ao lado da linha limite localizada na tábua de impulsão, atrás da caixa de areia ou dar salto mortal, caso isso ocorra, o salto será invalidado; A queda deve ocorrer dentro da caixa de areia, caso contrário o salto será invalidado; O atleta não deve caminhar sobre a caixa de areia, caso contrário, o salto será invalidado. A distância entre a linha de impulsão e o final da caixa de areia deverá ser de pelo menos 10m. A linha de impulsão deverá ser colocada entre 1m e 3m da borda mais próxima da área de queda. ÁREA DOSALTO O salto é realizado em uma área que contém a pista de impulso (no mínimo 45m) marcado por linha branca de 50mm de largura; a tábua de impulsão fixada no solo no mesmo nível da pista de impulsão, antes da caixa de areia (tábua de madeira com 1,22m de comprimento x 20cm de largura x 10cm de espessura); caixa de areia (largura mínima de 2,75m e máxima de 3m), onde o atleta deve aterrissar. RECORDES BRASILEIROS Ranking de 2017 - Brasileiro – Masculino – 5 primeiros colocados Marca V.V. CBAt Nome DN Fase UF Clube Local Data 7,96 1,9 39815 Almir Cunha dos Santos 04|09|1993 1/F/ RS SOGIPA Buenos Air 02|04|2017 7,81 1,9 44730 Tiago da Silva 23|10|1993 1/F/ SP E.C. Pinhe Montevideo 26|03|2017 7,68 1,5 22247 Cleiton Dias Sabino 09|11|1988 1/F/ SP GUARULHOS São Bernar 01|04|2017 7,66 1,6 49288 Alex Aparecido Soares 02|02|1995 3/F/ SP E.C. Pinhe São Paulo 15|02|2017 7,55 0,5 48485 Lucas Basilio de Souza 02|12|1997 4/F/ SP ASSEM São Paulo 15|02|2017 Ranking de 2017 - Brasileiro – Feminino – 5 primeiras colocadas Marca V.V. CBAt Nome DN Fase UF Clube Local Data 6,54 -1,1 14130 Eliane Martins 26|05|1986 1/F/ SP E.C. Pinhe Santiago - 09|04|2017 6,46 0,6 20011 Tania Ferreira da Silva 17|12|1986 2/F/ SP CLUBE DE A São Paulo 04|03|2017 6,29 0,4 37236 Jessica Carolina Alves dos Reis 17|03|1993 1/F/ SP ORCAMPI UN São Bernar 11|03|2017 6,27 1,2 47011 Gabriele Sousa dos Santos 23|02|1995 2/F/ SP FCTE São Bernar 11|03|2017 6,08 0,5 53776 Nubia Aparecida Soares 26|03|1996 3/F/ SP CLUBE DE A São Bernar 11|03|2017 RECORDES MUNDIAIS Masculino Prova Marca Atleta País Local Data Salto em Distância 8.95 (0.3) Mike Powell USA Toquio, JPN 30/08/1991 Feminino Prova Marca Atleta País Local Data Salto em Distância 7.52 (1.4) Galina Christyakova URS Leningrado, URS 11/06/1988 REFERÊNCIAS Atletismo regras oficiais de competição 2016 – 2017, Iaaf, Versão Oficial Brasileira, CBAt - Confederação Brasileira de Atletismo. Disponível em: <http://www.cbat.org.br/regras/regras_oficiais_2016_2017.pdf>. Acesso em 10 de abril de 2017. Confederação Brasileira de Atletismo, Recordes, Recordes Mundiais. Disponível em: < http://www.cbat.org.br/estatisticas/recordes/recordes_quadro.asp?id=1 >. Acesso em 13 de abril de 2017. Confederação Brasileira de Atletismo, Ranking de 2017 - Brasileiro – Masculino. Disponível em: <http://www.cbat.org.br/estatisticas/ranking/ranking_quadro_ano.asp?id=a&prv=46&sexo=M&ano=%202017>. Acesso em 13 de abril de 2017. Confederação Brasileira de Atletismo, Ranking de 2017 - Brasileiro – Feminino. Disponível em: <http://www.cbat.org.br/estatisticas/ranking/ranking_quadro_ano.asp?id=a&prv=46&sexo=F&ano=%202017>. Acesso em 13 de abril de 2017. FERNANDES, José Luís. Atletismo. Os saltos, técnicas, iniciação, treinamento. 3ª ed, São Paulo: EPU, 2003. FREIRE, João Batista. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipioni, 2003. FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro: teoria e Prática da Educação Física. 4ª Ed. São Paulo: Scipione, 2002. MATTHIESEN, SQ. Atletismo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007 SCHMOLINSKY, Gerard. Atletismo. Lisboa: Stampa, 1982. Site de Curiosidades, Curiosidades sobre regras do atletismo - Salto em distância. Disponível em: <http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/curiosidades-sobre-regras-do-atletismo-salto-em-distancia.html>. Acesso em 13 de abril de 2017.
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