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NOTA DE AULA 3 MINISTERIO PUBLICO UNIFOR (1)

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Centro de Ciências Jurídicas
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO ELEITORAL
PROFESSOR: LUCIANO BEZERRA FURTADO
ALUNO ______________________________________________________
NOTA DE AULA 3
A estrutura do Ministério Público está disciplinada na Constituição da República em seu art. 128: 
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
 
O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, na forma disposta no art. 128, § 1º, da CF. Sendo as funções do Ministério Público Eleitoral exercidas pelo Ministério Público Federal ( art. 72, LC 75), compete ao Procurador Geral da Republica exercer as atribuições de Procurado Geral Eleitoral.
O mandato do Procurador Geral da República é de dois anos, podendo ser reconduzido várias vezes e, por conseqüência, sendo este PGE, exercerá tantos mandados quantos exerça o cargo de PGR. Ao passo que os juízes dos tribunais eleitorais somente poderão exercer dois mandatos consecutivos, ou seja, por quatro anos.
Dentre as suas atribuições Procurador-Geral Eleitoral podemos destacar as dispostas no art. 75, da Lei Complementar 75, incumbindo: 
I - designar o Procurador Regional Eleitoral em cada Estado e no Distrito Federal;
II - acompanhar os procedimentos do Corregedor-Geral Eleitoral;
III - dirimir conflitos de atribuições;
IV - requisitar servidores da União e de suas autarquias, quando o exigir a necessidade do serviço, sem prejuízo dos direitos e vantagens inerentes ao exercício de seus cargos ou empregos.
MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
	Como na Magistratura Eleitoral, também não existe um Ministério Público Eleitoral, com carreira específica e quadro institucional distinto, a exemplo do Ministério Público do Trabalho ou o Militar. A discussão sobre a conveniência de existir ou não um quadro próprio do Ministério Público Eleitoral envolve o mesmo debate sobre a necessidade de uma Magistratura Eleitoral.
	A atividade eleitoral do Ministério Público é, assim, uma função do Ministério Público Federal, que é um dos integrantes do Ministério Público da União.
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
	A Lei Complementar 75/93 (art. 72 a 80), conhecida como Lei do Ministério Público da União organiza o Ministério Público em todas as instâncias e determina sua atuação em todas as fases do processo eleitoral, como sendo uma das funções do Ministério Público Federal.
	Com a nova codificação dois são os princípios que norteiam a função eleitoral do Ministério Público:
Princípio da Federalização – previsto no art. 37, I e 72 da LC 75/93, significa que pertence ao Ministério Público Federal, a principio, a atribuição de oficiar junto à Justiça Eleitoral, em todas as fases do processo eleitoral;
Princípio da Delegação – por ele a lei delega ao Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal a atribuição de oficiar perante os juizes e juntas eleitorais, primeira instancia da Justiça Eleitoral, abrindo uma exceção pela delegação de parte dessa atribuição ao princípio anterior. Baseia-se no art. 78 da LC 75/93.
MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL
	No que tange a delegação das atribuições da jurisdição eleitoral ao Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal, algumas doutrinas entende ser o caso de solicitação e outras de designação residual. A divergência se refere a competência para designar os promotores de justiça para o exercício das atribuições eleitorais, se é do Procurador Regional Eleitoral ou do Procurador-Geral de Justiça. Parece-nos ter razão a exposição do procurador de justiça Joel Candido, onde este afirma ser “do Procurador-Geral de Justiça o dever de designar os Promotores Eleitorais, para todas as zonas eleitorais, sempre que se fizer necessário, independentemente de qualquer solicitação.”
Em sendo assim, o Ministério Público Estadual, com assento perante os Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais, funcionará por designação residual prevista no art. 73, parágrafo da Lei 8.625/93, vige, portanto, o Princípio da Designação, ato administrativo dos Procuradores Gerais de Justiça, que devem praticá-lo independentemente de solicitação.
PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL
Em cada Tribunal Regional Eleitoral funcionará um Procurador Regional Eleitoral. Sendo este e seu substituto designado pelo Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República com assento no Estado ou no Distrito Federal, ou onde não houver, entre os Procuradores da República vitalícios. (art. 76, da LC 75).
Destaque-se que não existem procuradores regionais em todos os estados, posto que os procuradores regionais atuam junto aos Tribunais Regionais Federais, e como é sabido, somente existem cinco tribunais instalados no país, sendo em Brasília (1ª Região), Rio de Janeiro (2º Região), São Paulo ( 3ª Região), Porto Alegre ( 4ª Região) e Recife (5ª Região). Nesses Estados exercerá o cargo um dos Procuradores Regionais da República. Nos demais Estados terá assento no TRE, um dos Procuradores da República vitalícios com lotação e em exercício no Estado. 
O mandato do Procurador Regional Eleitoral será de dois anos, podendo ser reconduzido uma vez.
Poderá o Procurador Regional Eleitoral ser destituído, antes do término do mandato, por iniciativa do Procurador-Geral Eleitoral, anuindo a maioria absoluta do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
	Compete PRE exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, bem como dirige, no Estado, as atividades do MPE. Em sendo assim, os promotores eleitorais estão subordinados ao Procurador regional Eleitoral e não ao Procurador Geral de Justiça. 
No que está disciplinado na LC 75, o Procurador-Geral Eleitoral poderá designar, por necessidade de serviço, outros membros do Ministério Público Federal para oficiar, sob a coordenação do Procurador Regional, perante os Tribunais Regionais Eleitorais.
LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
	Em matéria eleitoral não existe a figura do substituto processual. A atuação do Ministério Público será imprescindível desde o alistamento de eleitores até a diplomação dos eleitos, incluindo-se os recursos que podem ocorrer.
	Legitimam a participação ministerial em todo processo eleitoral: o art. 127 ‘caput’ da Constituição Federal, o Código Eleitoral, a Lei das Inelegibilidades e a Lei do Ministério Público da União.
	
FUNÇOES DO MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
	O art. 24 do Código Eleitoral, prevê a atuação dos Promotores de Justiça em época sem eleições e época de eleição. Produz vasto elenco, que não se esgota em todos os seus itens.
GARANTIAS/PRERROGATIVAS/DEVERES/IMPEDIMENTOS
	As garantias do MPE são as mesmas asseguradas aos agentes do Ministério Público na Constituição Federal e nas demais leis que tratam da organização e funcionamento do MP.
	Não podem, por proibição legal: serem convocados para as funções de mesários, escrutinadores ou auxiliares, mesmo quando não designados para funções eleitorais e integrar Juntas Eleitorais.
	Tem prerrogativa de votar em qualquer seção eleitoral da zona em que atuar, exceto nas eleições municipais, quando podem votar em qualquer seção do município em que for eleitor. Tem preferência de voto.
	O MPE está sujeito aos mesmos deveres e obrigações legais relativas às suas funções perante a justiça comum, inclusive quanto à apuração de faltas disciplinares a ser feita pelo Procurador Geral de Justiça.
	A filiação a partido político é impedimento absoluto para o exercício das funções eleitorais, até dois anos após o seu cancelamento.
LEGISLAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
		Sobre o MinistérioPúblico temos o art. 24 do Código Eleitoral e a Lei Complementar no. 75, está de maior importância, tendo em vista ser posterior ao CE e tratar especificamente sobre a matéria, porém segue ambas as legislações.
CODIGO ELEITORAL LEI 4.737 - DO MINISTÉRIO PUBLICO ELEITORAL
Art. 24. Compete ao Procurador-Geral, como Chefe do Ministério Público Eleitoral:
I - assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões;
II - exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de competência originária do Tribunal;
* Ver art. 129, I e III e § 1º, da CF/88.
III - oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal;
IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada sua audiência por qualquer dos Juízes, ou por iniciativa sua, se entender necessário;
V - defender a jurisdição do Tribunal;
VI - representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação uniforme em todo o País;
VII - requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições;
VIII - expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribunais Regionais;
IX - acompanhar, quando solicitado, o Corregedor-Geral, pessoalmente ou por intermédio de Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas.
LEI COMPLEMENTAR NO. 75 - 
SEÇÃO X
Das Funções do Ministério Público Federal
        Art. 72. Compete ao Ministério Público Federal exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as funções do Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias do processo eleitoral.
        Parágrafo único. O Ministério Público Federal tem legitimação para propor, perante o juízo competente, as ações para declarar ou decretar a nulidade de negócios jurídicos ou atos da administração pública, infringentes de vedações legais destinadas a proteger a normalidade e a legitimidade das eleições, contra a influência do poder econômico ou o abuso do poder político ou administrativo.
        Art. 73. O Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral da República.
        Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral designará, dentre os Subprocuradores-Gerais da República, o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, que o substituirá em seus impedimentos e exercerá o cargo em caso de vacância, até o provimento definitivo.
        Art. 74. Compete ao Procurador-Geral Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Superior Eleitoral.
        Parágrafo único. Além do Vice-Procurador-Geral Eleitoral, o Procurador-Geral poderá designar, por necessidade de serviço, membros do Ministério Público Federal para oficiarem, com sua aprovação, perante o Tribunal Superior Eleitoral.
        Art. 75. Incumbe ao Procurador-Geral Eleitoral:
        I - designar o Procurador Regional Eleitoral em cada Estado e no Distrito Federal;
        II - acompanhar os procedimentos do Corregedor-Geral Eleitoral;
        III - dirimir conflitos de atribuições;
        IV - requisitar servidores da União e de suas autarquias, quando o exigir a necessidade do serviço, sem prejuízo dos direitos e vantagens inerentes ao exercício de seus cargos ou empregos.
        Art. 76. O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, será designado pelo Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República no Estado e no Distrito Federal, ou, onde não houver, dentre os Procuradores da República vitalícios, para um mandato de dois anos.
        § 1º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser reconduzido uma vez.
        § 2º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser destituído, antes do término do mandato, por iniciativa do Procurador-Geral Eleitoral, anuindo a maioria absoluta do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
        Art. 77. Compete ao Procurador Regional Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de dirigir, no Estado, as atividades do setor.
        Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral poderá designar, por necessidade de serviço, outros membros do Ministério Público Federal para oficiar, sob a coordenação do Procurador Regional, perante os Tribunais Regionais Eleitorais.
        Art. 78. As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais serão exercidas pelo Promotor Eleitoral.
        Art. 79. O Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Público local que oficie junto ao Juízo incumbido do serviço eleitoral de cada Zona.
        Parágrafo único. Na inexistência de Promotor que oficie perante a Zona Eleitoral, ou havendo impedimento ou recusa justificada, o Chefe do Ministério Público local indicará ao Procurador Regional Eleitoral o substituto a ser designado.
        Art. 80. A filiação a partido político impede o exercício de funções eleitorais por membro do Ministério Público até dois anos do seu cancelamento.
SEÇÃO XI
Das Unidades de Lotação e de Administração
        Art. 81. Os ofícios na Procuradoria-Geral da República, nas Procuradorias Regionais da República e nas Procuradorias da República nos Estados e no Distrito Federal são unidades de lotação e de administração do Ministério Público Federal.
        Parágrafo único. Nos municípios do interior onde tiverem sede juízos federais, a lei criará unidades da Procuradoria da República no respectivo Estado.
        Art. 82. A estrutura básica das unidades de lotação e de administração será organizada por regulamento, nos termos da lei.
BIBLIOGRAFIA 
PINTO, Djalma, Direito Eleitoral – Atlas – 2008 
CANDIDO, Joel José. Direito Eleitoral Brasileiro. 11. ed. Bauru: Edipro, 2006.
RAMAYANA, Marcos. Curso de Direito Eleitoral. Editora Impetus. 2008.
COSTA, Adriano Soares – Instituições de Direito Eleitoral - 6ª. Edição – Del Rey
Site Legislação: www.planalto.gov.br
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