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Universidade de Brasília Instituto de Ciência Política MONITORIA DE INTRODUÇÃO À CIÊNCIA POLÍTICA GABARITO LISTA DE QUESTÕES Unidade I SCHMITTER Questão 1 – Tendo como base os conceitos apresentados por Schmitter em seu texto “ Reflexões sobre o conceito da política”, relacione os elementos corretamente, de acordo com os sentidos apresentados de política. i) Instituições 1) A tarefa de uma ciência política seria explicar e presumivelmente predizer, por que uma determinada linha de conduta foi, é ou será adotada. ii) Decision Making 2) Atrela a política ao desarmamento não-violento de conflitos como objetivo principal. iii) Funcionalismo 3) Relaciona a política à ação do Estado e de organizações anexas que participam da atividade Estatal. iv) Poder 4) Pode ser confundido com autoridade e/ ou com influência, sendo um dos pontos principais da política. A) i -2, ii – 4, iii – 3, iv – 1 B) i - 3 , ii - 2 , iii - 1 , iv - 4 C) i - 4 , ii - 1, iii - 2 , iv - 3 D) i - 1, ii - 3 , iii - 4 , iv - 2 E) i - 3 (p.32), ii – 1(p.35) , iii – 2 (p.36) , iv – 4 (p.33) Questão 2 – Assinale a alternativa incorreta sobre os conceitos apresentados por Schmitter em seu texto “ Reflexões sobre o conceito da Política”. A) O poder é apresentado como um dos elementos característicos da política pelo autor, sendo até mesmo relacionado ao fenômeno da coerção e da violência, muito característicos de Max Weber. CORRETA: O autor apresenta o poder juntamente com a autoridade e a influência como sendo uma das características da política; dentre outras definições, ele ainda se utiliza da definição de Weber como “ o meio decisivo da política é a violência”. (p.33) B) A definição apresentada de Schmitter para definir a ciência política tem sua tese fundamentada na questão de essa buscar avidamente por ser científica, implicando preocupações teóricas e metodológicas, sendo assim sua definição principal. INCORRETA: O autor afirma que a Ciência Política contemporânea se distingue pela vontade de ser científica, mas também explica que essa não é sua definição. (p.31) C) Os fatores que definem a política, de acordo com o autor, são: suas instituições, seus recursos, seus processos e sua função. CORRETA: (p.32) D) Apesar de apresentar a função da política como resolução de conflitos, ele apresenta uma ressalva, pois a política não põe fim ao conflito, existindo por vezes permanentemente dentro da sociedade. CORRETA: (p.36) E) Os atores políticos necessariamente são heterogêneos, ou seja, convivem de forma a manter um conflito ao mesmo tempo que uma interdependência. CORRETA: (p.37) Questão 3 – De acordo com o texto de Philippe Schmitter, julgue como certas ou erradas as alternativas a seguir. I – A política pode ser definida por dois focos distintos, embora relacionados: o estudo do conflito e o estudo da integração. CERTA: Definição. (p.37) II – A definição de Ciência Política por Instituições compreende somente o Estado, não considerando partidos, facções, grupos de pressão, entre outros. ERRADA: Tal definição da Ciência Política considera organizações anexas que podem intervir na atividade Estatal. (p.32) III – Para ser político, o ato social deve ser controverso – indicando um conflito, e seus atores precisam ser livres de limitações. ERRADA: Os atores políticos devem ser limitados, de forma a causar uma restrição mútua, para que o ato social seja político. (p.36) IV – A ideia de autoridade apresentada relaciona-se a um poder obedecido voluntariamente. CORRETA: Definição. (p.34) A) I – E, II – E, III – E, IV – C B) I – C, II - C, III – C, IV -E C) I – C, II – E, III – E, IV – C D) I – E, II – C, III – E, IV – C E) I – C, II - E, III – E, IV - E WEBER 1. Poucos anos antes de sua morte, Max Weber, sociólogo alemão, realiza uma palestra dedicada aos jovens estudantes da então Universidade de Munique. Posteriormente transcrita e organizada, a palestra intitulada “Política como Vocação” reúne conceitos que, hoje em dia, são canônes para a disciplina da ciência política, assim como para a sociologia. Selecione a alternativa mais adequada em relação aos conceitos weberianos de (I) Estado moderno; (II) fundamentos da legitimação da dominação; e, por fim, (III) os motivos que garantem a obediência ao detentor do poder. a) Para o autor, (I) o Estado seria uma comunidade espiritual que, dentro dos limites de determinado território, reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física. Além disso, (II) os três fundamentos da legitimação da dominação seriam: o poder tradicional, o poder carismático e o poder racional-legal. (III) Poder e destreza seriam os motivos da obediência ao detentor do poder. INCORRETA. Para Weber, o Estado é uma comunidade humana (p. 56). Além disso, os motivos da obediência ao detentor do poder são: retribuição material e prestígio social (p. 59). b) Para o autor, (I) o Estado seria uma comunidade patriarcal que, dentro dos limites de determinado território, reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física. Além disso, (II) os três fundamentos da legitimação da dominação seriam: o poder tradicional, o poder espiritual e o poder racional-legal. (III) Burocracia e audácia seriam os motivos da obediência ao detentor do poder. INCORRETA. Para Weber, o Estado é uma comunidade humana (p. 56). Os três fundamentos da legitimação são: o poder tradicional, o poder carismático e o poder racional-legal (p. 57). Além disso, os motivos da obediência ao detentor do poder são: retribuição material e prestígio social (p. 59). c) Para o autor, (I) o Estado seria uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território, reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física. Além disso, (II) os três fundamentos da legitimação da dominação seriam: o poder tradicional, o carismático e o poder racional-legal. (III) Aspiração ao poder e tradição seriam os motivos da obediência ao detentor do poder. INCORRETA. Para Weber, os motivos da obediência ao detentor do poder são: retribuição material e prestígio social (p. 59). d) Para o autor, (I) o Estado seria uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território, reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física. Além disso, (II) os três fundamentos da legitimação da dominação seriam: o poder tradicional, o carismático e o poder racional-legal. (III) Retribuição material e prestígio social seriam os motivos da obediência ao detentor do poder. CORRETA. Para Weber, o Estado é uma comunidade humana (p. 56). Os três fundamentos da legitimação são: o poder tradicional, o poder carismático e o poder racional-legal (p. 57). Além disso, os motivos da obediência ao detentor do poder são: retribuição material e prestígio social (p.59). 2. Julgue as sentenças abaixo de acordo com os conceitos postulados por Weber na sua obra “Política como Vocação”. Selecione, então, a alternativa mais adequada. I. A ética da responsabilidade consiste em uma postura a ser adotada pelos homens políticos. Ela se baseia na atitude, realizada pelos agentes políticos, de responsabilização dos seus atos a motivos externos a sua capacidade de ação, como “a vontade de Deus” ou a “sorte”. II. A ética da convicção consiste em uma postura a ser adotada pelos homens políticos. Ela se baseia na atitude, realizada pelos agente políticos, de responsabilização dos seus atos a motivos internos a sua capacidade de ação. III. O senso de proporção seria a capacidade do agente político de, reconhecendo a impossibilidade de exercício da atividade política de forma eticamente monocrática (com base em só uma das duas éticas), saber equilibrar a incorporação do exercício destas duas éticas na sua atividade política. a) I – V, II – V, III – F b) I – F, II – F, III – V c) I – F, II – F, III – F d) I – F, II – V, III – V e) I – V, II – V, III – V CORRETA: Alternativa “B”. As definições das éticas estão invertidas. A ética da responsabilidade internaliza a responsabilização dos atos (p. 113), enquanto a ética da convicção externaliza a responsabilização dos atos (pp. 113-14). A definição de senso de proporção está correta (pp. 110-11). 3. De acordo com o texto citado previamente, analise as afirmações abaixo e identifique a incorreta. a) “Sociologicamente, o Estado não se deixa definir a não ser pelo específico meio que lhe é peculiar, tal como é peculiar a todo outro agrupamento político, ou seja, o uso da coação física” (WEBER, 2000, p. 56). Logo, Weber acredita que, havendo ausência de instituições que exercam violência (ou coação física em geral), o conceito de Estado inexistira, subsistindo apenas a “anarquia”. CORRETA. Weber menciona esta visão no início da palestra, definindo a violência (e a coação física em geral) como meio definidor do Estado. Logo, concordando com a afirmação de Trotsky de que “Todo Estado se baseia na força”, Weber analisa que, havendo ausência de coação física (o meio definidor), inexiste Estado. (p. 57) b) “No momento, voltaremos a atenção, particularmente, para o segundo tipo de legitimidade, ou seja, o poder brotado da submissão ao ‘carisma’ puramente pessoal do ‘chefe’” (WEBER, 2000, p. 58). Dentro da tipologia ideal que analisa os fundamentos da legitimação da dominação, Weber denota que a modalidade mencionada na citação se funda na crença nos dons pessoais e extraordinários de um determinado indivíduo, bem como na crença de que ele seria dotado de qualidades prodigiosas e outras características exemplares. CORRETA. Analisado como um dos fundamentos que legitima a dominação exercida entre os homens, o “poder carismático” se basearia na crença da existência de qualidades excepcionais, dotes prodigiosos e dons extraordinários em certos indivíduos que, assim sendo, justificariam sua autoridade sob seus seguidores. (p. 57) c) “Toda empresa de dominação que reclame continuidade adminsitrativa exige, de um lado, que a atividade dos súditos se oriente em função da obediência devida aos senhores que pretendem ser os detentores da força legítima” (WEBER, 2000, p. 59). No caso do Estado, Weber analisa que a obediência se funda em dois dispositivos: a riqueza material e o prestígio social. CORRETA. Como análise das relações de obediência que fundam a aderência dos funcionários do Estado à lógica burocrática-racional-legal, Weber identifica este dois fatores como primordiais para a garantia da obediência: a riqueza material e o prestígio social. Em relação ao primeiro, a recompensa material baseia a garantia da obediência. Secundariamente, o prestígio social inerente ao exercício das funções do Estado é mais um dos insumos a obediência. (pp. 59-61) d) “Há duas maneiras de fazer política. Ou se vive ‘para’ a política ou se vive ‘da’ política.” (WEBER, 2000, p.64). Dentro desta tipologia ideal weberiana, segundo Weber, o homem que vive “para a política” deve ser economicamente independente e economicamente disponível. Ou seja, ele deve ter uma fortuna pessoal garantida (economicamente independente), além de aferir tais rendas sem necessariamente dedicar seu tempo a esta atividade (economicamente disponível). CORRETA. Analisando sob esta distinção tipológica, Weber define tais requisitos como mais adequados para tal modalidade (viver “para a política”) de exercício da atividade política. (p. 65) e) “A ética do Sermão da Montanha? O Sermão da Montanha – onde se traduz, segundo entendo, a ética absoluta do Evangelho – é algo muito mais sério do que imaginam os que, em nossos dias, citam, com leveza, seus mandamentos” (WEBER, 2000, p. 111). Dentro das discussões acerca da presença da dimensão ética na atividade política, Weber afirma, contrariando as observações de Maquiavel, que a ética do Sermão da Montanha seria plenamente compatível com a atividade política. INCORRETA. Apesar de afirmar o permeio da esfera ética dentro da esfera política, Weber denota que uma possível “ética do Sermão da Montanha” se opõe diametralmente aos requisitos necessários para a realização efetiva da atividade política que, segundo ele, deve se basear na ética da responsabilidade, na ética da convicção e no senso de proporção. (pp. 111-14). ARENDT 1) Em seu texto “Sobre a Violência”, Hannah Arendt tem como tema central de sua discussão a diferença entre Poder e Violência. Sobre essa diferença, assinale a alternativa INCORRETA. a) Poder só pode existir se relacionado a um grupo de indivíduos e, portanto, NÃO é propriedade ou característica individual. É entendido como a habilidade humana para agir em concerto. Se alguém ocupa uma posição tida como “de poder”, é porque tem consentimento de um grupo. Ao dizer que instituições políticas são manifestações de poder popular e que decaem tão logo o apoio do povo deixa de sustentá-la (pág. 34) Arendt delega ao apoio popular a fonte do poder. Além disso, a autora entende que grupos são capazes de delegar a indivíduos posições que detém “poder”. b) A violência, dado seu fator coercitivo, pode, segundo Arendt, destruir e minar o poder. Não pode, contudo, criá-lo. Isso se dá, além do fator coercitivo da violência, pelo seu poder destrutivo. O uso da força pode matar, destruir e, por consequência, minar os polos de poder. Criá-lo, contudo, dependeria de apoio popular o qual a autora entende que não pode ser conquistado com o uso da força. c) Poder e violência, embora diferentes, não são opostos. São, por outro lado, complementares e podem existir de forma combinada e harmoniosa em um sistema de governo. [INCORRETA] “Poder e violência são opostos, onde um domina absolutamente, o outro está ausente.”(pág. 44) Arendt, então, demonstra que, embora poder e violência possam sim ter pontos de tangência na realidade objetiva, são opostos em significado teórico. d) Violência tem, por si só, um caráter instrumental. Por isso, não necessita de apoio popular para se desenvolver. Um contingente muito pequeno de pessoas, munidas de aparatos militares, é capaz de conter uma horda de pessoas. O caráter instrumental da violência (uso de armas, por exemplo), não depende de muitas pessoas para funcionar, diferentemente do poder, que, segundo Arendt, não tem outra fonte senão o apoio popular. e) Para a autora, violência é entendida como ÚLTIMO recurso para conservar intacta a estrutura de poder já existente. Quando o apoio popular é perdido, para manter a estrutura de poder, a violência é utilizada como instrumento coercitivo e coesivo. Sendo, contudo, paliativo e, portanto, perderá sua efetividade rapidamente. 2) Hannah Arendt faz, em seu texto “Sobre a violência”, uma distinção entre termos normalmente utilizados como sinônimos no meio acadêmico que, entretanto, têm significados muito diferentes. Marque a alternativa INCORRETA acerca dessa conceituação feita pela autora. a) Vigor é uma característica singular, pertencente a um indivíduo, não a um grupo. Grupos com poder tendem a, muitas vezes, a se voltar contra pessoas com vigor. (pág. 37) b) Autoridade pode ser investida em pessoas ou grupos. Para ser conservada requer respeito, no caso pessoal ao indivíduo ou ao seu cargo. No caso coletivo, a autoridade se mostra, por exemplo, quando um policial ameaça um manifestante durante a manifestação. [INCORRETA] “pode ser investida em pessoas - há algo como autoridade pessoal, por exemplo, na relação entre a criança e seus pais, entre aluno e professor, ou pode ser investida em cargos como, por exemplo, no Senado romano” (pág. 37). A autoridade, para Arendt, é uma característica investida em indivíduos, ou seja, no policial, não na corporação. A ameaça de um policial a um manifestante, é uma demonstração de violência, não de autoridade. Autoridade, nesse caso, seria o cargo que o policial detém, não sua ação. c) Força é um termo que, segundo Arendt, deve ser utilizado somente para fenômenos naturais.(pág. 37) d) Poder é a habilidade humana para agir em concerto, pertence a um grupo de indivíduos e, portanto, não é propriedade individual ou característica singular. (pág. 36- 37) e) Violência tem, necessariamente, um caráter instrumental. (pág. 37) 3) Julgue as proposições a seguir como CORRETAS ou INCORRETAS, de acordo com o texto de Hannah Arendt “Sobre a violência”. a) Burocracia pode ser entendido como um governo tirânico pois não existe como responsabilizar nenhum indivíduo por um ato cometido. Nesse sentido, torna-se um governo que não presta contas à população, principal característica de um governo tirânico. CORRETA (pág. 33) b) Conceitos de violência, poder, vigor, força e autoridade, nas sociedades, se mesclam, sendo difícil encontrar algum deles sendo aplicado puramente. CORRETA (pág. 38) c) O consenso é vital para a manutenção e perpetuação do sistema de governo vigente. Seja em governos autoritários, seja em governos tidos como democráticos. CORRETA (pág. 35) d) Instituições políticas são manifestações de poder que petrificam e decaem tão logo o poder vivo do povo deixa de sustentá-la. CORRETA (pág. 34) e) Violência, por ser um fator instrumental e, portanto um mecanismo do governo, não necessita ser justificada para ser utilizada. INCORRETA “A violência é por natureza instrumental; como todos os meios, ela sempre depende da orientação e da justificação pelo fim que almeja.” (pag. 40-41) BOBBIO 1. De acordo com o exposto por Norberto Bobbio, em sua produção “As teorias das formas de governo”, classifique as afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F) ( ) Todos os três autores clássicos abordados (Platão, Aristóteles e Políbio) trabalham com a ideia de tipos ideais, ou seja, inatingíveis e tipos reais. aqueles que podemos experimentar. FALSO. Platão é o único que faz essa distinção com seus dois modelos que podem ser encontrados num plano das ideias, que seriam as constituições perfeitas (monarquia e aristocracia), e as reais, passíveis de serem encontradas, seriam degenerações dessas duas. Aristóteles e Políbio não fazem essa diferenciação. (p.45) ( ) Os critérios de Platão para classificar as formas reais enquanto melhores ou piores giram em torno de quantas pessoas governam, se é baseado no consenso ou violência, se é fundamentado na legalidade ou na ilegalidade. Políbio segue os mesmos critérios. FALSO. Bobbio afirma que os dois critérios para Platão são o consenso ou violência e ilegalidade ou legalidade. E depois diz que implicitamente Políbio usa os mesmos critérios, porém nenhum deles leva em conta o número de pessoas que governam como qualificador. (p.54 / p.67) ( ) Aristóteles e Políbio teorizam sobre um governo misto. Sendo que o de Aristóteles baseia-se na harmonia institucional e o de Políbio na harmonia social. FALSO. Por mais que ambos teorizem sobre o governo misto, Aristóteles fala de uma harmonia social baseada na combinação de democracia e oligarquia; seria uma forma de achar o meio-termo entre o governo para os pobres e o governo para os ricos, trazendo uma paz social. Políbio fala em harmonia institucional em sua teoria do governo misto, baseando-se principalmente na experiência romana que combinava elementos de reino, aristocracia e democracia. (p.60-61/p.69-70) ( ) Todos os autores abordados vêem a democracia como uma forma de governo negativa. Platão devido ao excesso de liberdade que leva a licenciosidade, Aristóteles afirma que esse governo visa só o bem dos pobres, e Políbio diz que um governo de arbitrariedade. FALSO. Nem todos os autores colocam democracia como um termo negativo. Platão em ‘A República’ coloca a democracia como caracterizado acima, mas em ‘O Político’ faz uma distinção entre uma democracia positiva e uma negativa. Aristóteles coloca a democracia como definido na afirmativa, mas por fim para Políbio a oclocracia seria o governo da arbitrariedade enquanto a democracia seria uma forma positiva de governo popular. (p.45-48/p.54/p.56-57/p.66) ( ) A razão de Platão ter uma visão tão pessimista é fruto de suas frustrações em se tornar o Rei-filósofo abordado em “O Político”. FALSO. Por mais que ‘O Político’ realmente discorra sobre o governante ideal, que seria na ideia de Platão, o Rei-filósofo; Bobbio afirma que a visão pessimista presente na teoria das formas de governo desse pensador clássico se deve ao fato de ele ter presenciado a decadência da democracia ateniense. (p.46) a) F - F - F - F -F b) V -V - F - F - F c) V - F - F - V - V d) F - V - F - V - F e) F - V - F - F - V RESPOSTA A 2. Baseando-se no que Norberto Bobbio desenvolve no texto sobre as teses principais da teoria das formas de governo de Políbio, analise as afirmações abaixo e assinale a alternativa que corresponde à resposta correta: I. O autor afirma que a teoria de equilíbrio de Políbio é a mesma que a de tripartição dos poderes enunciada por Montesquieu. II. Por mais que Políbio não considere que a história é uma definidamente uma sucessão de pioras, sua visão da história cíclica ainda tende ao decaimento de “qualidade” nasconstituições com o tempo. III. Políbio elabora uma sétima constituição que seria a mista. Para ele essa constituição seria a mais perfeita e duraria para sempre. O seu exemplo concreto mais próximo foi a constituição romana. a) Todas estão erradas b) Somente a III está certa c) Somente a I está errada d) Somente I e II estão erradas e) Somente a II está certa RESPOSTA E I está incorreta pois Bobbio diz que por mais que essas duas teorias sejam semelhantes, não deve-se pensar que elas são a mesma coisa. A teoria de equilíbrio de Políbio, elemento presente num governo misto, funcionaria como um elemento de controle recíproco dos poderes. A tripartição dos poderes de Montesquieu trata de uma descentralização do poder, para trazer uma equidade e para que nenhum grupo ou indivíduo detenha o poder absoluto. (p.70) II está correta pois Bobbio afirma que mesmo que Políbio não estabeleça uma linha descrente eterna como Platão o faz, a tendência dos governos é se direcionarem para as formas menos perfeitas ou menos desejáveis à medida que o ciclo avança. Parte-se da melhor forma possível, para a pior forma possível, ocorre uma leve melhora por se estabelecer a segunda melhor forma possível, mas ainda assim é uma piora no quadro geral. (p.69) III está incorreta porque Políbio mesmo afirma que essa constituição também irá se corromper e se degradar com o tempo, mas o seu grande diferencial é que sua estabilidade é prolongada em comparação às constituições simples. (p.70-72) 3. Complete as afirmativas com os termos apropriados I. Platão afirma que a passagem de uma constituição para outra depende do _________. Quando a constituição anterior se corrompe, é necessário mudar. Essa corrupção pode ser identificada por meio da _______. Ela pode ser de dois tipos, tanto______ quanto ________. II. Segundo Platão, o homem ________ é aquele que tem _______ e _______. Sua falha é ________. Quando seu governo é corrompido ele dá lugar ao homem _______. III. Aristóteles afirma que uma constituição é o que dá ordem à cidade. Focado na ideia de _______________, seu critério para classificar uma constituição como boa ou ruim é _______________. IV. Para Platão em “A República” as formas reais se sucedem dessa forma ________________________________. Para Aristóteles as constituições se sucedem como ________________________________. E para Políbio elas formam o ciclo _____________________________. a) I. nível de corrupção - luta - armada - pela desobediência civil II. oligárquico - desejo de honrarias - desprezo pelos pobres - sua virtude diminui a medida que a riqueza cresce - democrático III. quem comanda e como comanda - consenso ou violência IV, timocracia, oligarquia, democracia e tirania - monarquia, tirania, oligarquia, aristocracia, democracia e politia - monarquia, tirania, aristocracia, democracia e oclocracia b) I. nível de corrupção - discórdia - pela luta - pelo debate II, timocrático - ambição - fome de riqueza - valoriza mais o dinheiro do que aos sábios - oligárquico III, porque comanda e quem comanda - ilegalidade ou legalidade IV. timocracia, oligarquia, democracia e tirania - monarquia, tirania, aristocracia, oligarquia, politia e democracia - monarquia, tirania, aristocracia, oligarquia, democracia e oclocracia. c) I. revezamento de gerações - discórdia - pela luta - pelo debate II. democrático - desejo de liberdade - licença para se fazer tudo - excesso de liberdade que leva a anarquia - timocrático III. quem comanda e porque comanda - interesse pessoal ou interesse público IV. oligarquia, timocracia, democracia e tirania - monarquia, tirania, aristocracia, oligarquia, democracia e politia - monarquia, tirania, aristocracia, oligarquia, democracia e politia. d) I. revezamento de gerações - discórdia - dentro da classe dirigente - entre a classe dirigente e a dirigida II. timocrático - desejo de honrarias - ambição - valorizar mais os guerreiros do que os sábios - oligárquico III. quem comanda e como comanda - interesse pessoal ou interesse público IV. timocracia, oligarquia, democracia e tirania - monarquia, tirania, aristocracia, oligarquia, politia e democracia - monarquia, tirania, aristocracia, oligarquia, democracia e oclocracia. e) I. aumento da corrupção - discórdia - entre governantes - entre governantes e governados II. oligárquico - ambição - fome de riqueza - valoriza mais o dinheiro do que aos sábios - democrático III, quem comanda e como comanda - interesse pessoal ou interesse público IV. timocracia, oligarquia, democracia e tirania - monarquia, tirania, aristocracia, oligarquia, politia e democracia - monarquia, tirania, aristocracia, oligarquia, democracia e oclocracia. RESPOSTA C I. Platão afirma que a passagem de uma constituição para outra depende do revezamento de gerações. Quando a constituição anterior se corrompe, é necessário mudar. Essa corrupção pode ser identificada por meio da discórdia. Ela pode ser de dois tipos, tanto dentro da classe dirigente quanto entre a classe dirigente e a dirigida. (p.49-51 ) II. Segundo Platão, o homem timocrático é aquele que tem desejo de honrarias e ambição. Sua falha é valorizar mais os guerreiros do que os sábios. Quando seu governo é corrompido ele dá lugar ao homem oligárquico. (p.47-48) III. Aristóteles afirma que uma constituição é o que dá ordem à cidade. Focado na ideia de quem comanda e como comanda, seu critério para classificar uma constituição como boa ou ruim é interesse pessoal ou interesse público. (p.56 / p.58) IV. Para Platão em “A República” as formas reais se sucedem dessa forma timocracia, oligarquia, democracia e tirania. Para Aristóteles as constituições se sucedem como monarquia, tirania, aristocracia, oligarquia, politia e democracia. E para Políbio elas formam o ciclo monarquia, tirania, aristocracia, oligarquia, democracia, oclocracia. (p.50 / p.46 + p.57-58 / p.46 + p.67 ) MAQUIAVEL 1. De acordo com os capítulos indicados d’O Príncipe, assinale as alternativas a seguir como verdadeiras ou falsas a) Maquiavel acredita que, para um governante, é preferível ser odiado que ser amado - FALSO: Maquiavel fala que o ideal seria que um príncipe fosse ao mesmo tempo amado e temido e que, sendo preciso escolher, seria mais seguro escolher ser temido. Ser temido, porém, é diferente de ser odiado. O ódio faz o governante perder o povo - e por consequência, o governo. (capítulo XVII) b) O autor acredita que a glória pode ser conquistada por quaisquer meios por um príncipe virtuoso - FALSO: no capítulo VIII Maquiavel explica que não se pode considerar massacres e traições como virtù, nem tais vitórias como gloriosas. c) O texto defende que as bases da sociedade são boas leis e bons exércitos, e que não existem boas leis sem bons exércitos que as garantam VERDADEIRO (capítulo XII) d) Existem, segundo Maquiavel, duas disposições opostas: a vontade dos nobres de oprimirem o povo e a do povo de não ser oprimido, as quais têm influência direta nas vantagens, desvantagens e necessidadesimplicadas ao governante que chegar ao poder pelas graças de algum deles - VERDADEIRO (capítulo IX) e) O príncipe virtuoso para Maquiavel é aquele que confia na Divina Providência para conquistar e manter o poder, preservando os valores morais clássicos da cristandade - FALSO - Maquiavel demonstra sua concepção de príncipe virtuoso ao longo de todo o texto, mas esta fica mais explícita principalmente no exemplo do rio que inunda, nos capítulos VI, XXV e, finalmente, no apelo que ele faz a Lorenzo de Médici, ao final do livro (XXVI). Para Maquiavel, o príncipe virtuoso é aquele que consegue recuperar seu destino e agir na busca de seus objetivos de forma a tentar remodelar o mundo de forma mais favorável a si. RESPOSTA: FFVVF 2. De acordo com o texto trabalhado, assinale a alternativa INCORRETA a) Fortuna é o imponderável, aquilo que acontece independentemente da vontade humana. Pode ser chamada acaso. CORRETA (capítulo XXV) b) Virtù é a capacidade humana de recuperar seu destino, de agir na busca de seus objetivos de forma a tentar remodelar o mundo de forma mais favorável a si. CORRETA (exemplo do rio e do dique, capítulo XXV) c) Occasione é a chance concedida ao indivíduo para que ele retome as rédeas de sua vida e possa conquistar seus objetivos CORRETA (capítulo VI) d) O príncipe verdadeiramente virtuoso conseguiria sempre, segundo Maquiavel, conquistar e manter o poder, independentemente da Fortuna ser favorável ou não FALSO - (exemplo de César Bórgia, capítulo VII e afirmação no cpítulo XXVI de virtú e fortuna serem 50-50) e) Maquiavel reprovava um príncipe que fosse excessivamente misericordioso: para ele, havia doses e situações onde a crueldade seria aceitável e até boa VERDADEIRO - (exemplo do general romano Cipião, capítulo XVII. A crueldade pode ser justificada quando houver “causa manifesta e justificativa apropriada” para tal) RESPOSTA: D 3) Relacione as formas de se chegar ao poder segundo Maquiavel, a seguir, com as características que lhe são próprias: ( c ) Poder pela virtù ( a ) Poder pela Fortuna ( d ) Poder pelo crime ( e ) Poder pelas graças do povo ( b ) Poder pelas graças dos nobres (TODAS AS DEFINIÇÕES SE ENCONTRAM NOS CAPÍTULOS VI, VII, VIII E IX) a . É uma forma de se chegar ao poder onde o príncipe necessita enraizar suas conquistas da maneira mais rápida e eficaz possível, enquanto ainda o puder fazer b. Forma de poder onde é muito difícil agradar os aliados sem recorrer a meios ilícitos. Forma instável de poder, pela natureza mesma de como foi conquistado e pelas disposições naturais de seus aliados c. Forma de poder onde a autoridade do governante está mais sedimentada pela própria forma como este chegou ao poder, através de grande capacidade pessoal. d. Forma de conquista do poder que dá pouca importância aos meios, concentrando-se no fim e nas conquistas, não glórias, que isso acarreta. e. Forma de poder onde é exigido do governante principalmente que não oprima o povo nem atente contra sua propriedade MACFARLANE 1. A partir da leitura e análise do texto “Teoria Política Moderna”, assinale a alternativa correta. a) A primeira categoria de movimentos dos homens, os movimentos voluntários, se destacam e servem como base para a análise do estado de natureza para Hobbes. INCORRETA. A primeira categoria, caracterizada pela “previsão do fim ou das consequências das coisas”,não é a de maior interesse para o Leviatã. Todavia, a segunda categoria se destaca por ser caracterizada como fruto de aversão ou ódio, servindo como base para se entender o estado de natureza e o Leviatã (p. 19). b) Devido às características egoísticas e selvagens do homem no estado de natureza pensado por Hobbes, seria inevitável uma condição de insegurança e de violência. Nesse sentido, torna-se claro que, para o autor, o homem seria um escravo completo de sua natureza. INCORRETA. Apesar de as características apresentadas estarem corretas, o texto de Macfarlane ressalta o fato de Hobbes negar o homem como escravo completo de sua natureza, tendo em vista a razão humana (p. 20). c) Quando Hobbes explica a segunda lei da natureza, na qual se afirma que devemos estar prontos para abandonar o nosso direito de todas as coisas em prol da paz, ele deixa claro que esse abandono estaria ligado a interesses egoísticos e, portanto, não se trata de uma lei moral. CORRETA (p. 21). d) Ao caracterizar o homem natural em sua concepção, John Locke destaca dois elementos: a racionalidade e parcialidade. Todavia, torna-se claro como a parcialidade se sobressai, visto que a vontade de defender os interesses pessoais o torna irracional. INCORRETA. Os dois elementos em destaque para Locke são de fato a racionalidade e a parcialidade, entretanto, é reforçado no texto de Macfarlane o papel primário da racionalidade que se sobressai a essa parcialidade (p.25). e) Segundo Rousseau, a solução da degradação imposta pela criação da propriedade privada foi o estabelecimento de instituições políticas. Desse modo, é evidente como essa decisão da população em conjunto garantiria elementos essenciais como a igualdade e liberdade. INCORRETA. Apesar de a solução encontrada ser, de fato, a criação de instituições políticas, ela não foi pensada pela população de forma conjunta, mas majoritariamente por ricos e corruptos (p.31). 2. De acordo com a leitura do texto “Teoria Política Moderna” de Macfarlane, assinale a alternativa que represente a caracterização do estado de natureza e do homem, respectivamente, para cada autor estudado. I. Estado de Guerra; II. Vida essencialmente animal; III. Perfeita harmonia, com liberdade e igualdade. a) Racional, egoísta e inimigo dos demais; b) Bom e irracional; c) Racional e parcial. a) Hobbes – I c; Locke – II b; Rousseau - III a. b) Hobbes – II b; Locke - III a; Rousseau – I c. c) Hobbes – I a; Locke – III b; Rousseau – II c. d) Hobbes – I a; Locke – III c; Rousseau – II b. e) Hobbes – III c; Locke – II b; Rousseau – I a. CORRETA: D) Ia (p.19), IIIc (p. 24 e 25), II b (p 29) 3. Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com o texto “Teoria Política Moderna” de Macfarlane: a) Estabelecendo uma comparação entre Hobbes e Rousseau, é evidente a oposição existente entre uma visão pessimista hobbesiana de que o homem seria essencialmente egoísta, e a visão do homem “como poderia ser” de Rousseau. CORRETA. Ao passo que Hobbes apresenta um homem extremamente preocupado com sua autogratificação, Rousseau caracteriza um homem inocente e preocupado apenas com as suas necessidades básicas (p. 19 e 29). b) De forma oposta à visão Hobbesiana, John Locke defende o direito de resistência aos tiranos e o estabelecimento de limites para a autoridade política. Nesse sentido, a vontade dos governados seria a única fonte de poder legítimo. CORRETA. Locke afirma a necessidade de existirum consentimento renovado a cada geração, sendo esse o fundamento de legitimidade do contrato social. De forma oposta, Hobbes defende uma postura autoritária representada pelo Leviatã (p.22 e 27). c) É possível notar uma forte semelhança entre Hobbes e John Locke ao abordarem os conceitos de “estado de natureza” e “estado de guerra”. Desse modo, ambos consideram que esses termos possuem o mesmo significado e podem ser usados como sinônimos. INCORRETA. Locke busca diferenciar de forma clara esses dois termos que, segundo ele, podem ocorrer separadamente. Nesse sentido, o estado de guerra definido por esse autor se assemelha ao estado de natureza descrito por Hobbes (p. 25). d) Analisando os três autores citados por Macfarlane, uma das oposições mais intensas de pensamento se dá entre Rousseau e Locke ao abordarem a propriedade privada. Ao passo que Rousseau a considerava como a origem de todos os males, Locke defendia a propriedade privada como um direito natural. CORRETA. John Locke afirmava que o contrato social, entre outros aspectos, visava proteger o direito à propriedade. Por outro lado, o contrato social segundo Rousseau buscava preservar o homem do estado degenerado causado pela criação da propriedade privada (p.27). e) Rousseau, além de apresentar uma caracterização do homem “como poderia ser” no estado de natureza, tece uma crítica fundamental aos pensamentos de Locke e Hobbes. Em oposição a esses dois pensadores, Rousseau procura afastar o homem no estado de natureza de todas as influências da vida em sociedade. CORRETA. Segundo Rousseau, as características impostas ao homem no estado de natureza de acordo com Hobbes e Locke pressupõem vivências sociais. Como exemplo de características que ele considera incoerente nesse estágio pré-social, tem-se o egoísmo humano citado por Hobbes (p.29). CARNOY 1. Em seu texto "Marx, Engels, Lênin e o Estado", Martin Carnoy explora teorias marxistas do Estado, abordando Marx, Engels, Lênin e Rosa Luxemburgo. Com essas teorias em mente, preencha a tabela a seguir, relacionando o nome do autor da primeira tabela com a ideia apresentada na segunda; depois, assinale a alternativa com a ordem correta: I) Hegel ( IV ) Para que possa haver expressão da autoridade do povo, deve permitir uma imprensa livre e sem censura, assim como direito de associação e reunião. II) Marx e Engels ( III ) Serve apenas como o braço armado da burguesia, precisando, por isso, ser eliminado através de uma revolução armada. III) Lênin ( I ) É uma organização ideal e inevitável, indo além da história e dos próprios interesses humanos. IV) Rosa Luxemburgo ( II ) Expressa uma real necessidade de organização da sociedade, não importando qual seja a estrutura de classe específica. A) I, II, III, IV. B) IV, II, I, III. C) II, IV, III, I. D) IV (p.85), III (p.79), I (p.66), II (p.74). E) III, I, IV, II. 2. O texto apresenta muitos conceitos e ideias centrais do pensamento marxista, analisando a obra de Marx e Engels. Tendo esse conjunto como base, classifique as afirmações a seguir em verdadeiras e falsas e, depois, assinale a alternativa que contém a ordem correta: ( V ) Marx e Engels acreditavam no potencial da democracia de ser usada pelos dominados, embora atentassem para a “duplicidade da democracia”, segundo a qual esse sistema também poderia ser usado pela burguesia para iludir o proletariado com uma falsa participação política. CORRETA. A democracia seria capaz de ter duas faces para a burguesia, que poderia ser ameaçada por ela ou se utilizar dela: no primeiro caso, através da tomada de poder por parte dos dominados; no segundo, através da criação de uma participação falsa e ilusória dos dominados na democracia (pp.71-72). ( V ) Embora Marx já falasse em uma "ditadura do proletariado", é Lênin quem usa o termo "socialismo" para classificar o período em que essa ditadura vigorasse, necessário para acabar com todos os resquícios da burguesia no poder e servir como período de transição entre o capitalismo e o comunismo. CORRETA. Lênin dá maior ênfase ao processo de transição entre o capitalismo e o comunismo, falando na necessidade de um período de transição, o socialismo, em que os resquícios da burguesia no poder seriam extintos através da ditadura do proletariado (p. 80). ( V ) Para Marx, há dois níveis de autonomia do Estado: o “normal”, em que a burocracia se curva para o lado que domina na luta de classes, e o “excepcional”, em que essa luta é congelada pela capacidade de qualquer classe de demonstrar seu poder sobre o Estado. CORRETA. No grau “normal” de autonomia do Estado, este se submete à burguesia como o órgão que cuida dos registros e ordenação dos meios materiais, enquanto no “anormal” a luta de classes fica congelada, com o poder do Estado não pendendo para nenhuma classe, o que permitiria que o Executivo dominasse (p.76). ( F ) De acordo com o texto, há dois pontos centrais no marxismo: a constatação de que o Estado é um instrumento de dominação na sociedade capitalista e que este representa o braço repressivo da burguesia. Um detalhe relacionado é o de que as condições materiais de uma sociedade seriam a base de sua estrutura, embora Marx não adentre muito nessa questão. INCORRETA. O texto apresenta três pontos centrais do marxismo, e não dois: as condições materiais de uma sociedade são a base de sua estrutura; o Estado é um instrumento de dominação na sociedade capitalista; e este representa o braço repressivo da burguesia. O primeiro ponto e mais importante foi deixado de lado erroneamente na questão, sendo justamente aquele sobre o qual o materialismo marxista se baseia e o Estado é construído (pp.65-71). ( F ) Marx deixou em sua obra uma teoria clara e direta sobre o Estado, o que permitiu a Carnoy focar em poucas obras para fazer sua análise. INCORRETA. Marx não desenvolveu uma teoria do Estado única e coerente, o que fez com que Carnoy deduzisse as concepções marxistas do Estado da obra de Marx, destacando-se suas críticas a Hegel, sua teoria sobre a sociedade e suas análises de conjunturas históricas específicas (p.65). a) V, F, V, F, V. b) V, V, V, F, F. c) F, V, V, F, V. d) V, F, F, V, F. e) F, F, F, V, V. 3. Um dos pontos centrais das teorias marxistas é a revolução, o processo de retirada da burguesia do poder. Tendo isso em mente, julgue as questões abaixo e assinale a alternativa incorreta sobre o processo revolucionário: a) De acordo com Lênin, o proletariado já estaria vivendo em uma ditadura burguesa no sistema capitalista, onde a democracia era exclusiva para aqueles que dominavam. A ditadura do proletariado seria uma ditadura para os burgueses e uma democracia para os proletários. CORRETA. Apesar de Lênin demonstrar algumas vezes afeição pela ideia de democracia, argumenta que esta existe apenas para a burguesia, enquanto o proletariado vive uma ditadura daburguesia. A ditadura do proletariado permitiria que os proletariados vivessem uma democracia, passando os burgueses para uma ditadura (pp.81-82). b) A principal diferença entre o pensamento de Rosa Luxemburgo e Lênin diz respeito aos meios e não aos fins da busca da derrubada do capitalismo. Para Luxemburgo, o Estado soviético estava fadado ao centralismo graças ao foco de poder no Partido Comunista. CORRETA. Rosa Luxemburgo já criticava Lênin desde a tentativa fracassada de revolução na Rússia em 1905. Em vida, alertou para o perigo de uma centralização do poder em um partido, o que poderia ameaçar a organização coletiva do proletariado e sua conscientização (p.87). c) Marx e Engels defendiam uma revolução pacífica pelo proletariado, como ocorreu com o Partido Social-Democrata na Alemanha. O termo "ditadura do proletariado" foi cunhado por Lênin para justificar a violência soviética. INCORRETA. Apesar de Engels reconhecer os avanços dos social-democratas na Alemanha, ele e Marx destacaram a necessidade de uma revolução em suas obras. O termo “ditadura do proletariado” surgiu em meio a isso - a diferença na sua utilização por Lênin se deu em seu foco maior na análise dessa ditadura, por fins práticos para a Revolução Russa (p.84). d) Para Rosa Luxemburgo, o problema da concepção leninista de “ditadura do proletariado” residia no fato de que era uma ditadura aos moldes burgueses, com uma liderança e centralização de poder. A verdadeira ditadura do proletariado seria uma maneira de aplicação da democracia, e não sua destruição. CORRETA. A pensadora acreditava que a ditadura pregada por Lênin tinha as aparências de proletária mas mantinha a mesmas organização das ditaduras burguesas, com falta de participação popular efetiva. O conceito de ditadura do proletariado que ofereceu consistia em um projeto coletivo de construção de um novo poder (p.85). e) Carnoy explora as ideias leninistas baseando-se principalmente em “O Estado e a Revolução”, publicado por Lênin às vésperas da Revolução Russa de 1917. Por isso as ideias leninistas sobre o Estado têm um cunho tão prático e focado nos processos revolucionários. CORRETA. Os escritos teóricos que Lênin deixou sobre o Estado focam muito no processo revolucionário e suas necessidades graças ao fato de se concentrarem em “O Estado e a Revolução”, obra de cunho guiador para revoluções proletárias. Esse fato explica também a falta de maior precisão sobre a visão de Lênin da teoria do Estado em períodos não revolucionários (p.80).
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