Buscar

sistema nervoso autonomo

Prévia do material em texto

FARMACOLOGIA
DO
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Profa. Patrícia Corrêa Dias
Curso de Farmácia - FACIS
INTRODUÇÃO
CONSIDERAÇÕES GERAIS
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
Autônomo Somático
Junção neuromuscular
Simpático
Parassimpático
Entérico
Controle das funções 
involuntárias
Controle das funções 
voluntárias
Contração e relaxamento da 
musculatura esquelética 
(estriada)
Contração e relaxamento da 
musculatura lisa, secreções 
exócrinas e endócrinas, batimentos 
cardíacos e tônus vascular, 
metabolismo
ANATOMIA
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E PERIFÉRICO
 Autônomo
- 2 neurônios em série 
- Sinapse efetora 
 Periférico/Somático
- 1 sinapse efetora 
SNC - Medula
Gânglio Órgão Efetor (coração, intestino, bexiga e outros)
SNC - Medula Órgão Efetor (fibra muscular esquelética)
ANATOMIA
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
 Simpático
Tóraco-Lombar (1º segmento
torácico até 2º ou 3º lombares
 Parassimpático
Crânio-Sacral (mesencéfalo e
bulbo) e região sacral
ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
A SUPRA RENAL
Sinapse simpática, com 
liberação de Ach
Supra Renal = “Gânglio 
Simpático” – libera adrenalina 
no sangue
SIMPÁTICO X PARASSIMPÁTICO 
O CONTROLE DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS
SIMPÁTICO X PARASSIMPÁTICO 
“AÇÕES ANTAGÔNICAS – EQUILÍBRIO”
Peristaltismo
CONCEITOS GERAIS
DEFINIÇÕES EM FISIOLOGIA
Sinapses
Estruturas especializadas, que efetuam a transmissão
de um impulso nervoso de um neurônio para outro ou
de um neurônio para uma célula efetora de um
determinado órgão.
 Neurotransmissores
Substâncias químicas produzidas pelos neurônios, liberadas nas sinapses,
capazes de interagir com receptores específicos para transmitir
informações a outras células, alterações de suas funções.
Receptor
Macromoléculas, geralmente proteicas, presentes na membrana plasmática
ou interior das células que, interagem com os neurotransmissores para
transmitir informações, desencadeiam alterações biomoleculares e
modificam a função celular.
CONCEITOS GERAIS
DEFINIÇÕES EM FARMACODINÂMICA
Agonistas
Substâncias químicas (fármacos) capazes de interagir
com um receptor e transmitir uma determinada
informação, que desencadeie o respectivo máximo.
Antagonistas
Substâncias químicas (fármacos) capazes de interagir com um receptor,
sem desencadear nenhum efeito (ausência de atividade intrínseca), de
forma competitiva (reversível) ou não competitiva (irreversível).
Agonistas Parciais
Substâncias químicas (fármacos) capazes de interagir com um receptor e
transmitir uma determinada informação, desencadeando apenas um efeito
parcial.
SNA AUTÔNOMO
SINAPSES E NEUROTRANSMISSORES
Parassimpático
Gânglio: Receptor Nicotínico – Ach
Órgãos: Receptor Muscarínico (subtipos M1, M2,M3, M4 e M5) - Ach
Amanita muscaria
Nicotiana tabacum
Nicotina
Agonista Colinérgico Ganglionar
Muscarina
Agonista Colinérgico Periférico
SNA AUTÔNOMO
SINAPSES E NEUROTRANSMISSORES
Simpático
Gânglio: Receptor Nicotínico – Ach
Órgãos: Receptor Noradrenérgico
(subtipos α1, α2, β1, β2 e β3) - Nor
Nicotiana tabacum
Nicotina
Agonista Colinérgico Ganglionar
Noradrenalina
Agonista Adrenérgico Periférico
SNA AUTÔNOMO
RECEPTORES E SEUS SUBTIPOS
Receptor Nicotínico
Canal iônico operado por ligante
Receptor Muscarínico
Acoplado à proteína G - Ex.: M2
SINAPSE NICOTÍNICA
DETALHE
Canal Iônico
Operado por Ligante (Ach)
NEUROTRANSMISSÃO PARASSIMPÁTICA 
CICLO DA ACETILCOLINA
AcCoA + Colina
Acetilcolina - Ach
Internalização para vesículas
Aproximação, fusão com a membrana e 
liberação da Ach na fenda sináptica 
Ação nos receptores
Degradação na fenda
Acetato + Colina
Colina Acetil Transferase
Acetilcolinesterase
RECEPTORES PARASSIMPÁTICOS
COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS
Receptor Órgão Resposta Mecansimo Molecular
M1
Neurais SNC
- Indefinidas Proteína Gq11
-  PLC ( IP3 e DAG)
-  Ca ++ citosólico
M2
Coração
Nodo SA
Átrio
Nodo AV
Ventrículo
-  despolarização espontânea
- hiperpolarização
-  da duração do potencial de ação
-  da força de contração
-  da velocidade de condução
-  da força de contração (leve)
Proteína Gi / G0
-  de canais de K+
-  da adenililciclase 
(AMPc)
-  da barreira de 
voltagem da 
atividade do canal 
de Ca + + tipo L
Memória, vigília e concentração
RECEPTORES PARASSIMPÁTICOS
COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS – M1
RECEPTORES PARASSIMPÁTICOS
COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS
Efeitos depressores sobre o 
coração
Receptor M2
Diminuição da força de 
contração e da frequência 
cardíaca
- Efeito inotrópico ( - )
- Efeito cronotrópico ( - )
RECEPTORES PARASSIMPÁTICOS
COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS
Receptor Órgão Resposta Mecansimo Molecular
M3
Glândulas
Sudoríparas
Lacrimais
Gástricas
Salivares
- das secreções
(suor, lágrima, HCl,
lágrimas)
Proteína Gq11
-  PLC ( IP3 e DAG)
-  Ca ++ citosólico
M3
Músculo Liso
Trato 
Gastrointestinal
Trato Urinário
Útero
Brônquios
-  Peristaltismo
- saída de urina
( detrusor,  trígono e
 esfíncter)
-  Contrações
-  Broncoconstrição
Proteína Gq11
-  PLC ( IP3 e DAG)
-  Ca ++ citosólico
Receptor Órgão Resposta Mecansimo 
Molecular
M3
Músculo 
Liso
Vaso
- da secreção de
óxido nítrico - NO
(vasodilatação)
Proteína G
Vasodilatação pela 
liberação de NO
Hipotensão
RECEPTORES PARASSIMPÁTICOS
COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS
Receptor Órgão Resposta Mecansimo 
Molecular
M3
Músculo Liso 
Circular da 
Íris
Olho
- contração 
-miose
Proteína G
RECEPTORES PARASSIMPÁTICOS
COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS
Receptor Órgão Resposta
 1
Vasos - Contração (+ importante)
 2
Vasos
(musculatura 
esquelética)
-Dilatação
 1 Coração
-  frequência
-  força de contração
 2
Pulmão
(Brônquios, 
Traquéia)
-Dilatação
 1 - Olho - midríase (dilatação da pupila)
(contração do músculo radial)
RECEPTORES ADRENÉRGICOS
ÓRGÃOS E AÇÕES
Receptor Órgão Resposta
 1
Rim - Secreção de renina
 2
Bexiga
Detrusor
- Relaxamento
 2 Útero - Relaxamento
 2 - Músculo 
esquelético
- Contratilidade
- Glicogenólise
RECEPTORES ADRENÉRGICOS
ÓRGÃOS E AÇÕES
Compostos químicos (fármacos) de estrutura bem definida, que apresentam a
capacidade de mimetizar a função do ramo parassimpático do sistema nervoso
autônomo
FÁRMACOS
PARASSIMPATOMIMÉTICOS
Ação direta
Agonistas Muscarínicos Inibidores da degradação da Ach
(inibidores da acetilcolinesterase)
Ação indireta
AGONISTAS MUSCARÍNICOS – AÇÃO DIRETA
CLASSIFICAÇÃO
Ésteres da Colina
Acetilcolina, Arecolina (sem uso clínico)
Metacolina, Carbacol e Betanecol
Alcalóides Naturais
Muscarina (sem uso clínico)
Pilocarpina
Agonista
Sensibilidade 
às 
colinesterases
Cadio-
vascular
Gastro-
intestinal Vesical Ocular
Antag. 
pela 
atropina
Atividade 
nicotínica
Metacolina + +++ ++ ++ + +++ +
Carbacol - + +++ +++ ++ + +++
Betanecol - ± +++ +++ ++ +++ -
Pilocarpina - + +++ +++ ++ +++ -
Acetilcolina +++ ++ ++ ++ + +++ ++
Muscarina - ++ +++ +++ ++ +++ -
- Composto quaternário, incapaz de ultrapassar membranas;
- Não apresenta importância terapêutica, devido à multiplicidade de ações
(atividade muscarínica e nicotínica, que geram grande nº de efeitos colaterais) e
rápida inativação pela acetilcolinesterase (pequena duração de ação).
AGONISTAS COLINÉRGICOS – PARASSIMPATOMIMÉTICOS
ACETILCOLINA
Informações Gerais
- Não é hidrolisado pela acetilcolinesterase,mas é hidrolisado por outras esterases
- Possui pouca ação nicotínica, mas intensa ação muscarínica
- Duração de efeito de ± 1 hora
- Ações de aumento do tônus e da motilidade do TGI e do tônus músculo
detrusor da bexiga; relaxa o trígono e o esfíncter = Expulsão da urina
- Tratamento da bexiga atônica (pós-parto) e retenção urinária não obstrutiva pós-
operatória.
- Tratamento da distensão abdominal, íleo paralítico, megacolon e retenção gástrica
AGONISTAS COLINÉRGICOS – PARASSIMPATOMIMÉTICOS
BETANECOL
Informações Gerais
Usos Terapêuticos
Efeitos Adversos
- Efeitos decorrentes da estimulação colinérgica (muscarínica) generalizada:
sudorese, salivação, rubor cutâneo, hipotensão, náusea, dor abdominal, diarréia,
broncoespasmo.
- Possui ações nicotínicas (ganglionares) e muscarínicas
- Duração de efeito de ± 1 hora
- Efeitos intensos sobre os sistemas cardiovascular e gastrointestinal, devido à
ação ganglionar.
AGONISTAS COLINÉRGICOS – PARASSIMPATOMIMÉTICOS
CARBACOL
Informações Gerais
- Raramente utilizado, exceto no tratamento do glaucoma (agente miótico - colírio)
Usos Terapêuticos
Efeitos Adversos
-Efeitos decorrentes da estimulação colinérgica (muscarínica) generalizada: 
sudorese, salivação, rubor cutâneo, hipotensão, náusea, dor abdominal, diarréia,
broncoespasmo.
PILOCARPINA – Pilocarpus jaborandi Holmes
HISTÓRICO
Symphronio Olympio Cesar Coutinho
(1833 -1887)
- Alcalóide natural, menos potente que a Ach, com ação miótica (muscarínica), para
uso em oftalmologia no tratamento do glaucoma
- Tratamento da xerostomia, após quimioterapia ou na Síndrome de Sjogren
AGONISTAS COLINÉRGICOS – PARASSIMPATOMIMÉTICOS
PILOCARPINA
Midríase Miose
AGONISTAS COLINÉRGICOS – PARASSIMPATOMIMÉTICOS
EFEITO MIÓTICO - GLAUCOMA
Contração da musculatura circular da
íris, via receptores M3, facilitando a
drenagem do humor aquoso e
diminuindo a pressão intra-ocular
Mecanismo de Ação
São inibidores reversíveis ou irreversíveis da enzima acetilcolinesterase,
elevando, desta forma, a concentração de acetilcolina na fenda sináptica.
Como resultado temos o aumento da função do neurônio colinérgico.
COLINÉRGICOS DE AÇÃO INDIRETA
ANTICOLINESTERÁSICOS
Classificação
- Inibidores Reversíveis da AChE
Amina monoquaternária: Edrofônio
Carbamatos: fisostigmina, neostigmina, piridostigmina
- Inibidores Irreversíveis da AChE
Inseticidas organofosforados: paration, malation
Gases bélicos: sarin, soman, tabun
ANTICOLINESTERÁSICOS
MECANISMO DE AÇÃO
ANTICOLINESTERÁSICOS
USO TERAPÊUTICO
Glaucoma – acúmulo de Ach e promoção da miose
Miastenia gravis
Para o estudo desta utilização terapêutica, é necessário 
abrir um parêntese.....
Sair do SNA e aproveitar os conceitos de transmissão 
colinérgica para entender o S N Somático e o 
funcionamento da Junção Neuromuscular
FÁRMACOS MUSCARÍNICOS DE AÇÃO DIRETA E INDIRETA
EFEITOS COLATERAIS GERAIS
- Excitação do SNC
- Broncorréia
- Sialorréia
- Lacrimejamento
- Sudorese
- Rubor Facial
- Aumento da micção
- Cólicas intestinais
- Diarréia
- Miose
- Bradicardia
- Broncoconstrição
Exarcerbação Parassimpática
PARASSIMPATOLÍTICOS
ANTICOLINÉRGICOS DE AÇÃO DIRETA
São substâncias químicas (fármacos), de estrutura química definida, que são
capazes de bloquear o ramo parassimpático do sistema nervoso autônomo,
interagindo com o receptor colinérgico. Não possuem atividade intrínseca, ou
seja, interagem fisicamente, de forma competitiva, com o receptor, mas não
desencadeiam seu respectivo efeito , ocupando o lugar do neurotransmissor (Ach)
e inibindo a ação dele.
atropina
EXEMPLOS
escopolamina
Antiespasmódicos
- Alcalóides Naturais da Atropa belladonna e Datura sp
- Atropina (hioscinamina) - (Atroveran) Fitoterápico
- Escoplamina (hioscina)
- Homatropina
- Derivados semi-sintéticos do amônio quaternário
- Metilbrometo de escopolamina (Buscopan)
- Metilbrometo de homatropina (Espasmo Luftal)
PARASSIMPATOLÍTICOS - ANTIMUSCARÍNICOS
CLASSIFICAÇÃO
GASTROENTEROLOGIA / GINECOLOGIA / UROLOGIA
Antiespasmódicos - Tratamento de Cólicas
- Intestinais
- Renais
- Menstruais
- Vesícula Biliar
Diminuição do tônus da
musculatura lisa
via bloqueio dos receptores M3
- Derivados sintéticos do amônio quaternário
- Propantelina (Pazoline)
- Ipratrópio (Atrovent)
- Derivados sintéticos do amônio terciário
- Piperidolato (Dactil OB)
- Tropicamida (Midriacil) 
- Ciclopentolato (Cicloplégico)
- Derivados sintéticos do amônio terciário com propriedades antiespasmódicas
- Diciclomina (Bentil)
PARASSIMPATOLÍTICOS - ANTIMUSCARÍNICOS
CLASSIFICAÇÃO
PARASSIMPATOLÍTICOS - ANTIMUSCARÍNICOS
USOS TERAPÊUTICOS
OBSTETRÍCIA
Prevenção do parto prematuro
Diminuição do tônus da musculatura 
lisa via bloqueio dos receptores M3
- Piperidolato (Dactil OB)
PARASSIMPATOLÍTICOS - ANTIMUSCARÍNICOS
USOS TERAPÊUTICOS
PNEUMOLOGIA
Tratamento do broncoespasmo (asma e bronquite)
Diminuição do tônus da musculatura 
lisa via bloqueio dos recpetores M3
(broncodilatação)
Ipratrópio (Atrovent OB)
OFTALMOLOGIA
 Fundoscopia (midriático)
Tropicamida Ciclopentolato
 Refringência do Cristalino (cicloplégico)
Tropicamida Ciclopentolato
PARASSIMPATOLÍTICOS - ANTIMUSCARÍNICOS
USOS TERAPÊUTICOS
CIRURGIA
Medicação pré-anestésica
Atropina, Escopolamina e Homatropina
Redução da secreção gástrica
Redução da secreção salivar
Redução da secreção brônquica
Sedação e amnésia
PARASSIMPATOLÍTICOS - ANTIMUSCARÍNICOS
USOS TERAPÊUTICOS
OUTROS PARASSIMPATOLÍTICOS
AÇÃO INDIRETA
Hemicolínio
Inibidor da recaptação de colina
Vesamicol
Inibidor da internalização da Ach
para as vesículas
Toxina Botulínica
Inibidora da liberação das
vesículas (exocitose) de Ach na fenda

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes