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1 INTERVENÇÃO DO PODER PÚBLICO Guilherme Barros Instituto previsto no art. 5º da Lei n.º 9.469/97, cuja peculiaridade reside na desnecessidade de demonstração do interesse jurídico, exigido nas modalidades naturais de intervenção de terceiros. Basta, aqui, a presença de mero interesse econômico; DIDIER: intervenção anômala de terceiros; SCARPINELLA BUENO: amicus curiae; STJ: assistência simples. ATENÇÃO: embora o dispositivo legal faça referência à União, doutrina e jurisprudência já se consolidaram no sentido de que o instituto é aplicável a todos os entes políticos (União, Estados, DF e Municípios) e suas fundações e autarquias de direito público; Para o STJ, como a intervenção de que trata o art. 5º da Lei n.º 9.469/97 possui natureza jurídica de assistência simples, não pode a Fazenda Pública fugir aos contornos dos arts. 119 e seguintes do CPC, devendo, por isso, receber o processo no estado em que se encontra e cuidar em intervir antes do trânsito em julgado, tal como ocorre com a intervenção natural. Na fase de execução, não é viável a assistência da Fazenda Pública, já que tal modalidade de intervenção de terceiros destina-se a auxiliar o assistido a “vencer” a demanda, o que não é mais possível após o trânsito em julgado. Ademais, a finalidade do referido instituto é possibilitar o esclarecimento de fatos e de direito, mediante a juntada de documentos, o que é impossível na fase executiva. Ressalva-se, nesse particular, NATUREZA JURÍDICA 2 apenas a hipótese do ajuizamento de embargos à execução, que, a bem da verdade, guarda natureza de ação cognitiva. Em sede de Mandado de Segurança, não cabe a intervenção prevista no art. 5º da Lei n.º 9.469/97, pois o rito da Lei 12.016/2009 não suporta dilação probatória inerente à assistência. Por se restringir a função do instituto ao esclarecimento de fatos e de direito, não pode a Fazenda Pública criar novas questões controvertidas, razão pela qual não pode contestar, nem reconvir. ATENÇÃO – Divergência sobre o deslocamento de competência de que trata o art. 5º, parágrafo único, da Lei n.º 9.469/97: 1) Leonardo Carneiro da Cunha: o dispositivo (art. 5º, parágrafo único, da Lei n.º 9.469/97) deve ser desconsiderado, em face da previsão contida no art. 108, II, CF/88, segundo a qual os recursos julgados pela Justiça Federal devem desafiar decisões de juiz federal ou de juiz estadual investido de jurisdição federal; 2) Guilherme Freire de Barros: deve-se proceder à harmonização entre o art. 108, II, CF/88 e o art. 109, I, CF/88, cujo teor informa que será competente a Justiça Federal quando a União figure como assistente, parte ou opoente. Quando recorre, portanto, assume a feição de parte (3º prejudicado), devendo a competência ser deslocada. No primeiro grau não ocorre tal fenômeno em razão da natureza de amicus curiae (autor adota a posição de Scarpinella Bueno, quanto à natureza jurídica do instituto), que é transmudada por ocasião do manejo de recursos; 3) STJ: deve ser deslocada a competência, reputando-se válida a sentença de piso proferida pelo juízo estadual, em razão da superveniência do ingresso da União. 3 ANOTAÇÕES: ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________
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