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Análise volumétrica Profa. Adriane Medeiros Nunes CCQFA - UFPel Fundamentos e Classificação (Neutralização, Precipitação, Óxido Redução e Complexação); Características das reações fundamentais; Solução padrão; Padrão primário e padrão secundário; Indicadores de ácido-base Cálculos volumétricos; Aplicações. Análise Volumétrica (Volumetria ou Titulometria) Análise Volumétrica (Volumetria ou Titulometria) Análise Volumétrica refere-se a todo procedimento no qual o volume de um reagente necessário para reagir com um constituinte em análise é medido: OBJETIVO: Determinar a quantidade de uma substância que reage totalmente com a quantidade desconhecida de outra substância (analito). Mais fácil e rápido: determinar o volume (volumetria) de uma solução de concentração conhecida de uma substância que reage com um volume conhecido de outra substância (analito). Empregar a estequiometria para determinar a quantidade do analito presente na amostra. Definição de titulação pela IUPAC (International Union of pure and applied chemistry) A espécie “A” é determinada pela adição de incrementos de “B”. Toda a quantidade de “A” deve reagir. Um ponto final deve ser reconhecido. “A” é determinada a partir da quantidade de “B”. A razão de reação é conhecida pela estequiometria da reação de “A” com “B” ou por qualquer outra forma. O processo pode gerar uma curva de titulação. Pure and Appl. Chem, 429 (1969) 429. Definições Titulante: Solução estável e de concentração conhecida de um reagente que é adicionado sobre a solução da amostra que contêm a espécie cuja concentração se deseja conhecer. Fica na bureta. Titulado: Solução do analito. Solução da qual se deseja conhecer a concentração de uma espécie química. Fica no Erlenmeyer. Indicador: Composto químico auxiliar empregado no processo titulométrico para mostrar o momento em que a quantidade equivalente de titulante foi adicionada sobre o titulado, permitindo que se interrompa a titulação e se conheça com a maior exatidão possível a quantidade de titulante que foi necessária para reagir com todo o analito (titulado). O ponto de equivalência também pode ser localizado através de um método instrumental. Ponto de Equivalência e Ponto final O ponto onde uma quantidade equivalente ou estequiométrica de titulante adicionado é a quantidade exata necessária para uma reação com o titulado, é chamado de ponto de equivalência = resultado ideal (teórico). O ponto final é definido quando uma mudança de alguma propriedade da solução é detectada = resultado medido (experimental). Erro = Vpeq – Vpf Onde Vpeq é o volume no ponto de equivalência e Vpf é o volume no ponto final. Aplicações: O nome da volumetria está relacionado com a natureza da reação que vai ocorrer, sendo que as mais comuns são: - Ácido-base - Precipitação - Complexação - Redox São ácidos ou bases fortes (porque reagem de forma mais completa fornecendo pontos finais mais nítidos); As bases fracas nunca são empregadas como reagentes padrão (reagem de forma incompleta com o analito) São preparadas por diluição de ácidos concentrados ou a partir dos hidróxidos sólidos. Solução padrão HNO3: Pouco usado devido a suas propriedades oxidantes que causam reações paralelas indesejáveis; HCl: estável indefinidamente, não forma precipitado com a maioria dos cátions; HClO4 e H2SO4: estáveis, úteis para titulações em que o íon cloreto interfere em decorrência da formação de precipitados; Ácidos Bases HCl NaOH HClO4 KOH H2SO4 Ba(OH)2 Soluções padrão É um composto suficientemente puro e estável que permite preparar uma solução padrão (primária) por pesagem direta do composto e diluição até um determinado volume de solução. Exemplo: Biftalato de potássio Padrão Primário Requisitos: O material deve ser de alta pureza, 99,9% ou mais; Deve ser estável a temperatura de secagem para remover umidade adsorvida ou água de hidratação; Em solução, não deve reagir com O2 e CO2 atmosférico; Deve ter alta massa molecular para minimizar o erro relativo no processo de pesagem. Padrão Secundário Um reagente padrão secundário é um composto que permite preparar uma solução titulante, porém sua concentração é determinada através da comparação (padronização) contra um padrão primário. Exemplo: NaOH Em uma titulação de padronização a concentração de uma solução é padronizada através da titulação contra um padrão primário. Exemplo: Padronização de solução de NaOH com Biftalato de potássio * Montagem típica para uma titulação. O titulado está contido no Erlenmeyer, e o titulante na bureta. Pode ser utilizada uma barra de agitação, que é um magneto recoberto com Teflon, o qual é inerte para quase todas as soluções. A barra de agitação é girada por um magneto rotatório dentro do motor de agitação. Manipulação Cuidado: erro por visualização Requisitos necessários de uma reação para ser empregada em uma titulação Reação estequiométrica; Reação rápida; Reação específica; Mudança marcante de alguma propriedade quando a reação se completa; Reação quantitativa. Tipos de Análise volumétrica 1. Ácido - Base ou Neutralização: Ácido forte x Base forte: HCl + NaOH → NaCl + H2O Ácido fraco x Base forte: CH3COOH + NaOH → CH3COONa + H2O Ácido forte x Base fraca: HCl + NH4OH → NH4Cl + H2O 2. Precipitação Ag+ + Cl- → AgCl ↓ Kps = 1,56 x 10 -10 3. Óxido – Redução Cr2O7 2- + 14 H+ + 6 Fe2+ → 2 Cr3+ + 6 Fe3+ + 7 H2O 4. Complexação Zn2+ + Y4- (EDTA) → ZnY2- Determinação de espécies ácidas ou básicas através de reação de neutralização com uma solução padrão H3O + + OH- 2H2O H+ + OH- H2O A volumetria ácido-base tem um produto neutro pH= 7,0 VOLUMETRIA ÁCIDO-BASE Solução Padronizada ÁCIDA Determinação Quantitativa Substância de caráter básico Substância de caráter ácido Método de Titulação Acidimetria Alcalimetria BÁSICA Por este método pode-se determinar: VOLUMETRIA ÁCIDO-BASE O Titulante geralmente é uma Base forte ou um Ácido forte Exemplos: Base Forte: NaOH ou KOH Ácido Forte: HCl, H2SO4, HClO4 Obs: HNO3 – não é utilizado devido ao seu elevado poder oxidante Estas soluções devem ser padronizadas É obtido com o auxílio de indicadores visuais (ácido-base) ou por métodos instrumentais (potenciometria, condutometria, etc.) Indicadores Ácido-Base Ácidos ou bases orgânicas fracos que mudam de cor de acordo com o seu grau de dissociação (pH do meio) - A cor muda em certo intervalo estreito de valor de pH - Este intervalo depende exclusivamente do indicador - Não depende em absoluto da natureza do ácido e da base Os indicadores devem satisfazer as seguintes exigências: (a) A cor do indicador deve diferenciar claramente em valores ao redor do pH; (b) A cor do indicador deve mudar bruscamente em um pequeno intervalo de valores de pH; (c) A cor do indicador deve ser o mais intenso possível; (d) Amudança de cor do indicador deve ser um processo reversível. Teoria dos indicadores Segundo a teoria iônica dos indicadores: Os indicadores utilizados no método de titulação ácido–base são ácidos ou bases orgânicas fracas, cujas moléculas não ionizadas e íons tem diferentes cores. HInd + H2O → Ind - + H3O + (Cor A) (Cor B) Em meio nitidamente ácido, o equilíbrio se desloca para a esquerda A ionização é reprimida Coloração A Teoria Cromófora dos Indicadores: Este nome se deve ao fato das cores dos compostos orgânicos serem atribuídas a presença de grupos especiais (que contém, geralmente, ligações duplas ou triplas) chamados cromóforos. Entre os cromóforos encontra-se o grupo: Nitro (O = N) → capaz de se transformar no grupo HO – N Azo (N = N) → que se transforma no grupo N – NH INDICADORES ÁCIDO-BASE FENOLFTALEÍNA A mudança de coloração reflete a formação ou o desaparecimento de grupos cromóforos. Faixa de viragem (pH) – 8,3 – 10 Grupos OH polares incolor incolor vermelho INDICADORES ÁCIDO-BASE ALARANJADO DE METILA A escolha do Indicador Em geral, escolhemos um indicador cuja faixa de transição se sobreponha, o mais próximo possível ao intervalo onde se verifica a região de maior inflexão da curva de titulação. A escolha do Indicador Por que utilizamos em uma titulação apenas algumas gotas de solução diluída de indicador? Como os indicadores são ácidos ou bases, eles podem reagir tanto com o analito como com o reagente titulante. Desta forma, usamos indicadores supondo que o número de moles adicionado é desprezível em relação ao número de moles do analito. Cálculos volumétricos (Cálculos Estequiométricos em análises volumétricas) Procedimento geral para cálculos em uma análise volumétrica: A relação estequiométrica entre as espécies do analito e do titulante, junto com a molaridade do titulante, é usada em titulações para a determinar a molaridade do analito. Exemplo Em uma titulação de 25,0 mL de uma solução de HCl, empregando indicador fenolftaleína, a solução mudou de incolor para rosa quando foi adicionado 23,50 mL de uma solução padrão de NaOH 0,100 mol/L. Calcule a concentração em g/L de HCl na solução. Dados: Massa molar HCl: 36,5 g/mol HCl ? mol/L 25 mL NaOH 0,1 mol/L 25 mL Determinação do ponto Final (Curvas de titulação) Comportamento da concentração de A em função do volume do titulante. A (Analito) + T (Titulante) P (Produto) O gráfico apresenta um comportamento quase linear Ponto de equivalência é difícil de interpretar Gráfico de logaritmo da concentração versus o volume do titulante. Este gráfico apresenta mudança marcante próxima ao ponto de equivalência. Esta curva é chamada de curva de titulação e pode ser construída experimentalmente. PE Curva de Titulação O objetivo é construir um gráfico em que o pH varie com a adição do titulante. A obtenção dos dados para a construção de tais curvas é feita calculando- se o pH da solução após cada adição do titulante. Devemos entender o que está acontecendo durante a titulação para podermos interpretar uma curva de titulação experimental. pH + pOH = 14 pH = - log [H+] pOH = - log [OH-] * 1) Antes do ponto de equivalência HCl + NaOH NaCl + H2O HCl + H2O (erlenmeyer) – ácido forte NaOH + H2O (bureta) A estequiometria da reação é 1:1. A adição de qualquer quantidade de NaOH consome uma quantidade igual de HCl: o pH é determinado pelo excesso H+ na solução. No ponto de equivalência, a quantidade de OH- é suficiente para reagir com todo o H+ para produzir H2O. O pH é determinado pela dissociação da água. 3) Após ponto de equivalência A quantidade de NaOH no erlenmeyer agora está em excesso e a mesma é determinada comparando a quantidade inicial presente com a quantidade de NaOH adicionada: o pH é determinado pelo excesso de OH- na solução. A tabela abaixo mostra os valores de pH calculados para outros volumes de titulante. Obs: A grande variação de pH observada nas proximidades do ponto de equivalência é bem evidenciada pela curva de titulação. . V NaOH (mL) pH V NaOH (mL) pH 0,00 1,0 50,10 10,0 10,00 1,2 50,50 10,7 20,00 1,4 51,00 11,0 25,00 1,5 52,00 11,3 30,00 1,6 55,00 11,7 40,00 2,0 60,00 12,0 45,00 2,3 70,00 12,2 48,00 2,7 75,00 12,3 49,00 3,0 80,00 12,4 49,50 3,3 90,00 12,5 49,90 4,0 100,00 12,5 50,00 7,0 Obs: O pH no ponto de equivalência na titulação de qualquer base forte (ou ácido) com ácido forte (ou base) será 7,00 a 25 0C. Curva de titulação de 50,00 mL de uma solução 0,1 M de HCl com NaOH 0,1 M. A curva de titulação completa na Fig. 1 exibe uma rápida mudança no pH próximo ao ponto de equivalência. O ponto de equivalência é onde a inclinação é maior. Se um ou ambos os reagentes são fracos, o pH no ponto de equivalência não é 7,00.
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