Buscar

8 Empregador. Definição. Caracterização. Grupo Econômico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO TOGA
DIREITO DO TRABALHO
TURMA REGULAR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
Prof: Fábio Goulart Villela
8ª Aula: Empregador. Definição. Caracterização. Grupo Econômico.
1. Definição:
( Empregador é a pessoa física, jurídica ou ente despersonificado que contrata a prestação de serviços a uma pessoa física, com pessoalidade, onerosidade, não-eventualidade e sob subordinação jurídica.
( Também pode ser definido como sendo a pessoa física, jurídica ou ente que contrata, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços do empregado, assumindo os riscos do empreendimento econômico e do trabalho contratado.
( A figura do empregador surge concomitantemente com as da própria relação de emprego e do empregado.
( Artigo 2º, caput, da CLT: “Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço”.
Crítica: O empregador não pode ser a empresa, que não consiste em sujeito de direito na ordem jurídica brasileira, mas a pessoa física, jurídica ou ente despersonificado titular do empreendimento. 
Obs1: Forte influência das teorias da relação de trabalho e institucionalista (teorias acontratualistas) na elaboração do diploma celetista.
Obs2: O artigo 3º, caput, da Lei nº 5.889/73 não conceitua empregador como empresa, mas como pessoa física ou jurídica (“Considera-se empregador, rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agro-econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados”).
Aspecto Positivo: a utilização da expressão “empresa” acentua a importância do fenômeno da despersonificação da figura do empregador, indicando que a alteração do titular do empreendimento não afetará os contratos de trabalho em vigência, nem tampouco os direitos adquiridos pelos respectivos empregados (artigos 10 e 448 da CLT).
( Artigo 2º, § 1º, da CLT: “Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados”.
Crítica: As referidas entidades, no caso, configuram-se como empregadores típicos e não empregadores por equiparação ou extensão legal. A inexistência de finalidade lucrativa não impede o surgimento da figura do empregador, posto não ser elemento fático-jurídico específico da relação de emprego. 
2. Caracterização:
( A presença do empregador identifica-se sempre com a configuração dos elementos fático-jurídicos da relação de emprego, postando-se no pólo passivo deste respectivo vínculo jurídico.
( O reconhecimento da relação empregatícia faz operar, com relação à figura do empregador, alguns efeitos jurídicos universais, os quais costumam ser arrolados como aspectos característicos desta figura.
( São dois os efeitos ou aspectos característicos da figura do empregador: a sua despersonalização, para fins trabalhistas e a assunção dos riscos do empreendimento e do trabalho contratado.
2.1. Despersonalização:
( Este efeito ou característica consiste na circunstância de a ordem jurídica trabalhista autorizar a alteração subjetiva contratual do pólo passivo da relação empregatícia (o empregador) sem prejuízo da preservação completa dos contratos de trabalho com relação ao novo titular do empreendimento. 
( Enquanto a pessoalidade é elemento fático-jurídico da relação de emprego, sendo indispensável à identificação da figura do empregado, a impessoalidade é aspecto inerente ao empregador. 
( A utilização da expressão “empresa” para conceituar empregador ressalta o este caráter impessoal e despersonalizado.
( A despersonalização do empregador assegura a efetividade do princípio da continuidade da relação de emprego, impedindo a ruptura dos contratos de trabalho em razão da simples substituição do titular da atividade econômica.
2.2. Assunção dos Riscos ou Alteridade:
( Outra característica da figura do empregador é a assunção dos riscos do empreendimento e do trabalho contratado.
( A ordem jurídica trabalhista atribuiu ao empregador a responsabilidade exclusiva pelos ônus decorrentes da atividade econômica desenvolvida e pelos contratos de trabalho celebrados.
( Controvérsia: Existem autores que limitam este aspecto característico da alteridade àqueles empregadores que desempenham atividade rigorosamente econômica. Ex: Octávio Bueno Magano.
( Muito embora o texto celetista pareça restringir a alteridade apenas aos riscos de natureza empresarial (artigo 2º, caput, da CLT), a interpretação lógico-sistemática e teleológica da ordem jurídica trabalhista indica que também se impõem ao empregador os riscos do trabalho prestado, ainda que sem intuito econômico para o tomador (trabalho doméstico, emprego público, etc.). 
( “riscos da atividade econômica” = pelos custos e resultados do trabalho contratado e pela sorte do respectivo empreendimento.
( Impossibilidade de repasse ao empregado dos ônus decorrentes dos prejuízos sofridos pelo empregador, assim como de quaisquer eventuais descontos salariais em razão destas perdas (artigo 462 da CLT).
Questão: Recepção ou não do artigo 503 da CLT (“É lícita, em caso de força maior ou prejuízos devidamente comprovados, a redução geral dos salários dos empregados da empresa, proporcionalmente aos salários de cada um, não podendo, entretanto, ser superior a 25%, respeitado, em qualquer caso, o salário mínimo da região”) pelo artigo 7º, inciso VI, da CF/88?
( Qualquer redução de salários somente poderá ser efetuada mediante negociação coletiva, com participação do respectivo sindicato profissional (artigos 7º, inciso VI e 8º, inciso VI, da CF/88).
( Permanece a possibilidade, diante de conjuntura econômica adversa, e através de acordo com o sindicato obreiro, de redução da jornada de trabalho e dos salários correspondentes, nos termos do artigo 2º, caput, da Lei nº 4.923/65 (compatibilidade com o artigo 7º, inciso VI, da CF/88).
( Não recepção do § 2º do artigo 2º da Lei nº 4.923/65, que faculta ao empregador submeter a decisão da redução da jornada e salários à Justiça do Trabalho, caso não haja acordo com a entidade sindical.
3. Empresa e Estabelecimento:
( Com base no artigo 966 do Código Civil, empresa é a atividade econômica exercida profissionalmente pelo empresário, organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. É a unidade econômica de produção.
( Nos termos do artigo 1.142 do Código Civil, considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa por empresário, ou por sociedade empresária. É a unidade técnica de produção.
( A CLT não adota com precisão os termos empresa e estabelecimento. Ora utiliza o termo estabelecimento em sentido próprio (artigos 74, § 2º, 168, § 4º e 355), ora confunde empresa com empregador (artigos 2º, 160, 164, 165, 200 e 449), e ora vislumbra empresa como objeto do direito de propriedade do empregador (artigos 425, 448 e 485).
4. Grupo Econômico:
4.1. Definição:
( Artigo 2º, § 2º, da CLT: “Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas”.
( Artigo 3º, § 2º, da Lei nº 5.889/73: “Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão responsáveis solidariamente nas obrigações decorrentes da relaçãode emprego”.
( O grupo econômico é a figura resultante do vínculo que se forma entre dois ou mais entes favorecidos direta ou indiretamente pelo mesmo contrato de trabalho, em razão de laços de direção ou coordenação em face da atividade econômica desenvolvida.
4.2. Objetivos:
( O objetivo da construção da figura do grupo econômico foi a ampliação das possibilidades de garantia do crédito trabalhista, impondo a responsabilidade solidária dos entes que o compõem pelo pagamento dos haveres laborais.
( O empregado pode exigir de todos os componentes do grupo econômico ou de qualquer deles o pagamento por inteiro dos seus créditos trabalhistas, ainda que somente tenha trabalhado para uma determinada empresa do respectivo grupo.
( Por construção jurisprudencial, fixou-se um segundo objetivo: a extensão a todos os entes do grupo econômico da prerrogativa de se beneficiar do trabalho contratado, sem configuração de novo contrato de trabalho.
4.3. Caracterização:
a) Aspecto Objetivo: o grupo econômico para fins trabalhistas não depende da constituição das modalidades jurídicas típicas ao Direito Econômico ou Comercial (holdings, consórcios, pools, etc.), sendo prescindível a prova de sua formal institucionalização cartorial, desde que configurados os elementos de integração interempresarial previstos nos artigos 2º, § 2º, da CLT e 3º, § 2º, da Lei nº 5.889/73.
b) Aspecto Subjetivo: apenas os entes com dinâmica e fins econômicos (empresas) é que podem integrar o grupo econômico. Em regra, são pessoas jurídicas, mas podem ser entes despersonificados (ex: massa falida), ou até mesmo pessoas físicas (empresa individual), desde que ajam como agentes econômicos típicos (empresários).
c) Relação Interempresarial: existem duas correntes: a primeira, que restringe a configuração do grupo à efetiva existência do nexo de direção hierárquica entre suas empresas componentes (artigo 2º, § 2º, da CLT) – Ex: Octavio Bueno Magano; e a segunda, que reduz à mera coordenação entre as empresas do grupo o nexo relacional exigido pela ordem jurídica (artigo 3º, § 2º, da Lei nº 5.889/73) – Ex: Amauri Mascaro Nascimento.
Obs1: A primeira corrente é incompatível com a informalidade conferida pelo Direito do Trabalho à noção de grupo econômico e a intenção de ampliação da garantia de satisfação dos créditos trabalhistas.
Obs2: Ainda que se insista na tese do nexo relacional hierárquico entre as empresas, é indiferente ser o controle exercido por pessoa jurídica ou por pessoas físicas (mesmos sócios que, em face do número de ações, detêm o controle das respectivas empresas).
4.4. Solidariedade:
( O grupo econômico surgiu como instrumento de ampliação da garantia dos créditos trabalhistas em favor dos empregados.
( A evolução desta figura implicou a extensão dos seus objetivos e efeitos, para alcançar todos os aspectos contratuais e todos os entes integrantes do respectivo grupo econômico.
1ª corrente – Solidariedade exclusivamente passiva: o grupo econômico impõe como efeito jurídico apenas a solidariedade passiva entre as empresas componentes quanto aos créditos derivados do contrato de trabalho celebrado por qualquer destes entes. Ex: Orlando Gomes, Cesarino Júnior e Antônio Lamarca.
( A favor desta tese, o texto do artigo 3º, § 2º, da Lei nº 5,889/73, ao se reportar à solidariedade “nas obrigações decorrentes da relação de emprego”.
2ª corrente – Solidariedade ativa e passiva – Empregador único: além da solidariedade passiva, a qual é incontroversa, somar-se-ia também a solidariedade ativa das empresas componentes do grupo econômico em relação ao mesmo contrato de trabalho (solidariedade dual). Todos os entes integrantes do grupo seriam, pois, ao mesmo tempo, empregadores e não somente garantidores de créditos trabalhistas (empregador único). Ex: Arnaldo Süssekind, Mozart Victor Russomano, José Martins Catharino e Délio Maranhão.
( A favor desta tese, o texto do artigo 2º, § 2º, da CLT, ao se reportar à solidariedade “para os efeitos da relação de emprego”.
( Súmula nº 129 do C. TST: “A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário”.
( Desta forma, a jurisprudência sumulada do C. Tribunal Superior do Trabalho aderiu à tese da solidariedade dual (ativa e passiva), constituindo a figura do “empregador único”.
Efeitos:
a) a contagem do tempo de serviço prestado sucessivamente às diversas empresa do grupo (accessio temporis);
b) a necessidade de equiparação salarial, na hipótese de trabalho de igual valor, entre empregados das empresas integrantes do grupo;
c) o pagamento de um único salário ao empregado pelos serviços prestados às empresas integrantes do grupo durante a mesma jornada normal de trabalho;
d) a caracterização da natureza salarial dos valores habitualmente recebidos das empresas componentes por serviços prestados diretamente a elas; 
e) a extensão do poder de direção empresarial às empresas componentes do grupo.
4.5. Aspectos Processuais:
( Cancelamento da Súmula nº 205 do C. TST (“O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da relação processual como reclamado e que, portanto, não consta no título executivo judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo na execução”).
( Mesmo não constando do título executivo judicial, a empresa componente do mesmo grupo econômico do devedor poderá ser sujeito passivo na execução, pois a hipótese é de empregador (devedor) único. Ex: Alice Monteiro de Barros.
�PAGE �
�PAGE �1�

Outros materiais