Prévia do material em texto
FARMACOLOGIA I INTRODUÇÃO Droga é o mesmo que fármaco, ou seja: qualquer substância, exceto alimentos, que em quantidade suficiente age sobre um organismo produzindo alterações. É diferente de medicamento, pois este é uma substância química com efeitos benéficos destinados a curar quando introduzidas no organismo. Já o remédio é tudo que alivia, cura ou evita uma enfermidade. Na MV, a farmacologia trata da utilização correta de medicamentos e conhecimento de sua cinética, ações e efeitos, gerando sucesso terapêutico e benefício à saúde e ao bem-estar animal Classificação dos medicamentos: ● Farmacopeicos ● Magistrais ● Especialidades Classificação das especialidades: ● Referência: do laboratório que fez/descobriu o remédio. ● Genérico: que foram feitos testes que comprovam a mesma eficácia que o referência. ● Similar: não precisam ser feitos testes. Conceitos gerais: ● Posologia: do grego posos (quanto) + logos (estudo) ● Dose: quantidade necessária para promover resposta terapêutica ● Dosagem: inclui dose, posologia e duração do tratamento. Prescrição ou receita: é uma ordem escrita por um profissional habilitado para a transmissão de instruções ao paciente e/ou farmacêutico. É composta de cabeçalho, superscrição, inscrição, subscrição (quando medicamento é manipulado), indicação/instrução e assinatura. FARMACOCINÉTICA Estuda o movimento das drogas no organismo, didaticamente também tem 4 processos (que no organismo são simultâneos), sendo eles absorção, distribuição, biotransformação (ou metabolismo) e excreção (o fármaco é reconhecido como uma substância estranha no organismo e por isso é eliminado). Fase farmacêutica: consiste na liberação e dissolução do fármaco quando administrado. Fase farmacocinética: movimentação que o fármaco realiza desde sua entrada no organismo até eliminação. Um fármaco passa por vários processos dentro da farmacocinética, sendo eles absorção, distribuição, metabolismo e excreção. Essa divisão é didática, pois esses processos são na verdade simultâneos. No meio do caminho o fármaco chega no local de ação e começa a agir, uma parte pode pegar a corrente sanguínea e ser eliminada, outra chega rapidamente ao local de ação, outra vai por um caminho mais longo… etc ● Farmacocinética: “o que o corpo faz com a droga” ● Farmacodinâmica: processos de integração da droga e local de ação. “O que a droga faz com o corpo”. ABSORÇÃO: é a entrada do fármaco na corrente sanguínea. Transferência do fármaco do seu local de administração para o compartimento central (em geral o sangue/circulação). Alguns tipos de transporte que podem ocorrer são a translocação das moléculas do fármaco (transferência através de fluxo de massa, como na corrente sanguínea e transferência difusional), para isso precisa atravessar barreiras celulares (barreira epitelial, endotélio vascular). Ou seja, o fármaco precisa interagir com o epitélio e endotélio para ultrapassar (membrana e citosol). Quanto mais lipossolúvel um fármaco, mais fácil é para ele ultrapassar a bicamada lipídica da membrana, mas também precisa ter uma certa hidrossolubilidade para interagir com o citosol. Maneiras pelas quais as moléculas atravessam as barreiras celulares: 1. Difusão através de lipídios: melhor para moléculas apolares/lipossolúveis, mas também existem proteínas etc 2. Difusão facilitada: ou combinação com proteína transportadora. Exemplo: ferry-boat, através da região lipídica das membranas, contra o gradiente de concentração. É usado por drogas maiores e hidrossolúveis. 3. Difusão através de poros aquosos: para pequenas moléculas hidrossolúveis. Ocorre em tecidos renais, hepáticos e cerebrais, pois estas são regiões onde os processos são mais seletivos e ocorrem “barreiras”, uma maior exigência com as substâncias que entram. 4. Endocitose: englobamento de partículas através da invaginação da membrana que acontece com macromoléculas. Ex: insulina. Há fatores importantes que modificam a absorção de fármacos, como o peso (quanto maior, mais lenta a taxa de absorção) e forma molecular (um fármaco polar, com carga, há mais dificuldade, taxa menor), polaridade, grau de ionização e Lipossolubilidade das formas ionizada e não ionizada. Quimicamente os fármacos são sais, mas no organismo são geralmente classificados como ácidos ou bases fracas (estes se adaptam ao meio, conforme ele podem ficar mais na sua forma polar ou apolar, já as bases e ácidos fortes determinam o pH do meio). pKa = constante de dissociação ou pH onde há 1:1 na proporção de forma ionizada e não ionizada. É o pH do meio onde há proporção entre as formas do fármaco. pKa é uma característica do fármaco, pH é do meio. Substâncias ácidas serão melhor absorvidas num meio ácido (a partir do estômago) e substâncias básicas num meio básico (a partir do intestino). Equação de Handersen-Hasselbach Muitas vezes não se quer que o fármaco haja sistemicamente, por exemplo, ou que passe pela corrente sanguínea, mas sim que ele fique no seu local de ação em sua forma iônica. Isso é chamado de confinamento de íons. São fluidos corporais onde o pH é diferente do pH sangüíneo poderão favorecer o confinamento de íons ou sua reabsorção. O fármaco não consegue sair do local onde o pH não é favorável por estar na sua forma dissociada. Ex: heroína quando administrada v.o não atravessa a membrana lipídica, pois ele tem o pH muito alto e está num local de pH muito baixo, então fica restrita ao estômago (fármacos ácidos ficam retidos em local básico e vice versa). No leite isso pode ser ruim, pois algumas substâncias podem ficar confinadas ali, porém isso pode ser positivo, por exemplo, no tratamento de um dos tetos (não contamina os outros com medicamento). ➢ Inflamação forma um microambiente mais ácido que o meio fisiológico dificultando a chegada do fármaco ao seu local de ação. DISTRIBUIÇÃO: “Fenômeno em que uma droga, após a absorção, sai da corrente sangüínea e dirige-se ao seu local de ação”, é a entrada do fármaco nos compartimentos do organismo. Dependendo do tecido exige uma maior ou menor exigência na passagem de substâncias. A distribuição nos compartimentos depende do débito cardíaco, fluxo sanguíneo (tecidos com maior fluxo tem o fármaco distribuído de forma mais intensa), massa tecidual, ligação a proteínas plasmáticas, diferenças regionais de pH (confinamento de íons etc), mecanismos de transportadores disponíveis (dificuldade ou facilidade de transportes devido a transportadores), permeabilidade da membrana e partição em lipídeos. Compartimentos aquosos do organismo: os fármacos “passeiam” por esses diferentes compartimentos, dependendo da sua característica química. - Liquido extracelular: plasma (4,5%), liquido intersticial (16%) e linfa (1,2%) - Liquido intracelular: 30 a 40% do liquido corporal - Liquido transcelular: líquidos cefalorraquidianos, intra-ocular, peritoneal, pleural e sinovial (2,5%). Ligação à proteínas plasmáticas: é um dos principais fatores que são importantes na distribuição de fármacos. Na corrente sanguínea a droga pode estar livre ou ligada a essa proteína. A droga ligada forma um complexo reversível e é uma fração de reserva, sendo que o fármaco é pelo menos 90% dessa forma enquanto a droga livre é a que chega no local de ação e representa no máximo 10% do fármaco (só a droga livre é farmacologicamente ativa e há interação entre drogas). A albumina é a principal proteína que se liga à fármacos. Ex: droga A, aplicada em uso contínuo, liga-se 98% a proteínas plasmáticas (tem grande afinidade às proteínas, sua ação depende dos 2% livre circulante). Junto há administração de droga B, que tem 99% (maior afinidade). As drogas vão competir: o fármaco B “ganha” as proteínase o fármaco A ganha % em fármaco ativo, o que pode causar intoxicação. Outro fator importante na ligação de PP diz respeito a indivíduos com hipoproteinemia, com baixa proteína plasmática no sangue (doenças crônicas, distúrbios alimentares, com verminoses severas). Nesses casos, aumenta a quantidade de fármaco livre também. Diminuir a dose nesses pacientes para não intoxicar. Durante a distribuição dos fármacos, irão existir algumas barreiras/estruturas que irão impedir que determinadas substâncias entrem em locais específicos para a proteção e segurança do organismo: BHE: barreira hematoencefálica. Não é bem uma barreira, o que acontece é que as células endoteliais dos vasos sanguíneos no SNC tem seletividade maior. Os capilares têm poucas tight junctions, não são tão grudadinhas, então as substâncias podem se mover mais facilmente. Já no SNC deve haver uma seletividade, pois não é toda substância que pode entrar. Isso se deve a uma maior presença de tight junctions. Além disso os capilares são recobertos com pés de astrócitos, que funcionam como mais uma situação de barreira. ● Regiões desprovidas de BHE: são algumas regiões do SNC, sendo eles a gl pineal (permite a entrada de químicos relacionados aos ciclos de sono), a gl pituitária ou hipófise (permite a entrada de substâncias químicas que influencia os hormônios) e a área postrema (permite a entrada de substâncias que induzem vômito). Tem também a área pré-óptica do hipotálamo anterior (PO HA - permite substâncias relacionadas com o aumento de temperatura, controla a temperatura corporal). Glicoproteína-P: é uma proteína de transmembrana de transporte reverso. Ela reconhece certas substâncias e as retira ou impede que entrem. Tumores e bactérias usam essa proteína como mecanismo de resistência, impedindo a entrada do fármaco. Não existe só no SNC, mas nele ela tá relacionada com a ivermectina. ➢ Reconhece a ivermectina. Não entra no SNC para não ter toxicidade. Algumas raças de cães tem deficiência dessa glicoproteína, não podendo dar esse fármaco pois pode entrar no SNC e intoxicar. Barreira placentária: tem algumas diferenças conforme a espécie. Humanos possuem pouca barreira, a comunicação entre mãe e feto é muito grande, o que dificulta a administração de fármacos. Grande parte dos fármacos administrados pela mãe chegam no feto. Conforme o tipo de útero e placenta, há diferenças no contato: ● Epiteliocorial: equinos - colostro crucial, pois o contato entre mãe e feto é menor. ● Endoteliocorial: cães. ● Hemocoreal: compartilha vasos sanguíneos entre o feto e a mãe, comunicação forte. A dose dada pra mãe é maior pro feto, causando riscos de intoxicação, indução de aborto, parto prematuro… Ocorre absorção alterada do fármaco por diminuição da motilidade intestinal, alterando o pH gástrico (devido ao bebê lá dentro ocupando espaço, fica constipado). A distribuição dos fármacos fica alterada pelo aumento do volume sanguíneo, pois a fêmea chega a ter 40% a mais de volume sanguíneo (por causa da placenta etc), ocorre aumento do volume aquoso total. Isso resulta na redução de proteínas plasmáticas proporcionalmente, comparando com o maior volume sanguíneo. O fármaco vai estar mais na forma livre pra chegar no local no ação, fazendo com que as fêmeas estejam mais suscetíveis ao efeito de alguns fármacos. A albumina fetal é menor do que a materna no feto. Ou seja, além dele ser menor, a droga é mais livre no feto. O movimento das moléculas ocorre entre 3 compartimentos: sangue materno, citoplasma do sinciciotrofoblasto e sangue fetal. Os mecanismos são iguais as das membranas em geral: difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo e endocitose. PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS IMPORTANTES: 1. Volume de distribuição: é um número fictício. Fármacos com baixo valor de Vd se restringem mais ao plasma, não tendo uma boa distribuição sobre os tecidos. Fármacos com alto Vd atingem diversos locais como SNC, ossos, tecido adiposo etc. Fatores que influenciam: a. Grau de ligação às proteínas plasmáticas: fármacos enquanto ligados ficam mais restritos à circulação. b. Coeficiente de partição do farmaco no tecido adiposo: relacionado ao coeficiente de lipossolubilidade do fármaco. c. Grau de ligação em outros tecidos: por exemplo, tetraciclinas têm afinidade por cátions bi e trivalentes (Ca2+, Mg2+, Al3+), costumam se depositar em ossos, dentes... Vd < 0.071 L/kg droga está na circulação Vd > 0.071 L/kg droga atinge tecidos específicos Desidratação (o volume fica proporcionalmente menor), hipoproteinemia (menos proteína gera maior quantidade de fármaco na forma livre), ascite (alterações que levam ao acúmulo de líquido, que é proteico), gestação, obesidade (o tecido adiposo não conta como peso real do animal, pode alterar a liberação e deposição do fármaco) e idade (mais velhos têm menos proteína plasmática) são fatores que podem ocasionar mudanças no Vd. 2. Tempo de meia vida: É o tempo que leva para a concentração plasmática ou a concentração da substância no corpo ser reduzida a 50%. É importante, pois possibilita estimativa dos efeitos terapêuticos ou tóxicos dos fármacos (Por exemplo, tem-se um antídoto cujo tempo de meia vida é menor que o do agente, então precisa fazer a dose do antídoto mais de uma vez.), da duração do efeito farmacológico e do regime posológico (dar de 8 em 8h, por exemplo). Determina: a. Duração de ação após uma única dose, quanto demora para a droga deixar um sistema ou ser eliminada. Após aprox 5 meias vida o fármaco já está quase todo fora. b. Tempo necessário pro medicamento alcançar o estado estacionário (quantidade constante do fármaco) com dosagem repetida - onde o estado de absorção está mais ou menos igual ao que está sendo secretado. Ajuda a poder calcular e manter o fármaco dentro da janela terapêutica; c. Frequência de administração adequada, para evitar grandes flutuações na concentração plasmática no intervalo entre doses. 3. Biodisponibilidade: Mede a fração do fármaco que ao ser administrado a um organismo vivo atinge de forma inalterada a circulação sanguínea. Um conceito mais abrangente considera ainda a biodisponibilidade como a quantidade do medicamento que atinge não só a circulação sanguínea, mas também o seu local de ação (biofase). “Raramente se dosa diretamente a concentração do fármaco no local de ação, são normalmente medidas no plasma (mais acessível). Podemos dizer que há uma relação existente entre os efeitos farmacológicos ou tóxicos de um medicamento e a concentração dele neste sítio facilmente acessível do organismo”. a. Fatores relacionados à absorção e distribuição do fármaco influenciam a biodisponibilidade. b. Importância da disponibilidade sistêmica em drogas de baixo índice terapêutico (relação entre a dose letal e dose efetiva, ou seja quanto maior o índice terapêutico, mais seguro é o fármaco - os valores para cálculo são feitos através de dosagem do plasma). Está diretamente relacionado com a quantidade do fármaco no sangue. Medicamentos bioequivalentes não devem apresentar diferença na sua AUC. Quando a curva tá subindo quer dizer que o fármaco está sendo absorvido na corrente sanguínea, ele depois tem seu pico de concentração e vai diminuindo. A área debaixo da curva (AUC) também pode ser calculada para ter-se valor de comparação da biodisponibilidade total do fármaco (usado para calcular dose, valores de farmacocinética, pico do fármaco, em quanto tempo é eliminado etc). O cálculo da AUC é mais confiante, não é um parâmetro, mas sim uma medida para chegar nos outros valores farmacocinéticos. ● A biodisponibilidade (fração da dose da droga (F) que entrou na circulação sistêmica) pode ser calculada por pela fração da droga que entrou na circulação sobre a dose administrada,ou seja: F = AUC/dose. 4. Depuração: também chamado de Clearance. É a medida da eficácia do organismo na eliminação do fármaco. É a taxa de eliminação por todas as vias normalizadas de acordo com a concentração do fármaco em algum líquido biológico. A eliminação do fármaco pode ser decorrente dos processos que ocorrem nos rins, no fígado e em outros órgãos. Em conjunto, tais depurações serão iguais à depuração sistêmica total. As outras vias de eliminação podem incluir a saliva e o suor, a distribuição para o intestino e a metabolização em outros locais. Clearance renal é o padrão. a. Tem pouca influência sobre substâncias administradas uma única vez. Doenças que acometem a depuração geralmente não precisam de ajuste de dose, porém o contrário não pode ser afirmado em medicamentos que são feitos de maneira contínua ou em tratamentos mais prolongados. b. Se a depuração de uma substância está diminuída como resultado de doença hepática ou renal a dose e o intervalo entre doses podem ser manipulados. Porém, se a depuração é esperada como sendo a metade do estipulado em indivíduos sem insuficiência, é melhor que o intervalo entre as doses seja dobrado, em vez de a dose ser diminuída à metade. JANELA TERAPÊUTICA: Limite de concentração na qual a droga é terapeuticamente benéfica. Pode variar de paciente a paciente. Drogas com estreita janela requerem menores e mais frequentes doses. Drogas com lenta eliminação podem ser rapidamente acumuladas a níveis tóxicos e pode-se administrar uma maior dose inicial, seguida apenas de doses menores. ➢ Baixo índice terapêutico = janela terapêutica pequena. Medicamentos de baixo índice terapêuticos precisam ser dosados no sangue do paciente de vez em quando para certificar-se de que está dentro da janela terapêutica sem que chege na dose letal. Medição de concentração de drogas: ● Método Invasivo: sangue, líquor, biópsia ● Método Não invasivo: urina, fezes, ar expirado, saliva Maioria dos métodos analíticos utiliza análise de plasma, com material marcado (C14, H3) BIOTRANSFORMAÇÃO É a transformação química que as drogas sofrem no organismo, visando favorecer sua eliminação, pois há formação de metabólitos mais polares e menos lipossolúveis do que a molécula original. ● Objetivo: tornar as drogas mais polares e menos lipossolúveis, pra ser mais facilmente excretado. Metabólito: é o produto da reação de biotransformação de um fármaco. Os metabólitos possuem propriedades diferentes das drogas originais. Geralmente, apresentam atividade farmacológica reduzida e são compostos mais hidrofílicos, portanto, mais facilmente eliminados. Em alguns casos, podem apresentar alta atividade biológica ou propriedades tóxicas. A biotransformação é de xenobióticos lipossolúveis (grande maioria dos fármacos), ocorre em vários locais do organismo, sendo o principal órgão o fígado. São sistemas enzimáticos hepáticos, plasmáticos, intestinais, pulmonares, renais. Podem ser divididos em 2 fases: ● Reações de Fase I : mais comuns grupo de enzimas envolvidas são do citocromo P450. São processos de redução, oxidação e hidrólise. Localizadas principalmente nas células hepáticas - hepatócito (pois tem uma extensa rede de REL rico em enzimas). As enzimas do citocromo P450 contém um grupo de isoenzimas contendo ferro que ativa o oxigênio molecular em uma forma capaz de interagir com substratos orgânicos. ● Reações de Fase II : enzimas de conjugação, são reações de conjugação. Incorporam o fármaco com um ácido (substrato endógeno). Normalmente, resulta em compostos inativos, e facilmente excretáveis. A glicuronidação é a reação de conjugação mais comum e mais importante (ocorre muito no gato), embora possa ocorrer outra conjugação nesta fase que pode ser acetilação, sulfatação ou amidação. Como os recém-nascidos e gatos são deficientes deste sistema de conjugação, além de suas funções renais que não estão completamente desenvolvidas, deve ser evitado o uso de alguns fármacos, como por exemplo, o paracetamol ou cloranfenicol (antibacteriano) que pode se acumular no organismo. Nem todos os fármacos passam pelas duas reações. Alguns passam só por uma delas, outros pelas duas (quando o produto da fase I não é muito facilmente excretado). Alguns fármacos sofrem eliminação antes mesmo de chegar na circulação: Eliminação pré-sistêmica (principalmente por via oral, retal também acontece). Uma parte acaba sendo eliminada antes de atingir a circulação sistêmica. Então a importância clínica é de diminuição da biodisponibilidade e correção da dose. FATORES QUE AFETAM A BIOTRANSFORMAÇÃO: Ciclo entero-hepático: alguns fármacos conjugados, ao chegar no intestino, sofrem hidrólise bacteriana. Nisso, elas deconjugam a droga, quebrando a ligação dela com o conjugado, liberando-a na circulação e deixando-a livre para agir. Esse fármaco volta para a corrente sanguínea e volta agir, aumentando sua meia vida. Isso costuma acontecer com opióides e anticoncepcionais. Como a meia vida depende de bactérias, com o uso contínuo de antibióticos diminuindo a flora intestinal, diminuindo junto a deconjugação e a taxa de droga livre: a meia vida do fármaco diminui. Ex: anticoncepcional para de funcionar. Alguns fármacos são pró-droga ou pró-fármaco, onde o produto do metabolismo é a droga ativa. Ou seja, o fármaco precisa passar pelo metabolismo do fígado para ser ativado. Ex: Enalapril depois de ser metabolizado vira Enalaprilato, que é o metabólito ativo efetivamente. Outro exemplo é a prednisona, que ao ser metabolizada vira prednisolona. Nos gatos, deve-se prescrever somente a forma já metabolizada e ativa. ● Não confundir o metabólito ativo com o pró-fármaco. Polimorfismo enzimático: pode justificar efeitos adversos, como acúmulo do fármaco e intoxicação. Menor fluxo sanguíneo hepático: altera a biotransformação Ligações com proteínas plasmáticas: o fármaco só é metabolizado na sua forma ativa. Quando ligado à proteínas plasmáticas não fica livre na circulação, não estando livre ele também nao fica disponivel quimicamente para se ligar à outras substâncias. Gênero: fêmeas possuem menor atividade enzimática. Em ratos, possuem em torno de 20% menos CYP, o que causa uma diferença na taxa de metabolização de até 20x. Prenhez: pode causar tanto aumento (CYP3A4, CYP2D6, CYP2C9) quanto diminuição (CYP1A2 e CYP2C19) da atividade enzimática. Estado nutricional: patologias (principalmente hepáticas), insuficiência cardíaca. Idade (extremos etários): menor DC = menor Indução enzimática: aumenta a velocidade de biotransformação e aumenta a produção de metabólitos, diminuindo a intensidade e duração da ação dos fármacos, diminuindo também sua tolerância. Inibição enzimática: diz respeito à biotransformação e são importantes exemplos de interações. Geralmente diz respeito à um fármaco A (dado, em geral, de modo contínuo), e com a incorporação repentina de um fármaco B que vai interagir. Esse tipo de interação diz respeito à atividade enzimática. Está sendo administrado um fármaco A, então administrado um fármaco B que aumenta a enzima que biotransforma A. Ou seja, o fármaco A vai passar a ser eliminado mais rapidamente, resultando numa diminuição do tempo de meia vida do fármaco A, tornando-o, muitas vezes, ineficiente. Nesse caso, o fármaco B é um indutor, pois diminui a qualidade do tratamento. O contrário é a inibição enzimática. O fármaco B, um inibidor, diminui a atividade da enzima, fazendo com que aumente o tempo de meia vida do fármaco A. Perigoso pois pode causar intoxicação. Outros fatores que afetam a biotransformação são a dieta e o meio ambiente (poluição, fumo): Dieta: a disponibilidade de aminoácidos provenientes da dieta viabiliza a formação de enzimas envolvidas na biotransformação. Meio ambiente: contaminaçãoe poluentes podem interferir nas reações de biotransformação. EXCREÇÃO DE DROGAS: é facilitada pela biotransformação, pois esta transforma os fármacos em moléculas mais facilmente excretadas. Excreção renal: Os fármacos penetram nos rins através das artérias renais, sendo que estas se dividem para formar o plexo capilar glomerular. É divida em 3 partes principais: 1. Filtração Renal/Glomerular: Passagem do líquido que chega através da artéria eferente para a cápsula de Bowman. Drogas não ligadas à proteínas são filtradas, muito ligadas a proteínas sofrem pequenas filtrações (proteínas não são filtradas). 2. Secreção Renal: Passagem do líquido de um capilar para o túbulo proximal. Relacionado à afinidade do transportador com o fármaco, seja ácidos ou básicos. O que tem afinidade menor acaba voltando pra circulação, aumentando seu tempo de meia vida. A secreção de drogas eletrolíticas fracas por transporte ativo. 3. Reabsorção Renal: Passagem do túbulo proximal para capilar. A reabsorção é um processo passivo e depende da lipossolubilidade do fármaco: o que for lipossolúvel volta pra circulação (é melhor reabsorvido) e o que for polar fica no filtrado. Consequentemente, o pKa do meio também é importante. No glomérulo não há filtração de proteínas, ou seja, quando o fármaco está ligado na proteína plasmática ele não é filtrado, volta para a corrente sanguínea. O fármaco livre é filtrado e eliminado mais rapidamente. Os rins não são os únicos órgãos que fazem a excreção, mas são os principais. A competitividade para ligação de proteínas plasmáticas é importante. Quem está livre vai para o filtrado e interage com os transportadores, que os levam para o tubo após estarem na circulação. Em regiões de grande atividade de transportadores, muitas substâncias vão para o filtrado, fazendo com que as moléculas possam voltar para a circulação devido à interação com o pH do filtrado, por exemplo. Se quer que o fármaco seja excretado mais rapidamente, é necessário que o pH seja o contrário da droga. Drogas ácidas num pH ácido terão sua absorção favorecida, voltando para a circulação. Se o pH do meio é básico, haverá maior quantidade de fármaco na forma ionizada, desfavorecendo a absorção e favorecendo a excreção. Fácil intoxicar gatos com Ácido Acetil Salicílico, pois o pKa é ácido, a urina em carnívoros é ácida, aumentando a absorção da forma molecular do AAS (sem carga, lipofílica), onde acaba sendo reabsorvido e pouco excretado, podendo causar uma intoxicação. Uma maneira de reverter isso é alcalizando a urina (através da administração de bicarbonato IV), que fará com que o fármaco fique em sua forma ionizada favorecendo a excreção. O transporte ativo é feito através de carreadores. São usados os mesmos carreadores de substâncias endógenas. - Aniônicos: penicilina, sulfa, salicilatos - Catiônicos: morfina, histamina Ocorre então competição pelos carreadores. Ex: penicilina X probenecida. Probenecida é eliminada pelo mesmo transportador que a penicilina no rim, mas ela tem mais afinidade. Ou seja, ela compete pelo transportador aniónico e ganha, atrapalhando a excreção da penicilina, fazendo com que esta dure mais no organismo (alteração medicamentosa no túbulo secretor). A reabsorção também depende muito da lipossolubilidade, pH do meio e etc. Fármacos que aumentam o volume urinário (diuréticos): Aumentam o fluxo urinário e renal, posso ter uma maior taxa de excreção de fármacos, diminuindo o tempo de meia-vida de outro fármaco administrado ao mesmo tempo. Interações medicamentosas: Assim como pacientes com problemas no fluxo renal, se você está fazendo medicamentos diuréticos isso pode diminuir o tempo de meia vida de outro fármaco, principalmente com diuréticos mais potentes. Existem fármacos que alteram o pH urinário, alcalinizantes (bicarbonato de sódio) e acidificantes (cloreto de amônio). As glândulas mamárias também são um importante local relacionado à excreção, onde ocorre difusão passiva. O pH da glândula mamária é geralmente em torno de 6.6, em geral, grande parte dos fármacos da circulação vão parar na glândula mamária e, consequentemente, para o meio. Substâncias alcalinas são mais facilmente excretadas (cafeína, metanfetamina). O cálcio do leite acaba também atraindo muitas substâncias, como metais (chumbo). Os riscos são para o lactente, principalmente no caso de drogas básicas, pois estas têm maior secreção pelo leite. A excreção glandular ocorre geralmente por difusão passiva. O pH é o mesmo do corpo, mas as glândulas facilitam a absorção pelo trato gastro intestinal. Sem muita importância. Ovos: o mais importante é a lipossolubilidade do fármaco, quanto mais lipossolúvel maior a penetração na gema (região onde se encontra gordura). Pulmonar: importante na excreção de drogas voláteis. Há maior capacidade de expelir drogas apolares/lipossolúveis. Há inalação, chega nos alvéolos e é expirado rapidamente. Difusão simples. Biliar: excreção biliar significa que o fármaco será excretado nas fezes. As células hepáticas transferem diversas substâncias incluindo fármacos, do plasma para a bile. Algumas substâncias hidrofílicas sofrem essa reabsorção intestinal. É liberado, droga livre é reabsorvida novamente, tornando-se um reservatório circulante (circulação enterohepática). Ex: morfina. O fármaco, após penetração no fígado é excretado pela bile até o trato gastrintestinal. Posteriormente, este mesmo fármaco é absorvido pela corrente sanguínea (pois, a bile é reabsorvida no curso da digestão), e, volta ao fígado sendo excretado novamente pela bile, repetindo-se o ciclo (isto ocorre com o fármaco que não é inicialmente ou posteriormente alterado pelo fígado ou que geram metabólitos ativos). Clinicamente, o ciclo entero-hepático resulta em um aumento no período de tempo da ação do fármaco. Drogas administradas via oral podem se difundir diretamente para o trato gastrointestinal e ser então eliminadas nas fezes. . ● Drogas ácidas num pH urinário ácido favorecem a reabsorção do fármaco pois está em grande parte na sua forma molecular então favorece a reabsorção e se há um fármaco ácido em uma urina básica está em grande parte na sua forma ionizada/dissociada e isso favorece sua excreção. da ação do fármaco. FARMACODINÂMICA Parte da farmacologia que estuda os mecanismos moleculares da ação de fármacos. O fármaco estando no local de ação tem um efeito em nível tecidual. Essas interações entre o fármaco e seu local de ação é o que é estudado na farmacodinâmica. A farmacodinâmica estuda os efeitos bioquímicos e fisiológicos das drogas. Tem como objetivo esclarecer as interações físicas ou químicas entre a droga e as células alvo e caracterizar toda a sequência completa de alterações produzidas nessas células bem como alterações fisiológicas decorrentes. ● Drogas não criam efeitos, modulam funções! Utilizam funções já existentes por ligantes endógenos. Os efeitos terapêuticos, tóxicos e colaterais dependem: 1. Tipo de Receptor: o receptor farmacológico normalmente está associado à uma via de transdução moduladora. quanto mais seletivo for um fármaco ao seu receptor, menor a quantidade de efeitos colaterais. Isso também está relacionado com a dose, fármacos com doses altas ficam menos seletivos. 2. Localização: às vezes existem receptores no organismo que tem funções diferentes conforme onde ele esteja. Então precisa que o fármaco haja num local específico, em vez de agir nos dois. 3. Especificidade da droga: está relacionada com o sítio de ligação ou do ligante. Nenhuma substância atua com total especificidade, gerando efeitos colaterais indesejados. 4. Efeito tóxico: Relacionado com função vital e o IT (índice terapêutico da droga) “A diferença entre remédio e veneno é a dose”(Paracelso) - ouseja, quanto maior a distância entre dose terapêutica e tóxica mais segura a administração do fármaco, mas já foi provado que há exceções. Fármacos irão se ligar de maneira permanente, ou com ligações iônicas, covalentes, dentre outros exemplos e quanto mais forte for essa ligação maior é o tempo de permanência (meia vida) deste fármaco no organismo. Agonista X Antagonista: O agonista é quem liga nos receptores e promove mudanças/alterações nas células, apresentando uma eficácia. O antagonista bloqueia o mediador endógeno ou até mesmo o agonista. Ele não tem efeito, é isento de eficácia, pois não promove ações celulares. Agonista: tem afinidade e eficácia, porém sua resposta máxima difere entre substâncias. Sua eficácia pode ser total, sendo um agonista pleno, (pode ser um sintético perfeito que também gera resposta máxima) ou parcial, sendo um agonista parcial. Este último tem resposta submáxima, mesmo com ocupação de 100% dos receptores. Há também o agonista modificado, que consegue entrar, porém a afinidade não é tão grande e a eficácia também não é igual, tendo resposta submáxima. Antagonista: fármaco se liga ao R sem ativá-lo e impede a ligação do agonista (tanto endógenas quanto exógenas) - não permite resposta biológica. Ele tem uma semelhança estrutural agonista/antagonista e geralmente tem uma afinidade um pouco maior que o agonista. Pode ser: - Reversível: Aumentando a concentração do agonista, o agonista ganha. Ocorre desvio da curva CE (log) para a direita, sem alteração na inclinação ou no Emáx e relação linear entre a dose e a concentração do antagonista. Evidência de competição – estudos de ligação. - Irreversível: ligação química entre antagonista e receptor é mais forte. As ligações são mais fortes e duram mais tempo, ou seja, mesmo aumentando a concentração do agonista, ele não terá a resposta máxima. Há alteração na curva dose-resposta. Há outros tipos de antagonistas também, sendo estes competitivos ou não competitivos. Mais importante para nós são os citados Antagonistas Competitivos Reversível e Irreversível. Teoria do Receptor: a ocupação do receptor é governada pela afinidade. Então o agonista tem afinidade e tem uma resposta. Já o antagonista tem uma afinidade, mas não tem resposta. Além disso, o agonista tem capacidade de tornar o receptor ativo, enquanto o antagonista não tem. Algumas teorias dizem que alguns fármacos não são antagonistas, promovem resposta, mas essa resposta é inativar. Estes são chamados de agonistas inversos. Em vez de ter uma resposta positiva na célula, obtém-se uma resposta contrária. MECANISMO MOLECULAR DE AÇÃO DOS FÁRMACOS Princípio básico: A droga deve se ligar a um constituinte celular (proteína - alvo) para produzir uma resposta farmacológica. O principal alvo são proteínas. O fármaco pode ser inespecífico ou específico. No primeiro, não há uma mecanismo de interação na molécula, ou mais simplório. Ex: fluidoterapia. Essas substâncias não têm ação específica num receptor, apenas agem nas células de forma inespecífica, como por osmose. Nos específicos (grande maioria dos fármacos) agem num receptor, gerando uma ação farmacológica. Estes têm alvos de ação na célula, sendo que a maioria são proteínas. Há alguns alvos não proteicos como o DNA. Os 4 tipos principais que participam como alvo primário para ligação com a droga são enzimas, moléculas transportadoras, canais iônicos e receptores. O termo receptor é usado para interações do tipo regulador fisiológico aumentando ou inibindo a resposta, onde normalmente tem uma via de transdução (altera conformação da célula, estimula liberação de cálcio, alteração no DNA etc). 1. Enzimas: muitos fármacos têm como alvo enzimas. Ele interage com enzimas inibindo-a (como fármacos inibidores de ECA) ou sendo falso substrato para esta, gerando um produto errado. 2. Moléculas transportadoras: são também proteínas. Os fármacos agem em cima do transporte, bloqueando-o, por exemplo, se ligando no local que a substância deveria ligar para ser transportada. Funciona como um antagonista. 3. Canais iônicos: o fármaco bloqueia ou abre o canal iônico, normalmente de forma direta por bloqueio físico. O Cloreto, por exemplo, promove hiperpolarização (muito negativa, não consegue iniciar um novo potencial de membrana - inibindo a célula), enquanto o Na e Ca, com a despolarização (relacionado com a ativação da célula, e K faz repolarização (volta pro potencial de repouso). 4. Proteínas receptoras: dentro deste há 4 tipos: a. Ionotrópicos: canais iônicos regulados por ligantes. O fármaco se liga a um receptor e essa ligação determina a abertura ou fechamento dos canais iônicos. Controlam eventos sinápticos rápidos no SN (levam milissegundos). Atua sobre a membrana pós-sináptica de célula nervosa ou muscular e aumenta sua permeabilidade a determinados íons. São excitatórios o RNAch na junção neuromuscular (JNM) e Glutamato no SNC, e inibitórios GABA e glicina. Alguns fármacos agem no sítio alostérico, ligando-se em outros locais para agir no receptor do neurotransmissor. b. Metabotrópicos: ligados à proteína G. Fármaco se liga ao receptor que vai ativar uma proteína que produz segundos mensageiros que determinam alterações na célula. São relativamente rápidos (levam segundos). Estímulos sensoriais, odores, peptídeos, hormônios… grande parte dos receptores fisiológicos do organismo são desse tipo. A proteína G é formada de 3 subunidades, ao fármaco se ligar há separação delas e há incorporação de fosfato, liberando energia na célula ativando-a. Quando ocorre a liberação das subunidades há ativação de segundos mensageiros, que fazem as alterações celulares, que podem ser estimulatória (Gs → ativa Adenilato Ciclase, uma enzima efetora que converte o AMP em AMPc, o segundo mensageiro) ou inibitória (Gi → inativa a Adenilato Ciclase, diminuindo a formação de AMPc e as respostas celulares). Há também uma Gq que ativa a fosfolipase C, formando IP3 e DAG como 2º mensageiros e gerando um aumento de Cálcio intracelular (ativação). Dá uma resposta bem amplificada: um só receptor ativa várias proteínas G. c. Ligados a quinases: as quinases incorporam grupamentos fosfatos. Levam minutos/horas. Essa interação depende de uma dimerização (ligação de duas moléculas), que gera uma auto-fosforilação, que leva a ativação de uma cascata de quinases. Essa cascata age até o ponto onde chega no núcleo, faz transcrição gênica e síntese proteica, dando efeitos celulares. d. Nuclear/Intracelular: o fármaco tem que penetrar na célula sozinho, encontra seu receptor (no núcleo ou citoplasma). Forma-se um complexo fármaco-receptor, que entra em contato com o DNA da célula, determinando transcrição de diferentes genes. São os únicos que não são de membranas, precisam ser bem lipossolúveis e tem efeitos lentos (horas). Ex: esteroides. ➢ RNAch: receptor nicotínico da acetilcolina. Alguns fármacos não se ligam a moléculas, são fármacos estruturais. Por exemplo, os análogos estruturais ou antiácidos. Estes podem chegar no estômago e fazem uma reação química com o HCl, neutralizando o ambiente. São estruturalmente inespecíficos. Dessensibilização: Também chamado de tolerância ou taquifilaxia. É a capacidade dos receptores de inibirem os processos, muito comum com o uso crônico de fármacos. Com o tempo de uso o fármaco para de funcionar devido à essas mudanças estruturais na célula, porém - em geral - não é permanente. Ocorre por Alteração no receptor (RN Ach), Perda de receptores (β-adrenérgicos), Exaustão de mediadores (anfetaminas), Aumento da degradação metabólica (barbitúricos e etanol) e Adaptação fisiológica (tiazídicos). ★ Resistência não é a mesma coisa, pois não é no indivíduo. Ex: células tumorais produzem resistência à anti-neoplásicos,bactérias produzem resistência ao antibiótico. Não é o indivíduo que produz resistência!