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422 Di re ito P re vi de nc iá rio direito à pensão por morte, pois, na data do óbito, tinha direito à aposentadoria por tempo de contribuição. É devida a pensão, também, em caráter provisório, nos casos de: a) Ausência do segurado, quando se presume a sua morte, declarada por sentença judicial, ou b) Nos casos de desaparecimento do segurado, quando também há presunção de sua morte, em virtude da ocorrência de catástrofe, acidente ou desastre, o que pode ser provado por boletim do registro de ocorrência junto à autoridade policial, documento que prove a presença no local da ocor- rência, noticiário nos meios de comunicação etc. Para as hipóteses de morte presumida, o benefício tem início e passa a ser devido: a) Da decisão judicial, quando da ausência do segurado; b) Da ocorrência, quando do desaparecimento do segurado; c) Do requerimento, se este for feito após 90 dias da ocorrência (da catástrofe, acidente ou desastre). Nos casos de ausência, que é a situação em que o segurado desaparece, sem que ninguém tenha notícias suas (um termo muito utilizado para explicar é afirmar que o sujeito está em “LINS”, que significa em lugar incerto e não sabido), somente poderá ser decreta a morte presumida judicialmente após seis meses da ausência (Art. 78 da Lei 8.213/91). Quando da concessão da pensão por morte pre- sumida for verificado o reaparecimento do segurado, o que pode acontecer principalmente nos casos de ausência, o pagamento da pensão cessará imediata- mente, desobrigados os dependentes da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé. Ou seja, se não existiu má-fé, os dependentes não terão de devolver o que receberam a título de pensão por morte. Se existir relação entre o trabalho do segurado e a catástrofe, o acidente ou o desastre que motivaram seu desaparecimento, além dos documentos relaciona- dos neste artigo e dos documentos dos dependentes, caberá também a apresentação da CAT, sendo indis- pensável o parecer médico-pericial para caracterização do nexo técnico (Art. 379 IN/INSS 77 de 2015). O cônjuge ausente (considerado aquele que se afasta do lar por longo período) não exclui do direito à pensão por morte o companheiro ou a companheira, que somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e mediante prova de dependência eco- nômica, sendo uma exceção à regra da presunção de dependência econômica da primeira classe. Um exemplo para melhor compreensão: José desa- parece deixando sua esposa e filhos, sendo considera- do ausente. Nessa situação, caso José reapareça para fazer jus à eventual pensão deixada por sua esposa, que faleceu, terá que comprovar dependência econômica. A concessão da pensão por morte não será prote- lada pela falta de habilitação de outro possível depen- dente, e qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data da inscrição ou ha- bilitação (Art. 76 da Lei 8.213/91). Para as hipóteses de morte real, o benefício tem início do óbito do segurado. Passa a ser devido, no entanto, (a) do óbito do segurado ou, (b) do requeri- mento, se formulado, somente após 90 dias do óbito. Ou seja, a data de início do benefício é o óbito (DIB- Data de Início do Benefício), sendo este devido (pago) a partir do óbito ou da data de entrada do requerimento (DER- Data de Entrada do Requerimento), dependendo da data do reque- rimento, se até ou após 90 dias da data do óbito. Nada melhor que um exemplo: imagine que João tenha falecido em 10/11/2015. Se sua esposa, Maria, solicitar o benefício dentro de 90 dias a DIP, a data de Início do pagamento será 10/11/2015. Ou seja, a DIB e a DIP serão a mesma data. Agora, imagine, na mesma situação, que Maria solicite em 25/03/2016. Neste caso, a DIB será 10/11/2015 e a DIP será 25/03/2016, que é a data do requerimento. A pensão é devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, observada a preferência entre as Classes (cônjuge, companheiro(a), filho; os pais; o irmão). Ela é rateada entre todos os de- pendentes da mesma Classe, em partes iguais. Conforme entende o Superior Tribunal de Justiça (STJ) na Súmula 336, a “mulher que renunciou aos ali- mentos na separação judicial tem direito à pensão pre- videnciária por morte do ex-marido, comprovada a ne- cessidade econômica superveniente”. O pensionista inválido está obrigado, independen- temente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a se submeter a exame médico, processo de reabilitação profissional e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos, ressalvado o disposto no Art. 101 da Lei 8.213/91. O pagamento da cota individual do benefício cessa, Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pen- sionista, será rateada entre todos em parte iguais. § 1º Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar. § 2º O direito à percepção de cada cota individual cessará: I. pela morte do pensionista; II. para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão, de ambos os sexos, ao comple- tar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência; III. para filho ou irmão inválido, pela cessação da invalidez; IV. pelo decurso do prazo de recebimento de pensão pelo cônjuge, companheiro ou companheira, nos termos do § 5º. V. para cônjuge ou companheiro: a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamen- to da deficiência, respeitados os períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “b” e “c”; b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado; Editora Realce
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