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DIREITO PROCESSUAL PENAL I

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DIREITO PROCESSUAL PENAL I – B1 
Professora: Jaqueline Camargo M. Q. Sielskis 
 
1 
 
ROTEIRO PARA ACOMPANHAMENTO DAS AULAS 
 
1. CONCEITOS PRELIMINARES 
 
1.1 Conceito de Processo Penal 
 
Para Fernando Capez: Direito Processual Penal é o conjunto de princípios e 
normas que disciplinam a composição das lides penais, por meio da aplicação do 
Direito Penal objetivo. 
 
1.2 O Processo Penal e o Direito de Punir 
 
 Com a finalidade de tutelar bens e interesses importantes para a sociedade, o 
Estado edita um conjunto de normas, estabelecendo determinados fatos puníveis, bem 
como a respectiva sanção jurídica. 
Esse conjunto de normas é chamado de direito objetivo, sendo uma 
exteriorização da vontade do Estado. 
Ao definir, através das leis, quais os fatos que constituem infrações penais e 
cominar as sanções correspondentes, o Estado cria o direito penal objetivo, que 
corresponde ao conjunto de normas jurídicas que o Estado estabelece para impedir a 
prática de crimes. 
Desta forma, um determinado comportamento humano somente é lícito se 
estiver autorizado ou não estiver proibido pelas normas jurídicas. 
A possibilidade de se exercer um determinado comportamento autorizado é 
denominado direito subjetivo, que nada mais é do que a faculdade ou poder que se 
concede a um sujeito para a satisfação de seus interesses, tutelados por uma norma 
de direito objetivo. 
Quando alguém se afasta do imperativo da lei, violando a norma objetiva, ou 
seja, praticando a conduta típica, se submete à coação do Estado. 
Portanto, o detentor do direito de punir (jus puniendi) é o Estado, constituindo 
manifestação de sua soberania. 
Ao praticar um fato descrito na lei penal objetiva, o jus puniendi estatal, que se 
encontrava em abstrato, torna-se concreto e o Estado passa a ter o dever de impor ao 
autor da conduta proibida a sanção correspondente, conforme previsto em lei. 
A punição do autor da conduta representa a justa reação do Estado, em nome 
da defesa da ordem e da boa convivência entre os cidadãos. 
Como os interesses tutelados pelas normas penais são de natureza pública, a 
atuação do Estado constitui uma obrigação, através da qual realiza um dos fins 
essenciais de sua própria existência, qual seja, a manutenção da ordem jurídica. 
Desta forma, o Estado tem não só o direito de punir, mas, principalmente, o 
dever de punir. 
Todavia, o direito de punir não é arbitrário, uma vez que é delimitado pelo 
princípio da reserva legal, cuja previsão tem assento constitucional, estabelecido no 
artigo 5º, inciso XXXIX, da Constituição Federal: “Não há crime sem lei anterior que o 
defina, nem pena sem prévia cominação legal”. 
Além disso, o jus puniendi, ou poder de punir, somente pode ser realizado 
através do processo penal. (Fonte: Curso Jurídico FMB) 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I – B1 
Professora: Jaqueline Camargo M. Q. Sielskis 
 
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1.3 Conteúdo do Processo Penal 
 
O Processo Penal compreende: 
a) O procedimento: sequência de procedimentos até a sentença; 
b) A relação jurídica processual: estabelecida entre os sujeitos do processo 
(juiz e partes), atribuindo a cada um direitos, obrigações, faculdades, ônus e 
sujeições. 
 
 
ANOTAÇÕES 
 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL I – B1 
Professora: Jaqueline Camargo M. Q. Sielskis 
 
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2. O PROCESSO PENAL COMO UMA DAS FORMAS DE COMPOSIÇÃO DA 
LIDE PENAL 
 
 Lide, segundo Carneluti, é o conflito de interesses qualificado pela resistência à 
pretensão. 
Interesse é a disposição de satisfazer uma necessidade e pretensão é a 
exigência de subordinação de um interesse alheio a um interesse próprio. 
Instalada a lide, surge a necessidade de solucionar esse conflito, que pode se 
dar de duas maneiras: 
a) Por obra de um ou de ambos os titulares dos interesses conflitantes: por 
meio da autocomposição e da autodefesa ou autotutela; 
b) Por obra de terceiro: por meio da intervenção de terceiro, a mediação e o 
processo. 
 
2.1 Autotutela 
 
São traços característicos da autotutela: ausência de juiz imparcial e imposição 
da decisão por uma das partes à outra. É aceita em nosso sistema jurídico como 
exceção, como por exemplo, o estado de necessidade e a legítima defesa. 
 
2.2 Autocomposição 
 
São três formas: 
a) Desistência: renúncia à pretensão; 
b) Submissão: renúncia à resistência oferecida à pretensão; 
c) Transação: concessões recíprocas. 
 
Obs: Em virtude da indisponibilidade dos interesses penais, a transação não era 
admitida em nosso ordenamento jurídico. Contudo, atualmente é admitida nas 
hipóteses de IMPO (Infrações de menor potencial ofensivo), prevista no art.. 76 da Lei 
9.099/95. 
 
2.3 A intervenção de terceiro, a mediação e o processo 
 
Inicialmente, os próprios conflitantes escolhiam um terceiro para resolver a lide. 
Atualmente, há a arbitragem, que é a solução de conflito por meio de um árbitro, 
conforme Lei 9307/1996. 
Contudo, o meio mais utilizado para a solução de conflitos é a jurisdição, por 
meio da qual o juiz dita o direito, através do processo. 
 
ANOTAÇÕES 
 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL I – B1 
Professora: Jaqueline Camargo M. Q. Sielskis 
 
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3. FONTES DO PROCESSO PENAL 
 
3.1 Fontes materiais ou de produção: são as que criam o direito. 
 
 Quem produz o direito processual? 
 É a União (art. 22, I da CF). Os Estados-membros não podem legislar sobre 
processo. 
 
OBS.: Os Estados-membros não podem tratar de processo, mas podem legislar 
sobre procedimento, desde que autorizados por lei complementar federal e sobre 
questões específicas de interesse local (art. 22, parágrafo único da CF e art. 24, XI da 
CF). a União, os Estados e o Distrito Federal possuem competência concorrente para 
legislar sobre criação, funcionamentoe processo do juizado de pequenas causas (art. 
24, X da CF) e sobre direito penitenciário (art. 24, §§ 1º e 2º da CF). 
 
3.2 Fontes formais ou de cognição: são as que revelam o direito. 
 
 Subdivide-se em: 
 
a) fontes imediatas – são: 
 Leis; 
 Constituição Federal; 
 Direito Internacional dos Direitos Humanos. 
 
b) fontes mediatas – são: 
 Costumes – Ex. Apartes no plenário do Júri. É um costume, não está na 
lei. 
 Jurisprudência – são decisões dos Tribunais no mesmo sentido. Três 
observações: 
 
 
ANOTAÇÕES 
 
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Professora: Jaqueline Camargo M. Q. Sielskis 
 
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4. INTERPRETAÇÃO 
 
 Interpretar é descobrir o sentido normativo do texto escrito. 
 Espécies de interpretação: 
 
 Interpretação extensiva – é possível no CPP (artigo 3º). Ex. Artigo 34 do 
CPP. 
 
Artigo 34 do CPP – Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 
anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu 
representante legal.* parte sem aplicação tendo em vista o Novo 
CC. 
 
 Se a vítima com 18 anos pode apresentar queixa, com maior direito pode 
apresentar representação. 
 
 Interpretação analógica – ocorre quando a lei usa uma fórmula 
específica e uma cláusula genérica. Ex. Artigo 403 
 
Artigo 403 - A demora determinada por doença do réu ou do 
defensor, ou outro motivo de força maior, não será computada 
nos prazos fixados no artigo 401 (...) 
 
Outro motivo de força maior – não é doença, mas equipara-se, como um 
acidente de carro. 
 
 Analogia – aplica-se uma lei A para um caso B. Ex. Artigo 46 CPP. 
 
Artigo 46 – O prazo para oferecimento da denúncia, estando o 
réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do MP 
receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu 
estiver solto ou afiançado (...) 
 
 O prazo para a vítima oferecer a queixa se o réu estiver preso será de 5 dias, 
por analogia ao artigo 46. 
 O prazo de 6 meses existirá somente quando o réu estiver solto. 
 
ANOTAÇÕES 
 
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Professora: Jaqueline Camargo M. Q. Sielskis 
 
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 5. PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL 
 
Como uma das finalidades do processo penal é ser o instrumento de que se 
vale o Estado para tornar concreta a atividade jurisdicional, aplicando o direito penal 
ao agente infrator, deve essa finalidade ser focada nos princípios que protegem o 
indivíduo, que são garantidos pela Constituição. 
Segundo a doutrina, princípio pode ser definido como sendo a norma que, por 
sua generalidade e abrangência, irradia por todo o ordenamento jurídico, informando e 
norteando a aplicação e a interpretação das demais normas jurídicas, ao mesmo tempo 
em que confere unidade ao sistema normativo. 
Dentro do sistema de princípios e regras, temos ainda as chamadas 
garantias, princípios que limitam o exercício do poder estatal sem deixar margem ao 
exercício do arbítrio. 
As garantias constitucionais são princípios qualificados pelo seu conteúdo 
específico e limitam o poder, na defesa das disposições que formam o Direito 
reconhecido. O conjunto de garantias forma o sistema. Temos como exemplo, as 
ações de habeas corpus e habeas data. 
São princípios do processo penal, dentre outros: 
 
 5.1 Imparcialidade do Juiz 
 
O juiz situa-se na relação processual entre as partes e acima delas, e ele não vai 
ao processo em nome próprio, nem em conflito de interesses com as partes. A 
imparcialidade do juiz é condição para a constituição de uma relação jurídica válida. 
Em virtude da imparcialidade existem as vedações previstas nos arts. 252 a 254 
do CPP. 
 
 5.2 Igualdade Processual 
 
É desdobramento do princípio da igualdade estabelecido no artigo 5º, “caput”, da 
Constituição Federal. De acordo com este princípio, as partes do processo devem ser 
tratadas igualmente. Devem ter as mesmas oportunidades de fazer valer suas razões. 
Quando se afirma que as duas partes devem ter tratamento paritário, isso não 
significa que, em determinadas situações, não se possa dar a uma delas tratamento 
especial, com o fim de compensar eventuais desigualdades, suprindo-se, assim, o 
desnível da parte inferiorizada, para que, justamente, se resguarde a paridade de 
armas. 
Para que a igualdade seja efetiva, tem o juiz um importante papel, cabendo-lhe o 
dever de resguardar o equilíbrio entre as partes, analisando com os mesmos critérios 
os requerimentos feitos pelas partes e interpretando as normas processuais à luz dos 
princípios estabelecidos na Magna Carta. 
 
 5.3 Contraditório e Ampla Defesa 
 
Previsto no art. 5,º da CF: “Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, 
e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os 
meios e recursos a ela inerentes”. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I – B1 
Professora: Jaqueline Camargo M. Q. Sielskis 
 
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Contraditório: ciência da existência do procedimento. 
Ampla defesa: exercício da defesa. 
 
Obs.: Auto defesa e defesa técnica. 
 
 5.4 Da ação ou demanda 
 
 Cabe às partes a função de provocar a atuação do juiz, uma vez que a jurisdição 
é inerte. Em razão desse princípio, o juiz não pode tomar providências que superem ou 
sejam estranhas aos limites do pedido (ne eat iudex ultra petita partium). 
É possível, contudo, que ocorram as hipóteses de emendatio libeli e mutatio 
libeli, previstos nos arts. 383 e 384 do CPP. 
 
 5.5 Da disponibilidade e indisponibilidade 
 
O principio da indisponibilidade é decorrência do princípio da obrigatoriedade, 
vigorando inclusive no inquérito policial: art. 17 do CPP; art. 42 do CPP e art. 576 do 
CPP. 
A CF admite o abrandamento desta regra ao permitir a transação penal nas 
infrações penais de menor potencial ofensivo. 
O princípio da disponibilidade vale para as ações penais privadas. 
 
 5.6 Oficialidade 
 
Órgãos oficiais: autoridades policiais e os representantes do Ministério Público. 
Só vale para as ações penais públicas, pois na ação penal privada a titularidade 
da ação é do ofendido. 
 
 5.7 Oficiosidade 
 
 Nos crimes de ação penal pública incondicionada, as autoridades públicas 
incumbidas da persecução penal devem adir de ofício, sem necessidade de 
provocação ou assentimento de outrem. 
 
 5.8 Da verdade formal ou dispositivo 
 
 Na instrução da causa o juiz depende da iniciativa das partes quanto às provas e 
quanto às alegações que fundamentará sua decisão. O juiz julga de acordo com a 
prova dos autos. 
 Este princípio é próprio do processo civil. 
 
 5.9 Da verdade material ou da livre investigação das provas 
 
Vale no processo penal, onde é dever do juiz tomar iniciativa na produção das 
provas, buscando a verdade real dos fatos. 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I – B1 
Professora: Jaqueline Camargo M. Q. Sielskis 
 
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 5.10 Do impulso oficial 
 
 Uma vez instaurada a relação processual, ao juiz compete mover oprocedimento de fase em fase até a sentença final. 
 
 5.11 Da persuasão racional do juiz 
 
No processo penal, existem alguns sistemas de valoração probatória, a saber: 
 
a) Sistema da prova tarifada (regras legais ou certeza moral do legislador): 
todas as provas têm seu valor prefixado pela lei, não dando ao magistrado liberdade de 
decidir naquele caso concreto, se aquela prova era ou não comprovadora dos fatos, 
objeto do caso penal". 
O objetivo deste sistema é limitar o julgador ao valor ou meio de prova que a lei 
impõe a determinado fato, não permitindo ao magistrado valorar de acordo com seu 
arbítrio. Neste sistema, a confissão tinha um destaque maior em relação a outras 
provas, como por exemplo as provas testemunhais. 
Ainda hoje existem alguns resquícios deste sistema. É o caso do exame de 
corpo de delito em infrações penais que deixam vestígios. 
 
b) Sistema da livre convicção (prova livre ou íntima convicção): o julgador 
julga sem necessidade de fundamentar seu convencimento. É o caso no Brasil, por 
exemplo, do julgamento do Tribunal do Júri (art.485, CPP). 
 
c) Sistema da persuasão racional (livre convencimento motivado): o juiz 
formará, de forma livre e racional, o seu convencimento através do conjunto de provas 
contidas no processo, sem valer-se da estipulação legal. Após, deverá fundamentar os 
motivos que o levaram a tal decisão, sempre embasando-se nos elementos probatórios 
do processo. 
 
 5.12 Da motivação das decisões judiciais 
 
Previsto no art. 93, IX da CF. A ausência de motivação é causa de nulidade da 
sentença. 
 
 5.13 Publicidade 
 
Dois artigos da CF que tratam do assunto: 
Artigo 5º, LX, da CF: “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos quando a 
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. 
Artigo 93, IX, da CF: “todos os julgamentos do Poder Judiciário serão públicos, 
e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a 
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a 
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no 
sigilo não prejudique o interesse público à informação”. 
 
Em se tratando de princípio da publicidade, devemos distinguir a Publicidade 
plena e a Publicidade restrita. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I – B1 
Professora: Jaqueline Camargo M. Q. Sielskis 
 
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 5.14 Lealdade processual 
 
 Consiste no dever de verdade, vedando-se o emprego de meios fraudulentos, 
que acarretam sanções de ordem processual. Não vale para o processo penal, 
contudo há um tipo penal específico para a fraude destinada a produzir efeitos no 
processo penal (art. 347 do CP). 
 
 5.15 Economia processual 
 
 Pode ser entendida como a máxima eficiência na aplicação do direito, com o 
menor dispêndio de atos processuais possível. 
 No processo penal, não se anulam atos imperfeitos quando não prejudicarem a 
acusação ou a defesa e não influenciarem na apuração da verdade real. 
 
 5.16 Celeridade processual 
 
 Previsto no art. 8º do Pacto de São José da Costa Rica. 
 A EC 45/2014 o erigiu a princípio expresso na CF, acrescentando o inciso LXXVII 
ao art. 5º, que prevê: a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a 
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação. 
 É também chamado de princípio da duração razoável do processo. 
 
 5.17 Duplo grau de jurisdição 
 
 É a possibilidade de revisão, por via de recurso, de causas já julgadas pelo juiz 
de primeiro grau. Não é tratado de forma expressa, e decorre da própria estrutura 
atribuída ao Poder Judiciário. 
 Há casos em que não há o duplo grau de jurisdição, como por exemplo na 
causas de competência originária do STF (art. 102, I da CF). 
 
 5.18 Juiz Natural 
 
“É aquele previamente conhecido, segundo regras objetivas de competência 
estabelecidas anteriormente à infração penal, investido de garantias que lhe 
assegurem absoluta independência e imparcialidade 
Previsto no artigo 5º, inciso LIII, da CF: “Ninguém será processado, nem 
sentenciado, senão pela autoridade competente”. 
Proíbe-se Tribunais de exceção: artigo 5º, inciso XXXVII, da CF. 
 
 5.19 Promotor Natural 
 
 Igualmente aplicável, assim como o princípio do Juiz Natural. 
 
 5.20 Verdade real 
 
Processo Civil – em regra, utiliza o princípio da verdade formal – revelia. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I – B1 
Professora: Jaqueline Camargo M. Q. Sielskis 
 
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Processo Penal – vige a verdade real ou material. O juiz deve buscar a realidade 
dos fatos. Encontra limitação na proibição de provas ilícitas. 
Esse princípio não é absoluto, pois uma vez transitada em julgado a sentença 
absolutória não é admitida revisão pro societate. 
 
 5.21 Legalidade 
 
Este princípio obriga a autoridade policial, em caso de crime de ação penal 
pública, a instaurar o inquérito policial, e o órgão do Ministério Público, diante de 
indícios de autoria e de prova de materialidade, a promover a respectiva ação penal. 
Exceções ao princípio da obrigatoriedade: 
1ª: crimes de ação penal pública condicionada 
2ª: nos casos de infração penal de menor potencial ofensivo – vale o princípio 
da discricionariedade regrada (transação penal). 
 
 5.22 Autoritariedade 
 
 Os órgãos investigantes e processantes devem ser autoridades públicas. 
 
 5.23 Iniciativa das partes (ne procedat judex ex officio) 
 
 A jurisdição é inerte. 
 
 5.24 Ne eat judex ultra petita partium 
 
 O juiz está vinculado aos fatos submetidos à sua apreciação. 
 
 5.25 Identidade física do juiz 
 
 Foi inserido no CPP pela Lei 11.719/2008 e prevê que o juiz que presidiu a 
audiência de instrução deverá proferir a sentença (art. 399, § 2º do CPP). 
 Este princípio não é absoluto – art. 132 do CPC (nos casos de convocação, 
licença, promoção, férias ou outro motivo legal que impeça o juiz que presidiu a 
instrução de sentenciar o feito, o processo-crime será validamente julgado por outro 
magistrado). 
 
 5.26 Devido processo legal 
 
Previsto no art. 5º, inciso LV, da CF: “Ninguém será privado da liberdade ou de 
seus bens sem o devido processo legal”. 
Encontra-se previsto, atualmente, na Declaração Universal dos Direitos do 
Homem, que em seu artigo XI, nº 1, estabelece que: “todo homem acusado de um ato 
delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que sua culpabilidade tenha sido 
provada, de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido 
asseguradas todas as garantias necessárias a sua defesa”. 
Deve ser reconhecido em todos os procedimentos cíveis, criminais e 
administrativos. 
O devido processo legal abrange a plenitude de defesa, compreendendo o 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I – B1 
Professora: Jaqueline Camargo M. Q. Sielskis 
 
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direito de ser ouvido, de ser informado pessoalmente de todos os atos processuais, de 
ter acesso à defesa técnica, de ter a oportunidade de se manifestar sempre depois da 
acusação e em todas as oportunidades, de se manifestar sempre depois da acusação 
e em todas as oportunidades, à publicidade e motivação das decisões, ressalvadas as 
exceções legais, de ser julgado perante juiz competente, ao duplo grau de jurisdição, à 
revisão criminal e à imutabilidade das decisões favoráveis transitadas em julgado. 
 
 5.27 Inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos 
 
Previsto no artigo 5º, LVI da CF: “são inadmissíveis, no processo, as provas 
obtidas por meios ilícitos”. 
Provas obtidas por meio ilícitos são espécies de provas vedadas. Estas se 
subdividem em provas obtidas por meios ilícitos e por meios ilegítimos. 
Provas obtidas por meios ilícitos: violam direito material. Ex. diligência de 
busca e apreensão sem mandado judicial ou durante a noite; confissãoobtida mediante 
tortura; interceptação telefônica sem autorização judicial. 
Provas obtidas por meios ilegítimos: violam regras de direito processual. Ex. 
depoimento prestado em violação à regra do art. 207 do CPP; documento exibido em 
plenário sem observância do art. 479 do CPP. 
 
 5.28 Estado de inocência (ou Presunção de Inocência ou Presunção de 
Não-Culpabilidade) 
 
Encontra-se estabelecido no artigo 5º, LVII, da Constituição Federal. 
Como consequências deste princípio temos que: 1) não é o réu que tem que 
provar sua inocência, cabendo ao acusador provar a sua culpa. Em outras palavras, o 
ônus da prova de determinado fato incumbe a quem alegou esse fato; 2) para condenar 
o suposto autor do crime, o juiz deve se convencer da sua responsabilidade, sendo 
que, na dúvida, deve absolvê-lo (princípio in dubio pro reo). 
 
 5.29 Favor rei 
 
 Privilégios: a) “in dubio pro reo”; b) proíbe-se a “reformatio in pejus”; c) não é 
possível a revisão criminal “pro societate”, d) existem recursos exclusivos da defesa 
(embargos infringentes). 
 
 5.30 Brevidade processual 
 
Recomenda-se que sejam evitadas questões demoradas e protelatórias, 
adotando-se a decisão mais rápida de acordo com o que normalmente acontece, em 
vez de ficar aprofundando em polêmica de difícil solução. 
Decorre da previsão contida no art. 5º, inciso LXXVIII, da CF. 
 
 5.31 Princípio Nemo Tenetur Se Detegere 
 
Ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo, ou seja, ninguém é 
obrigado a se auto-acusar. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I – B1 
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ANOTAÇÕES 
 
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QUESTÕES 
 
As questões abaixo deverão ser respondidas (manuscritas) e entregues no dia 
da prova de B1, antes da aplicação da prova. Para todos os acadêmicos que 
entregarem todas as questões respondidas e dentro do prazo o trabalho valerá 1,0 
ponto extra na nota. 
Para os acadêmicos que entregarem o trabalho após a prova, e antes do 
lançamento das notas no sistema, o trabalho valerá somente 0,5 ponto extra. 
 
1. No que consiste o jus puniendi? Quem é o seu detentor? 
 
______________________________________________________________________
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2. Quais as limitações ao direito de punir? 
 
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3. O que se entende por lide penal? De que forma ela é solucionada? 
 
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4. Defina processo penal. Qual a sua finalidade? 
 
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5. O que se entende por direito processual penal. 
 
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6. O que é fonte do direito? Quais as suas espécies? Explique cada uma 
delas. 
 
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7. Qual a diferença entre verdade formal e verdade real? Qual delas é 
buscada no processo penal? Explique. 
 
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8. O princípio da verdade real é absoluto? 
 
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9. O que se entende por princípio da obrigatoriedade? Existem exceções a 
esse princípio? Explique. 
 
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10. Pode o membro do Ministério Público desistir da ação penal instaurada? E 
do recurso interposto? Explique. 
 
 
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11. Existem exceções ao princípio da indisponibilidade? Explique. 
 
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12. É possível que haja tratamento diferenciado entre as partes no processo 
penal? 
 
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13. A quem cabe resguardar o equilíbrio entre as partes e de que modo? 
 
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14. Qual a diferença entre publicidade plena e publicidade restrita? Que 
espécie de publicidade existe no processo penal? 
 
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15. Se o magistrado deixar de fundamentar sua decisão, incorrerá em algum 
vício? Explique. 
 
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16. No que consiste o princípio do devido processo legal? 
 
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17. Os princípios da ampla defesa e do contraditório foram consagrados na 
Carta Magna (artigo 5º, inciso LV) e são corolários do devido processo legal. Em 
alguma parte da persecução penal esses princípios não estão presentes? 
Explique. 
 
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18. O que se entende por contraditório diferido ou prorrogado? 
 
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19. O que significa o princípio da duração razoável do processo? 
 
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20. No que consiste o princípio da oficialidade? É absoluto? 
 
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21. Quais órgãos são encarregados de deduzir a pretensão punitiva do 
Estado? 
 
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22. O que é oficiosidade e autoritariedade? 
 
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23. Por que se diz que a jurisdição é inerte? 
 
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24. O princípio da identidade física do juiz vigora no processo penal? 
 
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25. Distinguir prova ilícita de prova ilegítima. São aceitas no processo? 
 
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______________________________________________________________________26. O que se entende pelo princípio da presunção de não-culpabilidade? 
 
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27. O princípio da presunção de inocência impede que medidas coercitivas 
sejam aplicadas ao réu antes do trânsito em julgado da condenação? Explique. 
 
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28. No que consiste o princípio do juiz imparcial? Explique. 
 
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29. O que significa o princípio favor rei? 
 
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30. O réu não é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Qual é o princípio 
que se aplica neste caso? 
 
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31. O que se entende pelo princípio do juiz natural? 
 
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