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COESÃO TEXTUAL REFERENCIAL, SEQUENCIAL E LEXICAL

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1 
 
COESÃO TEXTUAL 
1. Introdução: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Tipos de coesão lexical: 
 
 Há dois tipos de coesão textual: a referencial e a sequencial. 
 
2.1 Coesão textual referencial: permite a recuperação de termos do texto, evitando repetições. 
 
Exemplo: “Sérgia da Silva Chagas, 79, morreu em fevereiro de 94, em Salvador, Bahia. Ela foi a grande companheira 
de Corisco, o braço direito de Lampião. Dadá (apelido da época do cangaço), em seus últimos anos de vida, 
mostrava-se orgulhosa de seu passado. A mulher do cangaceiro contou que passou bons tempos ao lado dos índios 
pankararé.” (Adaptado da revista Globo Ciência, ano 3, número 32.) 
 
 Como podemos observar, os elementos “Ela”, “Dadá” e “A mulher do cangaceiro” retomam o nome próprio 
“Sérgia da Silva Chagas” evitando a repetição do mesmo e tornando o texto coeso. 
 
2.1.1 Principais recursos de coesão textual referencial: 
 
a) Epíteto ou qualificativo: palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa. 
 
Exemplo: Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha 
morrido tão cedo. 
 
b) Nominalização: ocorre quando se emprega um substantivo que remete a um verbo utilizado anteriormente. 
 
Exemplo: Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era válido por serem 
parentes do assassino. 
 
 testemunhar (verbo) testemunho (substantivo) 
 
c) Palavras sinônimas ou quase-sinônimas: 
Coesão é “(...) a propriedade pela qual se cria e se sinaliza toda espécie de ligação, que dá ao texto unidade de 
sentido ou unidade temática.” (ANTUNES, 2005, p. 47). 
Chamamos coesão ao conjunto dos recursos linguísticos responsáveis pelas ligações que se estabelecem entre as 
partes de uma frase, entre as orações de um período ou entre os parágrafos de um texto. Em outras palavras, 
coesão é a costura necessária para que as partes componham harmonicamente o todo. 
 
“A coesão textual é um recurso que diz respeito aos processos de sequencialização entre os elementos da 
superfície textual, ou seja, representa os elos que se estabelecem entre as palavras, os períodos, os parágrafos de 
um texto. Tais elos se concretizam por meio dos mecanismos de substituição, repetição, associação de sentido 
entre as palavras, sequenciação e campo lexical.” 
“É a manifestação linguística da coerência. Provém da forma como as relações lógico-semânticas do texto são 
expressas na superfície textual. Assim, a coesão de um texto é verificada mediante a análise de seus mecanismos 
lexicais e gramaticais de construção.” (In: http://www.filologia.org.br/revista/40suple/a_construcao_de_texto.pdf 
Acessado em 20/03/2015 - 14h: 00min.). 
2 
 
 
Exemplo: Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram até de porta 
de galinheiro. 
 
d) Repetição de uma palavra ou expressão: Podemos repetir uma palavra (com ou sem determinante) quando não 
for possível substituí-la por outra. Geralmente, ocorre nos textos técnico-científicos. 
 
Exemplo: "A propaganda, seja ela comercial ou ideológica, está sempre ligada aos objetivos e aos interesses da 
classe dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a propaganda sempre mostra quem sai 
ganhando com o consumo de tal ou qual produto ou ideia não é o dono da empresa, nem os representantes do 
sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a propaganda é mais um veículo da ideologia dominante." (ARANHA, Maria 
Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo, Moderna, 1993, 
página 50). 
 
e) Termo-síntese: palavra ou expressão que sintetiza, isto é, resume tudo o que foi dito antes. 
 
Exemplo: O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de papéis. Depois, pagar uma 
infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador. 
 
A palavra limitações sintetiza o que foi dito antes. 
 
f) Pronominalização: faz-se a coesão textual através dos pronomes (pessoais (caso reto e obliquo), possessivos, 
demonstrativos, indefinidos, etc. 
 
Exemplos: Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso. 
 
O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com isso. 
 
Aquele político deve ter um discurso convincente. Ele já foi eleito seis vezes. 
 
Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos, enquanto aquele tende a perdoar. 
 
g) Numerais: 
 
Exemplos: Não se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece estar dominando 
o assunto. 
Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia justamente o contrário. 
 
h) Advérbios pronominais: (aqui, ali, lá, aí, cá). 
 
Exemplo: Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra-prima de Leonardo da Vinci: “Monalisa”. 
 
i) Elipse: uma palavra, termo ou expressão retoma, de forma oculta, um elemento do texto. Geralmente, na maioria 
dos casos, ocorre no verbo. 
 
Exemplo: O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sessão às oito em ponto e (ele ) fez então seu discurso 
emocionado. 
 
Observação: A elipse é simbolizada pelo elemento “O”. 
 
j) Repetição de nome próprio ou parte dele: 
 
Exemplos: Manuel da Silva Peixoto foi um dos ganhadores do maior prêmio da loto. Peixoto disse que ia gastar todo 
o dinheiro na compra de uma fazenda e viagens ao exterior. 
3 
 
Lygia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é autora de "Antes do baile 
verde", um dos melhores livros de contos de nossa literatura. 
 
k)Metonímia: o processo de substituição de uma palavra por outra, fundamentando-se numa relação de 
contiguidade semântica. 
 
Exemplos: O Governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O Planalto diz que não aceita qualquer 
remarcação de preço. 
 
Santos Dumont chamou a atenção de toda Paris. O Sena curvou-se diante de sua invenção. 
 
l) Associação: Na associação, uma palavra retoma outra porque mantém com ela, em determinado contexto, 
vínculos precisos de significação. 
 
Exemplo: São Paulo é sempre vítima de enchentes. Os alagamentos prejudicam o trânsito provocando 
engarrafamentos de até 200 quilômetros. 
 
A palavra alagamentos surgiu por estar associada a enchentes. Mas poderia ter sido usada uma outra como 
transtornos, acidentes, transbordamento do Tietê etc. 
 
2.2. Coesão textual sequencial: permite a ordenação das ideias no encadeamento lógico, compreensível. 
 
Esse tipo de coesão utiliza, na maioria das vezes, os conectivos: as preposições ou locuções prepositivas e as 
conjunções ou locuções conjuntivas. O uso correto dos tempos verbais e do vocabulário pertinente ao assunto 
também ajuda na sequência de ideias. 
 
Atente para o exemplo, com destaques nossos: 
 
Não faltava nada. Todo dia tinha caça para comer, era cotia, tatu, peba, caitetu. Do mato, eles traziam as plantas 
para a gente comer, e fazer remédios. De noite, a gente dormia em rede, com medo de tiririca (espécie de javali). 
Quando as feras vinham, trituravam tudo na frente. Se tinha cachorro dormindo no chão, virava lama (sangue). 
(Globo Ciência, ano 3, número 32.) 
 
Em se tratando de uma narração, observa-se o predomínio de alguns conectivos que estabelecem uma ordenação 
temporal dos fatos (todo dia, de noite, quando) e de outros que determinam o ambiente em que eles acontecem: 
do mato, em rede, na frente, no chão. O uso do pretérito imperfeito indica a continuidade dos fatos, no passado. 
Quanto ao vocabulário, seus significados estão atrelados a um único campo lexical, uma vez que se referem a nomes 
afins, relativos ao ambiente rural:caça, tatu, feras, rede, entre outros. 
 
Principais conjunções e suas relações semânticas: 
 
Adição: e, nem, não só... mas também, tanto como, além de, além disso... 
Adversidade: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, contudo... 
Alternância: ou, ou... ou, quer...quer... 
Causa: porque, como, desde que, contanto que, a menos que, sem que, a não ser que... 
Condição: se, caso, desde que, contanto que, a menos que, sem que, a não ser que... 
Concessão: embora, mesmo que, ainda que, posto que, apesar (de) que, por mais que, conquanto... 
Conclusão: portanto, logo, por conseguinte... 
Comparação: como, tanto... como, tanto...quanto, mais...(do)que, tão... quanto... 
Consecução: tão que, tanto... que... 
Conformidade: conforme, segundo, como... 
Explicação: porque, porquanto, pois, que... 
Finalidade: para, a fi m de, para que, a fim de que... 
Proporção: à proporção que, à medida que, quanto mais... tanto mais..., quanto menos... tanto menos... 
Tempo: quando, enquanto, mal, assim que, logo que... 
 
4 
 
Em um mesmo texto podemos encontrar recursos de coesão textual referencial e sequencial. 
 
2.3 Coesão textual lexical: é realizada pelo léxico, isto é, vocabulário. No entanto, não deixa, também, de ser um 
tipo de coesão textual referencial. A coesão por campo lexical é um recurso que se compreende pela análise de um 
conjunto de palavras e expressões que convergem para a construção de um só cenário (e, portanto, uma unidade de 
sentido) em um texto. 
 
Exemplo: Houve um acidente grave na estrada. Apesar de ambulâncias, médicos e enfermeiros se fazerem 
presentes, foi alto o número de mortos. Segundo informações não oficiais, vários hospitais da região receberam os 
feridos. 
Observe que as palavras “acidente”, “ambulâncias”, “médicos”, “enfermeiros”, “mortos”, “feridos”, 
interrelacionadas, oferecem ao leitor pistas para que ele construa o cenário de um “acidente grave”. Logo, podemos 
afirmar que essas palavras fazem parte de um mesmo campo lexical. 
 
a) Sinonímia: utiliza-se de palavras, termos ou expressões sinônimas ou quase-sinônimas. Sinonímia é a relação 
entre palavras de significado semelhante, por exemplo, entre bonito e lindo, entre alfabeto e abecedário, colóquio 
e diálogo, cômico, engraçado, débil, fraco, frágil, distante, afastado, remoto, etc. Estas palavras de significado 
semelhante chamam-se palavras sinônimas ou simplesmente sinônimas. 
 
Exemplo: O moço chegou. O rapaz veio com a noiva. 
 
b) Antonímia: é a relação entre palavras de significado oposto, por exemplo, frio e quente, ordem e desordem, mal 
e bem, mau e bom, bonito e feio, gordo, magro, alto, baixo, economizar, gastar, etc. 
 
Exemplo: O café está frio agora, mas estava quente de manhã. 
 
c) Hiperonímia ou superordenado: é a utilização de uma palavra, termo ou expressão de sentido ou significado mais 
geral. Relação hierárquica de inclusão semântica entre duas unidades lexicais, partindo do genérico (hiperônimo) 
para o específico (hipônimo), sendo que o primeiro impõe sempre suas propriedades semânticas ao segundo, 
criando assim, uma dependência semântica. Por exemplo, o termo “meio de transporte” impõe as suas 
propriedades semânticas aos seus hipônimos: “carro, avião, trem metrô, barco”, etc. 
 
Observação: Um hiperônimo pode substituir, em todos os contextos, qualquer um de seus hipônimos; o contrário 
não é possível. 
 
Exemplo: "Os corvos ficaram à espreita. As aves aguardaram o momento de se lançarem sobre os animais mortos." 
 
Carros, aviões, trens. Os meios de transporte, na contemporaneidade, estão com a tecnologia, cada vez, mais 
evoluída, trazendo maior segurança a passageiros e motoristas. 
 
d) Hiponímia: é a utilização de uma palavra, termo ou expressão de sentido ou significado mais específico. Relação 
de inclusão semântica entre duas unidades lexicais, partindo do específico (hipônimo) para o genérico (hiperônimo), 
sendo que o primeiro, para além de conservar as propriedades semânticas impostas pelo segundo, possui os seus 
próprios traços diferenciadores. Por exemplo, o significado de “gato” implica o significado de “animal”. 
 
Exemplo: “Gosto muito de doce. Cocada, então, adoro.” 
Ganhei um animal de aniversário. O cãozinho está com dois meses. 
 
e) Meronímia ou Partonímia: «Relação de inclusão semântica entre duas unidades lexicais; uma denotando a parte 
(merônimo) e criando uma relação de dependência ao implicar a referência a um todo (holônimo), relativo a essa 
parte». 
Exemplo: A unidade lexical «dedo» (merônimo) implica a unidade lexical «mão» (holônimo). 
 
 A meronímia é igualmente uma relação lexical caracterizada pelo traço de inclusão. No entanto, ao contrário 
da hiponímia, consiste numa relação hierárquica em que B é parte de outro objeto. Isto significa que 
5 
 
frequentemente se trata de uma relação parte-todo, caracterizada dentro da hierarquia tipificada pelo verbo “ter”, 
cuja paráfrase corresponde às seguintes afirmações: 
 
X é uma parte de Y 
Y tem um X 
 
Exemplo: “As substâncias activas não se encontram uniformemente distribuídas pela diferentes partes da planta. As 
que são utilizadas designam-se por fármacos vegetais. A folha, base de todas as sínteses químicas, é a parte mais 
utilizada, pois produz os heterósidos e a maior parte dos alcaloides. O caule é apenas uma via de circulação entre as 
raízes e as folhas, podendo conter activos, especialmente na casca.” (READER DIGEST, Segredos e Virtudes das 
Plantas Medicinais. Lisboa, Selecções do Reader´s Digest, 1986, nota 2, página 13). 
 
f) Holonímia: «Relação de inclusão semântica entre duas unidades lexicais; uma denota um todo (holônimo) sem 
impor obrigatoriamente as suas prioridades semânticas à outra, considerada sua parte (merônimo)». 
 Holonímia: Diz-se de relação de inclusão semântica entre duas unidades lexicais. 
 
Exemplos «carro/volante – carro estabelece uma relação de holonímia com volante, sem, porém, lhe impor as suas 
propriedades. Outros exemplos: braço/corpo; vela/barco». 
 
 
No acidente, houve perda total do carro. Não sobrou nem o volante e as rodas. 
 
Observações: 
1) Os conceitos de holonímia e meronímia são associados à relação que se estabelece entre um determinado 
organismo e suas partes. Por exemplo, no organismo (holônimo) corpo humano, há um conjunto de elementos 
identificáveis e caracterizados por si, mas não contendo todos os elementos que formam seu holônimo. Trata-se, 
pois, de uma relação parte-todo e não de uma relação hierárquica. 
“As relações de holonímia/meronímia distinguem-se das de hiperonímia/hiponímia na medida em que nestas há 
uma transferência de propriedades semânticas que não se verificam naquelas. Por exemplo, sardinha é hipônimo de 
peixe, porque também é peixe. Já a palavra escama não pode ser encarada como hipônimo de peixe, uma vez que, 
apesar de ser uma parte do peixe (merônimo) não é um subtipo de peixe.” 
 
2) Holônimos: correspondem ao todo. 
Merônimos: correspondem à parte. 
 
Exemplos: 
- mão (holônimo); dedo (merônimo); 
- bicicleta (holônimo); selim (merônimo); 
- livro (holônimo); capa (merônimo); 
- carro (holônimo); volante (merônimo); 
- computador (holônimo); teclado (merônimo). 
 
RESUMINDO: RELAÇÕES SEMÂNTICAS 
 
Hierarquia: Hiperonímia e Hiponímia. 
Inclusão: Holonímia e Meronímia. 
Equivalência: Sinonímia. 
Oposição: Antonímia.

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