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Pesquisa de Moda
Campo Grande/2013
A PESQUISA DE MODA
Quem trabalha com moda, tem de estar com as antenas ligadas em tudo o que acontece de importante em termos de comportamento, cultura, artes, espetáculos, movimentos sociais, política, ou seja, é fundamental um acompanhamento da atualidade do Brasil e das principais capitais do mundo. Por um lado, revistas, jornais, internet e outros recursos diminuem cada vez mais as distancias.
De qualquer modo, é no contato direto com o panorama cultural contemporâneo das novas metrópoles – além da pesquisa feita em feiras, lojas, etc – que se obtém as referencias necessárias para a elaboração ce uma coleção atualizada e comercialmente situada.
A internet pode ser utilizada como instrumento de pesquisa de diversas formas:
1 – a informação quente: sobre a última temporada de desfiles;
2 – Pesquisa de Mídia: nas principais publicações on-line;
3 – Comunicação Institucional: sites oficiais de designers, marcas e salões profissionais.
O estilista deve consultar diversas fontes de informação para apoiar suas ideias no que esta acontecendo, precisa decodificar interpretar e adaptar as informações aos parâmetros da empresa quanto á tecnologia e mão-de-obra disponíveis.
O acompanhamento do comportamento do mercado, das novas tecnologias e das tendências de moda deve ser constante.
TIPOS DE PESQUISA REALIZADOS PELO DESIGNER DE MODA
 PESQUISA DE COMPORTAMENTO – acompanha os hábitos de consumo do público-alvo e seus interesses atuais, como lugares que esta frequentando, ídolos da música, cinema, televisão, temas de interesse.
PESQUISA DE MERCADO (CONCORRENCIA) – estilos e preços praticados pela concorrência, produtos paralelos direcionados ao mesmo público-alvo, novas marcas (futuros concorrentes).
 PESQUISA DE TENDENCIAS – identificam temas de inspiração de outros designers, informações sobre cores, tecidos, aviamentos, elementos de estilo.
PESQUISA TECNOLÓGICA – acompanha lançamento de técnicas e maquinários que possam ser aplicados á confecção. Ex: técnicas de estamparia, tecidos tecnológicos, softwares de modelagem e corte, sistemas alternativos de produção.
PESQUISA DE VOCAÇÕES REGIONAIS – visa obter fontes para materiais e técnicas alternativas, conforme a disponibilidade e insumos ou mão-de-obra. Ex: produção de couro de látex na Amazônia, trabalho das rendeiras em Florianópolis.
PESQUISA DE TEMA DE COLEÇÃO – a partir da inspiração escolhida reúne informações que possam ser usadas no desenvolvimento de coleção.
CICLO DA MODA
Prognóstico de Cores
 O prognóstico de cores está se tornando um grande negócio. Ele causa impacto não apenas no setor do vestuário, mas também nos de cosméticos, utilidades domésticas, produtos de “estilo de vida” e automóveis.
Os especialistas em prognóstico de cor para a indústria da moda coletam informações de todas as partes do mundo sobre os números de vendas e a mudanças de interesse do mercado em relação ás cores. Depois se reúnem duas vezes por ano na Europa e nos Estados Unidos parar sintetizar e definir as grandes tendências da indústria.
Durante o processo de análise de dados os especialistas também observam e interpretam o contexto sociocultural e fazem projeções. Isso informa a provável direção que as cores seguirão na moda.
Durante os anos 90, por exemplo, muito consumidores se preocupavam com os prejuízos que os corantes químicos causavam ao meio ambiente. Os profissionais de prognósticos de cor recomendaram às empresas de pigmentos e corantes que se concentrassem em tons e fórmulas mais naturais, o que promoveu o retorno ao uso de cores suaves e “naturais” e de tecidos “crus” na moda.
Os especialistas em prognóstico de cor não ditam as cores, mas analisam e interpretam os acontecimentos socioculturais e as preferências dos diversos setores do mercado para criar as “famílias” de cores. Há ciclos de cores de uma estação e de longa duração, e é possível prever que certas cores estarão em alta em determinado período e que então darão lugar a outras cores, ou muito próximo ou oposto.
O ciclo da Criação de moda
 A moda acontece em ciclos e trabalha conforme certo número de esquemas interligados. O mercado da moda precisa gerenciar o processo de criação com eficiência, e há períodos agendados para pesquisa de mercado, criação de protótipos, pedidos, confecção e vendas.
Para cada negócio a data desses eventos dependerá do tipo de tecido e de roupa, setor de mercado e demanda do consumidor.
Há pouco tempo, o mercado havia definido tradicionalmente duas estações por ano – primavera-verão e outono-inverno – com o objetivo de oferecer novos produtos quando existia demanda e rentabilizar o controle de estoque.
Nos últimos anos, a rígida divisão entre as duas temporadas se diluiu com a introdução de novas datas no calendário tradicional para acolher a apresentação das pré-coleções e as coleções cápsula.
As coleções cápsula funcionam independentemente do calendário, respondem à determinada ação de marketing e são formadas por um conjunto de seis a dez peças desenhadas em torno de um conceito muito especifico e que, combinadas, podem chegar a gerar até um total de vinte looks diferentes. 
Por outro lado, as pré-coleções, em plena efervescência, funcionam como antecipação das coleções-base de primavera-verão e outono-inverno.
Sua origem encontra-se nas (coleções de cruzeiro), pré-coleções de primavera-verão que se desenhavam tradicionalmente para satisfazer a demanda das damas da alta sociedade que em pleno inverno viajavam de férias para lugares exóticos.
Atualmente há estilistas que também apresentam pré-coleções de outono-inverno.
Antigamente, era durante as semanas da moda que os compradores faziam seus pedidos; hoje, é nas reuniões de pré-coleção que os estilistas chegam a fazer até 70% da coleção.
A pré-coleção compõe-se habitualmente de versões mais simples e comerciais dos trajes que semanas depois serão apresentados na passarela.
A apresentação dessa coleção faz-se no showroom e é dirigida exclusivamente a compradores e a um segmento específico da imprensa.
A criação e a produção contínua são métodos de trabalho econômicos que permitem manter o fluxo de caixa e o aproveitamento da mão-de- obra empregada, mais é muito difícil para o estilista gerar novas ideias sem parar.
As pesquisas de mercado e de estilo são fases iniciais do ciclo de moda especialmente importantes para o estilista. O processo de criação nasce mais frequentemente da inspiração para um clima ou um visual geral, do que da ideia para uma peça individual.
Para passar para o próximo estágio, o da criação de protótipos, são necessários croquis, tecidos, materiais e conhecimento dos processos.
É necessário fazer a análises e estimativas estatísticas de vendas, lucros, orçamentos e de outras informações de mercado antes de se comprometerem com investimentos em novas linhas de produtos.
 Precisa ler e interpretar os relatórios os financeiros e analisar as forças e fraquezas que indicam o caminho a seguir.
As pesquisas de mercado e de estilo normalmente ocorrem junto com as feiras de fibras e tecidos, quando os prognósticos de cores e tendências são divulgados pela indústria têxtil e as amostras são selecionadas.
Fios de malharia são comprados para a confecção da peça- piloto. As malharias tem um lead time maiores que as roupas de corte e costura, porque o maquinário precisa ser programado e a produção agendada bem antes que as roupas cheguem ao mercado.
Os estilistas de malharia normalmente ditam a paleta de cores para os outros, porque são os primeiros da fila.
Tecidos cores e estampas são selecionados, encomendados e experimentados. A construção de linhas e mostruário começa assim que chegam os primeiros tecidos e surgem as ideias.
O design de moda exige trabalho em equipe. Há uma série de reuniões entre executivos, estilistas, assistentes e gerentes de produção para definir as paletas de cores, tecidos, temasdas coleções, custos e promoções.
O modelista normalmente trabalha bem próximo do estilista para criar protótipos. Uma vez prontas às peças piloto passam pela equipe de administração e vendas da empresa, que seleciona e aprova tipos de tecidos, custos e temas de estilo.
Aqueles selecionados são enviados às fábricas, onde são feitos para testar a qualidade, os custos e o tempo de produção.
A equipe de criação precisa trabalhar com rapidez e metodologia para que as roupas fiquem prontas no tempo certo. As peças que passaram pelos primeiros filtros irão para um novo processo de seleção, desta vez feita pelos compradores do atacado e do varejo durante os desfiles de prêt-à-porter ou em visitas agendadas.
Após a conferência dos pedidos compram-se os fardos de tecidos e aviamentos e os gerentes de produção assumem o processo. A primeira linha de roupas chega ás lojas no momento em que a segunda linha é exibida para os compradores do atacado. Nesse ponto os estilistas começam a selecionar tecido para um novo mostruário.
Seleção
 Ao escolher os tecidos para uma roupa ou coleção você deve levar em conta as informações dadas pelo fabricante sobre o visual e as características técnicas dos materiais, mas também é preciso manusear o tecido. Não há nada que substitua o toque para avaliar o caimento, a textura e o peso.
Selecionar tecidos é uma atividade prazerosa, mas requer estudo, gosto e experimentação. As tecelagens e as lojas podem permitir que você leve amostras de tecido para fazer testes. É melhor fazê-los do que comprar por impulso: é fácil cair na tentação de comprar peças exóticas e fabulosas para descobrir mais tarde que um tecido bem mais simples teria sido o mais indicado para sua ideia de design.
Roteiro para a seleção de tecidos
Manuseie o tecido para sentir a superfície e avaliar o quanto é quente, frio, escorregadio etc. Qual a personalidade do tecido? Qual é a composição de fibras? E como o tecido se recupera ao ser manuseado? Estique o tecido para checar a recuperação. Puxe delicadamente na direção do viés e no sentido do fio. Dobre e drapeje o tecido para ver seu caimento. Escove os fios para ver se eles se soltam facilmente.
Confira as ourelas para ver se o tecido está reto. Se os fios transversais não estiverem no ângulo correto em relação aos longitudinais, não terá um bom caimento, e nos tecidos em cores e xadrezes as bainhas e as junções ficarão desalinhadas.
Descubra se há irregularidades de tecelagem ou tingimento. Segure o tecido contra a luz e poderá ver se está desigual. As cores podem se mostrar bem diferentes sob a luz das lojas e sob a luz natural; se você estiver tentando uma combinação de cor, pergunte se pode levar o tecido para ser observado sob outra fonte de luz.
Nos tecidos estampados, cheque se a estampa é uniforme e o alinhamento é correto. Coloque o tecido em frente do corpo e também sobre o braço esticado para ver como fica a proporção dos desenhos.
Às vezes, sedas e algodões baratos recebem uma goma ao serem tecidos ou finalizados. Essa goma pode ser lavada. Esfregue a superfície para ver se surge um pó fino (o amido da goma).
Se as informações sobre cuidados e acabamentos estiverem disponíveis, anote-as. Você não poderá reclamar depois se não tiver seguido as instruções.
As pessoas nas ruas encarnam seus gostos, caprichos, vaidades, o “ser” e o “querer ser”.
O que é tendência?
Um dos significados da palavra tendência é a propensão, inclinação do que está para acontecer. Esta palavra não se refere somente à moda, mas às artes, à arquitetura, bem como a hábitos, costumes e outros âmbitos.
A tendência não é apenas um fenômeno ligado ao hábito e à extravagância, que surge e desaparece em uma única estação, mas algo que se pode prever.
A tendência não é apenas um fenômeno ligado ao hábito e à extravagância, que surge e desaparece em uma única estação, mas algo que se pode prever.
Na área da moda, esse termo é usado em diversos níveis de processo industrial, causando uma grande confusão para as pessoas e até mesmo para os profissionais do setor, que, no cotidiano, utilizam o termo sem discriminar a qual processo se refere.
Vamos dividir o conceito em três níveis ou patamares.
1º A tendência é pesquisada por grupos de pesquisa que estudam os movimentos da sociedade em diferentes âmbitos e identificam os conceitos.
Com base nesses conceitos, os fabricantes de matéria- prima, componentes e tecnologias fabricam produtos para o mercado consumidor.
No segundo nível, os estilistas são os proponentes, e a tendência, nesse caso, é entendida erroneamente como sinônimo de estilo.
Em 1990, o estilista Gianni Versace intuiu o fim do uso do longo, que vinha sendo adotado nos anos de 1980, e rompeu com a tendência vigente, propondo roupas curtíssimas inspiradas na década de 1960. Nesse caso, trata-se do “lançamento” de uma tendência por um estilista, mas o estilo de Versace como estilista não é a tendência lançada por ele, mas as características de sua linha.
Vale ressaltar que Versace, falecido em 1997, foi um dos mais influentes criadores do século XX. O italiano experimentou formas do passado pertencentes principalmente à moda masculina aplicada nas criações femininas, contrastes de material e uso do metal em forma de malha.
Em 1987, Romero Gigli, outro estilista italiano, em reação às ombreiras usadas na década de 1980, propôs outro equilíbrio estético para as roupas, dizendo: “O tecido é sagrado. Deve ser considerado, e não colocado em segundo plano com cortes e detalhes excessivos” (Morixe, 1992, p.85).
O terceiro nível é a tendência do que já está em voga. É comum ouvir dizer que neste verão a moda é usar calças de certo tipo, ou roupas de determinado comprimento, de cintura alta ou baixa, etc.
Essa tendência é o que está na moda, em voga, o que o consumidor aceitou e está comprando. 
Entretanto, é importante ressaltar que todos esses tipos de tendências estão diretamente ligados ao primeiro patamar, que é o nível da pesquisa feita por estúdios de pesquisas de tendências e pelos grandes fabricantes.
A pesquisa de tendência é um trabalho fundamental porque indica as mudanças que estão acontecendo no mundo e as futuras aplicações nos diversos setores.
Existem sentimentos que pertencem à coletividade que são expressos na linguagem escrita, verbal, e também uma forma de expressão contemporânea pela qual os indivíduos exteriorizam seus sentimentos sem perder a própria identidade.
As tendências são, portanto, a interpretação das reações socioculturais que surgem em pontos diferentes do planeta.
Os estúdios estilísticos possuem equipes muito bem preparadas que pesquisam constantemente essas reações e as interpretam em forma de tendências para os diversos âmbitos.
Cinema, mostras de arte, mudanças políticas, feiras setoriais, desfiles, livros e fenômenos socioculturais com Youtube, Facebook e blogs tornam-se objeto de estudo e de percepção da realidade (e suas mudanças) no qual os caçadores de tendências buscam inspiração.
Um exemplo é a tendência pesquisada pela Lineapelle (feira Italiana do setor de couro, sintéticos, tecidos, componentes e modelos para calçados, roupas em couro e decoração) na passagem do novo milênio, quando foi sinalizada uma sensação geral de temor, o que refletia uma necessidade social de proteção (cocconing).
Essa sensação foi traduzida na aplicação de materiais “protetores” (exploração sensorial e não somente estética da matéria) que transmitissem sensações de prazer e segurança como couros macios ou materiais com acabamentos em película protetora.
Esse discurso vale também para as cores, ligadas às percepções sensoriais baseadas nas estações de referência e em períodos históricos: um momento particular ligado à ecologia e aos bioaspectos, por exemplo, possivelmente terá predominância de cores da natureza com variedades de verses e marrons.
Geralmente, a duração de uma tendência varia conforme o setor de referência.
A nossa sociedade viveem contínua evolução e, portanto, em constantes mudanças. Essas mudanças se baseiam na negação do que as precede e no rompimento com o passado.
Essa teoria da negação se inicia durante o Renascimento, quando o Humanismo será o centro dos ideais e romperá com os valores teocêntricos da Idade Média.
Se considerarmos o século XX e analisarmos as tendências de cada década, observaremos que existe quase uma antítese entre uma década e a década que o sucede, ou seja, é como se uma década tivesse uma lógica de negação em relação à anterior.
Nos anos 1970, a juventude foi marcada por movimentos de emancipação feminina, com base política pautada nas questões da liberdade e de gênero.
Os jovens se rebelaram contra o conformismo, renegando tudo o que se enquadrava nos parâmetros sociais vigentes, inclusive a moda tradicional que vinha da elite conservadora, e vestiam-se de forma livre, com ecletismo de gosto.
Questionavam seus ideais e afirmavam as incertezas do futuro; a sociedade parecia perdida, sem respostas para tantos questionamentos.
A moda não era mais condicionamento, mas exaltava a fantasia e a criatividade individual. O multiculturalismo entrou na moda.
No final dos anos 1970, viveu-se a ilusão de que tudo era possível, mas essa não era a realidade, nesses anos expressou-se a contradição do gosto burguês que sobreveio na década de 1980.
Na década de 1980, o luxo e o status quo voltaram à moda, com uma linguagem renovada.
Era o inicio da era da informática: a tecnologia invadiu as fábricas, mudando o conceito do trabalho e o valor contido nele.
O papel das mulheres tornou-se mais vigoroso dentro da sociedade nos anos 1980, e os dois sexos passaram a se vestir com conotações em comum, dando origem ao “unissex”.
A imagem tornou-se objeto de culto, e a moda refletiu isso; tudo era espetáculo, tudo se alimentava de glamour.
A moda era o grande business (negócio) e, tomando espaço na mídia de todo o mundo, tornou-se um fenômeno cultural.
O marketing e a publicidade tornaram-se fundamentais na difusão da imagem dos produtos.
Pela primeira vez, a moda se dinamizava nos níveis de preço e qualidade para os consumidores.
Nessa época, houve um retorno evidente aos valores que na década anterior tinham sido radicalmente considerados alienantes.
A sensação de solidão e nostalgia permeava as artes, a arquitetura e a decoração.
A decoração de interiores, por exemplo, propunha ambientes pós-modernos decorados com uma frieza sutil, mas que deixavam transparecer certa nostalgia, com peças e objetos decorativos isolados que sinalizavam isso.
Na primeira década do século XXI, a sociedade passou a ter maior consciência de suas responsabilidades com o planeta.
A morte de animais para a confecção de casacos, por exemplo, passou a ser considerado um ato de crueldade, e esse comportamento teve reflexo no incremento tecnológico em busca de materiais que pudessem substituir os casacos de pele nas coleções invernais – e logo a indústria respondeu a essa tendência.
A integração virtual e a globalização aproximaram as culturas de diferentes partes do globo, e a pobreza e a desigualdade social passaram a ser vistas como um empecilho para o desenvolvimento humano.
Hoje, vivemos na era do conhecimento, e a informação é primordial. As economias emergentes, como as da Índia, do Brasil e da China, tornaram-se grandes produtoras e consumidoras mundiais de produtos industrializados e expoentes do cenário internacional.
A crise financeira que começou nos Estados Unidos em 2008 fez com que refletíssemos sobre o valor real do trabalho e sobre sua força.
A moda tende a ser mais democrática e universaliza sua linguagem. Esse é o panorama da primeira década do século XXI. 
Dessas observações sobre cada período devemos abstrair os conceitos intrínsecos nos movimentos sociais, compreendendo as tendências.
Ouve-se por ai que, na moda, as propostas são as mesmas e não há nada de diferente. Mas como não considerar as propostas de Prada quando reinventou e valorizou o sintético para suas bolsas?
Como ignorar quando Gucci criou, em 1997, um jeans como uma obra de arte, com tantas pedras preciosas, penas coloridas, aplicações e bordados?
Essa inspiração foi o prelúdio de um jeans não mais básico e simples, um jeans mais enriquecido, como uma peça de glamour, de luxo, e que foi imitado posteriormente pelos jeans bordados e customizados com miçangas.
O estudo e a análise das tendências constituem um trabalho fundamental que indica as mudanças em curso no mundo e as futuras aplicações nos diversos setores.
Para compreender melhor as tendências e criar produtos da moda, é preciso ter uma boa cultura geral. No entanto, não me refiro somente ao conhecimento contemporâneo; refiro-me também a conhecer o passado.
Como compreender, por exemplo, uma tendência inspirada no Renascimento sem conhecer esse período? 
Como compreender o conceito espacial de Lucio Fontana (falecido em 1968) sem conhecer a história da arte?
Como compreender a tendência inspirada nos orixás sem conhecer a religião afro-brasileira? 
Para pesquisar uma tendência é necessária uma metodologia de pesquisa, dados sobre estudos econômicos, sociopolíticos, artísticos, tecnológicos, enfim, uma série de informações que, somadas, indicam que direção seguir.
Os caçadores de tendências decidem hoje o que vamos comprar amanhã. 
Normalmente, esses profissionais são procurados por empresa de comunicação e design a fim de conhecer os gostos das pessoas (de qualquer faixa etária) e saber se está indo na direção certa.
É preciso ter um bom espírito de observação, muita vontade de viajar pelo mundo, criatividade e intuição, além de saber selecionar a qualidade das informações.
Essas são as características necessárias para captar tudo o que é cool.
É possível fazer pesquisas, por exemplo, em casas noturnas, mostras de arte, espetáculos teatrais e, depois, “peneirar” o que se vê.
O caçador de tendências captura os sinais relativos aos novos estilos de vida, de pensamento, observando tudo o que está a sua volta.
As pessoas que fazem esse tipo de trabalho são arquitetos, fotógrafos, estilistas, jornalistas, designers, entre outros.
Ciclo de duração das Tendências
Nos anos de 1950, dois antropólogos, Alfred Kroeber e Jane Richardson, formaram a primeira teoria sobre a durabilidade de história de uma tendência de moda, tendo como referência alguns parâmetros ligados à duração histórica de roupas femininas.
Esse ciclo baseava-se em três medidas: comprimento e largura da saia; altura e largura da cintura; profundidade e largura do decote.
Tratando-se de calçados e bolsas, a durabilidade de tendências está pautada na forma (tipo de fôrma) e tecnologia dos materiais oferecidos pela indústria.
Há poucas décadas, os calçados eram relegados ao segundo plano, hoje, ao contrário, é cultuado por homens e mulheres que exibem seu visual, muitas vezes personalizado por um modelo particular, diferente e até mesmo excêntrico, mas que faz a diferença no look. 
A evolução da forma, ou seja, das formas que se adaptam ao pé, da altura e largura dos saltos são itens que denotam a evolução das pesquisas do design de calçados referentes aos aspectos estéticos e ergométricos.
O design de bolsas está muito mais voltado para as questões práticas e funcionais.
A tendência dos calçados masculinos evolui em ritmo diferente dos calçados femininos; os homens tendem a comprar menos calçados e, portanto, a durabilidade de um modelo é maior.
Os homens latinos, particularmente, são bem mais tradicionais e levam mais tempo para se adaptar aos modismos e às tabelas de cores insólitas, com exceção do calçado esportivo.
Como um fabricante ou profissional da moda pode fazer uma pesquisa de tendência, se não tem recursos para contratar um estúdio que lhe forneça tais orientações?
É recomendável que quem pretende criar produtos da moda, bem como seguir a carreira de estilista ou de designer de moda, tenhao hábito de viajar quando puder; visitar mostras e exposições; ler jornais e revistas; assistir a filmes de qualquer período do cinema; ver documentários; pesquisar e ler notícias interessantes na internet, sobre todos os tipos de assuntos.
Quem, por exemplo, viaja para cidades brasileiras como São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, além de outras localidades interessantes, deve se predispor não somente a conhecer o movimento cotidiano das pessoas, mas a visitar lugares culturalmente ativos como teatros, mostras em museus, galerias, patrimônios históricos, feirinha e eventos de bairros ligados à moda.
É importante também adquirir o hábito de fazer recortes de jornais e revistas de todo tipo de notícia que considere relevante ou interessante: uma crise política, o lançamento de um livro, o sucesso de um filme, uma ONG que tenha uma boa proposta, enfim, tudo o que pareça interessante e reflita um pouco da nossa sociedade.
O importante é ser curioso e estar bem informado sobre tudo o que acontece no mundo – isso ajudará.
É a partir da pesquisa que entendemos os conceitos e a tendência do que está em alta, do que é in, mas, se o target não estiver bem definido, ou se você não o conhecer o suficiente para filtrar as informações que se referem ao design, tecnologia e lançamento da moda, dificilmente você terá sucesso, pois não saberá interpretar as informações para o consumidor com precisão.
São quatro passos que você terá que seguir
Pesquisar;
Conceituar a leitura do que foi pesquisado;
Observar os lançamentos da moda e correlacionar com esses conceitos;
Analisar de que forma o mercado pode responder ou responde a esses conceitos e preferências, porque nem todas as tendências se adaptam à fatia de mercado em que atuamos.
Ao criar uma coleção, você terá consciência desses conceitos e saberá adequar melhor a tendência para a linha, seja na escolha de cor, tecido, material, seja na da superfície têxtil, componentes, etc.
 O target consumidor
A palavra inglesa target significa, em língua portuguesa, “alvo, objetivo”; na moda usamos o termo target para definir o “alvo” ou objetivo que vamos propor- ou seja, o consumidor ou a consumidora do produto de moda.
O target é como se fosso um público- alvo, com duas diferenças:
Em primeiro lugar, é um termo específico usado internacionalmente no âmbito da moda.
Em segundo lugar inclui características cronológicas, comportamentais e psicológicas, além de incluir o que podemos chamar de características temporárias, ou seja, não permanentes, como a gestualidade imaginária do consumidor, suas manias, caprichos e vícios.
As características comportamentais e psicológicas são permanentes, a gestualidade é temporária, mas esta incluída no target e serve para dar um perfil das possíveis oscilações de um consumidor sujeito não somente à escolha baseada em gosto e preferência pessoal, mas também à efemeridade de hábitos, caprichos e manias. Esses caprichos mudam, de forma surpreendente, as expectativas mercadológicas.
Embora este consumidor “protótipo” seja inspirado em um ideal, quem trabalha com moda se confronta com uma realidade concreta e, nesse caso não se trata de um ideal abstrato de um artista que realiza suas obras. Quem lida com moda sabe que o ideal deve se confrontar com a realidade e assegurar uma resposta positiva do mercado.
Existe uma mulher ou homem ideal?
Para quem cria moda sim. Quando se cria um produto, sejam chapéus, óculos, roupas, sejam joias ou calçados, é preciso saber que os usará e, daí conhecer sua personalidade, suas inclinações, suas preferências, seus gostos, enfim, uma série de fatores que vão nortear as coleções a serem criadas para esse consumidor.
Essa projeção ou idealização faz parte do target. Lógico que mesmo tendo um target definido, isso não impede que sejam consideradas também outras tipologias de homens e mulheres que não estejam exatamente inseridos nessa projeção. Mas de qualquer maneira, parte-se de um ideal.
O estilista Gianfranco Ferrè, em uma declaração sobre a mulher ideal, afirmou:
A minha mulher é alta, sutil, esguia. Eu a imagino de preferência morena, mais sensual que a loira, com os cabelos curtos ou presos e os lábios carnudos[...] pode não ser perfeita nos seus delineamentos, nem belíssima segundo os cânones clássicos, mas sabe sempre ser interessante, sedutora e feminina. O seu fascínio está no olhar, no sorriso, nos gestos e movimentos. 
A definição mais específica orientada pelo target é uma forma de nortear cada coisa pensada a respeito do consumidor, porém isso não significa seguir rigorosamente o target definido e excluir outras tipologias de consumidores.
Criar um target significa dar um sentido ao objetivo de propor algo no mercado. Cada vez que se cria uma coleção, tem-se a certeza de que o consumidor definido pelo target poderá comprar aquele produto porque se identifica com ele, porque é a “cara dele” e porque, muito provavelmente, está dentro das suas expectativas.
A expectativa é algo que sempre acontece para consumidores do mundo fashion. As grandes marcas lançam as novidades de cada estação e tem o poderio de propagar seus lançamentos em todos os continentes. Elas fazem pesquisas de tendências para as coleções e interpretam continuamente as tendências do mundo contemporâneo, por isso a receptividade comercial das coleções muitas vezes é surpreendente.
Não é por acaso que grifes como Prada, Versace e Armani são, em períodos alternados, as grifes mais vendidas do mundo.
Se a fidelidade do público é positiva e as vendas são boas, isso se deve também à correspondência target-coleção.
Não significa que o consumidor deva seguir os ditames da moda e vestir um único estilista, uma única marca, porque, em termos práticos, isso é quase impossível.
O target deve ser definido antes mesmo de se criar um grife. Mesmo que o autor de uma ideia tenha recursos para investir, pois o capital é muito importante e necessário, existem muitos outros fatores que devem ser analisados, sendo fundamental responder a diversos questionamentos relacionados a essa ideia.
Se alguém pretende criar, por exemplo, uma grife de bolsas, é importante que faça uma pesquisa de mercado para responder a questionamentos como:
Em que mercado se quer atuar?
Como essas bolsas devem ser?
Na região, existem outras grifes de bolsas?
Se já existem, que tipos de bolsas produzem? Quem são os concorrentes?
Que materiais e componentes serão necessários para a fabricação?
Existem fábricas e/ou lojas para venda de matérias-primas e componentes utilizados na confecção das bolsas?
Que média de preços os concorrentes praticam no comércio?
Qual é o target dos concorrentes?
Qualquer que seja a linha em questão é fundamental e imprescindível que ela esteja dentro dos parâmetros da realidade em que o empreendedor vai atuar.
Portanto, para entrar em um mercado, é necessário que o empreendedor faça uma pesquisa mercadológica, antes mesmo de iniciar o negócio.
É importante estabelecer minuciosamente as características do consumidor target.
Uma vez determinada as características, não se podem mudá-las porque isso implica em mudar o perfil do cliente.
Referências Bibliográficas
ANDRADE, MARIA. JOFFILY, Ruth. Produção de moda. São Paulo: SENAC, 
CALDA, Dário. Observatório de Sinais. Teoria e prática da pesquisa de tendências. Rio de Janeiro: Editora Senac, 2004.
RODRIGUES, Borja. VILASECA, Estel. Como fazer um desfile de moda. São Paulo, SENAC,2011. 
JONES, Sue Jenkyn. Fashion design manual do estilista. São Paulo: Cosac Naify ,2007.

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