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INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS – IFMG CAMPUS OURO PRETO TÉCNOLOGIA EM CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS IMOVEIS ARTE ROMÂNICA Ouro Preto – Minas Gerias 2016 ARTE ROMANICA Ouro Preto - MG 2016 Sumário INTRODUÇÃO .............................................................................................. 4 ARTE ROMÂNICA ........................................................................................ 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 9 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 10 INTRODUÇÃO Românico entende-se por o estilo artístico estruturado no fim do século X, consolidado no início do XI, delimitou-se como estilo na Europa ocidental, beneficiado pelo poder das ordens monásticas, grandes peregrinações religiosas e pelo desenvolvimento do sistema feudal. Permaneceu na Europa cristã até o início do século XIII, antecedendo ao gótico. Instaurou-se em um momento em que a cristandade se encontrava em atividade criadora e expansionista, época de reformas monásticas e de consolidação tanto do poder espiritual quanto do temporal. A designação de "românico" foi concebido apenas no século XIX na França e propagado por arqueólogos que inquiriam que a arquitetura reutilizava procedimentos artísticos dos antigos romanos. Se mostra em sua maioria através de igrejas esculturas e pinturas, das quais as duas ultimas estão vinculadas aos marcos arquitetônicos. Inspirou as produções da primeira arte tipicamente europeia, pois suas manifestações se estenderam, com características semelhantes, de Portugal até o leste da Europa e das ilhas Britânicas à Itália. ARTE ROMÂNICA A partir do século X os construtores deixaram de usar o teto de madeira e passaram a utilizar rochas com o intuito alem de estético, o de minimizar os incêndios que aconteciam frequentemente devido ao material no qual as igrejas eram construídas. As igrejas românicas são construídas com o principio “muralho” (o que também acontece no estilo gótico). O principio muralho significa que a igreja é construída de rochas da base ao teto. Uma das grandes características das igrejas românicas são os arcos de circunferência, estes são muito importantes do ponto de vista estrutural, assim como funcional e estético. Em grande parte das obras românicas é possível perceber como é a divisão interna, olhando as obras por fora. O românico difere-se pela preocupação em distribuir os espaços de forma que a parte pudesse ser divisada em separado, mas sempre subordinada ao todo. As peregrinações foram importantes na disseminação do estilo, em especial a que se dirigia a Santiago de Compostela, na Espanha: as rotas seguidas transformaram-se em canais para propagação das novas formas por toda a cristandade Europeia. Imagem 01: Catedral de Santiago de Compostela Fonte: A World To Travel, 2016. As construções românicas tiveram, como antecedentes, elementos da arquitetura eclética do renascimento carolíngio -- a arquitetura romana, a bizantina e as técnicas de edificação em madeira dos povos bárbaros -- embora os resultados decisivos e a coerência estilística só tenham sido alcançados em meados do século XI. Equipes de arquitetos, escultores e canteiros iam de um lugar para outro realizando obras, fato que auxiliou para dar ao românico sua unidade estilística. As edificações desse primeiro período eram feitas com rochas aparelhadas em blocos de formas regulares. Em alguns casos, a pedra era revestida de mármore de cores diferentes, como no românico italiano, exemplificado pelo conjunto que inclui, em Pisa, o batistério, a catedral, e a famosa torre inclinada. A planta em cruz latina, de clara origem paleocristã, prevaleceu nas igrejas, que, além de torres, tinham de três a cinco naves terminadas por uma ou várias absides. Plantas de outros tipos, menos freqüentes, foram também adotadas, como a planta circular da ordem dos templários (igreja de Vera Cruz, em Segóvia, Espanha), a planta em cruz grega (Saint-Front de Périgueux, França, com forte influência bizantina), e a planta poligonal, seguida em igrejas da Alemanha (Ottmarsheim) e da Espanha (Torres del Río, em Navarra). Imagem 02: Igreja de Vera Cruz Fonte: Alselmo Sousa, 2007 Imagem 03: Planta Baixa de Saint-Front de Périgueux Fonte: Great Building As igrejas românicas impunham-se pela aparência maciça, com a predominância de massas na horizontal. Suas paredes, grossas, que contem resistentes apoios, os pilares, que recebem o peso a ser sustentado das abobadas que são descarregados através dos arcos. As paredes, em sua maioria tinham poucas aberturas, o que tornava os interiores escuros, compatíveis com um sentido de religiosidade concentrada e mística. Na cobertura, foi muito usada a abóbada de berço ou semicilíndrica, prolongada por arcos transversais de reforço. Pelo lado de fora, as paredes eram reforçadas por contrafortes, e a existência de naves laterais contribuía igualmente para a sustentação da obra. Nas igrejas de peregrinação, as naves laterais possuíam um segundo andar, a tribuna, que se abria em arcadas para a nave central e servia também para alojar fiéis, de modo a ampliar o espaço útil do templo. Entre as igrejas desse tipo, dotadas ainda de passagem em volta do altar central -- o deambulatório -- destacaram-se Saint-Sernin de Toulouse, na França, e Santiago de Compostela, na Espanha. Imagem 04: Saint-Sernin de Toulouse Fonte: ladepeche, 2013. O arco mais utilizado foi o semicilíndrico, em geral ornamentado. Além das abóbadas de berço com arcos de reforço, usaram-se também abóbadas de arestas, constituídas pela interseção de duas abóbadas cilíndricas, com a conseqüente formação de arestas salientes para dentro do espaço coberto. As cúpulas situavam-se no cruzeiro, ponto de união da nave central com a nave transversal ou transepto. Algumas igrejas, por influência bizantina, possuíam várias cúpulas, como as catedrais de Angoulême e Puy, na França. Grande parte da ornamentação das igrejas se concentrava nos pórticos das fachadas, que resultavam da justaposição de vários arcos concêntricos apoiados em colunetas. Torres e campanários flanqueavam freqüentemente as fachadas. Na formação do românico, a importância dos ensinamentos originários de Cluny, desde o ano 984, foi seguida, a partir de 1100, pelas lições provenientes do mosteiro de Cister, na Borgonha. O estilo cluniacense, de ornamentação profusa e luxuosa, com pinturas murais e muitas esculturas, contrastava com a sobriedade do cisterciense, muitas vezes com paredes nuas e colunas não decoradas. A arquitetura civil, mais rara que a religiosa, tomou forma na edificação de castelos e fortalezas. A ornamentação escultórica, freqüente nos pórticos das igrejas, era também costumeira nos capitéis das colunas. Correspondia, como a pintura, a uma intenção didática: narrava episódios religiosos com a finalidade de doutrinar os fiéis, em sua maioria iletrados, por meio de linguagem visual expressiva e clara. A escultura e a pintura românicas não se propunham à representação fiel da natureza. Tendiam a umageneralização dos traços e ao expressionismo, por enfatizarem os estados psicológicos e por darem tratamento exagerado a certos aspectos da fé, de modo a realçar as representações de interesse doutrinário, como as do mal, do pecado e do inferno. A escultura estava intimamente associada à arquitetura. Suas figuras, assim, ora se alongavam nas colunas, ora decoravam os capitéis e arquivoltas, ora ainda compunham, nos tímpanos, cenas repletas de personagens. Nos tímpanos, espaços semicirculares sobre as portas das igrejas, representavam-se as cenas de maior importância: o Todo-Poderoso -- o Pantocrator --, rodeado pelos símbolos dos evangelistas, ou o Juízo Final. Entre os exemplos mais significativos, destacam-se os de Moissac e Vézelay, na França, bem como os tímpanos de San Isidoro de León e da catedral de Santiago de Compostela, na Espanha. Imagem 05: Timpanos San Isidore de León Fonte: iesleopoldocano CONSIDERAÇÕES FINAIS A arte românica se apresentou-se em sua maioria através de igrejas. A uniformidade do românico aplicou-se, em grande parte, à influência do mosteiro de Cluny, na França, que ditou novo modo de vida monástica e também, correspondendo a ele, uma nova concepção arquitetônica. Das igrejas românicas, muitas se perderam devido a restaurações mal feitas, outras se transformaram em igrejas goticas e algumas foram destruidas em processos revolucionarios. REFERÊNCIAS História da arte II - Programa 22,23 e 24 - Arte românica: Arquitetura e Relevo Escultórico - parte 1, 2 e 3. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=wQukBeuCbB0&index=22&list=PLxI8Can9yA HcJ-wA1MpfTLDL-MZDcBJ5e> Acesso em: 22 Jul. 2016. Arte Românica. Disponivel em: <http://historia-da-arte.info/idade-media/arte- romanica.html > Acesso em 22 Jul. 2016. Arte Românica. Disponivel em:<http://www.historiadasartes.com/nomundo/arte- medieval/arte-romanica/> Acesso em 23 Jul. 2016 Imagem 01. Disponivel em: <http://www.aworldtotravel.com/wp- content/uploads/2013/01/Cathedral-Santiago-of-Compostela.jpg> Acesso em 25 Jul 2016. Imagem 02. Disponivel em: <https://c2.staticflickr.com/2/1193/5135924129_63bba43857_b.jpg> Acesso em 25 Jul 2016. Imagem 03. Disponivel em: <http://www.greatbuildings.com/cgi- bin/gbcdrawing.cgi/St_Front_at_Perigueux.html/St._Front_Perig_Plan.html> Acesso em 25 Jul 2016. Imagem 04. Disponivel em: <http://www.ladepeche.fr/diaporama/toulouse-vue-du- ciel/saint-sernin.html> Acesso em 25 Jul 2016. Imagem 05. Disponivel em: <http://iesleopoldocano.centros.educa.jcyl.es/aula/archivos/repositorio/0/5/html/we b/etapa4/isidoro/> Acesso em 25 Jul 2016.
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