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Toxoplasmose, gatos e gravidez

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INTRODUÇÃO
As Zoonoses são caracterizadas por doenças típicas de animais que podem ser transmitidas (em determinadas situações e condições) aos seres humanos e vice-versa. Os animais de forma geral podem ser transmissores de zoonoses, incluindo os animais domésticos, mas isso não é uma regra, uma vez que, se o animal estiver vermifugado, devidamente vacinado e vivendo em um ambiente de boas condições de higiene, dificilmente transmitirá alguma doença às pessoas.
As zoonoses geralmente são provocadas por parasitas, mas podem também ser provocadas por microorganismos como vírus, bactérias e fungos. Elas podem ser transmitidas pelos cães e gatos por exemplo, através da saliva do animal, pelas fezes, urina e patas. 
O centros de controle de zoonoses não são clínicas veterinárias e não cuidam de animais, e sim das doenças que eles podem transmitir para os serem humanos como a Leptospirose, Toxoplasmose, Raiva, Dengue e várias outras que podem inclusive levar à morte. Seu objetivo principal é impedir ou amenizar a propagação dessas doenças.
Para que a população esteja ciente e sempre alerta sobre os riscos dessas doenças, o centro de controle de zoonoses faz um constante monitoramento e busca sempre orientar a população sobre os métodos de prevenção das mesmas, para que de alguma forma, seja possível se manterem mais seguras ou menos propensas à contaminação.
Vejamos algumas das responsabilidades atribuídas aos centros de controle de zoonoses:
Inspeções zoosanitárias em geral: Realiza visitas zoosanitárias programadas com base nas solicitações feitas pela população ou por órgãos públicos.
Controle de animais sinantrópicos e peçonhentos: Considerada uma das funções mais importantes dos centros, procuram impedir a propagação das mais variadas zoonoses transmissíveis por este grupo de animais (ratos, baratas, pombos, moscas, mosquitos, cobras, morcegos, pulgas, aranhas, escorpiões, etc )
Recolhimento de animais: Também conhecida como a famosa “carrocinha”, atua recolhendo animais. O tipo e o porte do animal a ser recolhido é determinado de acordo com o município, podendo haver desde cachorros até cavalos e bois.
Controle de dengue: Este trabalho é realizado primeiramente através da identificação dos locais com maior propensão ao surgimento do mosquito transmissor. A partir dessa identificação, profissionais realizam visitas às casas dos moradores para averiguar a condição do local e analisar se há ou não um possível foco. Caso haja, o profissional irá agir da maneira mais coerente para eliminá-lo e caso não haja, ele fornecerá informações a este morador sobre a conduta a ser seguida para manter sua casa livre do foco do mosquito.
Castração: Para evitar uma superpopulação e abandono, e, consequentemente uma maior propagação de doenças para a população, os centros de controle de zoonoses também oferecem gratuitamente a castração de cães e gatos. Para que uma castração seja feita pela Zoonoses, é necessário que o dono do animal esteja devidamente inscrito no programa e que haja um agendamento prévio dessa castração.
A TOXOPLASMOSE
Considerada uma das parasitoses mais comuns em animas homeotérmicos, a toxoplasmose é uma doença infecciosa causada por um protozoário intracelular obrigatório chamado Toxoplasma Gondii. Ela é considerada uma zoonose de extrema importância, podendo ser congênita ou adquirida.
Apesar de ser conhecida popularmente como a doença do gato, a toxoplasmose pode estar presente em diversos tipos de animais como pombos, cachorros, coelhos, ratos, suínos, galinhas, bovinos e etc. Dependendo do hospedeiro, ela pode se apresentar de diferentes formas.
A Toxoplasmose pode danificar quase todas as partes do organismo, incluindo cérebro, músculos e coração. No entanto, se a pessoa contaminada for saudável de um modo geral, seu próprio sistema imunológico poderá fazer a defesa contra as ações desse parasita e mantê-lo inativo dentro de seu organismo, impedindo assim, que venha a ocorrer uma nova infecção.
No caso de a resistência não ser tão boa, principalmente se o paciente já tiver alguma outra doença que comprometa seu sistema imunológico, a infecção poderá ser reativada e causar sérias complicações.
A transmissão da Toxoplasmose poderá ocorrer das seguintes formas:
Ingestão de água ou alimentos contaminados: Essa é a forma mais comum de transmissão da doença. Geralmente ocorre pelo consumo de carnes cruas ou mal passadas (principalmete porco e carneiro) ou pelo consumo de frutas e vegetais que tenham tido contato com fezes de animais que continham cistos do Toxoplasma.
Infecção congênita ou transplacentária: A toxoplasmose não é contagiosa entre humanos, mas pode ser transmitida de mãe para filho durante a gestação tanto humana quanto animal, através da placenta.
Sintomas e consequências 
Na grande maioria das pessoas, a toxoplasmose não provoca nenhum tipo de sintoma devido ao fato de o organismo por si só conseguir se defender através da ação dos anticorpos. Quando essa defesa por algum motivo não ocorre, os sintomas que geralmente se apresentam são gânglios aumentados (principalmente na região do pescoço), febre, dores musculares e nas articulações, dores de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo, sinais diversos como órgãos aumentados, e sinais neurológicos como transtorno visual. 
Nos casos em que a Toxoplasmose chega até os olhos, a retina é afetada causando uma inflamação que pode levar à cegueira, caso não seja tratada em tempo hábil. Os dois olhos podem ser afetados, mas os prejuízos podem ser diferentes para cada um deles. Os principais sintomas da toxoplasmose ocular são a diminuição da visão, vermelhidão e dor nos olhos, e ainda visão com manchas pretas.
Em casos ainda mais graves, a toxoplasmose poderá também prejudicar o funcionamento de órgãos como pulmões, coração, fígado e cérebro, além de causar a morte do indivíduo ou do animal contaminado.
Os primeiros sintomas costumam aparecer em torno de 5 a 20 dias após o contágio. No entanto, a Toxoplasmose tem cura e seu tratamento é feito através do uso de antibióticos.
Quando uma gestante se contamina com a toxoplasmose ocorre a toxoplasmose congênita, ou seja, o bebê ainda no útero da mãe, é infectado por essa doença . As consequências da toxoplasmose congênita são: Má formações do feto, baixo peso ao nascer, parto prematuro, aborto e morte do bebê ao nascer.
Os sintomas que um recém nascido com toxoplasmose congênita pode apresentar incluem estrabismo, inflamação nos olhos (que evolui para a cegueira), icterícia intensa (pele e olhos amarelados), aumento do fígado, pneumonia, anemia, inflamação do coração, convulsões, surdez e retardo mental grave.
A gravidade das consequência da toxoplasmose para o bebê dependerá da época da gravidez em que houve o contágio e do início precoce do tratamento, e os sintomas poderão se manifestar após meses ou anos do nascimento.
Tratamento 
A Toxoplasmose tem cura e poderá ser tratada de forma eficaz se seu diagnóstico for feito precocemente. O tratamento deve ser iniciado imediatamente após o diagnóstico, sendo este feito através de um exame de sangue. Este tratamento é feito através do uso de antibióticos, que podem variar de acordo com o tipo e a gravidade da infecção. 
Nos casos de gravidez, toxoplasmose congênita e indivíduos com deficiência no sistema imunológico (como portadores do vírus da AIDS) é indicado que se façam tratamentos prolongados.
A prevenção da toxoplasmose pode ser feita através de cuidados básicos como:
Higienização de frutas e legumes que serão consumidos crus; 
Consumir sempre água potável;
Cozinhar bem as carnes (pelo menos a 66 ̊C), evitando consumí-las mal passadas, e, quando consumidas cruas, certificar-se que estão pré-congeladas a -20 ̊;
Lavar bem as mãos após tocar em animais que não conhece.
É importante que as pessoas que têm animais domésticos leve-os ao veterinário regularmente para fazer exames que identifiquem a presença da toxoplasmose, evitando assim a transmissão da doença.
Gatos, gestantes e a ToxoplasmoseHá um enorme preconceito em relação aos felinos e a Toxoplasmose que faz com que eles sejam vistos como os grandes "vilões". É preciso desmistificar a culpa dos gatos na transmissão dessa doença e olharmos para as outras várias formas de transmissão, muito mais comuns e importantes, e que muitas vezes não são devidamente divulgadas para a população, deixando claro quais são na verdade, os maiores transmissores da Toxoplasmose. 
Primeiramente, é preciso esclarecer que o gato não é um animal obrigatoriamente contaminado com a Toxoplasmose. Assim como os seres humanos, ele pode se contaminar através da ingestão de alimentos ou de forma congênita. Porém, ao contrário das outras espécies, o gato não irá manifestar sinais clínicos quando infectado.
O gato e outros felinos tidos como hospedeiros definitivos, estão relacionados com a produção e eliminação dos oocistos (ovos infectantes) e perpetuação da doença, uma vez que somente neles ocorre a reprodução sexuada desses parasitos. Geralmente, os gatos se infectam através da ingestão de tecidos de animais já infectados, como os roedores.
Os felinos são a única espécie que eliminam oocistos no ambiente. Estes oocistos serão eliminados através de suas fezes por até 15 dias após terem sido infectados pela Toxoplasmose, sendo esta a única vez na vida deste felino em que haverá essa eliminação.
Uma vez que os oocistos foram liberados no ambiente, eles podem permanecer no solo por meses ou até anos se em condições favoráveis de umidade, temperatura e incidência solar , e dessa forma, contaminar legumes, frutas, verduras, leite, água e também animais de produção (suínos, ovinos, caprinos e coelhos) e consequentemente chegar até os seres humanos. Neste caso, fica claro que o indivíduo se contaminou de forma indireta e independente de ter ou não um gato doméstico em casa, já que a contaminação se deu através da ingestão de um alimento contaminado em alguma plantação ou criação de animais de produção.
O contato e a infecção de uma gestante com o Toxoplasma gondii está mais relacionada aos hábitos de higiene e alimentação da mesma do que com contato direto com os gatos, não havendo o menor sentido em se recomendar que a mulher grávida livre-se do seu gato para evitar a toxoplasmose congênita. 
O ideal é que seja realizada a sorologia pré-natal na gestante e um exame sorológico em seu gato, para dessa forma, interpretar os resultados e possíveis riscos de convivência entre eles, e não tomar decisões baseadas em um senso comum.
O toxoplasma é eliminado exclusivamente pelas fezes dos felinos, inexistindo relatos de transmissão da doença pelo simples ato de tocar ou acariciar um gato, ou através de arranhões, mordidas ou lambeduras.
Sendo assim, a única maneira possível de um gato contaminar diretamente um ser humano com a toxoplasmose, será se este indivíduo ingerir as fezes do felino que já esteja contaminado com a doença. 
A ingestão de carnes cruas ou mal passadas, por exemplo, além de ser um grande risco para o homem, é também para os animais domésticos carnívoros. Por isso, é de extrema importância que eles não sejam alimentados com carne crua ou pouco cozida a fim de prevení-los da contaminação por Toxoplasmose. O alimento ideal a ser oferecido sempre será a ração ou os alimentos pré cozidos próprios para gatos.
Fazer a higienização diária das caixas de areia dos gatos usando luvas, utilizar uma pazinha para a coleta das fezes e realizar a adequada lavagem das mãos são medidas simples, suficientemente eficazes para não se entrar em contato com o agente da toxoplasmose,

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