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Requerimento: Estrutura e Formalidades

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Prof ª 
Ma. Cristina Dias de Souza Figueira
REQUERIMENTO
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Referências
MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. www.biblioteca.presidencia.gov.br/publicacoes-oficiais-1/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica
Linguagem Forense. Marcos Antônio Benasse e Maria Cristina K. dos Santos Benasse. Ed.Bookseller 2004
Porturguês Forense; João Bosco Medeiros e Carolina Tomasi. Ed. Atlas 2007.
Português no Direito. Ronaldo Caldeira Xavier. Ed. Forense.2006.
Curso de Português Jurídico. Regina Toledo Damião e Antônio Henriques. Ed. Atlas.2010.
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Redação Oficial
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
 Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, 
no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.
www.biblioteca.presidencia.gov.br/publicacoes-oficiais-1/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/
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Tradição
Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece a certa tradição. 
Há normas para sua elaboração que remontam ao período de nossa história imperial, como, por exemplo, 
a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no período republicano.
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O QUE É UM REQUERIMENTO?
D. latim= requirere = buscar, pedir solicitar, reclamar
Definição: 
É um documento com a finalidade de solicitar, reclamar algo que se presuma ser de direito.
É um documento específico de solicitação por meio do qual a pessoa requer algo a que tem direito, concedido por lei, ato, decisão, decreto. Apoiado em norma legal ou administrativa. O requerimento pode ser judicial ou extrajudicial.
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 Requerimento
O requerimento é o mais formal dos documentos,devendo ser redigido em 3ª pessoa, vedado o emprego de palavras de gentileza ou agradecimentos.
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AQUELE QUE REQUER é denominado requerente, postulante, requeredor, solicitante ou peticionário;
AQUELE A QUEM É DIRIGIDO O DOCUMENTO denomina-se requerido, solicitado, postulado, peticionado(masc. Ou femini).
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Requerimento
ato ou efeito de requerer; petição redigida dentro das formalidades legais, pedido solicitação.
(D. D Aurélio)
Requerer (lat.requarere) 1. pedir, solicitar
 por meio de requerimento;
2. encaminhar petição a autoridade 
ou pessoa em condições de conceder 
o que se pede;
3. pedir em juízo, impetrar ação de;
 pedir, requerer,
 rogar
Ex:O casal requereu o divórcio.
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Tipos de requerimento
Um requerimento pode ter estrutura simples ou complexa.
REQUERIMENTO SIMPLES = é constituído de apenas um parágrafo. É apresentado em linguagem simples e com precisão.
REQUERIMENTO COMPLEXO = é um pedido articulado, distribuindo a narrativa dos fatos e argumentos em parágrafos. É para procedimento judicial ou extrajudicial.
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Partes do Requerimento Simples
1° Vocativo
Invocação da autoridade, não se deve revelar o nome da autoridade requerida, mas somente o cargo ou função que exerce.(letras versais ou apenas nas letras iniciais de cada palavra);
Vedado o emprego de palavras de gentileza ou agradecimentos;
2° Qualificação do requerente = aquele que requere
Seu dados de identificação
Nome completo, sem abreviaturas, em letras versais com avanço de parágrafo, nacionalidade, naturalidade, data de nascimento (completa), estado civil, residência e ou domicílio, documento de identificação.
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3° Presença do verbo requerer ou
 dos seus sinônimos (solicitar);
 lavrada em 3ª pessoa
4° O pedido e suas especificações;
5° Fecho padrão;
Ou pedido de deferimento
 (deferir, atender, anuir, 
Deferir o pedido = estar de acordo, concordar, aceitar)
 Nestes termos,
 Pede deferimento
 ou
 Termos em que
 Pede deferimento
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6° Localidade e data
Local e data emissão
7° Assinatura do requerente;
Cf. carteira de identidade no tabelionato em que tenha registro 
Obs: 
Se o texto se alongar não deverá jamais se utilizar do verso das folhas.
Cuidado com a estética da distribuição do texto no papel.
 Redigir com espaço duplo entre as linhas, com o vocativo ocupando todo o espaço entre as margens.
 Entre vocativo e o início do requerimento deve-se guardar espaço branco (8,0 centímetros.)
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL
Borda superior = 4,0 a 3,0 centímetros
Borda Inferior = 2,0 a 1,5 centímetros
Margem esquerda = 3,0 centímetros
Margem direita = 2,0 a 1,5 centímetros
Vocativo ao primeiro parágrafo = 8,0 centímetros
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Requerimento Complexo
Extrajudicial ou judicial
O requerimento Extrajudicial é um instrumento formal, escrito conforme à norma culta e na terceira pessoa.
 Essa modalidade de requerimento ocorre fora do âmbito judicial. 
A apreciação desse documento não é realizada por um magistrado, e sim pela pessoa a quem é dirigido.
A estrutura é a mesma do requerimento simples, distribuindo a narrativa dos fatos e argumentos em parágrafos gráficos.
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Entre a narrativa dos fatos e o fecho , uma frase de transição, reiterativa do pedido com as seguintes variantes:
 Isto posto, requer...
Isso posto requer...
Posto isto, requer...
Posto isso, requer...
Pelo exposto, requer...
Exemplo:
 Posto isso, requer de V.Sa. Abono das faltas e demais benefícios trabalhistas.
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Vocativo
O vocativo deve estar em harmonia com o pronome de tratamento pertinente a cada caso concreto, que deve ser utilizado no corpo do texto: 
 Pronome de tratamento Vocativo
Vossa Senhoria Senhor
Vossa Excelência Excelentíssimo Senhor
Vossa Magnificência Magnífico Reitor
Vossa Majestade Sua Majestade, Rei
Vossa Alteza Sua Alteza, Príncipe
Vossa Santidade Beatíssimo Padre
Vossa Eminência Eminentíssimo Senhor
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Concordância com os pronomes de tratamento
Concordância de gênero      Com as formas de tratamento, faz-se a concordância com o sexo das pessoas a que se referem: 
Vossa Senhoria está sendo convidado (homem) a assistir ao III Seminário da  FALE. 
Vossa Excelência será informada (mulher) a respeito das conclusões do III Seminário da FALE. 
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Concordância de pessoa
 Embora tenham a palavra "Vossa" na expressão, as formas de tratamento exigem verbos e pronomes referentes a elas na terceira pessoa: 
Vossa Excelência solicitou... 
Vossa Senhoria informou... 
Temos a satisfação de convidar Vossa Senhoria e sua equipe para... Na oportunidade, teremos a honra de ouvi-los... 
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 Diferença entre VOSSA e SUA
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Emprego de Vossa (Excelência, Senhoria, etc.) Sua (Excelência, Senhoria, etc.)
Vossa (Excelência, Senhoria, etc.), é tratamento direto
 - usa-se para dirigir-se a pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a correspondência (equivale a você): Exemplo: 
Na expectativa do atendimento do que acaba de ser solicitado, apresento a Vossa Senhoria nossas atenciosas saudações. 
Sua (Excelência, Senhoria, etc.): em relação à pessoa de quem se fala (equivale a ele fala): Exemplo:
Na abertura do Seminário,
Sua Excelência o Senhor Reitor da PUCRS falou sobre o Plano Estratégico. 
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Resumindo: Pronomes de Tratamento
são pronomes empregados no trato com as pessoas, familiarmente ou respeitosamente. 
Embora o pronome de tratamento se dirija à segunda pessoa, toda a concordância deve ser feita com a terceira pessoa. 
Usa-se Vossa, quando conversamos com a pessoa, e Sua, quando falamos da pessoa. Ex. Vossa Senhoria deveria preocupar-se com suas responsabilidades e não com as de Sua Excelência, o Prefeito, que se encontra ausente. 
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Utilize VOSSA EXCELÊNCIA (V.Exª ou V.Exa.) para:
 Presidente da República
 Juízes etc...
Vocativo: Excelentíssimo Senhor (Exm°. Sr) e Meritíssimo (MM) para juízes
 Utilize VOSSA MAGNIFICÊNCIA para:
Reitores de Universidades
Vocativo: Magnífico Reitor
 Utilize para outras autoridades
 Vossa Senhoria (V.Sa.)
 Vocativo: Senhor + cargo respectivo,
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 Excelentíssimo em Redação Oficial: Excelentíssimo antes de Senhor para juiz
“O manual é categórico em afirmar que o emprego das formas de tratamento obedece a secular tradição. E discrimina da seguintes forma: (...). E mais: As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Senhor juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. (...). Tais alterações no quadro das formas de tratamento provocam uma desorganização no meio institucional, governamental, seguido por particulares que insistem em ferir as normas por simples desconhecimento de um estudo mais aprofundado acerca do assunto”.
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Excelentíssimo antes de Senhor para juiz
IV. O posicionamento, fundado na praxe, da vertente favorável ao uso do vocativo Excelentíssimo antes de Senhor para juiz 
 Hildebrando Campestrini e Rui Celso Barbosa Florence esclarecem que na praxe forense o emprego do pronome Excelentíssimo antes de Senhor foi consagrado, quer para altas autoridades, quer para as demais: 
 “Assim, a invocação nas peças processuais seria:
 a) Senhor Juiz de Direito da Comarca de Poconé (MT);
 b) Senhor Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça......................
 A praxe forense, no entanto, consagrou, nas peças processuais, o emprego do pronome Exm°. antes de Sr”.5
V. O posicionamento doutrinário sobre o uso e a praxe na linguagem forense
Ronaldo Caldeira Xavier esclarece que o uso e a praxe são responsáveis por fórmulas consagradas: “Em linguagem forense, insista-se, há fórmulas consagradas pelo uso e pela praxe”.
 Revista Jus Vigilantibus, Quinta-feira, 3 de novembro de 2005
 http://jusvi.com/artigos/18384
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 Ilustríssimo em Redação Oficial
O emprego da forma de tratamento Ilustríssimo – ILMO
O vocativo adequado é: Senhor Fulano de Tal, (...) No envelope, deve constar do endereçamento: Ao Senhor, Fulano de Tal
Justificativa De acordo com o Manual da Presidência da República, fica dispensado o emprego do superlativo Ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. 
 
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Digníssimo em Redação Oficial
 Relativamente à redação oficial, no que diz respeito à formalidade, vale lembrar que NÃO se devem usar as formas de tratamento Digníssimo (DD.) O Manual de Redação da Presidência da República dispensou o uso dessas formas em redação oficial, já em 1992.  
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Residência # Domicílio
Residência é o lugar onde a pessoa mora habitualmente, com a intenção de permanecer;
Domicilio é a sede jurídica, sede legal da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de direito
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QUEM PODE REQUERER?
O DIREITO DE REQUERER ALGO A UMA AUTORIDADE PÚBLICA ASSISTE A TODO BRASILEIRO QUE ESTEJA EM PLENO GOZO DE SEUS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
 O QUE PODE REQUERER?
QUALQUER COISA DESDE QUE RESPEITADAS AS PECULARIDADES DE CADA FATO E QUE O OBJETO SEJA LÍCITO
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Requerimento Simples Extrajudicial
 Senhor Gerente do Departamento Pessoal da Alegria Brinquedos Ltda.
 JÚLIO NEVES, chefe do Departamento de Vendas, solicita de Vossa Senhoria abono de faltas dos dias 15,16 e 17 do corrente mês, por motivos de saúde, conforme incluso atestado médico.
 Termos em que
 P. Deferimento.
 São Paulo, 18 de abril de 1993.
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 JÚLIO NEVES
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Requerimento Simples Judicial
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE PINHEIROS, COMARCA DA CAPITAL.
Proc......./93
 JÚLIO NEVES, qualificado nos autos supramencionados, requer de Vossa Excelência a juntada do rol de testemunhas incluso.
 Termos em que
 P. Deferimento.
 São Paulo, 19 de abril de 1993.
 _________________________
 SILAS PEIXOTO
 OAB/SP.......
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