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1. Abordagem operacional da metodologia científica

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PUC Minas
Curso: Turismo
Disciplina: Classes Sociais no Brasil
Professora: Vera Lúcia Alves Batista Martins
ABORDAGEM OPERACIONAL DA METODOLOGIA CIENTÍFICA
Julho/2013�SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO: REALIDADE: O MUNDO EM QUE VIVEMOS ....03
2. TIPOS DE CONHECIMENTO ........................................................05
3- METODOLOGIA CIENTÍFICA .......................................................20
4-ETAPAS DA METODOLOGIA CIENTÍFICA ................................. 29
5- FALÁCIAS METODOLÓGICAS ....................................................37
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................50
REFERÊNCIAS ..................................................................................51
� 1. INTRODUÇÃO: REALIDADE: O MUNDO EM QUE VIVEMOS
O mundo em que vivemos pode ser captado a partir de diferentes olhares que estarão priorizando aspetos ou focos da realidade. São inúmeros os focos ou aspetos que permitem captar essa realidade. De acordo com cada um destes aspetos ou focos tem-se uma realidade diferente. Os físicos, por exemplo, olharão a realidade de acordo com seus aspetos de constituição física: dos elementos que compõem esta mesa, este carro, etc. Os sociólogos se interessarão pelos aspetos sociológicos da realidade, ou seja, seus grupos sociais constitutivos, sua formação histórica, seus processos de relacionamentos, de cooperação, seus conflitos, etc. Os religiosos se preocuparão com a fé e as crenças manifestadas pelos diferentes grupos sociais. Os artistas com a visão da beleza e exteriorização da emoção e dos sentimentos, e assim, sucessivamente.
Todas essas visões constituem uma realidade específica e, se aglutinadas, incorporarão uma visão “global” da realidade, se é que essa visão global é possível. Muitos descrêem dessa visão global da realidade porque outro aspecto que caracteriza tal realidade é a sua dinâmica, seu processo de constante mutação. A realidade vista hoje não é a mesma vista ontem e nem a que será vista amanhã, devido ao seu caráter de historicidade. Além do mais cada fase histórica enfatiza um aspecto dessa mesma realidade, seja seu sistema social e/ou econômico, seu regime político, seus valores culturais, suas formas de convivência: cooperativas ou conflituosas, suas formas de lazer e outros elementos mais.
 Daí advém outra característica dessa realidade que se pretende estudar: não existe uma realidade que pode ser considerada verdadeira e completa. Pois esta realidade está sendo construída pelo homem em seu contato com o seu mundo. E o mundo de cada ser humano é parcial e particular. Além disso, já se tornou lugar comum o reconhecimento de que o global não é a soma de suas partes mas é um todo que explica e dá sentido à cada uma das partes (HOLISMO / GESTALTISMO). 
Estas características apontadas pela realidade: parcialidade, dinamicidade e relatividade, dentre outras, entretanto, não podem levar ao descrédito pelo seu conhecimento e ao interesse pelo seu processo de formação, ou de aperfeiçoamento. A cada momento novos conhecimentos são acrescidos em todos os campos disciplinares, embora estes novos conhecimentos não esgotem os futuros avanços ou retrocessos, quem sabe, deste processo. O conhecimento é algo a ser refeito à medida que aumenta o cabedal de nossos conhecimentos, de forma individual ou coletiva. O conhecimento é um processo inacabado, um constante vir a ser dialético.�
O conhecimento pode ser conceituado como a explicação dos fenômenos que cercam os seres humanos, ou a representação da realidade que os cerca. Ele tem como características básicas: primeiro, ser natural ao ser humano, ou seja, todo homem tem curiosidade em descobrir o meio em que vive; segundo, ser um processo inacabado, em constante processo de renovação e, ainda ser relativo, isto é, todo mundo conhece alguma coisa e ninguém conhece tudo. Logo as características apontadas para a realidade também caracterizam o conhecimento a respeito desta realidade: parcialidade, dinamicidade e relatividade.
Durante muito tempo preconizava-se que um conhecimento perfeito e global seria o conhecimento fornecido pelo conhecimento científico. Assim a ciência baseada na razão, ao substituir a fé, a tradição e outros focos que embasam outros tipos de conhecimento, alcançaria o conhecimento completo e perfeito. Entretanto, as visões empiristas e positivistas, que defendiam esta postura, são hoje contestadas em todas as ciências inclusive nas ciências físicas e naturais. Logo, já se foi o tempo em que conhecimento científico era considerado o único conhecimento verdadeiro de um fenômeno. Atualmente, o conhecimento científico é uma das formas de conhecimento do mundo. Não se pode mais falar de mundo real, pois como nos ensina a epistemologia tem-se o real e o “reel”, definidos como mundo material e mundo vivido, especificamente, e que assumem significados diferenciados. Também não se pode falar em conhecimento verdadeiro., pois a verdade é relativa: ela só existe até que se prova sua falsidade (POPPER, 1998).
Portanto, o que seria o conhecimento científico atualmente? Como seria possível distingui-lo de outros tipos de conhecimento, e, principalmente, quais seriam os procedimentos necessários para alcançá-lo? Quais as dificuldades que se enfrenta na perseguição deste objetivo? Esses são os aspetos a serem abordados neste trabalho.
 Para tanto serão focalizados os tipos de conhecimento hoje configurados, dando-se ênfase ao conhecimento científico, em decorrência do lócus onde se encontra, o campo acadêmico. Outros conceitos referentes à metodologia científica serão analisados, principalmente seus componentes constitutivos (suas etapas) e as falácias ou querelas que dificultam o objetivo de ampliar, continuamente, o nível de conhecimento sobre a realidade em que se vive.
Assim o objetivo básico deste trabalho é colocar à disposição do estudante de metodologia informações preliminares para a abordagem da metodologia científica, que, normalmente, estão disponíveis em inúmeras fontes, dificultando o acesso mais rápido ao estudioso da área. Seus pontos centrais foram selecionados a partir da experiência do autor em ministrar aulas sobre metodologia científica e projetos de pesquisa, quando foram selecionadas as principais dificuldades que os alunos apresentam ao se defrontar, pela primeira vêz, com a incumbência de elaborar um projeto de pesquisa científico. Em decorrência de seu caráter didático, alguns tópicos podem ser considerados muito simples para alguns, mas certamente serão necessários para outros. Da mesma forma muitos pontos não serão contemplados, por se acreditar que a aula, sempre necessária, se encarregará de suprir algumas frestas verificadas ou por considerar que alguns aspetos, por seu caráter de maior complexidade, não são cabíveis em uma abordagem destinada à pesquisadores iniciantes.
Outro objetivo que permeia este trabalho é o reconhecimento de que o conhecimento científico, na atualidade, embora não só ele, constitui-se em um instrumento básico para o processo decisório. Ele possibilita a redução do percentual de improviso da ação humana, embora, é claro, não o elimine. Por isso e acompanhando a realidade que o inspira, o conhecimento é dinâmico, se renova permanentemente. Prova disto é a inclusão de disciplinas de metodologia nos diferentes cursos de graduação vinculados às diferentes instituições de ensino, pois se reconhece que, sem a pesquisa científica, a Universidade pode estar formando profissionais já desatualizados, diante da renovação incessante do conhecimento em todas as áreas.
Embora não se tenha limitado, propositalmente, o objetivo deste trabalho ao campo de estudos das ciências sociais e humanas, ele aplica-se, sobretudo, à estas áreas científicas, mas nada impede que certas afirmações sejam extrapoladas para outras áreas de conhecimento.
Inicialmente, serãoabordados os diversos tipos de conhecimento que antecederam, sucederam ou coexistem com o conhecimento científico.
2. TIPOS DE CONHECIMENTO
A busca de conhecimento é considerada um processo inato ao homem. O ser humano, em todas as épocas históricas, tem demandado por maiores conhecimentos acerca da realidade em que se insere, do mundo que o cerca, de sua vida e de sua morte. Estende-se para o conhecimento sobre suas realidades nacional e internacional, os mecanismos de poder, de controle e de sua reprodução. Entretanto, diferentes são as percepções sobre este relacionamento homem / natureza: alguns defendem o predomínio da natureza sobre o ser humano que, como uma de suas espécies, não deveria interferir, diretamente, nela. Outros pregam o antropocentrismo, ou seja, o domínio do homem sobre a natureza, defendendo que esta deveria ser usada, de forma subordinada, para satisfazer as necessidades humanas, e outros, ainda, defendem um relacionamento de interação e integração homem / natureza, evitando-se depredações em qualquer uma das partes (conceitos atuais de sustentabilidade).
Esta última visão, mais atual, deu origem aos conceitos de sustentabilidade econômica, social, política e ambiental, tão ao gosto da literatura atual Por isso, como foi dito anteriormente, todo conhecimento constitui-se em um processo contínuo, inacabado, em permanente mudança e de caráter relativo. 
A partir destas considerações retoma-se o conceito de conhecimento como as explicações que cercam os seres humanos sobre a realidade em que ele vive. Ou como as representações da realidade que cercam o homem em suas diferentes atividades e formas de vida. Nesse sentido o conhecimento sempre existiu e sempre existirá. Em cada momento ele pode ter se configurado de uma determinada forma, com ênfase para um ou mais aspetos. Por isso surgem os diferentes tipos de conhecimento. Ao se constatar os diferentes tipos de conhecimento, imediatamente, surge a tentação de classificá-los, para, didadicamente, melhor conhecê-los. Em toda tipologia há, também, quase sempre, a tentação de se estabelecer um caráter de evolução e predominância. A postura que será adotada neste trabalho é de que todos os tipos de conhecimento têm sua importância e que, embora, possam ter surgido e predominado em diferentes épocas, coexistem em níveis diferenciados em todos os momentos históricos, inclusive na atualidade, não se caracterizando , portanto, como um processo evolutivo.
O conhecimento é um processo complexo pois inclui categorias sensíveis e meta sensíveis, conforme afirma MINAYO (1994). Por categorias sensíveis entende-se as expressões corpóreas, os sentidos e os objetos exteriores. Por exemplo, o fogo queima. Por sua vez o meta sensível refere-se às categorias do pensamento, a reflexão, a abstração e as expressões orgânicas internas como o prazer, desprazer, afetividade, rancor, mágoa, e outros. Da sensação surge a percepção e o conhecimento (MINAYO (1994).
Para essa abordagem dos tipos de conhecimentos será feita uma consolidação da contribuição de diferentes autores, mencionados nos momentos oportunos. Essa tipologia incorporará, de forma sintética, informações sobre os conhecimentos denominados mágico, religioso, artístico, filosófico, do senso comum, científico e tecnológico. Considera-se, como já mencionado, que todo homem e toda sociedade, contêm em si, uma parcela destes tipos de conhecimento, que levam à sabedoria individual e societal. Como o objetivo do trabalho é conduzir à uma reflexão sobre a metodologia científica, todos estes tipos de conhecimento serão abordados a partir de pinceladas que permitam contrapô-los e distingui-los do conhecimento científico.
2-1- Conhecimento mágico:
O conhecimento mágico tem como característica básica o apego ao sobrenatural, o transcendente, o simbólico e o mítico. Pode-se considerar como sua fonte, a magia. Este tipo de conhecimento considera que os fatos são geridos por fatores externos ao ser humano, principalmente por fatores naturais e sobrenaturais. Por exemplo, imitar o barulho da chuva ou executar danças diversas para fazer chover, colocar vassoura atrás da porta para fazer a visita indesejada ir embora e outros exemplos que podem ser tirados do conhecimento popular (senso comum ou bom senso)
Pode ser considerado um pensamento mítico, ou seja, um pensamento simbólico e mágico. Seu caráter mágico pode advir da imitação ou da conexão simpática A imitação parte do pressuposto de que o fato se origina da repetição, ou seja, pode-se curar pela repetição, como a homeopatia, pode-se estabelecer padrões de comportamento pela repetição que, muitas vezes, pode dar a ilusão da existência de forma única de comportamento. Mas seu caráter mágico pode vir também da conexão simpática, ou seja, da crença de que se pode atingir uma pessoa através dos objetos pertencentes à ela. São os casos de furar um boneco para ferir uma pessoa representada por ele, ferir um boneco no coração para fazer com que certa pessoa passe a gostar de outra, etc. Estudos antropológicos fornecem inúmeros exemplos deste tipo de conhecimento e, embora, hoje, sejam considerados pouco aceitos, ainda prevalecem em diversos momentos da vida do indivíduo. Inúmeros são os exemplos de crenças que não se justificam como um time jogar sempre com uma cor de camisa que o fez ganhar um campeonato, levantar com o pé direito ou entrar em determinado lugar com o pé direito, para que tudo transcorra bem, etc. 
O conhecimento mágico pode se aliar ao conhecimento religioso (por exemplo benzer-se ao passar defronte de uma Igreja).Às vezes, o conhecimento mágico impede o desabrochar do conhecimento científico ao encontrar razões externas ao indivíduo para a explicação de um fenômeno que, em um primeiro momento, podem satisfazê-lo, impedindo a continuidade de sua reflexão. Entretanto ele pode se constituir em uma forma preliminar de abordagem de uma realidade. Por exemplo estudar a dança de uma comunidade pode mostrar que ela não traz a chuva mas contribui para manter o vínculo do grupo social que está sendo afetado por um problema social, no caso, a seca.
2-2- Conhecimento religioso:
O conhecimento religioso destaca-se dos outros tipos de conhecimento por se basear na revelação divina, nos dogmas religiosos, nos livros sagrados que transmitem o conhecimento do absoluto, advindo do Ser que detém a ação do perfeito. Tem em comum com o conhecimento mágico a crença de que os fatos ocorrem devido a fatores externos ao homem, só restando à ele, submeter-se. 
Durante a Idade Média predominou sobre todas as outras formas de conhecimento. Este tipo de conhecimento por muito tempo, norteou as ações humanas, deu origem a várias doutrinas como a teologia (entendida como a reflexão lógica baseada na revelação divina) e a escolástica (vista como a doutrina religiosa que estuda as relações entre a fé e a razão). Preocupa-se com o estudo do absoluto, com as causas primeiras e últimas da vida e considera que a fonte do conhecimento é Deus, logo não se preocupa em provar esse conhecimento pois a existência divina é evidente por si mesma e o evidente não se demonstra nem se submete à experiências. O pesquisador que adota este tipo de conhecimento analisa, interpreta e explica os fatos, a partir do método reflexivo e lógico, a partir de suas fontes que são os livros religiosos. Este conhecimento é perpassado pela moral e ética ao se basear no uomo pecaminoso, ao considerar o certo e o errado, o moral e o imoral (o pecado).
Predominou durante a Idade Média e, durante o Iluminismo, foi considerado um “inimigo do conhecimento científico” ao se opor à razão e ao não admitir a experimentação e a discussão por considerar que o conhecimento é uma questão de fé. O indivíduo religioso não precisa pensar, já tem respostas para todos os seus questionamentos. E são estes questionamentos, estas dúvidas e incertezas que levam o homem a pensar, a estudar e a aprofundar seus conhecimentos. Este tipo de conhecimentopode levar, juntamente com o conhecimento mágico, ao fatalismo, ao predomínio do destino sobre a ação humana (o mac tub, oriental)
Como se pode facilmente perceber ainda prevalece em amplas camadas da população.
�
2-3- Conhecimento artístico:
É considerado como o tipo de conhecimento que se origina dos sentidos, da sensibilidade, do emocional. É a representação, ao longo da história, dos hábitos, das crenças, das formas de expressão e das dificuldades de sobrevivência dos homens. Ele implica na distinção entre o belo e o feio, o estético e o não estético. Também não admite a experimentação e a prova, pois o artista chega ao conhecimento pela emoção. Na arte o encantamento vem da emoção, se algo é explicado perde-se a emoção�
Este tipo de conhecimento é também antigo, vem desde a Idade Antiga, cerca de 2 500 a 2 000 anos aC, ou 3 900 a 4 500 anos atrás ( Jornal Estado de Minas, Caderno Cultura de 21/02/2006, p. 2). Uma de suas primeiras manifestações são as pinturas rupestres consideradas as primeiras manifestações estéticas do homem. �
Para alguns a ciência e a arte são contraditórios: a ciência atrapalha a arte, pois quando a ciência conseguir explicar tudo, acaba-se o encantamento, as utopias, a beleza da vida. Se algo é explicado perde-se a emoção. Por exemplo o cheiro do jasmim “me lembra um jardim onde passeava com minha namorada”�. Cientificamente o perfume do jasmim vem da combinação de elementos químicos que, em determinadas proporções, exalam o que se chama de perfume. Logo o encantamento da arte vem da emoção, já o encantamento da ciência vem do entendimento do fenômeno, de sua organização e de sua sistematização. O universo está aí para ser descoberto e explicado segundo a ciência, mas também para ser sentido e vivido, segundo a arte, 
Algumas das diferenças básicas entre ciência e arte podem ser assim explicitadas:
- a ciência busca a generalidade e a arte o específico, embora os dois busquem o universal;
- o artista chega à verdade predominantemente pela emoção e o cientista pela razão.
Alguns pensadores, entretanto, consideram que a ciência está na arte e a arte está na ciência pois o homem não é feito só de razão. Ele é também emoção, logo ciência e arte são complementares e cada um, ao ser buscado, dialeticamente, enfatiza o outro (FERREIRA GOULART, 2002). Pode-se, pois, dizer que ciência e arte são conceitos antagônicos e complementares.
 
2-4- Conhecimento filosófico:
É um dos conhecimentos mais antigos, pois se preocupa com questões básicas da natureza humana como a origem do mundo, se pelo ar, água, terra ou vento, a busca das causas primeiras e dos princípios universais. O objeto da filosofia é amplo, é o ser e o não ser. Sua origem e forma de comprovação é a reflexão crítica sobre a experiência vital que confronta teoria e fato.
Em linhas muito amplas a filosofia pode se dividir em:
- especulativa ou teórica, que busca o conhecimento universal;
- prática ou normativa que persegue o vínculo com a realidade objetiva.
Alguns cientistas consideram o conhecimento filosófico como especulativo e impossível de ser provado. Por isso consideram este tipo de conhecimento como oposto ao conhecimento científico. Outros o consideram como imprescindível à vida humana e aliada do conhecimento científico ao fornecer o pano de fundo a partir dos quais os conceitos se articulam e são formulados (através dos paradigmas, por exemplo),
Outro papel desenvolvido pelo conhecimento filosófico no que diz respeito à metodologia científica é o de embasar o esforço de reflexão sobre os resultados e os métodos utilizados pelos cientistas no desenvolvimento de suas pesquisas. A reflexão acurada, por exemplo, é procedimento indispensável a todo trabalho científico e origina-se do campo filosófico.
2-5- Conhecimento do senso comum
O conhecimento do senso comum é também chamado de conhecimento vulgar, de bom senso, de conhecimento espontâneo, focal ou ordinário (no sentido de comum), e tem como fonte a tradição, a vida em comum, a vida do dia a dia, o cotidiano. È um conhecimento imediato, geralmente repassado pela família, escola, trabalho, grupos de vizinhança, grupos de referência e de amizade, instituições que fundamentam a socialização do ser humano. São os hábitos desenvolvidos pelas diferenças famílias, classes sociais, etnias e nacionalidades baseadas em seus costumes e tradições. Ampara-se nas relações de autoridade, pois são fortemente influenciados por chefes, pais, mestres, lideranças burocráticas, carismáticas ou tradicionais. São conhecimentos espontâneos e instintivos, assim não são programados nem antecipados mas ocorrem segundo a ordem natural dos acontecimentos. Está sempre colado à realidade, é vivencial e ametódico. Não buscam explicações causais nem procuram estabelecer relações entre os fenômenos. Surgem de práticas que deram certo e, por isso, duram certo tempo, transformam-se em convicções e crenças que são repassadas de um indivíduo à outro e de uma geração à outra. 
Na atualidade é de se ressaltar, ainda, o papel importante, desenvolvido pela mídia: jornais, revistas, televisões, internet, etc. Nestes meios de comunicação são transmitidas as regras de ação mais ou menos triviais, pelas quais as práticas de um indivíduo se orientam, habitualmente. Ela dispensa o indivíduo do esforço cotidiano de tomar decisões ou de “reinventar a roda”, apropriando-se de experiências, normalmente bem sucedidas, de seus antepassados ou mesmo de seus contemporâneos. Espelha o caráter, o modo e o estilo de vida dos grupos e da sociedade, a partir do entrelaçamento de seus hábitos, principalmente dos emanados dos grupos dominantes.
 O conhecimento do senso comum baseia-se na necessidade do homem de resolver problemas de ordem imediata, que decorrem de contatos diretos com os fato sociais, percebidos de forma sensorial. (KÖCHE, 1997). Ele não é programado, planejado mas segue a ordem natural dos acontecimentos. É espontâneo e intuitivo, colado à realidade vivencial. Não se preocupa com as relações de causa e efeito. As práticas que deram certo, levam à convicções e crenças que são passadas de uma geração para outra. Por exemplo, a planta marcela é boa para curar a tosse. Não se sabe a causa, o porquê, como a cura da tosse se processa a partir da marcela, a quantidade necessidade para a cura, etc. ( KÖCHE, 1997).
Segundo HOBBES (1999) o senso comum é a interseção entre a ética (o bem) e a moral (o justo), ou seja: deve-se basear no ditado: “conceda aos outros o que exige para si mesmo”. O senso comum sacraliza formas de comportamento que são referendados pela ética e pela moral de uma sociedade em uma determinada época, portanto.
Este tipo de conhecimento apresenta as seguintes características:
- é sensitivo: é aquilo que vem imediatamente, não procura separar o essencial do acidental, ou seja, não é intermediado pela razão, pela reflexão crítica;
- é superficial pois retém o que é aparente, na maioria das vezes;
- é subjetivo, individual e, paralelamente, social, pois embora se incorpore ao indivíduo de forma individual resulta de experiências bem sucedidas ou bem divulgadas de outros indivíduos;
 - é assistemático, pois é um saber disperso, criado e utilizado sem método;
- está impregnado de projeções psicológicas, ilusões e paixões, assim como de superstições e crenças;
- é um conhecimento sem reflexão, é influenciado pela opinião de outras pessoas ou pela mídia;
- são conhecimentos fragmentários que geram visões fragmentárias da realidade; está subordinado à um envolvimento ao mesmo tempo, objetivo e emocional. Não busca comprovação;
- são ideológicos pois são extremamente influenciados por valores, confianças e desconfianças para com as pessoas que os explicitam;
- não se submetem a uma crítica sistemática principalmente em decorrência de sua linguagem vaga segundo NAGEL ( apud KOCHE, 1999) pois não usam conceitos claramente definidos, ignorando que as palavras adquiremsentidos diferentes de acordo com quem as reproduziu: ex. a palavra marginal tem um sentido diferente para um policial, um geógrafo, um economista, um sociólogo, etc. Essa generalidade dos conceitos dificulta a comprovação de suas formulações, o consenso e o controle social que tem, como um de seus instrumentos, a linguagem;
- em decorrência ele desconhece os limites de validade de suas assertivas, dando origem ao uso indiscriminado, levando, muitas vezes à dogmatizações, simplificações, generalizações, pré-conceitos e estigmatizações.
Apesar de todas estas características normalmente vistas como negativas pode ser considerado a base fundamental do conhecimento humano. Sem o conhecimento do senso comum o homem seria levado à paralisia ao ter de parar e refletir sobre todos os seus atos. Assim aquelas ações já testadas e consideradas bem sucedidas, são recebidas culturalmente pelos indivíduos, o que faz avançar seu conhecimento e sua ação. Além do mais, é interessante reconhecer que, por todas essas características, o senso comum tem grande durabilidade em seus procedimentos pois embora não se possa comprová-lo, pela mesma razão, é difícil refutá-lo.
Ele tem grande persistência, mas difere do conhecimento científico por ser um conhecimento sem reflexão, sem método, sem sistematização e acrítico. 
2-6- Conhecimento Científico
O conhecimento científico surge como reação aos tipos de conhecimentos mencionados anteriormente como o mágico, religioso, filosófico e do senso comum. Vem amparado pela razão e surge com o Iluminismo, na Idade Moderna, que apregoa a razão como a única fonte de conhecimento, desconsiderando as outras fontes consideradas até então, notadamente a fé e a reflexão filosófica, vistas como irracionais e especulativas.
Busca princípios explicativos gerais e visão unitária dos problemas científicos, ou seja, a verdade. Surge da necessidade do homem de buscar maior controle sobre sua vida a partir da sistematização metódica e crítica de seus atos, para desvelar, compreender e dominar o mundo. Preocupa-se com a busca de uma cadeia de relações e princípios explicativos dos fenômenos e suas causas. A análise da realidade é efetuada a partir de um critério orientador que analisa os fatos e unifica a visão de mundo. Os fenômenos são considerados enunciados claros, esquemáticos e interdependentes.
O conhecimento científico baseia-se, portanto, na razão e na lógica e, ainda hoje, é visto, por muitos, como o conhecimento “verdadeiro”, pois é comprovado e elaborado de forma sistemática e metódica, através de conceitos, explicitamente definidos, a partir do homem racional. 
 Uma análise mais ampla dos conceitos de lógica mostra que essa lógica pode
 ser classificada em:
- lógica material, de categoria empírica, que vem da análise dos fatos, como o behaviorismo, e conduzem às proposições empíricas que descrevem os fatos observados;
- lógica formal que se desenvolve a partir de categorias racionais, sendo a principal a coerência e a consistência do raciocínio; o raciocínio causal, repetitível, que possibilita generalizações como o silogismo; dão origem às proposições lógicas, que organizam o pensamento mas, segundo alguns, nada acrescentam ao conhecimento dos fenômenos estudados;
- lógica dialética que se opõe à estas, pois tem como categorias principais a presença da oposição dos contrários, a noção de totalidade dos fenômenos, a ação recíproca e sintética e a transformação permanente.
Logo, a partir desta abordagem rápida dos conceitos de lógica pode-se perceber as limitações de afirmações referentes ao conhecimento científico como sendo o único conhecimento “verdadeiro”.
A este tipo de conhecimento, o científico, se vincula a chamada “investigação científica” que é a busca de respostas para os problemas teóricos ou práticos; estas respostas devem ser testadas através de procedimentos empíricos ou reflexões objetivas. Vem tanto da investigação a que se submetem os conhecimentos do senso comum como da análise das teorias filosóficas ou científicas formuladas anteriormente. A investigação surge em decorrência da crise de um conhecimento, ou seja, investigar é reconhecer a insuficiência de um conhecimento para explicar um fenômeno e buscar um novo conhecimento mais adequado. Por isso a investigação científica inicia-se com a:
- identificação de uma dúvida (problematização ou situação problema);
- a verificação de que os conhecimentos existentes são insuficientes para esclarecer esta dúvida (elaboração de um marco ou referencial teórico, a partir das teorias da área estudada, que possibilitam a formulação de constructos, ou seja, enunciados unívocos, consensuais e universais); estes constructos permitem aumentar o poder de teste dos enunciados ao formular as possíveis hipóteses de trabalho;
- construção de uma possível resposta para esta dúvida (elaboração de hipóteses a partir da teoria ou da empiria, partindo-se das mais gerais para as mais específicas, no caso da utilização do método dedutivo, ou do particular para o geral, dentro da racionalidade da indução);
- demonstração de que essa possível resposta construída oferece provas de segurança e confiabilidade ou não.
Estas colocações, uma vez formatadas adequadamente, configuram o que se denomina projeto de pesquisa científica.�
Esse tipo de conhecimento caracterizou o pensamento da denominada “civilização ocidental” que predomina no mundo atual. Baseou-se em:
- explicações técnicas e tecnológicas, ou seja, na racionalidade instrumental weberiana definida pela relação de adequação de meios e fins;
- desenvolvimento de uma linguagem chamada científica, construída por meio de conceitos, de métodos e técnicas adequadamente utilizados; estes conceitos devem ser precisos, com seus enunciados cientificamente formulados a partir de hipóteses, fundamentadas em teorias já comprovadas;
- essa linguagem deve ser coerente, controlada e instituída por uma comunidade que domina a produção e a reprodução da ciência em questão;�
- apóia-se em postulados básicos como a existência de um mundo real, a existência de uma ordem no universo, e um determinismo nesta ordem, a partir da crença de que, para cada fenômeno, existe uma causa determinante e na possibilidade e necessidade do investigador descobrir essa ordem e as relações causais entre os fenômenos que a constituem.
Entretanto, esta visão do conhecimento científico é considerada por muitos como um novo mito, pois ignora que o mundo científico, assim como o mundo em geral, é constituído por conflitos e contradições, não existindo um único conhecimento científico, ou um conhecimento verdadeiro. Ao se chegar a um conhecimento formulado de acordo com os métodos e regras preconizados pela lógica, principalmente a material e a empírica, não se chega a um conhecimento final ou à leis definitivas e ahistóricas, que se aplicam a todos os fenômenos.
 Esta fato, pode ser explicado, por exemplo, utilizando-se conceitos formulados
 por BRUYNE (1997), que assinala a constituição do campo científico a partir de dois pólos:
- pólo da unidade, o pólo do pensamento lógico formal, característico da semelhança de pensamento que vem da tradição, da auto-regulação do conhecimento e do controle do conhecimento, o que KUHN (1975) chama de ciência normal;
- pólo de diversidade que dá origem à ruptura dos paradigmas, fazendo emergir novos ou, no dizer de KUHN 1975) o período das revoluções científicas.
Portanto a idéia de pensamentos finais e acabados não persiste na ciência de hoje, tanto nas ciências humanas e sociais, como nas ciências físicas e biológicas. Como a realidade está em permanente mudança também a ciência, que procura captar esta realidade, deve se modificar continuamente.
Assim sendo, embora, inicialmente, o conhecimento científico tenha buscado a objetividade e a universalidade, ou seja, buscado conhecimentos comprováveis em qualquer época e em qualquer lugar, porqualquer pesquisador (leis permanentes), atualmente isto não mais ocorre. Defensores de novas idéias e paradigmas afirmam que a ciência deve assumir um caráter hipotético, sempre passível de comprovação, refutação ou reformulação. Esse caráter hipotético vem da historicidade do conhecimento já citada anteriormente.
Mas, apesar destas observações, o conhecimento científico, hoje, procura manter-se dentro de várias diretrizes tais como:
- ideal da racionalidade que leva ao que se denomina “verdade sintática”, definida como a coerência entre os enunciados formulados ou entre as leis e teorias delas decorrentes. Uma consistência que deve ser lógica com relação aos conceitos entre si e com relação aos paradigmas utilizados, não devendo apresentar contradições;
- ideal da verdade semântica, ou seja, objetividade ou coerência entre os conceitos e a realidade que representam. È o confronto das leis e teorias com os fatos empíricos. A verdade semântica pressupõe a possibilidade de um enunciado ser testado através de provas potenciais que confrontem a teoria adotada com os dados empíricos;
- verdade pragmática que é a possibilidade destes testes e seus resultados passarem pela avaliação crítica intersubjetiva da comunidade científica. Trata-se da possibilidade de um enunciado ser testado pela avaliação intersubjetiva de provas factuais. Verdades apoiadas pela comunidade científica e sujeitas à comprovação de qualquer pesquisador, que seguir os mesmos ou semelhantes métodos. Para que o conhecimento seja considerado científico ele deve ser aceito pela comunidade científica que, para aceitá-lo, estabelece uma série de critérios, descritos a seguir:
a- uso de metodologia científica que deve incorporar disciplina, criatividade e imaginação do pesquisador;
b- busca permanente de eliminação do erro; pois o caráter hipotético do conhecimento científico é definido pelo seu caráter histórico; o conhecimento científico não deve dogmatizar suas conclusões mas tratá-las como eternas hipóteses, sujeitas à um procedimento crítico constante�;
c- a partir de métodos condizentes com o objeto de estudo; este método deve: propor hipóteses, fundamentadas em teorias – verdade sintática; estas hipóteses devem ser submetidas a testes empíricos criteriosos – verdade semântica, referendadas pela comunidade científica - verdade pragmática.
Assim sendo, uma pesquisa para ser considerada científica, deve agregar os três tipos de verdades, embora todas elas sejam relativas, pois são sempre historicamente constituídas: 
Sintática + semântica + pragmática.
Uma conclusão a que se pode chegar sobre o conhecimento científico é que ele, ao lado dos outros tipos de conhecimento, também é falível, pois está condicionado historicamente e, portanto, muda com a mudança da realidade.
 
 2.7- Conhecimento Tecnológico
 O conhecimento tecnológico, embora tenha existido em diferentes épocas, ao representar os instrumentos que o homem utiliza para se relacionar com a natureza, teve grande desenvolvimento a partir do conhecimento científico. Ele surge como uma decorrência da ciência aplicada, ou seja, daquela ciência que tem como meta principal a solução dos problemas sociais. Surge, portanto, a partir de problemas concretos que são colocados para as sociedades humanas e visam, sobretudo, o aumento da produção e da produtividade do trabalho humano. 
Alia-se ao conhecimento científico, pois dele decorre, e a ele influencia, em sua busca de melhoria e desenvolvimento. 
 
 2-8- Sabedoria, síntese dos conhecimentos?
Todos estes tipos de conhecimento têm sua função na realidade humana. Ao conjunto destes tipos de conhecimento e, principalmente, da aplicação de cada um deles em determinada circunstância, denomina-se sabedoria. A sabedoria pode ser considerada, portanto, o conjunto de conhecimento que se adquire no decorrer da vida, através das fontes que originam cada tipo de conhecimento e na adequada utilização de tais conhecimentos em situações concretas.
No presente trabalho o foco básico será o conhecimento científico, base para o desenvolvimento da ciência nas universidades e na sociedade em geral. O conhecimento científico tem, como premissa, o desenvolvimento de uma metodologia científica, metodologia a ser adotada na busca deste tipo de conhecimento, item a ser desenvolvido no próximo tópico.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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cap. 1;
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- MARX, Karl. A origem do capital: a acumulação primitiva. 6ª. Ed. São Paulo,
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- MORTARI, Cezar A.: Introdução à lógica. 1ª. Reimpressão. São Paulo, Editora INESP: Imprensa Oficial do Estado, 2001.
- OFFE, Claus: Capitalismo desorganizado: transformações contemporâneas do trabalho e da política. 2ª. Ed. São Paulo, Brasiliense, 1994.
- POPPER, Karl R. A lógica da pesquisa científica. 7ª. Ed. São Paulo, Cultrix, 1998;
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- THIOLLENT, Michel: Metodologia da pesquisa-ação, 6ª. Ed.. São Paulo, Cortez Editora, 1994
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3- METODOLOGIA CIENTÍFICA
Por metodologia científica entendem-se as maneiras e os procedimentos adotados para a busca do conhecimento científico. Refere-se ao plano geral de uma pesquisa. Trata-se de conceito bem mais amplo do que normalmente se denomina metodologia, pois, muitas vezes, este conceito é confundido com normalização do trabalho científico a partir das normas ditadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, ou de sua congênere internacional ou setoriais�. A ABNT também faz parte da metodologia, pois trata a forma de apresentação do trabalho científico. Essa forma facilita o desenvolvimento da pesquisa, tanto em seu planejamento, desenvolvimento e apresentação, quanto por propiciar reflexões mais acuradas dos dados coletados, ao tê-los de forma sistematizada..
Por isso o conceito de metodologia inclui os conceitos de paradigma, ciência, teoria, método, técnica e pesquisa científica.
Paradigma > Ciência > Teoria > Método > Técnica > Pesquisa
Estes tópicos serão abordados, sinteticamente, dada a complexidade e abrangência de que se revestem. Aqui serão discutidos conceitos que, do ponto de vista deste professor, são necessários e suficientes para o entendimento da metodologia científica em um curso de graduação.
3-1- Conceito de paradigma: 
Inúmeros são os conceitos de paradigma já enunciados no campo científico. Uma das melhores análises desenvolvidas nesta área é a de KUNH (1975) que, dentreos vários conceitos analisados, pode se reproduzido, de forma não literal:
- visão de mundo compartilhado por uma comunidade científica; essas visões de mundo são compostas por valores e crenças através das quais se busca analisar a realidade.
Assim sendo suas características são, basicamente:
- um conhecimento já testado ou comprovado;
- desenvolvido de forma coletiva;
- que perpassa mais de uma área de conhecimento;
- aceito e utilizado pela comunidade científica destas áreas de conhecimento.�
3-2- Conceito de ciência:
Da mesma forma, são inúmeros os conceitos de ciência, pois eles estarão influenciados pelos paradigmas que os inspiraram e pelas ciências que mais o utilizam. Não serão levantados conceitos diversos de ciência para não se alongar, em demasia, o tópico, dado o objetivo deste estudo.. Desta forma não será desenvolvimento um referencial teórico sobre todos os tópicos aqui mencionados. Assim sendo, conceitua-se ciência como sendo:
- conjunto de conhecimentos sistematizados, produzidos pelo intelecto humano, historicamente situado, relativo à determinado objeto, obtido mediante a aplicação de métodos e técnicas adequadas.
A partir deste conceito síntese, destaca-se suas características principais, que são:
- conjunto de conhecimento: a ciência é uma produção coletiva, ela não pode ser desenvolvida de forma individualizada, ela é vista a partir das contribuições de eminentes cientistas que propiciaram ou não o salto qualitativo de sua área de conhecimento. Para se constituir, ela demanda um esforço coletivo que perpassa épocas, sendo modificada, ampliada, reduzida e/ou transformada em cada momento histórico;
- estes conhecimentos devem ser sistematizados, ou seja, devem manter certa coerência interna e externa com a realidade; para essa sistematização usam-se métodos e técnicas adequados; a sistematização também organiza o pensamento e dá significado aos dados analisados; essa sistematização não implica em concordância absoluta, pois uma ciência é, normalmente, composta por várias teorias que podem se complementar ou se opor umas às outras, mantendo, entretanto, um diálogo entre elas;
- estes conhecimentos são produzidos e principalmente, sistematizados, pelo intelecto humano, com o uso da razão; 
- normalmente mantêm vínculo com a realidade da época em que surgiu, embora possa se aplicar a diferentes épocas;
- inicialmente atribuía-se ao conhecimento científico o dom de descobrir a verdade, a partir de leis imutáveis, aplicáveis em todos os momentos históricos. Hoje, a partir da contribuição de Popper (1998), estas afirmações são relativizadas, ao se defender que as leis são aceitas como verdades relativas até que sejam refutadas; leis são suposições prováveis e não verdades absolutas. Defende-se na ciência contemporânea, que a ciência constrói modelos esquemáticos, não necessariamente verdadeiros, da realidade estudada, verdadeiras até o presente.
- a ciência também não é mais considerada neutra, na sua construção, desenvolvimento ou aplicação; ela surge para responder a problemas sociais identificados, geralmente pelos grupos sociais mais afluentes da sociedade, é influenciada por valores sociais dos pesquisadores ao identificar seu objeto, seus instrumentos de análise e sua hipóteses;
- cada ciência ao se constituir constrói seu objeto de estudo. Este tópico foi objeto de grande discussão entre os cientistas, pois se discordava sobre a necessidade ou não de um objeto único para cada ciência. �
Esta discussão sobre o objeto de cada ciência procura estabelecer limites entre as ciências afins, o que nem sempre é plenamente possível. Existem vários objetos relativamente comuns a várias ciências diferenciando-se, apenas, quanto ao enfoque dos mesmos e quanto à forma de seu trato. Esse entrelaçamento das diferentes ciências deu origem à conceitos diversos em permanente discussão como uni, multi, inter e transdisciplinaridade, que não serão tratados aqui.
A ciência constitui-se, muitas vezes, influenciada por diversos mitos que, no seu decorrer, são esvaziados ou confirmados. Por exemplo, como mencionado, a ciência inicialmente defendia a existência de um conceito de verdade absoluta, não necessariamente neutro. Hoje a ciência é considerada um modelo esquemático e sistematizado da realidade, reconhecido por uma comunidade científica e que não é neutro. A ciência sempre reflete visões de mundo compartilhadas por comunidades científicas, visões impregnadas de aspetos ideológicos dos que com ela trabalham. A noção de neutralidade é substituída pela da necessidade de reconhecimento e explicitação de tais valores.
Existem várias classificações de ciências. A mais aceita é sua divisão entre ciências físicas, naturais, humanas e sociais. Em anexo, consta a divisão dos diversos campos disciplinares dentro desta tipologia de ciência.� Como já mencionado, uma ciência, normalmente, é composta ou integrada por várias teorias que podem ser complementares, opostas ou similares. Para isto é importante conhecer o significado do conceito de teoria.
3-2- Conceito de teoria:
As teorias são conceituadas como conjunto de proposições e conceitos sobre partes do existencial, historicamente determinadas.
Logo uma teoria é a sistematização do conhecimento de um determinado domínio. A teoria permite fazer inferências sobre este domínio, para se obter conhecimento novo, segundo Mortari (2001, p. 65). Essas inferências podem ser feitas a partir de proposições (hipóteses) ou símbolos (matemáticos, por exemplo). 
Para melhor entendimento deste conceito deve-se conceituar:
- proposições: afirmações que derivam do raciocínio lógico sobre determinado fenômeno; As proposições estão fortemente embassadas em outras teorias, confirmando-as ou refutando-as e nos paradigmas influenciadores da ciência a que se filiam. Essas proposições dizem respeito a indivíduos ou objetos que se supõe existirem, propriedades que eles possuem ou deixam de possuir e de relações que mantém ou deixam de manter entre si. As proposições são premissas que possibilitam e direcionam a formulação de hipóteses. 
- conceitos: são construções de sentido que relacionam partes de um fenômeno; podem derivar dos campos teórico ou empírico; o que é importante é a impregnação de sentido que estes conceitos podem ter e que permite diferenciá-los de outros conceitos semelhantes. Os conceitos, segundo MORTARI (2001) é a delimitação do universo de um discurso, é o que nos permite isolar um fato de outros semelhantes;
As características principais das teorias são:
- possibilitar a organização do pensamento;
- possibilitar a compreensão dos dados; 
- são conhecimentos parciais do fenômeno ou objeto de estudo, logo em cada ciência existe grande diversidade de teorias, em decorrência da diversidade do real ou do existencial que analisam;
- como são conhecimentos parciais, privilegiam determinados aspetos e desconhecem ou ignoram outros;
- assim como a ciência as teorias não são neutras; no caso das teorias elas geralmente defendem e atacam idéias; normalmente derivam de crítica à teorias anteriormente existentes, apresentando novas reflexões ou incorporando diferentes visões;
- as teorias podem ser vistas como um símbolo da realidade;
- a diversidade das teorias se dá devido à diversidade de real e do momento histórico que transforma, constantemente, o objeto de estudo; a escolha de uma teoria como base de análise dos estudos, dependerá de sua maior plausibilidade em relação ao objeto recortado.
Também são diversas as tipologias sobre teoria. Para a finalidade deste estudo são considerados três tipos de teorias:
- teorias explicativas: que buscam a explicação de um fenômeno, suas visões, razões, justificativas e esclarecimentos;
- teorias compreensíveis: que enfatizam as relações de intenção e sentido entre partes do fenômeno estudado;
- teorias interpretativas: que apresentam julgamentos e avaliações sobre o fenômeno, sendoperpassadas por juízos de valor (melhor, pior, completo, incompleto, etc.)
Todas as teorias são estabelecidas a partir de estudos amparados em posturas metodológicas definidas (paradigmas e ciências).
3-3- Conceito de método:
O conceito de método formulado neste trabalho diz respeito à:
Orientações normativas para conhecimento do existencial; inclui desde a visão de mundo às técnicas de pesquisa.
Como características básicas deste conceito aponta-se para:
- procedimentos normativos, isto é, que pretendem determinar regras de procedimentos, o que e como se deve proceder ao desenvolver uma pesquisa;
- estes procedimentos estão vinculados à tentativa de reduzir os erros do trabalho investigativo, erros decorrentes do pesquisador ou dos instrumentos utilizados;
- não são neutros pos incorporam os valores dos paradigmas, das ciências, das teorias que procuram aplicar e do pesquisador. 
As tipologias sobre os métodos são ainda mais numerosas, pois eles podem ser classificados a partir de vários critérios: lógica do raciocínio, tipo de dados coletados, etc. Neste caso será considerada a classificação segundo o tipo de dados coletados que permite categorizá-los em:
- dados quantitativos, que permite citar métodos como empírico, positivista, estatístico, matemático e comparativo;
- dados qualitativos: que diz respeito, principalmente, á forma de análise dos dados: neste caso pode-se falar em métodos tais como registro, análise funcional, homologias estruturais, etnometodologia, interacionismo simbólico, dramaturgia social e comparativo, novamente.
Essa divisão é meramente didática, pois o objeto de cada pesquisa determinará o/os tipos de métodos que se deverá utilizar. Logo é possível e mesmo desejável, que vários métodos sejam utilizados, sejam eles quantitativos ou qualitativos. A utilização simultânea dos dois tipos de método possibilita analisar tendências (ao se utilizar os métodos quantitativos) e compreender os fenômenos (métodos qualitativos). Assim a pesquisa poderá ser quantitativa, qualitativa, quanti-qualitativa ou quali-quantitativa.
A escolha de um método de trabalha pressupõe a adoção de determinadas técnicas e a exclusão de outras. 
3-4- Conceito de técnica:
Os conceitos de métodos e técnicas são muitas vezes confundidos, tanto por alunos como por pesquisadores e autores da área. Pode-se mesmo dizer que ainda não há um conceito e uma tipologia aceito por todos. Para possibilitar destacar a diferença básica entre eles, conceitua-se técnica como:
Conjunto de procedimentos operacionais que permitem o desenvolvimento de uma pesquisa.
Logo a distinção básica entre método e técnica de pesquisa é que, enquanto o método tem caráter normativo, a técnica tem caráter operacional. A técnica constitui-se em um conjunto lógico de procedimentos operacionais a serem adotados dentro de um método anteriormente definido.
Dentre as inúmeras tipologias existentes para as técnicas de pesquisa destaca-se a seguinte:
- técnicas de coleta de dados: são as técnicas que visam a obtenção dos dados a serem utilizados para comprovação ou refutação das hipóteses; podem ser primários ou secundários. Serão primários se levantados pelo próprio pesquisador, sem manipulação anterior de outros pesquisadores; e secundários se levantados e já trabalhados por outros cientistas. Entre as técnicas de coleta de dados cita-se: entrevista, questionário, formulário, diário de campo, observação sistemática ou assistemática, história oral, história de vida, e outros. 
- técnicas de análise de dados: são as técnicas que permitem a manipulação dos dados no sentido de consolidação ou exemplificação; são as tabelas, quadros, gráficos, escalas, mapas, dentre outros; ou na busca de compreensão dos fenômenos como a análise do discurso, análise documental, análise de conteúdo, e outros.
- técnicas de apresentação de dados: relatórios, atlas, índices, etc.
Os métodos e técnicas utilizados em uma pesquisa devem ser explicitados claramente para possibilitar que outros pesquisadores verifiquem a cientificidade do trabalho final. Com essa finalidade são desenvolvidos trabalhos preliminares que, a partir de discussões e revisões, garantirão uma metodologia adequada da pesquisa. Por isso uma pesquisa científica na busca de sua cientificidade e mesmo sua adequada operacionalização deve conter, pelo menos, algumas das seguintes etapas:
- carta de intenções;
- pré projeto de pesquisa;
- projeto de pesquisa;
- relatório final da pesquisa.
A definição da necessidade de cada etapa decorre, principalmente, do órgão financiador, pois, no caso das três primeiras etapas, a diferença básica é o nível de aprofundamento do trabalho que será desenvolvido.
Por carta de intenções entende-se um trabalho relativamente sintético (de duas a três páginas) que contenha informações básicas sobre as pretensões do trabalho, para ser lido e aprovado, com menor dispêndio de tempo, por parte dos órgãos responsáveis pela definição da pesquisa. Dela deve constar, sobretudo: definição do objeto e dos objetivos propostos, sua importância para a área científica que aborda, a metodologia de trabalho proposta e uma previsão dos resultados que se espera alcançar e dos recursos temporais e financeiros considerados necessários.
Caso haja a anuência dos órgãos responsáveis, pode-se passar para a elaboração do pré-projeto, etapa um pouco mais aprofundada, que discute os mesmos tópicos mas já incoporando as possíveis sugestões dos órgãos financiadores da pesquisa. Neste caso torna-se necessário uma revisão de todos os procedimentos, para a verificação da coerência e consistência do trabalho proposto. A parte metodológica deve ser mais explicitada e os custos mais detalhados, apontando para a conveniência da execução do projeto.
Mediante a aprovação ou a sugestão de correção de rumos do pré- projeto, parte-se para a elaboração do projeto de pesquisa, que deve conter, neste momento, ampla revisão de todos os procedimentos já definidos e nível de detalhes compatíveis com a etapa da avaliação final do sucesso do empreendimento que se propõe. 
Diante do tipo de projeto, ele será mais ou menos extenso. Entre os tipos de projeto serão identificados, aqui, os projetos de pesquisa e os projetos de intervenção ou de ação. No primeiro caso, as partes mais importantes serão o marco teórico, onde o pesquisador mostrará a familiaridade e fluência no tema abordado e a metodologia que enfatizará sua capacitação para o desenvolvimento do projeto. No caso de projeto de intervenção ou de ação, quando se pretende interferir diretamente na realidade analisada, são importantes, além dos dois tópicos já enunciados, que deverão ser apresentados de forma mais sintética, as fases de negociação com os diferentes atores envolvidos na implementação do projeto. Um projeto de intervenção não ocorre com sucesso, se não for negociado em bases participativas, desde a sua formulação. Também é importante analisar sua estratégia, buscando aliar os princípios do planejamento participativo e estratégico. Em casos menos freqüentes torna-se importante, também, aliar os princípios do planejamento compreensivo, para garantir o sucesso do empreendimento.
Neste estudo, tratar-se-á, basicamente, do projeto de pesquisa. Este tipo de projeto deve ser desenvolvido em etapas, embora elas não possam ser vistas de forma estanque. Cada uma das etapas interfere e sofre interferência das demais, o que exige revisões constantes do processo de elaboração do projeto. Alunos iniciantes no trabalho de pesquisa, muitas vezes, sentem-se desestimulados diante desta necessidade de se reescrever o que já foi escrito. Entretanto, este trabalho de paciência que se exige do pesquisador, reflete sua busca de maior aprofundamento do trabalho o que, dificilmente, poderá ser alcançado de uma só vez.
Essa necessidade de revisões, é ainda maior, em se tratando de projetos financiados por organismos internacionais.Também a limitação de recursos, ou mudanças de políticas governamentais, freqüentemente são causas de alterações de projetos já considerados adequados. Para minimizar tais revisões aconselha-se consultas freqüentes aos órgãos financiadores e a apresentação das etapas mencionadas anteriormente.
De acordo com a finalidade, a experiência ou a exigência do órgão financiador pode-se adotar algumas ou todas estas etapas. Mas para o desenvolvimento de todos estes procedimentos é importante estabelecer um conceito de pesquisa, que é objeto do tópico seguinte.
3-5- Conceito de pesquisa:
A pesquisa científica existe em todas as áreas de conhecimento pois é o procedimento básico para o desenvolvimento do conhecimento. Vincula pensamento e ação, teoria e prática. Assim sendo pode ser definido como:
Atividade que visa conhecer, descrever, explicar, compreender, interpretar e modificar a realidade em que se vive.
Suas características básicas podem ser sintetizadas como perseguindo as seguintes 
finalidades:
- descrever o fenômeno em estudo: apontar para a situação em que se encontra, seria como uma grande fotografia do fenômeno no momento em que é estudado;
- conhecer a realidade: finalidade precípua inerente à pesquisa e que se insere em todos os outros tipos de pesquisa, pois está vinculado à ampliação, especificação, aplicação do conhecimento existente ou formulação de novos conhecimentos;
- explicar: procurar relações entre os fenômenos, notadamente de causa e efeito ou de antecedência e consequência, geralmente de ordem quantitativa, apresentando tendências dos fenômenos a partir de procedimentos estatísticos como percentuais, correlações e regressões;
- compreender: busca verificar a função do fenômeno, sua estrutura, ou seja as inter-relações entre as suas diferentes partes, e suas mudanças, entendida como seus avanços e recuos.
- interpretar: procura analisar os possíveis significados do fenômeno estudado e suas relações com os juízos de valor: adequado, inadequado, bom/ nefasto, etc;
- modificar: alguns tipos de pesquisa buscam modificar a realidade que pesquisam, ao aliar conhecimento e ação corretiva ou minimizadora de problemas e dificuldades; geralmente afetos às áreas das ciências aplicadas;
- vincular sempre pensamento e ação, ou seja, teoria e prática.
Essa tipologia é uma das classificações possíveis de pesquisa, mas existem várias outras, dentre elas as estabelecidas:
- conforme a classificação das áreas científicas: ter-se-á pesquisas das ciências físicas, das ciências naturais, das ciências biológicas e das ciências sociais; (Anexo 1)
- conforme o tipo de relação com a realidade, ou seja de acordo com o uso dos resultados: pesquisa pura e pesquisa aplicada;
- conforme o processo de estudo: comparativa, histórica, estrutural, funcional, etc;
- conforme o número de pesquisadores: individual, coletiva ou em equipe, grupal ou comunitária;
- conforme o processo de coleta de dados: primários e secundários;
- conforme o universo pesquisado: censitária, amostral ou estudo de caso;
- conforme o método a ser utilizado, destacam-se pesquisas que procuram analisar a função, a estrutura do fenômeno e/ou as mudanças que nele ocorrem;
- conforme a inter-relação entre os campos disciplinares: uni, multi, inter ou trans-disciplinares;
- conforme o conteúdo do dado coletado e analisado: quantitativo e qualitativo.
Nunca é demais enfatizar que essas tipologias são recursos didáticos que permitem melhor compreensão do problema estudado. Na prática, muitas vezes ocorre a mescla de tais tipos, de acordo com a necessidade demonstrada pelo objeto em estudo e pelo interesse do pesquisador.
A metodologia científica, portanto, deve ser entendida como a definição de todos estes conceitos analisados anteriormente. Ela inclui não só a normalização do trabalho, mas definições em todas estas áreas que definem o conhecimento científico, ou seja:
 Paradigma ↔, ciência ↔, teoria ↔ método ↔ técnica ↔ pesquisa. 
Como se vê é um campo bastante abrangente e, para operacionalizá-lo, torna-se necessário dividi-lo em etapas, ou seja, Analisar as diferentes partes que compõem uma metodologia científica.
4- ETAPAS DA METODOLOGIA CIENTÍFICA:
A metodologia científica tem, como pressuposto principal, a busca da cientificidade do conhecimento, ou seja, a busca de um conhecimento sistematizado, reflexivo, vinculando partes e momentos de uma realidade. É a adoção de uma metodologia científica que garante a cientificidade da pesquisa, embora de forma diferenciada, nas chamadas ciências modernas e ciências contemporâneas. 
A ciência moderna, influenciada, sobretudo, pelos paradigmas empirista e positivista, prega como elemento de comprovação do conhecimento, ou seja de cientificidade, a busca da objetividade, isto é a realização de experimentos comprobatórios, ou de testes empíricos efetuados, repetidos e, posteriormente, quantificados. 
Na ciência contemporânea a cientificidade é garantida pela adoção de uma metodologia adequada e da exposição dos seus resultados à comunidade científica ou comunidade epistêmica, em busca da intersubetividade que aprove ou reprove o estudo realizado.� 
A metodologia considerada adequada tem a ver , como dito anteriormente, com a coerência entre paradigma, ciência, teoria, método e técnica utilizados. Na busca e para garantir essa concordância é conveniente subdividir a metodologia científica em diferentes etapas, para que, cada uma delas seja elaborada sempre em composição com as demais. As etapas podem ser assim descritas, embora esta não seja a única forma possível:
- definição do tema da pesquisa;
- recorte do objeto;
- definição dos objetivos a serem alcançados;
- elaboração de um marco ou referencial teórico;
- problematização ou definição de uma situação problema, apoiada nos objetivos da pesquisa e nas teorias existentes no campo disciplinar;
- elaboração de hipóteses de trabalho;
- estabelecimento da metodologia de trabalho;
- desenvolvimento da pesquisa;
- comunicação dos resultados do trabalho.
Normalmente estas etapas seguem esta ordem, com pequenas exceções. Entretanto, cada etapa, em diversos momentos tem de ser revista em função do desenvolvimento das demais, pois o desenvolvimento de uma etapa pode trazer a necessidade de alterar outras já, supostamente, definidas. Por isso nunca é demais enfatizar que a elaboração de um projeto de pesquisa é um processo que se renova incessantemente, a cada etapa, leitura e releitura.
 Essas etapas serão descritas, sucintamente, a seguir;
4-1- Tema da pesquisa:
O tema da pesquisa deve ser escolhido pelo pesquisador, que, ao fazê-lo, deve considerar as seguintes características: ser inovador, ou seja, não ser um assunto com pesquisas suficientes e adequadas já desenvolvidas, estar dentro da área de interesse do aluno pesquisador e do seu orientador. O tema também deve ter importância diante da realidade da ciência compreendida e dos problemas de que ela trata. Muitas vezes assiste-se à análises desvinculadas desta realidade, ou, ao contrário, de pesquisas tão pragmáticas que pouco acrescentam ao fenômeno como um todo.
 Normalmente, as instituições de ensino têm suas linhas de pesquisa definidas e explicitadas aos alunos e estes devem selecionar, dentre estas, aquela que mais lhe interessar.
4-2- Recorte do objeto:
O tema de uma pesquisa é, normalmente, amplo, nele se inserindo inúmeras possibilidades de estudo. A cada uma destas possibilidades, denomina-se objeto. O objeto não se restringe aos objetos físicos existentes. Eles podem ser físicos ou abstratos, pessoas ou fatos, atuais ou já inexistentes. Exemplos possíveis são: turismo internacional em Israel, a percepção do turismo internacional em Israel, Getúlio Vargas ou Saci Pereira. Os objetos podem ser, ainda, simples ou compostos, caso sejam tomados sem subdivisão ou subdivididos em diferentespartes ou segmentos. Logo, objeto é o que se pode destacar, claramente, dentro de um tema de pesquisa. Seu recorte é importante, sobretudo, em decorrência da escassez de temp e de recursos financeiros que, normalmente, caracterizam uma pesquisa. 
Este objeto da pesquisa, portanto, é recortado dentro de uma linha de pesquisa e de um tema especificado. A experiência indica que este recorte não deve ser muito limitado, pois pode fazer com que o pesquisador perca o interesse pelo mesmo, no decorrer de sua execução. Não deve ser também muito amplo, pois tempo e recursos a serem envolvidos são sempre insuficientes e podem não comportá-lo, adequadamente. Por isso é necessário estabelecer o que se denomina recorte do objeto. Este objeto pode ser recortado a partir de diversos enfoques, embora nem sempre seja necessário utilizar todos eles. O recorte do objeto é um recurso metodológico que deve ser utilizado para tornar este objeto mais preciso para o pesquisador e seus leitores. Os principais tipos de enfoques que possibilitam o recorte do objeto são:
4-2-1- Recorte temático:
Dentro do tema são inúmeras as possibilidades de subdivisões dos objetos de estudo. Este recorte temático realizado a partir do tema mais amplo é também um recurso que pode ser utilizado pelo pesquisador para circunscrever ainda mais o seu objeto. Praticamente todos os grandes temas de estudo se subdividem em classificação ou tipologias em discussão ou já referendadas pela comunidade científica. Cada uma destas categorias representa um possível campo de estudo temático do objeto. Esta divisão tem sua importância operacional , além de teórica, pois, normalmente os professores-orientadores de trabalhos acadêmicos se subdividem dentro de cada uma destas linhas de pesquisa.
4-2-2- Recorte teórico:
Refere-se à teoria escolhida para embasar os estudos a serem efetuados. Como visto, cada ciência aborda ou incorpora diversas teorias que lutam entre si pelo interesse dos pesquisadores. Portanto é necessário, desde o início do trabalho de pesquisa, eleger e apresentar a justificativa para a escolha de uma teoria a ser utilizado como base teórica do trabalho. Nada impede que se faça uma combinação de algumas teorias, escolhendo seus aspetos complementares ou mesmo contrários. Mas isto deve ser explicitado no recorte teórico do objeto.
4-2-3- Recorte histórico ou temporal:
Praticamente toda pesquisa científica aborda, em algum momento, uma retrospectiva histórica do objeto selecionado. Entretanto isto é feito de forma ampla, como pano de fundo do trabalho, até se chegar ao momento histórico a ser tratado na pesquisa.Trata-se, neste caso, do limite temporal que a pesquisa deverá abordar, especificamente. Este período de tempo pode ser um período histórico pré-definido como uma época histórica (Idade Média, por exemplo), acontecimentos importantes como a Inconfidência Mineira, uma década na qual o objeto teve sua origem ou seu desenvolvimento mais acelerado, alguns anos mais recentes ou mais antigos, etc.. Como se vê as possibilidades de recorte temporal são infinitas, não se descartando as análises comparativas temporais.
4-2-4- Recorte espacial: 
Diz respeito à circunscrição geográfica que a pesquisa deve abranger; pode ser um município, região, estado, país, e outras formas de divisão espacial. É importante o recorte espacial efetuado, pois este permitirá uma análise do contexto de forma mais aprofundada, vinculando tema, sua história, estrutura e conjuntura do problema. Possibilita também análises comparativas de interesse, ao analisar semelhanças e diferenças entre locais diversos.
4-2-5- Recorte empírico:
Refere-se ao universo de pesquisa a ser abordado; pode ser analisado a partir dos atores sociais envolvidos, dos grupos sociais a serem pesquisados, etc. É importante, conforme o tipo de objeto, identificar os setores governamentais, os níveis de governo, os setores produtivos e outras divisões já do conhecimento geral. Em casos particulares o recorte empírico será bem específico, como por exemplo, o papel do setor governamental na política externa brasileira. 
4-2-6- Recorte metódico:
Diz respeito ao (s) métodos (s) a ser (em) utilizado(s) no desenvolvimento da pesquisa. Por exemplo um estudo comparativo pressupõe a indicação de dois recortes espaciais (estudos regionais) ou temporais (no caso de método histórico). No caso do recorte metódico é comum a utilização de mais de um método, com a finalidade de melhor cobrir o objeto analisado. Também é, muitas vezes, conveniente, adotar-se métodos quantitativos e qualitativos de análise dos fenômenos estudados.
Estes tipos de recortes nem sempre têm de estar explicitamente definido no projeto de pesquisa ou pode constar como anexo. Mas é um exercício eficaz e que deve ser feito, principalmente no caso de estudantes que estão iniciando suas atividades de pesquisa. Pode constar como Anexo do Projeto ou do Relatório de Pesquisa, estando descrito de forma mais ampla no corpo do trabalho.
 ↔ Temático
							 ↔ Teórico
 ↔ Histório
Linha de pesquisa ↔ Tema ↔ Recortes do objeto ↔ Geográfico
 ↔ Empírico
 ↔ Metódico
4-3- Marco ou referencial teórico:
Neste tópico deverão ser abordadas as principais contribuições sobre o objeto de estudo, a partir da abordagem dos diversos atores e do diálogo que se estabelece entre o pensamento de tais atores e as idéias do pesquisador, concluindo-se com a abordagem básica que servirá de subsídio para o desenvolvimento da pesquisa. Essa etapa é importante para evitar repetição de pesquisas já desenvolvidas e aceitas pela comunidade científica, o que refletiria falta de criatividade e desperdício de tempo e recursos institucionais do pesquisador. Ela também é essencial para a delimitação das hipóteses, discussão dos seus argumentos e possibilidades de comprovação/refutação final das mesmas. 
O marco teórico caracteriza-se como um diálogo que o pesquisador estabelece com os autores que o precederam na análise de seu objeto de estudo. Logo não é um mero enunciar de conceitos desenvolvidos por outros autores mas uma discussão crítica do que já foi produzido até o momento, dentro de um fio condutor adequado ao seu objeto de estudo..
4-4- Problematização ou situação problema da pesquisa:
Neste tópico será levantada a situação problema ou a problemática construída pelo pesquisador. Ela será construída a partir das perguntas que ficaram sem resposta durante a discussão do marco teórico. Por isso ela deve surgir da aplicação do paradigma e da teoria selecionada e de seu confronto com as pesquisas já realizadas na área de estudo específica. 
Deve estar bem claro o vínculo das questões formuladas com os objetivos preconizados para o trabalho para que haja coerência no projeto de pesquisa proposto. 
Alguns pesquisadores preferem tratar um problema de forma geral, trabalhando-o a partir de uma pergunta global, da qual se pode desmembrar várias outras.
Considera-se que, para pesquisadores iniciantes, é interessante que esta etapa seja desenvolvida a partir de perguntas, que guardem entre si, certa relação de coerência e conseqüência, partindo-se, normalmente, dos aspetos mais gerais para os mais particulares. Neste caso estar-se-á utilizando o método dedutivo de raciocínio. Também pode-se partir dos aspetos mais objetivos e empíricos, buscando-se a generalização subseqüente, a partir do método indutivo. O importante é que não se perca o vínculo da problematização ou situação problemática com os objetivos do trabalho.
4-5- Definição de hipóteses:
Também, sob o ponto de vista didático, considera-semais adequado, ao pesquisador iniciante, a partir das perguntas elaboradas, desenvolver possíveis respostas, formuladas a partir do mesmo arsenal teórico e empírico já definido. Cada uma destas respostas pode se transformar em hipótese da pesquisa, que deverá ser confirmada ou refutada no desenrolar do trabalho.
O relacionamento das questões formuladas, de forma dedutiva ou indutiva, constitui o que se denomina sistema de hipóteses. Este sistema de hipótese pode ser alcançado, também, diretamente, no caso de se preferir não utilizar conjunto de perguntas mas utilizar-se um processo de reflexão global a partir de proposições formuladas.
Esses sistemas de hipóteses, ao construírem hipóteses de forma dedutiva ou indutiva, devem direcionar a escolha dos métodos e técnicas de pesquisa a serem utilizados. 
Neste ponto considera-se importante chamar a atenção para o vínculo que deve existir entre os objetivos colimados, a problematização levantada e as hipóteses construídas, ou seja:
Objetivos ↔ Problematização ↔ Hipóteses
Como se pode observar, a seta é de mão dupla, pois a definição de uma etapa pressupõe a revisão das antecedentes e conseqüentes.
4-6- Definição da metodologia da pesquisa:
Apesar das etapas anteriores estarem incorporadas na metodologia científica, dentro de um projeto de pesquisa é importante definir os aspetos da metodologia que serão utilizados, especificamente, na pesquisa em foco. Este tópico é importante, pois como se assinalou, faz parte do processo de comprovação da cientificidade da pesquisa.
Assim sendo, por metodologia da pesquisa entende-se a definição dos procedimentos metodológicos que serão abordados em duas etapas do desenvolvimento de uma pesquisa:
4-6-1- Metodologia do projeto de pesquisa;
Neste caso trata-se da identificação dos procedimentos metodológicos que deverão ser utilizados para a elaboração do projeto de pesquisa. É importante salientar aqui o tipo de pesquisa que será utilizado, se quantitativa, qualitativa, quanti-qualitativa ou quali-quantitativa, abordando-se, a seguir o público algo a ser pesquisado. Dentro deste público alvo deve-se mencionar o universo, ou seja, as unidades que estão incorporadas no objeto em foco, para, a partir daí, definir se a pesquisa será censitária, quando se pesquisará todo o universo, ou amostral, quando se abordará o tipo de amostra a ser utilizado, o número de pessoas que comporão esta amostra, sua forma de seleção, etc. Estas informações constam dos compêndios de estatística e não serão abordados aqui.�
A seguir, devem ser abordadas os métodos (já mencionados anteriormente) a serem utilizados bem como as técnicas. Entre estas convém destacar as técnicas de observação sistemática e assistemática, a pesquisa exploratória, a análise documental e a pesquisa bibliográfica, Da mesma forma deve-se já incorporar ao projeto, como anexo, as técnicas de coleta de dados e seus roteiros, destacando-se se serão usados questionários, formulários, entrevistas, história oral, história de vida, pesquisa grupal, observação sistemática e assistemática, diário de campos, pesquisa participante, pesquisa ação e outras.
Devem ser mencionadas, ainda, as técnicas a serem utilizadas para a análise dos dados que vão desde as formas de apuração e consolidação dos mesmos, como gráficos, tabelas e quadros, bem como as técnicas de caráter mais qualitativo como análise do discurso, análise de conteúdo, e similares.
A última etapa das técnicas deve mencionar aquelas vinculadas à apresentação dos dados e que vão compor o relatório final da pesquisa, como mapas, quadros, tabelas, fotos, e outras. Neste ponto deve-se separar o que vai compor o corpo do trabalho e o que deverá vir como anexo, sem prejuízo do entendimento global do trabalho.
Como se pode deduzir estas classificações são, principalmente, didáticas e algumas podem ser utilizada dentro de finalidades diversas, como os quadros e tabelas que servem, simultaneamente para manipular os dados e apresentá-los, posteriormente.
Estas técnicas também estão descritas, em detalhe, nos compêndios sobre técnicas de pesquisa ou em bibliografia específica.
4-6-2- Metodologia da pesquisa.de campo ou da pesquisa propriamente dita:
Nesta segunda etapa serão descritos os procedimentos que, realmente, foram utilizados no desenvolvimento da mesma. Muitas vezes no desenrolar da pesquisa, uma técnica antes prevista como adequada poderá ser substituída por outra, considerada mais esclarecedora diante do objeto e dos objetivos da pesquisa. Neste caso, estas mudanças de percurso deverão ser apontadas, justificando-se tais alterações.
 4-7- Relatório final:
 No relatório final pode-se usar um roteiro semelhante ao que se encontra abaixo, a partir do qual se dará uma visão geral da pesquisa e dos resultados alcançados.
 
4-7-1- INTRODUÇÃO (incluindo-se tema e objeto, objetivos, justificativa, vínculo com os planos setoriais nacionais, estaduais, regionais e locais): 
4.7.2. HIPÓTESES
4-7-3- METODOLOGIA (da pesquisa, apenas);
 
4-7-4- RESULTADOS ALCANÇADOS (os resultados da pesquisa deverão ser apresentados por hipótese para que se permita confirmá-las ou refutá-las. Assim sendo, a análise será desenvolvida com esta finalidade específica):
4-7-5 SUGESTÕES; 
4-7-6- CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
Nesta etapa pode-se concluir sobre o nível ou grau de alcance dos objetivos propostos para o trabalho.
Como toda pesquisa os resultados alcançados não podem ser considerados definitivos. A pesquisa, uma vez concluída, sempre faz surgir novas indagações que poderão constituir-se em objetos para pesquisas posteriores. 
 Essas novas indagações dão origem a novas hipóteses que poderão ser explicitadas, mostrando que o pesquisador tem conhecimento do limite do seu trabalho e da necessidade de continuidade e aperfeiçoamento constante do mesmo.
4-8- Apresentação do trabalho final:
Ao término de uma pesquisa esta deve ser apresentada à comunidade científica, seja a partir de artigos, painéis ou seminários realizados com convite à entidades e pesquisadores de comunidades científicas afins.
Principalmente na área das ciências sociais onde a experimentação é bastante problemática, estes encontros científicos são essenciais para se obter e garantir o caráter científico da pesquisa realizada.
 No curso de graduação o trabalho, normalmente, é apresentado à uma banca formada por professores e pesquisadores da área, quando o aluno terá possibilidade de expor os resultados de suas pesquisas e responder aos questionamentos apresentados pela Banca.
 
 5- FALÁCIAS METODOLÓGICAS:
Neste trabalho introdutório e operacional de metodologia científica optou-se por, desde já, analisar os grandes enganos e discussões que permeiam o campo desta disciplina. São as chamadas falácias ou querelas metodológicas. Por falácias entende-se as falsas verdades que, por tanto serem afirmadas, acabam sendo consideradas como verdades, por pesquisadores iniciantes. Da mesma forma o campo da metodologia científica está impregnado de querelas, ou seja, de discussões infindáveis que só conseguem consumir tempo e recursos dos pesquisadores iniciantes ou não. 
Nestas querelas e falácias, nota-se, de imediato, a tendência de se polarizar a discussão, adotando-se pontos de vistas antagônicos a questões que normalmente, podem ser vistos como complementares e, algumas vezes contrários mas, raramente, contraditórios. 
Ao mesmo tempo pode-se verificar que os procedimentos mais exitosos na pesquisa científica foram aqueles que conseguiram fugir de tais duelos verbais. A seguir apresenta-se uma listagem, não exaustiva, das principais querelas e falácias identificadas.
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 5-1- Unicidade x diversidade científica:
 Esta discussão atém-se à existência de um ou vários métodos científicos. Isto é, os adeptos da unicidade científica vão defender que

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