Buscar

NOTA DE AULA 8.2 REGISTRO DE CANDIDATURA IMPUGNACOES AIPR

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Centro de Ciências Jurídicas
CURSO DE DIREITO
�
IMPUGNAÇÕES
Antes da Eleição:
	1.º) Impugnação ao Pedido de Registro de Candidatura poderá discutir os fatos que envolvam o candidato até a data da candidatura, mas só pode ser interposta a partir deste.
	2.º) Investigação Judicial Eleitoral poderá apurar os fatos que envolvam o candidato desde antes do registro de sua candidatura até a diplomação, mas só pode ser interposta a partir daquele (Registro).
Depois da Eleição
3.º) Recurso contra a Diplomação poderá discutir teses oriundas de fatos ocorridos antes e depois da eleição, mas só será proposto após a diplomação.
	4.º) Ação de Impugnação de Mandato Eletivo poderá perquirir os fato ocorridos em qualquer tempo, mesmo após o pleito, mas também só poderá ser ajuizada após a diplomação.
IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE REGISTRO (anterior ao pleito)
Requerido o Pedido de registro de candidato, o juiz eleitoral, na forma disposta no art. 97 do Código Eleitoral, e seus parágrafos, providenciará a imediata expedição de edital, o qual será publicado na imprensa oficial (na capital) ou afixado no Cartório Eleitoral (no interior).
Importante salientar que vão existir duas ações caso seja protocolada uma impugnação, que é a ação de pedido de registro de candidato, de jurisdição voluntária, e a ação de impugnação de registro de candidato, de jurisdição contenciosa, esta proposta incidentalmente à ação de pedido de registro, sendo ambas julgadas em conjuntamente em uma única sentença formal, segundo os ensinamentos do professor Adriano Soares da Costa.
Dada a publicidade do pedido de registro, inicia o prazo de 5 dias para a impugnação, o que caso transcorra o prazo assinalado sem que nada tenha sido apresentado ou requerido pelos legitimados, o juiz deverá abrir vistas ao Ministério Público, como custos legis, para que o mesmo exare parecer sobre o Pedido de Registro. Concluída essa fase, e caso entenda necessário para aclarar sua decisão, poderá o juiz determinar a realização de diligências. Onde após decidirá se acolhe ou não o pedido.
Tem legitimidade para interpor a ação de impugnação ao registro de candidato:
os partidos políticos 
coligação
qualquer candidato 
Membro do Ministério Público. 
Caso seja protocolada a impugnação (art. 3.º da LC n. 64/90), que será apresentada ao Juiz ou Tribunal competente para o registro e terá por base fatos verificados até aquele momento, e que poderá ser formalizada pelo MP, partidos, coligações e candidatos já indicados nas convenções. Caso não atue como parte, o MP participará do processo na condição de fiscal da lei.
Não poderá impugnar o pedido de registro o membro do MP que, nos quatro anos anteriores à impugnação, tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido ou exercido atividade político-partidário. (Lei Complementar nº 64/90, art. 3º, § 2º; Lei Complementar n° 75/93, art. 80).
Observe que com a EC/45, com a nova redação dada ao art. 128, inc. II, alínea “e”,in verbis: e - “exercer atividade político partidária, o Membro do MP não pode mais ser candidato encontrando-se no exercício do cargo, somente ocorrendo se o mesmo requerer aposentadoria).
O impugnante, desde logo, deve especificar suas provas e arrolar até seis testemunhas.
A partir da data em que terminar o prazo para impugnação, passará a correr, após notificação via telegrama, fac-símile ou correio eletrônico, o prazo de sete dias para que o candidato, o partido político ou a coligação possa contestá-la ou se manifestar sobre a notícia de inelegibilidade, juntar documentos, indicar rol de testemunhas e requerer a produção de outras provas, inclusive documentais, que se encontrarem em poder de terceiros, de repartições públicas ou em procedimentos judiciais, ou administrativos, salvo os processos que estiverem tramitando em segredo de justiça (Lei Complementar nº 64/90, art. 4º).
Essa contestação deverá ser única, ou seja, do impugnante, partido político ou coligação, ou até dos três, desde que em peça única, com rol único de testemunhas (máximo de seis). 
Decorrido o prazo da contestação, se não se tratar apenas de matéria de direito, e a prova protestada for relevante, o relator designará os quatro dias seguintes para inquirição das testemunhas do impugnante e do impugnado, as quais comparecerão por iniciativa das partes que as tiverem arrolado, após notificação. Essa fase é chamada de instrução, onde o juiz ouvirá as testemunhas e produzirá as provas necessárias à solução da lide (Lei Complementar nº 64/90, art. 5º, caput, e art. 37, Res. 22.156/06, do TSE.).
Caso seja verificado pelo juiz que se trata de matéria só de direito, deverá anunciar o julgamento antecipado da lide e julgá-la da forma que se encontra.
Superada a fase instrutória, será aberto o prazo comum ( os autos fica em cartório), de cinco dias para as partes apresentarem suas alegações finais e para o MP apresentar o seu parecer. Em seguida, os autos seguem para o Juiz ou para o Tribunal decidir, em três dias. 
O prazo para recurso será de três dias. As contra-razões também devem ser protocoladas em três dias, contados do protocolo da petição do recurso.
O recurso contra a decisão do Juiz Eleitoral é o inominado previsto no art. 265 do Código Eleitoral, admitindo inclusive a retratação (art. 267, § 7.º, do Código Eleitoral). Contra a decisão do TRE, o recurso é denominado ordinário, nos termos dos incs. III e IV do § 4.º do art. 121 da CF c.c. os arts. 276, incs. I e II, e 277 do Código Eleitoral. Pode ser cabível mandado de segurança contra decisão originária do TSE. 
Havendo recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, a partir da data em que for protocolizada a petição passará a correr o prazo de 3 (três) dias para a apresentação de contra-razões, notificado por telegrama o recorrido. Apresentadas as contra-razões, serão os autos imediatamente remetidos ao Tribunal Superior Eleitoral.
Tratando-se de registro a ser julgado originariamente por Tribunal Regional Eleitoral, observado o disposto no art. 6º desta Lei Complementar, o pedido de registro, com ou sem impugnação, será julgado em 3 (três) dias, independentemente de publicação em pauta.
O recurso para o Tribunal Superior Eleitoral subirá imediatamente, dispensado o juízo de admissibilidade (Lei Complementar nº 64/90, art. 12, parágrafo único).
A Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral comunicará, imediatamente, à Secretaria do Tribunal Superior Eleitoral, por telex, fac-símile ou correio eletrônico, a remessa dos autos, indicando o meio, a data e, se houver, o número do conhecimento.
Os recursos e as respectivas contra-razões poderão ser enviados por fac-símile, dispensado o envio dos originais, salvo os interpostos da decisão do Tribunal Superior Eleitoral para o Supremo Tribunal Federal.
Os prazos correm em cartório (independentemente de intimação), são peremptórios, contínuos e não se suspendem aos sábados, domingos e feriados, nos termos do art. 16 da LC n. 64/90.
Nos termos da Súmula n. 10 do TSE, caso a sentença seja entregue em cartório antes dos três dias disponibilizados para o Juiz decidir e não haja intimação pessoal do interessado, o prazo para o recurso (três dias) contra decisão só começa a correr do termo final daquele tríduo, tendo em vista a regra acima no que se refere aos prazos. 
A declaração de inelegibilidade do candidato a chefe do Poder Executivo não afeta o candidato à vice, e a declaração de inelegibilidade do vice não afeta o candidato à chefia do Executivo, nos termos do art. 18 da Lei das Inelegibilidades (LC n. 64/90).
De acordo com a Súmula n. 11 do TSE, “no processo de registro de candidato, o partido que não o impugnou não tem legitimidade para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional”.
Roteiro Prático:
Petição Inicial, em cinco (5) dias
Notificação do impugnado e intimação do Ministério Público (se não for o impugnante)Contestação do impugnado, em sete (7) dias. O partido ou a coligação também podem contestar; nesse caso, o prazo é comum.
Julgamento antecipado da lide ou despacho saneador.
Instrução em quatro (4) dias.
Diligência e produção de outras provas, em conco (5) dias.
Alegações finais, em cinco (5) dias (prazo comum às partes e Ministério Público).
Conclusão ao Juíz, em hum (1) dia.
Sentença, em três (3) dias.
Recurso, com razões, em três (3) dias.
Contra-razões do recorrido ( e do Ministério Público, se for o caso), em três (3) dias.
Subida ao Tribunal, de imediato.
Conclusão imediata ao Presidente do Tribunal, que, também, na mesma data, os distribuirá a um Relator e mandará abrir vistas ao Procurador Regional pelo prazo de dois (2) dias.
Relator apresentará os autos para julgamento em três (3) dias.
Sessão de julgamento (poderão ser duas reuniões seguidas).
INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral ( AIJE) visa proteger a legitimidade e normalidade das eleições, bem com coibir o abuso do poder econômico ou politico, a utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de partido político, bem como fraude no pleito eleitoral.
Tem sua previsão legal no art. 19 da LC 64/90, verbis:
“Art. 19. As transgressões pertinentes à origem de valores pecuniários, abuso do poder econômico ou político, em detrimento da liberdade de voto, serão apuradas mediante investigações jurisdicionais realizadas pelo Corregedor-Geral e Corregedores Regionais Eleitorais.
Parágrafo único. A apuração e a punição das transgressões mencionadas no caput deste artigo terão o objetivo de proteger a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou do abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta, indireta e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.”
Prazo para ajuizamento
Deve a AIJE ser ajuizada a partir do registro de candidatura até a diplomação dos eleitos. 
“Recurso especial. Pleito municipal. Concessão de benefícios a servidores públicos estaduais. Proximidade da eleição. Favorecimento a candidato a prefeito. Abuso do poder político. Ação de investigação judicial eleitoral. Art. 22 da LC no64/90. Procedência. Inelegibilidade. Conduta vedada. Art. 73 da Lei no 9.504/97. Multa. [...]” NE: Afastamento da alegação de decadência da investigação judicial eleitoral por ter sido ajuizada cinco dias após o conhecimento dos fatos, uma vez que a investigação judicial pode se ajuizada até a data da diplomação dos eleitos. Trecho do voto do relator: “[...] a Corte de origem adotou posição consentânea com a deste Tribunal, não havendo o que se falar em declaração de decadência. Com a espécie cuida de investigação judicial e não de representação contra o descumprimento da Lei Eleitoral, despiciendo pronunciamento sobre o referido prazo de cinco dias para a interposição das representações”.
(Ac. de 8.8.2006 no REspe no 26.054, rel. Min. Cesar Asfor Rocha.)
“[...] 2. A ação de investigação judicial eleitoral pode ser ajuizada até a data da diplomação [...]. Na presente hipótese, o vice-prefeito, ora agravante foi citado, por pedido expresso da Coligação autora (fl. 415), em 19.11.2008 (fl. 416v), antes, portanto, da diplomação dos eleitos. Não há falar, pois, em consumação de prazo decadencial. [...].”
(Ac. de 27.4.2010 no AgR-AI nº 12.028, rel. Min. Aldir Passarinho Junior;no mesmo sentido oAc. de 2.6.2009 no ARO nº 1.466, rel. Min. Ricardo Lewandowski.)
Importa destacar que no caso de condutas em desacordo com as normas da Lei 9.504/97 (art. 30-A), relativas à arrecadação e gastos de recursos, qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial, tudo nos termos do art. 30-A, verbis:
“Art. 30-A.Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos.”
Quanto a legitimidade, podem interpor a ação de impugnação ao registro de candidato:
os partidos políticos 
coligação
qualquer candidato 
Membro do Ministério Público. 
Podem ser legitimados passivos: 
os partidos políticos 
coligação
qualquer candidato 
autoridades
terceiros que tenham contribuido para o ato.
Competência
A AIJE, deverá tramitar no âmbito das Corregedorias, a depender dos fatos a serem apurados:
a) Compete ao Corregedor-Geral Eleitoral: para que investigue fatos relacionados as eleições presidenciais, sendo o julgamento no âmbito do TSE.
b) Compete ao Corregedor-Regional Eleitoral: para que investigue fatos relacionados as eleições gerais - estaduais, sendo o julgamento no âmbito do TRE.
c) No caso de eleições municipais, em face da inexitencia de Corregedoria nas Zonas Eleitorais, deve ser apresentada a AIJE ao JUIZ ELEITORAL. Nesse caso o próprio Juiz que proferirá decisão.
O rito processual é o descrito nos arts. 22 e seguintes da LC 64/90. 
Em caso de procedência da AIJE, mesmo após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar, nos termos do inciso XIV, do art. 22, da LC 64/90.
Roteiro Prático:
Petição inicial ao Corregedor, com documentos, rol de testemunhas (máximo de 6) e pedido de diligências.
Indeferimento da inicial. Possibilidade de renovação: art. 22, II.
Deferimento com ou sem suspensão do ato. Notificação ao requerido. Intimação do Ministério Público.
Defesa em cinco (5) dias com documentos, pedido de diligências e testemunhas (máximo de 6).
Despacho. Julgamento antecipado (CPC, art. 330, I e II). Abertura da Instrução. Apreciação das provas pedidas.
Instrução, em cinco (5) dias.
Realização de diligências determinadas ou deferidas, em três (3) dias. Ouvida de Terceiros, excepcionalmente.
Alegações finais: dois (2) dias (prazo comum) para as partes e Ministério Público.
Conclusão, no dia seguinte.
Relatório conclusivo, em três (3) dias.
Remessa ao Tribunal, no dia seguinte.
Vistas ao Ministério Público no Tribunal, por 48 horas.
Julgamento pelo Colegiado.
Recursos, em três (3) dias.
	
Art. 19. As transgressões pertinentes à origem de valores pecuniários, abuso do poder econômico ou político, em detrimento da liberdade de voto, serão apuradas mediante investigações jurisdicionais realizadas pelo Corregedor-Geral e Corregedores Regionais Eleitorais.
        Parágrafo único. A apuração e a punição das transgressões mencionadas no caput deste artigo terão o objetivo de proteger a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou do abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta, indireta e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
        Art. 20. O candidato, partido político ou coligação são parte legítima para denunciar os culpados e promover-lhes a responsabilidade; a nenhum servidor público, inclusive de autarquias, de entidade paraestatal e de sociedade de economia mista será lícito negar ou retardar ato de ofício tendentea esse fim, sob pena de crime funcional.
        Art. 21. As transgressões a que se refere o art. 19 desta lei complementar serão apuradas mediante procedimento sumaríssimo de investigação judicial, realizada pelo Corregedor-Geral e Corregedores Regionais Eleitorais, nos termos das Leis nºs 1.579, de 18 de março de 1952, 4.410, de 24 de setembro de 1964, com as modificações desta lei complementar.
        Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito:
        I - o Corregedor, que terá as mesmas atribuições do Relator em processos judiciais, ao despachar a inicial, adotará as seguintes providências:
        a) ordenará que se notifique o representado do conteúdo da petição, entregando-se-lhe a segunda via apresentada pelo representante com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 5 (cinco) dias, ofereça ampla defesa, juntada de documentos e rol de testemunhas, se cabível;
        b) determinará que se suspenda o ato que deu motivo à representação, quando for relevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficiência da medida, caso seja julgada procedente;
        c) indeferirá desde logo a inicial, quando não for caso de representação ou lhe faltar algum requisito desta lei complementar;
        II - no caso do Corregedor indeferir a reclamação ou representação, ou retardar-lhe a solução, poderá o interessado renová-la perante o Tribunal, que resolverá dentro de 24 (vinte e quatro) horas;
        III - o interessado, quando for atendido ou ocorrer demora, poderá levar o fato ao conhecimento do Tribunal Superior Eleitoral, a fim de que sejam tomadas as providências necessárias;
        IV - feita a notificação, a Secretaria do Tribunal juntará aos autos cópia autêntica do ofício endereçado ao representado, bem como a prova da entrega ou da sua recusa em aceitá-la ou dar recibo;
        V - findo o prazo da notificação, com ou sem defesa, abrir-se-á prazo de 5 (cinco) dias para inquirição, em uma só assentada, de testemunhas arroladas pelo representante e pelo representado, até o máximo de 6 (seis) para cada um, as quais comparecerão independentemente de intimação;
        VI - nos 3 (três) dias subseqüentes, o Corregedor procederá a todas as diligências que determinar, ex officio ou a requerimento das partes;
        VII - no prazo da alínea anterior, o Corregedor poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou testemunhas, como conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na decisão do feito;
        VIII - quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder de terceiro, inclusive estabelecimento de crédito, oficial ou privado, o Corregedor poderá, ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito ou requisitar cópias;
        IX - se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a juízo, o Juiz poderá expedir contra ele mandado de prisão e instaurar processo s por crime de desobediência;
        X - encerrado o prazo da dilação probatória, as partes, inclusive o Ministério Público, poderão apresentar alegações no prazo comum de 2 (dois) dias;
        XI - terminado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao Corregedor, no dia imediato, para apresentação de relatório conclusivo sobre o que houver sido apurado;
        XII - o relatório do Corregedor, que será assentado em 3 (três) dias, e os autos da representação serão encaminhados ao Tribunal competente, no dia imediato, com pedido de inclusão incontinenti do feito em pauta, para julgamento na primeira sessão subseqüente; 
        XIII - no Tribunal, o Procurador-Geral ou Regional Eleitoral terá vista dos autos por 48 (quarenta e oito) horas, para se pronunciar sobre as imputações e conclusões do Relatório;
        XIV - julgada procedente a representação, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 3 (três) anos subseqüentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico e pelo desvio ou abuso do poder de autoridade, determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e processo-crime, ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar;
        XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
        XV - se a representação for julgada procedente após a eleição do candidato serão remetidas cópias de todo o processo ao Ministério Público Eleitoral, para os fins previstos no art. 14, §§ 10 e 11 da Constituição Federal, e art. 262, inciso IV, do Código Eleitoral. (Revogado pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
        XVI – para a configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o caracterizam. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
        Parágrafo único. O recurso contra a diplomação, interposto pelo representante, não impede a atuação do Ministério Público no mesmo sentido.
        Art. 23. O Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público de lisura eleitoral.
        Art. 24. Nas eleições municipais, o Juiz Eleitoral será competente para conhecer e processar a representação prevista nesta lei complementar, exercendo todas as funções atribuídas ao Corregedor-Geral ou Regional, constantes dos incisos I a XV do art. 22 desta lei complementar, cabendo ao representante do Ministério Público Eleitoral em função da Zona Eleitoral as atribuições deferidas ao Procurador-Geral e Regional Eleitoral, observadas as normas do procedimento previstas nesta lei complementar.
        Art. 25. Constitui crime eleitoral a argüição de inelegibilidade, ou a impugnação de registro de candidato feito por interferência do poder econômico, desvio ou abuso do poder de autoridade, deduzida de forma temerária ou de manifesta má-fé:
        Pena: detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa de 20 (vinte) a 50 (cinqüenta) vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN) e, no caso de sua extinção, de título público que o substitua.
        Art. 26. Os prazos de desincompatibilização previstos nesta lei complementar que já estiverem ultrapassados na data de sua vigência considerar-se-ão atendidos desde que a desincompatibilização ocorra até 2 (dois) dias após a publicação desta lei complementar. 
Art. 26-A.  Afastada pelo órgão competente a inelegibilidade prevista nesta Lei Complementar,aplicar-se-á, quanto ao registro de candidatura, o disposto na lei que estabelece normas para as eleições. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
Art. 26-B.  O Ministério Público e a Justiça Eleitoral darão prioridade, sobre quaisquer outros, aos processos de desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade até que sejam julgados, ressalvados os de habeas corpus e mandado de segurança. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
§ 1o  É defeso às autoridades mencionadas neste artigo deixar de cumprir qualquer prazo previsto nesta Lei Complementar sob alegação de acúmulo de serviço no exercício das funções regulares. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
§ 2o  Além das polícias judiciárias, os órgãos da receita federal, estadual e municipal, os tribunais e órgãos de contas, o Banco Central do Brasil e o Conselho de Controle de Atividade Financeira auxiliarão a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral na apuração dos delitos eleitorais, com prioridade sobre as suas atribuições regulares. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
§ 3o  O Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público e as Corregedorias Eleitorais manterão acompanhamento dos relatórios mensais de atividades fornecidos pelas unidades da Justiça Eleitoral a fim de verificar eventuais descumprimentos injustificados de prazos, promovendo, quando for o caso, a devida responsabilização. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
Art. 26-C.  O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as decisões colegiadas a que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1o poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão, por ocasião da interposição do recurso. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
§ 1o  Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos os demais, à exceção dos de mandado de segurança e de habeas corpus. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
§ 2o  Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou revogada a suspensão liminar mencionada no caput, serão desconstituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos ao recorrente. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
§ 3o  A prática de atos manifestamente protelatórios por parte da defesa, ao longo da tramitação do recurso, acarretará a revogação do efeito suspensivo. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

Outros materiais