Buscar

historia de goias apostila

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 1 
Bandeiras descobridoras e povoamento de Goiás 
 
 Goiás era conhecido e percorrido pelas 
bandeiras quase que desde os primeiros dias de 
colonização, mas seu povoamento só se deu em 
decorrência do descobrimento das minas de ouro no 
século XVIII. Esse povoamento, como todo 
povoamento aurífero, foi irregular e instável. 
 
As primeiras bandeiras 
 
- Aconteciam desde o inicio da colonização, apesar 
da pouca documentação que comprove. 
 
- Primeiras Expedições: Bahia – eram oficiais ou 
particulares 
 
- Séc. XVII – Vasta documentação das Bandeiras 
 
 *São Paulo: chegavam com freqüência ate o 
extremo norte de Goiás, inicialmente pelos rios 
Paranaíba, Tocantins e Araguaia retornando pelo 
Tietê. 
 
 *As viagens s podiam durar até 3 anos. 
 
- A partir de 1630: introdução do uso de muares e 
preferência pelas viagens terrestres de sul a norte e 
vice-versa por todo território goiano. 
 
- As “descidas” dos Jesuítas do Pará: busca de 
índios para composição do aldeamento na 
Amazônia pelo do rio Tocantins até Goiás. 
 
- Volatilidade das bandeiras: não fixação em Goiás. 
 
Descobrimento de Goiás 
 
- O Anhanguera não foi o “descobridor” de Goiás, 
mas o primeiro a se interessar pela fixação no 
território \ Povoamento ligado à exploração aurífera 
 
 *1690:Minas Gerais (passou a ser povoado por 
vilas – Vila Rica, Vila do Carmo, dentre outras). 
 
 *1718: Mato Grosso (Cuiabá) iniciando o 
povoamento. 
 
- 1722: Bandeira do Anhanguera para Goiás: licença 
concedida pelo rei ao Anhanguera para buscar ouro 
em Goiás – Se em Minas e Mato Grosso havia tanto 
ouro, Goiás situado entre esses dois territórios 
haveria de ter. 
 
 *O gasto das expedições corriam por conta dos 
bandeirantes que em troca recebiam vantagens nas 
minas e cargos políticos na região. 
 
 *Bandeira: expedição organizada militarmente e 
uma espécie de sociedade comercial (cada 
bandeirante entrava com uma parcela de capital – 
escravos.) 
 
 *Financiadores da expedição do Anhanguera: 
João Leite da Silva Ortiz (genro do Anhanguera) e 
João de Abreu (irmão de Ortiz e dono de lavras em 
Minas) 
 
 *Tinha aproximadamente 150 bandeirantes, mas 
ao total (com escravos e índios) chegava a quase 
500. 
 
 
A viagem da Bandeira de Anhanguera 
 
- Saída de SP: 3\07\1722 – o Anhanguera dizia ter 
um roteiro até Goiás 
 
- Desentendimento desde o inícios na Bandeira 
entre os chefes paulistas e os emboabas 
 
 *perderam-se pelo caminho 
 
 *muitos morreram de fome 
 
 *outros a abandonaram 
 
- Anhanguera “Preferia a morte a voltar 
fracassado”. 
 
- Descobriu ouro nas cabeceiras do rio Vermelho 
(Cidade de Goiás) 
 
- 21\10\1725: volta triunfante a SP 
 
Povoamento de Goiás 
 
- Bartolomeu Bueno recebe o titulo de 
superintendente das minas de Goiás e Ortiz o de 
guarda-mor. 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 2 
 
- Primeira região ocupada foi a do rio Vermelho 
 
 *Arraial de Sant’Ana, depois chamado de Vila 
Boa e mais tarde Goiás sendo capital por quase 200 
anos desse território. 
 
 *Outros arraiais: Barra, Ferreiro, Anta, Ouro, 
Fino, Santa Rita, etc. 
 
- Grande atração de pessoas para a região 
 
- Povoamento irregular e instável, sem 
planejamento ou ordem de acordo com o encontro e 
demanda do ouro. 
 
-Três zonas de relativa densidade durante o século 
XVIII: 
 
 * região centro-sul: Santa Cruz, Santa Luzia 
(Luziânia), Meia Ponte (Pirenópolis), Jaraguá, Vila 
Boa e arraias vizinhos. 
 
 * região do Tocantins (alto Tocantins ou 
Maranhão) \ a mais limitada e densa em população: 
Traíras, Água Quente, São Jose (Niquelândia), 
Santa Rita, Munquém, etc. 
 
 *Norte \ entre o Tocantins e os chapadões dos 
limites com a Bahia: Arraias, São Félix, Cavalcante, 
Natividade e Porto Real (Porto Nacional). 
 
- Fora dessas regiões os arraias estavam dispersos 
como Pilões, Crixás, Couros (Formosa), etc. 
 
- 2\3 do território estava desabitado como: o sul e o 
sudeste, todo o Araguaia e o norte desde Porto 
Nacional até o Estreito e sua ocupação ganharia 
força com a pecuária e da agricultura (XIX e XX). 
 
- Até 1783 houve um crescimento de 50% da 
população (quase 60.000 habitantes) e a partir daí 
uma diminuição até 1804. A partir desta data 
começa novo crescimento através das lavouras e 
pecuária. 
 
Economia do ouro em Goiás 
 
 A época do ouro em Goiás foi intensa e breve. 
Após 50 anos, verificou-se a decadência rápida e 
completa da mineração. Por outro lado, só se 
explorou o ouro de aluvião, e a técnica empregada 
foi rudimentar. 
 
Goiás no sistema colonial 
 
- Vigência do Pacto Colonial e do Mercantilismo na 
exploração aurífera 
 
- Hierarquia da produção aurífera nas minas: 
 
 *dedicação exclusiva à exploração do ouro; 
 
 * alimentos e outros bens necessários vinham 
das capitanias da costa (Bahia, Rio de Janeiro e São 
Paulo) \ Altos preços 
 
 *pouco desenvolvimento da lavoura e da 
pecuária neste período 
 
- Mentalidade de valorização da atividade 
mineradora em Goiás através da metrópole. 
*supervalorização do mineiro (proprietário da mina) 
e desprezo por outras atividades como o roceiro (o 
proprietário da terra e de escravos) 
 
A mineração em Goiás 
 
- Brevidade e intensidade do ouro em Goiás por 50 
anos 
 
-Só houve a exploração do ouro de aluvião através 
de técnicas rudimentares 
 
- “Mineração de morro” era cara e difícil. Podia ser 
por meio de túneis e galerias (mineração de mina) 
ou cortando a montanha perpendicularmente (talho 
aberto). 
 
Política fiscal das minas: o contrabando 
 
-Predominância do “direito senhorial” ao rei: 
controle dos produtos minerais 
 
-Direito de particulares à exploração, mas com 
pagamento de impostos. 
 
 *o Quinto 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 3 
 
 *contrabando em Goiás: mais praticado no norte 
(vigilância mais afastada) que no sul. 
 
- O Quinto 
 
 *Cobrado de duas formas: pela Capitação ou o 
próprio Quinto. A Capitação vigorou de 1736 a 
1751, mas foi abolida, pois mineiros entendiam que 
era injusto o pagamento igual para todos, já que 
existiam lavras ricas e datas pobres e esgotadas que 
mal sustentavam seus escravos. 
 
 *As Casas de Fundição \ O ouro em pó corria 
como moeda na capitania 
 
A produção do ouro em Goiás 
 
- Falta de registros que comprovem o total de ouro 
foi extraído de Goiás 
 
- A produção seria de aproximadamente de 100.000 
kg de ouro 
 
- A mineração foi prospera até 1750, arriscada, mas 
ainda rendosa, de 1750 a 1770 e um negócio 
ruinoso depois deste período. 
 
- Alto preço do escravo: dificuldades em trazê-los \ 
preço multiplicado por oito 
 
 *seu rendimento decai após 1750 juntamente 
com a mineração 
 
 *a partir de 1775 seu rendimento era tão baixo 
que não dava para pagar a importação de novos 
escravos. 
 
- Goiás: segundo produtor do Brasil: 1\6 menor que 
Minas e 10\7 maior que Mato Grosso 
 
 *sua exploração não elevou em muito a renda 
per capita da população 
 
 *tendo em conta a população e o capital 
empregado, os rendimentos não eram grandes 
 
- O destino do ouro 
 
 *pouco no Brasil e nada em Goiás em virtude do 
Pacto Colonial 
 
 *apesar de não ficar aqui contribuiu para o 
progresso do país através da expansão territorial que 
foi em grande parte sustentada por esta atividade,além de incentivar o povoamento do território 
(aumento de 9,4 vezes a população) sendo o ouro o 
capital responsável pelo pagamento da estrutura das 
cidades (construções, estradas, caminhos, fazendas 
em produção, etc) que receberam essas populações. 
 
 
Sociedade goiana da época do ouro em Goiás 
 
 Goiás pertenceu até 1749 à capitania de São 
Paulo. A partir desta data, tornou-se capitania 
independente. No aspecto social, a distinção é entre 
livres e escravos. No inicio da colonização das 
minas, os escravos predominaram em numero, com 
a “decadência” da mineração, os escravos passaram 
a ser menos que os livres. A população, contudo, 
continuou composta por negros e mulatos em sua 
maioria. 
 
Quadro administrativo: a capitania de Goiás 
 
- Pertenceu à Capitania de São Paulo ate 1749 
 
-As capitanias 
 
 *eram governos próprios e independentes, 
ligados diretamente ao rei e aos organismos centrais 
de Lisboa, especialmente ao Conselho Ultramarino. 
 
 *a principal autoridade era o governador 
(administrava, aplicava leis, comandava o exército). 
 
 *ouvidor-mor: cuidava da justiça 
 
 *intendente: arrecadação de impostos 
 
 *a administração era simples, não tendo 
desenvolvido a burocracia 
 
- 1749: Goiás tornou-se Capitania 
 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 4 
 *crescimento em população e em importância 
não podendo ser administrada à distância 
 
 *Primeiro Governador: Conde dos Arcos 
 
A sociedade de Goiás colonial 
 
- Forte dicotomia livres X escravos 
 
- Situação alterada após a “decadência” da 
mineração: a escravatura perde parte de sua 
importância como instituição básica da sociedade \ 
Queda do número de escravos 
 
 *até 1750: os escravos correspondiam de 60% a 
70% da população 
 
 *de 1750 a 1804: correspondiam a 40% da 
população 
 
 *Goiás: deixou de importar escravos a partir de 
1775 \ perda de créditos mineradores frente as cias 
importadoras de escravos, logo inevitável 
diminuição dos mesmos 
 
 *compensações ao escravo: podia trabalhar para 
si em feriados e em horas extras o que somado, 
muitas vezes, a pequenos roubos conduzia a compra 
da alforria. 
 
 *muitos filhos de proprietários com escravos 
recebiam no batismo a alforria 
 
- A vida do escravo na mineração 
 
 *O trabalho era duro, esgotador, havia má 
alimentação (quase exclusivamente milho) e graves 
doenças (reumatismo, doenças da coluna e dos rins, 
enfermidades venéreas e verminoses, etc), castigos 
e arbitrariedades com os negros. 
 
- A sociedade mestiça 
 
 *predominância dos mulatos (braços com 
negros) \ resultado da miscigenação 
 
 *com a decadência da mineração muitos 
brancos migrava para outras regiões 
 
 *a partir de 1804: 77% da população livre de 
mulatos 
 
 *a sociedade escravocrata: associava trabalho à 
escravidão e liberdade ao ócio \ os libertos e 
mulatos só trabalhavam o indispensável e os 
brancos, por costume, faziam o mesmo. 
 
 *o liberto e o mulato não eram bem aceitos pela 
sociedade e a primeira distinção ainda era a cor, 
mesmo pós-libertação, sendo vistos como a “rale” 
da sociedade pautada na desconfiança e no desprezo 
 
- Classes dirigentes 
 
 *concentravam todo poder e quase toda riqueza 
 
 *altos cargos: Homens-bons 
 
 *rico minerador: era aquele que possuía 250 
escravos ou mais 
 
 *na reestruturação da sociedade sobrevivente da 
“decadência” aurífera o poder político ficou 
concentrado nas famílias que sobreviveram à ruína 
econômica 
 
 *a pobreza era geral, mas ser branco era honra e 
privilégio 
 
- Os índios 
 
 *1809: havia aproximadamente 20 tribos 
 
 *na mineração: relação guerreira e de 
extermínio mútuo com os colonizadores 
 
 *a orientação governamental estava baseada nos 
aldeamentos o que divergia com a prática do 
extermínio, não existiam pessoas especializadas, 
principalmente após a expulsão jesuítica, sem falar 
que a população entendia o índio como um “bicho”. 
 
 
 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 5 
Transição da sociedade mineradora à sociedade pastoril 
 
 Ao se evidenciar a “decadência” do ouro, varias 
medidas administrativas foram tomadas por parte do 
governo, sem alcançar, no entanto, resultados 
satisfatórios. A economia do ouro, sinônimo de 
lucro fácil, não encontrou de imediato, um produto 
que a substituísse em nível de vantagem econômica. 
A decadência do ouro afetou a sociedade goiana, 
sobretudo na forma de ruralização e regressão a 
uma economia de subsistência. 
 
Tentativas governamentais para o progresso de 
Goiás 
 
- Incentivo à agricultura pós-mineração pela Coroa \ 
dificuldades 
 
 *legislação fiscal desprezo dos mineradores pela 
agricultura (pouco rentável), ausência de mercado 
consumidor (dispersão pelos sertões e outras 
regiões) e dificuldade de exportação (alto custo do 
transporte e ausência de transporte viário). 
 
- Medidas de D. João para incentivar a agricultura, 
pecuária, o comércio e a navegação: 
 
 1) isenção do dízimo por 10 anos aos lavradores 
das margens do Tocantins, Araguaia e Maranhão 
 
 2) catequização e civilização do gentio 
incentivando seu uso na agricultura 
 
 3) construção de presídios nas margens dos rios: 
proteger o comercio, auxiliar a navegação etc. 
 
 4) incentivo à navegação do Araguaia e 
Tocantins (algodão, açúcar, fumo, couros e sola ate 
o Pará) 
 
 5) incentivo à navegação dos rios do sul, 
Paranaíba e seus afluentes, a fim de facilitar a 
comunicação com o litoral 
 
 6) revogação do alvará que proibia as 
manufaturas 
 
Novos aspectos administrativos 
 
- 1809: divisão do território de Goiás em duas 
Comarcas (facilitar a administração) 
 
 *Sul (sede em Goiás): incluindo Meia Ponte, 
Santa Cruz, Pilar, Santa Luzia, Crixás e 
Desemboque 
 
 *Norte (sede em Vila de São João de Paula): 
incluindo Conceição, Natividade, Porto Imperial, 
São Felix, Cavalcante e Traíras 
 
- Criação do cargo de Juiz de Fora de Vila Boa 
(1809) 
 
- Criação de uma linha de correio (1808) da Corte 
para o Pará via Goiás: incentivo à comunicação e 
navegação 
 
Conseqüências da decadência da Mineração em 
Goiás 
 
- Com a mesma rapidez que houve crescimento de 
algumas regiões instituído pelo encontro do ouro, 
também aconteceu o inverso após a “decadência” o 
que trouxe: 
 
 *defasagem sócio-cultural na visão dos viajantes 
(assimilação dos costumes dos índios pelos brancos 
– “habitar choupana, não usar o sal, andar nu, não 
circular moeda”); queda da importação e exportação 
afetando o comércio; “estacionamento” do 
crescimento das cidades, outras desapareceram; 
abandono e dispersão (zona rural) da população; 
esquecimento de costumes e hábitos dos brancos 
(isolamento); ruralização da sociedade e a 
desumanização do homem. 
 
- Nascimento de uma economia agrária, fechada e 
de subsistência. 
 
 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 6 
A Independência do Brasil em Goiás 
 
 Assim como no Brasil, o processo de 
independência em Goiás deu-se gradativamente. A 
formação das juntas administrativas, que 
representavam um dos primeiros passos nesse 
sentido, deram oportunidade às disputas pelo poder 
entre os grupos locais. Especialmente sensível em 
Goiás foi a reação do norte, que, julgando-se 
injustiçado pela falta de assistência governamental, 
proclamou suaseparação do sul. 
 
Reflexos da Independência em Goiás 
 
- O processo de independência da província foi 
conduzido pela elite local, o clero e as forças 
policiais (sentimento de separação e autonomia 
onde as províncias buscavam mais autonomia para 
suas administrações). 
 
 *Três grupos políticos neste momento: 
 
 1) Total separação de Portugal: liderança do 
padre Luiz Bartolomeu Marques e do capitão Felipe 
Antonio Cardoso; 
 
 2) De idéias republicanas: liderança de Manoel 
Antônio Galvão e Antônio Pedro de Alencastro; 
 
 3) do status quo: liderança do padre Luiz 
Gonzaga de Camargo Fleury e do capitão José 
Rodrigues jardim (agiam de acordo com a situação). 
 
 *Grupos que formaram as oligarquia em Goiás 
(Coronelismo) 
 
- A Independência não trouxe transformações 
sociais ou políticas para Goiás, mas operou-se a 
descolonização. Os próprios governantes eram 
ainda portugueses. 
 
Movimento Separatista do Norte de Goiás 
 
- Descontentamentos da população do Norte 
 
 *Os latifundiários alegavam que pagavam 
impostos, mas os benefícios não chegavam, tinham 
prejuízos econômicos e o povo vivia em completa 
miséria. 
 
- Revolucionários: 
 
 *liderança de Joaquim Teotônio Segurado 
 
 *elaboraram um plano revolucionário com um 
governo provisório no Norte, instalando-o em 
Cavalcante (14\09\1821) independente da Comarca 
do Sul de Goiás. 
 
 *mediadas administrativas adotadas: 
organização de uma força policial e a suspensão da 
remessa de dinheiro para o Sul 
 
- Fracasso do movimento 
 
 *a mudança da sede do governo para 
Natividade, a viagem de Teotônio para as Cortes, a 
precariedade financeira e econômica, as rivalidades 
políticas entre os habitantes de Cavalcante, Palma e 
Arraias. 
 
 *Falta de apoio de D. Pedro I ao movimento dos 
rebeldes: exigia a união com o sul \ temia uma 
rebelião contra sua autoridade 
 
A divisão administrativa 
 
- 1830: divisão do território em 4 Comarcas, duas 
ao Sul (Goiás e Santa Cruz) e duas ao Norte (Palma 
e Cavalcante), além de elevar vários arraias à 
condição de Vila, dando mais autonomia à região. 
 
- Os núcleos urbanos desse período não eram 
centros de produção, estavam marcados pela 
pobreza, construções simples, subordinação ao 
campo, apenas com funções político-administrativas 
e sócio-religiosas. 
 
 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 7 
O povoamento de Goiás e a expansão pecuária 
 
 Durante o século XIX, a população de Goiás 
aumentou consideravelmente, não só pelo 
crescimento vegetativo como pelas migrações dos 
estados vizinhos. Os índios diminuíram 
quantitativamente e a contribuição estrangeira foi 
inexistente. A pecuária tornou-se o setor mais 
dinâmico da economia. 
 
Correntes migratórias advindas com a Pecuária 
 
- Dedicação dos antigos mineradores à agricultura e 
pecuária 
 
- Pecuária: alcançou relativo êxito (boas pastagens e 
o gado se conduzia até o mercado consumidor) 
desenvolveu e aumentou a população, porém 
manteve a ruralização. 
 
 * Séc. XIX: fazendas de pecuárias adquiridas 
por meio de posses ou concessões, eram mal 
aproveitadas (falta de trabalhadores e ausência de 
mercado interno) 
 
 *conseqüência: trouxe fluxos migratórios do 
Pará, Maranhão, Bahia e Minas Gerais que 
povoavam os sertões 
 
- Sudoeste: novos centros urbanos como Rio Verde, 
Jataí, Caiapônia (Rio Bonito), Quirinópolis 
(Capelinha), etc. 
 
- Norte: intensificou a mestiçagem com o índio 
(mão-de-obra na pecuária) e com o negro 
 
 *dedicação a outras atividade: babaçus, 
pequenos roçados, comercio do sal e faiscação. 
 
 *novas cidades: Imperatriz, Palma, São José do 
Duro, São Domingos, Carolina, Arraias. 
 
Imigração estrangeira 
 
- De 1881 a 1886 o governo de Goiás, impulsionado 
pela política nacional de incentivo à imigração, 
tentou atrair esse tipo de trabalhador para cá, porém 
sem êxito. Somente no inicio do século XX iniciou-
se a imigração européia em Goiás, mas sem êxito e 
de forma modesta. 
 
- Em Anápolis, 1929, formou-se um núcleo de sete 
famílias japonesas e nos anos seguintes outros que 
prosperaram pelo seu trabalho sistemático e as 
semelhanças de clima e solo, sendo essas as 
primeiras levas de imigrantes para Goiás. 
 
Goiás durante o Império 
 
 As condições sócio-econômicas do Brasil não 
possibilitaram uma ação administrativa satisfatória 
em Goiás durante o século XIX. Além disso, a 
política goiana era dirigida por presidentes impostos 
pelo poder central. Somente ao final deste período 
Goiás começou a adquirir feições próprias. 
Coexistiu, também, no aspecto cultural um 
verdadeiro vazio. 
 
Panorama Administrativo 
 
- Instauração da Constituição de 1824: pregava uma 
Monarquia Constitucional com uma administração 
altamente centralizada. 
 
-Problemas da administração centralizada \ 
insatisfações: 
 
 *distância entre as províncias do governo 
central; a escolha dos governantes das províncias 
pelo imperador (insatisfação das elites locais); os 
membros da Câmara Alta (deputados e senadores) 
vinham quase sempre de outras províncias; a 
Assembléia Provincial e a Câmara dos Vereadores 
funcionava de acordo com os interesses do 
presidente da província. 
 
- Descaso e isolamento de Goiás no século XIX 
 
 *falta de transportes e comunicação, grandes 
distancias, descasos administrativos, desequilíbrio 
entre receita e despesa, ausência de um produto 
econômico básico. 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 8 
 
 Câmara Legislativa Conselho do Estado 
 
 e e 
 
 Senado Presidente das Províncias Assembléias Provinciais 
 
Panorama político 
 
- Fins do século XIX \ Predominância do 
“Oficialismo Político” – centralização política: a 
elite local culpava os presidentes das províncias 
(“estrangeiros”) pelo atraso de Goiás, lutando por 
uma consciência política local. 
 
 *nasceram partidos políticos: o Liberal (1878) e 
o Conservador (1882) 
 
 *incentivo dos jornais locais: Tribuna Livre, 
Publicador Goiano, Jornal do Comércio e Folha de 
Goyaz. 
 
- Mudanças na política em Goiás 
 
 *representantes locais na Câmara Alta: André 
Augusto de Pádua Fleury, José Leopoldo de 
Bulhões Jardim, Jerônimo Rodrigues Jardim, 
cônego Inácio Xavier da Silva , dentre outros. 
 
 *fortalecimento dos grupos políticos locais, 
lançado as bases para as oligarquias goianas \ 
Choque de interesses desses grupos. 
 
Panorama cultural 
 
- A educação praticamente inexistiu em Goiás no 
século XIX. 
 
 *1827: Lei do ensino mútuo: quase impraticável 
em Goiás 
 
 *1846: criação do Liceu de Goiás: primeiros 
passos do ensino secundário, mas não atendia aos 
jovens do interior da província. 
 
 *Os mais ricos estudavam em Minas Gerais ou 
São Paulo (referência em Direito e Medicina). 
Jovens de pequenas posses estudavam nas escolas 
militares ou se dedicavam aos seminários. 
 
 *1882: criação da Escola Normal de Goiás com 
o estudo de matérias experimentais (física, química, 
zoologia, botânica, pedagogia, sociologia, língua 
portuguesa, etc.), que durou pouco tempo. 
 
 *1889: Colégio das irmãs dominicanas na cidade 
de Goiás para jovens. 
 
-1830: fundação do primeiro jornal goiano, o 
Matutina Meiapontense de caráter liberal 
 
-1870: expansão da imprensa goiana \ luta pelas 
causas regionais como: extensão dos trilhos de ferro 
á Goiás, navegação do Araguaia\Tocantins,aperfeiçoamento dos rebanhos, impulso ao 
comércio, à mineração, a abolição da escravidão, a 
imigração e autonomia da província. 
 
Os movimentos liberais e a implantação da República em Goiás 
 
 Goiás acompanhou pacificamente os 
movimentos liberas que grassavam no Brasil 
durante o século XIX: a abolição dos escravos não 
afetou a vida econômica da província e a 
transformação do regime monárquico em 
republicano ocorreu sem dificuldades. Os Bulhões, 
dirigentes do Partido Liberal, após o 15 de 
novembro tornaram-se os donos do poder em Goiás, 
apoiados pelos republicanos. 
 
A escravidão e o movimento libertário 
 
- Decadência do ouro ligada à diminuição 
sistemática da mão-de-obra escrava para Goiás \ 
Alto preço do escravo e dificuldades de aquisição. 
 
 *os fazendeiros perceberam que era mais 
vantajoso contratar trabalhadores livres a baixos 
salários 
 
 *1870 em diante \ diminuição dos escravos: 
morte natural, dificuldades de aquisição, tráfico 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 9 
interprovincial e sentimento abolicionista da 
sociedade goiana. 
 
Félix de Bulhões 
 
- Luta pela libertação dos escravos. 
 
-1885: fundou o jornal O Libertador: libertar, 
integrar e educar o negro no contexto social. 
 
- A Lei Áurea (1888) não despertou surpresas em 
Goiás libertando aproximadamente 4 mil escravos, 
numero insignificante perto da população que já 
alcançava 200 mil pessoas, o que não afetou em 
muito a economia agropastoril. 
 
- Incentivo a vinda imigrante por Antônio José 
Caiado (Liberal) e Antônio Canêdo (Conservador). 
 
O movimento republicano em Goiás 
 
- Pós-1870: crescimento do movimento republicano 
no Brasil inspirado por mudanças sócio-
econômicas: surto cafeeiro, crédito bancário, 
impulso à industrialização, decadência da mão-de-
obra escrava, imigração européia, urbanização, 
desenvolvimento do mercado interno, etc. 
 
Joaquim Xavier Guimarães Natal: um republicano 
histórico 
 
- 1882: fundação do jornal O Bocayuva (circulou 
apenas sete vezes) por Manuel Alves de Castro 
Sobrinho lutou pelo ideal republicano. 
 
-1882: abertura novamente do jornal O Bocayuva, 
mas por Joaquim Xavier Guimarães Natal. 
 
-Lutou pela federação, abolição, liberdade de 
ensino, de religião, eleições democráticas, etc. 
 
- 1887: fundou também o jornal O Brasil Federal, 
mas suas idéias não encontraram terreno fértil em 
Goiás. 
 
Implantação do regime republicano em Goiás – 
efeitos 
 
- Notícia da Proclamação da República 
(15\11\1889) recebida com surpresa pelos políticos 
goianos (28\11\1889). Para as camadas populares 
nada representou. 
 
- Mudanças significativas em relação às questões 
administrativas e políticas, porque sócio-
economicamente e cultural manteve-se como antes: 
o liberto continuou discriminado, as elites 
dominantes continuaram as mesmas, não ocorreu a 
imigração européia, a existência de latifúndios 
improdutivos, áreas imensas a povoar e explorar, a 
agricultura e pecuária deficitárias, a educação em 
estado embrionário, o povo esquecido, dentre 
outros. 
 
- Movimentação das diferentes facções políticas 
(liberais, conservadores e republicanos) em relação 
ao poder. 
 
 *O Clube Republicano aclamou Guimarães 
Natal como presidente do estado de Goiás que não 
aceitou tal oferta propondo a criação de uma junta 
governativa (Governo Provisório) por: Guimarães 
Natal (presidente), José Joaquim de Souza e o major 
Eugênio Augusto de Melo. 
 
Crises políticas (crise no Executivo) 
 
- Os Bulhões continuaram os “donos do poder” 
(Guimarães Natal era cunhado de Bulhões), mas 
com maior margem de mandonismo devido ao 
autonomismo alcançado com o regime de 
Federação. 
 
- O Governo Provisório nomeou Presidente do 
Estado o tenente-coronel Bernardo Vasques que 
nem chegou a tomar posse, em 25 de fevereiro de 
1890, Gustavo Augusto da Paixão assumiu a 
Presidência do Estado. 
 
 *demissão de Gustavo Augusto da Paixão em 12 
de janeiro de 1891: influência dos Bulhões. 
 
 *Guimarães Natal (Vice-presidente) estava 
impossibilitado de tomar a posse e quem passou a 
governar foi Bernardo Antônio de Faria Albernaz 
(segundo Vice-presidente). 
 
- Deodoro da Fonseca: nova nomeação para 
presidente e vice da província de Goiás. Foram 
escolhidos João Bonifácio Gomes de Siqueira e 
Constâncio Ribeiro da Maia (grupo Fleury). 
 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 10 
 * Siqueira renunciou (velho, cansado e 
pressionado pelas diversas facções políticas) em 19 
de maio de 1891 assumindo o Vice. 
 
- Renúncia de Deodoro da Fonseca: 
 
 *movimentação política em Goiás: Constâncio 
Ribeiro é deposto (19\02\1892) pelo coronel Braz 
Abrantes que se aclama Presidente do Estado até 
18\07\1892 quando Antônio José Caiado assumiu a 
Presidência (era Vice-presidente), uma vez que o 
Presidente eleito, Leopoldo de Bulhões, renunciou 
ao cargo devido suas atividades na Câmara Federal. 
 
A crise da Constituição Goiana (crise no 
Legislativo) 
 
- Escolha dos representantes goianos pelo Governo 
Provisório de Goiás para a Constituinte Nacional 
 
 *Todos pertencentes ao rol dos Bulhões: os 
senadores José Joaquim de Souza e Antônio Amaro 
da Silva Canedo, os deputados José Leopoldo de 
Bulhões, Sebastião Fleury Curado e Joaquim Xavier 
Guimarães Natal. 
 
- A crise política gerou duas constituições em 
Goiás: a dos Bulhões e a dos Fleury, porem 
prevalecendo, após a renuncia de Deodoro, a dos 
Bulhões (1º\06\1891). 
 
Elites dominantes: os Bulhões e os Jardim 
Caiado 
 
- Com o governo de Floriano Peixoto, os Bulhões 
consolidaram seu poder político em Goiás, sendo o 
grande líder dessa oligarquia José Leopoldo de 
Bulhões. 
 
-1904: fracionamento do grupo sob a liderança de 
Xavier de Almeida que conseguiu afastar 
momentaneamente os Bulhões do poder. 
 
-1908: período de intranqüilidade política (sucessão 
senatorial) em Goiás que levou, em 1909 
(“renascimento do mandonismo dos Bulhões”) a 
uma vitória dos Bulhões apoiados, neste momento 
por Eugênio jardim e Antônio Ramos Caiado 
(influentes políticos em termos regional e nacional). 
 
 *1910-1913: Urbano Gouvêa (cunhado de José 
Leopoldo) se torna Presidente do Estado e de 1913 a 
1918 foi eleito senador da República quando não 
mais conseguiu se reeleger. 
 
-Derrubada dos Bulhões 
 
 *desentendimentos entre os Bulhões e os Jardim 
Caiado (apoio de Hermes da Fonseca a estes) 
 
- 1912: elite dominante em Goiás – os Jardim 
Caiado (o caiadismo) sob a liderança de Antônio 
Ramos Caiado sendo afastado do poder somente em 
1930 sendo um de seus maiores inimigo políticos o 
médico Pedro Ludovico Teixeira. 
 
Goiás até a Revolução de 1930 
 
 As três primeiras décadas do século XX não 
modificaram substancialmente a situação a que 
Goiás regredira em conseqüência da decadência da 
mineração no fim do século XVIII. Continuava 
sendo um Estado isolado, pouco povoado, quase 
integralmente rural, com uma economia de 
subsistência. 
 
- Situação geral do estado 
 
- Até 1930 Goiás continuava fora da frente de 
progresso que, nos últimos 80 anos, vinha 
transformando São Paulo e outros estados a partir 
da modernização da agricultura e da 
industrialização. 
 
- As comunicações 
 
 *1824: primeiro carro de boi em Goiás, visto 
com progresso na época. Pouco ou nada mudou nos 
anos seguintes. 
 
 *1891: chegada do telégrafo 
 
 *1913: construção da estrada de ferro Mogiana 
que alcançou o Triângulo Mineiro: Uberaba (1889) 
e Araguari (1896), mas deveria ter se prolongadoaté Catalão, mas por falta de capital sua construção 
foi paralisada. 
 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 11 
 *1907: constituiu-se a companhia Estrada de 
Ferro Goiás, que deveria construir a linha Araguari - 
rio Araguaia, chegando os trilhos somente até 
Leopoldo de Bulhões perfazendo 287 km em 
território goiano (o território de Goiás tinha 600.000 
km²), não chegando à Cidade de Goiás, visto o 
investimento ser antieconômico (pouca importância 
política e econômica de Goiás no cenário nacional) 
e a população da região escassa pelo governo 
federal. 
 
 *1921: primeira estrada de rodagem (trecho que 
ligava a capital do estado à estação terminal da 
estrada de ferro) sendo que em 1907 chegava o 
primeiro automóvel em Goiás \ Progresso lento 
nesta estrada, devido aos poucos veículos em 
circulação. 
 
 *Em geral, os transportes eram baseados em 
carros de boi, com estradas de rodagem mal 
construídas e conservadas, estradas carroçáveis 
eram reduzidas e com as chuvas ficavam 
intrafegáveis, os barcos eram, na maioria, 
antiquados, existindo poucos a vapor (sinônimo de 
navegação moderna na Europa). 
 
- A população 
 
 *rápido crescimento da população, porem a 
densidade populacional continuava baixa (0,77 
habitantes por km²). 
 
 *enormes extensões eram despovoadas: o 
sudoeste (limite com a Bahia) e o “Mato Grosso 
Goiano” começavam a ser desbravados. 
 
 *sudeste: região mais povoada pela proximidade 
com o Triângulo Mineiro e a presença da estrada de 
ferro (Catalão, em 1920, com 35 mil habitantes, o 
município mais habitado). 
 
 *o censo de 1920 não faz ainda distinção entre 
população rural e urbana, não havendo dados 
concretos sobre este aspecto, mas é quase certo que 
o índice de ruralidade chegava a 90% da população. 
 
- Economia 
 
 *a economia era quase exclusivamente de 
subsistência, a produção era local e para o consumo, 
sendo muito pequeno o comércio interno e a 
circulação monetária. 
 
 *a maior parte da população trabalhava na 
agricultura, mas o setor mais dinâmico da economia 
era a pecuária (gado: produto de fácil exportação, 
geralmente vivo, e um dos únicos exportados em 
quantidade apreciável) totalizando entre 1920 e 
1929, 27, 69% da arrecadação total do Estado. 
 
 *arroz: aumentou sua exportação com a 
construção da estrada de ferro representando entre 
1928 e 1932 a metade do valor da exportação de 
gado. 
 
 *café: grande produção em Nova Veneza 
(colônia de italianos especializados em seu cultivo) 
 
 *indústria e os serviços: atividades 
economicamente pouco significativas. A indústria 
mecanizada moderna não existia em Goiás 
predominando a produção domestica artesanal. O 
produto mais importante da indústria artesanal era o 
tecido de algodão, feito no tear manual. A indústria 
da construção era a segunda mais importante após a 
de tecidos. No setor dos serviços, o comércio era 
um empreendimento tipicamente familiar, 
consolidado em pequenos armazéns rurais e 
algumas vendas. 
 
- Regime de propriedade: classes sociais 
 
 *Predominância dos latifúndios, nas mãos de 
poucas famílias onde trabalhavam e viviam muitos 
dependentes (sitiantes, vaqueiros, meeiros, 
camaradas, jagunços, etc.). A falta de mercados e 
uma economia monetária contribuíram para sua 
manutenção. Só os latifúndios podiam vender algum 
excedente. 
 
 *inexistência de uma classe de pequenos 
proprietários dedicados à lavoura ou pecuária. 
 
 *a terra valia pouco e mal conseguia se 
sustentar, o preço médio do hectare era o mais baixo 
do Brasil (em 1920 custava 8$ em Goiás, 106$ no 
RJ e 161$ em SP), só levemente superior ao do 
Acre. A valorização da terra só se daria com a 
criação de um mercado consumidor decorrente da 
urbanização. Não existia muita distância entre o 
gênero de vida (trabalho, diversão, vestuário e 
alimentação) do proprietário agrícola e de seus 
agregados, mas elas se assentavam nas relações de 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 12 
prestígio e poder, principalmente no aspecto político 
(coronelismo). 
 
- Governo: administração 
 
 *governo central fraco e limitado pela ação dos 
coronéis no interior. Estes, juntamente com o 
vigário e o juiz (mais dependente do governo) eram 
mantenedores da ordem social. 
 
 *algumas das causas dessa fraqueza eram: a 
pobreza dos meios econômicos e a carência de um 
corpo de funcionários adequados. 
 
A Revolução de 1930 e a construção de Goiânia 
 
 A revolução de 30 teve significação profunda 
para o estado de Goiás. É o marco de uma nova 
etapa histórica. Esta transformação não se operou 
imediatamente no campo social, mas no campo 
político. O governo passou a propor, como objetivo 
primordial, o desenvolvimento do estado. A 
construção de Goiânia, pelas energias que 
mobilizou, pela abertura de vias de comunicação 
que acompanharam e pela divulgação do estado no 
país, foi o ponto de partida dessa nova etapa 
histórica. 
 
A Revolução de 1930 em Goiás 
 
- Limitada participação de Goiás na Revolução de 
1930 
 
 *Em Goiás a Revolução teve apoio de parte da 
classe dominante descontente. A fraca oposição à 
Revolução (Rio Verde, Inhumas e Anápolis) era 
mais de personalidades descontentes que de fato 
uma oposição. A dita oposição não passava de uma 
crítica pessoal, não existindo partidos com base 
ideológica ou com programas de governo diferentes. 
 
 *As eleições fraudulentas e a polícia militar 
dificultavam a oposição 
 
 *Os efeitos da crise de 1929 não se fizeram senti 
aqui. 
 
- Destaque para Pedro Ludovico Teixeira: manteve-
se em contato com os centros revolucionários em 
Minas Gerais e em 4 de outubro de 1930 tentou, 
com 120 voluntários do Triângulo Mineiro, invadir 
a região sudoeste de Goiás. O grupo se dispersou 
em Rio Verde e Pedro Ludovico foi preso, mas 
houve a vitória da Revolução no contexto nacional 
que levou à chegada de uma coluna à cidade de 
Goiás comandada por Quintino Vargas, sendo que o 
médico mineiro Carlos Pinheiro Chagas tomou o 
poder. 
 
- Instauração de um governo provisório em Goiás, 
pelo qual Pedro Ludovico fazia parte, consolidando 
um longo período de influência política do mesmo 
(15 anos). 
 
- Mudança no estilo de governo pós-revolução: o 
governo passou a propor a solução dos problemas 
do estado em todas as ordens, dando ênfase ao 
problema do desenvolvimento (transporte, saúde 
pública, educação, exportação, dentre outros). 
 
A mudança da capital: a construção de Goiânia 
 
- Desde os primeiros tempos da história de Goiás, a 
localização da capital constituía um problema. 
 
- Dois fatores que sustentavam a oposição à 
mudança da capital 
 
 *o alto gasto que isso suporia, como novas 
construções, a contratação de um grande número de 
funcionários para sua construção assim como a 
pobreza dos governo. 
 
 *a oposição da população da capital, tanto por 
motivos sentimentais quanto por prejuízos 
econômicos (desvalorização de imóveis e de terras, 
empecilho ao comercio e do crescimento dos 
roceiros). 
 
- Para o novo governo, emergente com a Revolução 
de 1930, a cidade de Goiás era o centro do poder da 
oligarquia deposta pela Revolução, porém não 
estava aniquilada. Mudar a capital reforçava o novo 
governo do ponto de vista psicológico e político, 
seria o símbolo concreto da própria Revolução em 
Goiás. Era vista como um investimento necessário 
para o desenvolvimento. 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62)4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 13 
 
- A construção de Goiânia: etapas 
 
 *04\03\1933: escolha de Campinas para a 
construção da nova capital devido à sua 
proximidade com a estrada de ferro (condição vista 
como indispensável), abundância de água, bom 
clima e topografia adequada. 
 
 *24\10\1933: foi lançada a pedra fundamental e 
em 07 de novembro de 1935 realizou-se a 
“mudança provisória” e o governador passou a se 
fixar em Goiânia, mas em Goiás ficaram ainda a 
Câmara e o Judiciário. A mudança definitiva 
aconteceu em 1937 quando os principais edifícios 
públicos já estavam construídos. 
 
 *Em julho de 1942 foi realizado o “batismo 
cultural”. A cidade contava com mais de 15 mil 
habitantes. 
 
Goiânia e o desenvolvimento de Goiás 
 
- Em 1942 o desenvolvimento do Estado ainda 
estava longe de ser o ideal. 
 
-Problemas que dificultavam o crescimento do 
Estado: as comunicações, a saúde, a instrução, a 
falta de indústrias, a descapitalização da economia, 
a estrutura da propriedade, dentre outros. 
 
- Contribuições de Goiânia para o desenvolvimento 
 
 *no campo da psicologia social: combate aos 
sentimentos de isolacionismo, esquecimento 
nacional e frustração. Impulsionou a confiança dos 
goianos e a construção de um futuro melhor. 
 
 *promoveu a abertura de novas estradas, 
favoreceu a migração (povoamento), criou o 
primeiro centro urbano de relativa importância em 
Goiás, desenvolveu diversos tipos de serviços 
(colégios, faculdades, bancos, hospitais, comércio, 
etc.). 
 
Goiás Atualidade: 1940- 1970 
 
 A partir de 1940 Goiás cresce rapidamente: a 
construção de Goiânia, o desbravamento do Mato 
Grosso Goiano, a campanha nacional de “marcha 
para o oeste”, que culmina na década de 1950 com a 
construção de Brasília imprimem um ritmo 
acelerado ao progresso de Goiás. 
 
 A população se multiplica, as vias de 
comunicação realizam a integração do estado com o 
resto do país e dentro do próprio estado, assiste-se a 
uma impressionante explosão urbana, com o 
desenvolvimento concomitante de todo tipo de 
serviços (a educação especialmente), contudo, 
Goiás continua sendo um estado de economia 
primária, com uma exploração extensiva de baixa 
produtividade. 
 
A população 
 
- Crescimento populacional acelerado: altas taxas de 
natalidade e aumento da migração, principalmente 
após a construção de Brasília. 
 
 *1940-1950: taxa de natalidade igual a 4,6%; 
imigração igual 1,67%; crescimento global de 3,9% 
anual. 
 
 *1960: crescimento de 4,9% 
 
- Migrações provenientes, principalmente, dos 
estados limítrofes: Maranhão, Bahia e Minas. 
 
- Segundo as ações do governo de Otávio Lage “as 
emigrações trazem consigo boas e más 
conseqüências. Para a economia da região, 
melhoram os índices de mão-de-obra, ampliam as 
fontes de riquezas, etc. Entretanto, contribuem para 
a demanda insatisfeita de serviços sociais, escolas, 
energia, estradas, saneamento e habitação, 
sobrecarregando os governos. Isso não indica que os 
altos índices de imigração sejam negativos para uma 
região: é que os benefícios se manifestam a prazos 
mais longos do que aquelas implicações”. 
 
Distribuição da população 
 
- 1972: de maneira geral, a densidade demográfica 
não chegava a 5 habitantes por Km² (4,58), 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 14 
enquanto a nacional chegava a 12 habitantes por 
Km². Na verdade a distribuição da população era 
muito desigual. De acordo com um estudo do 
Conselho Nacional de Geografia juntamente com a 
Secretaria do Planejamento, de norte a sul do estado 
foi realizada a divisão do território em áreas 
homogêneas, as oito primeira regiões com 61% do 
território tinha 27% da população enquanto o Mato 
Grosso Goiano concentrava mais de 1\3 da 
população. Outras regiões populosas estavam no 
extremo sul como Meia Ponte (7,8 hab.Km²), 
Sudoeste Goiano (6,4 hab.Km²) e Paranaíba (8,79 
hab. Km²). 
 
- As vias de comunicação e a proximidade maior ou 
menor com os grandes centros econômicos 
determinou a distribuição da população, sendo as 
áreas de maior densidade populacional as do 
extremo norte (proximidade com Belém) e todo o 
sul (São Paulo e Minas) ao passo que as áreas 
intermediárias pouco habitadas. 
 
Urbanização 
 
- Se processou em Goiás a partir de 1940, sobretudo 
depois de 1950, não sendo acompanhada por um 
processo industrial concomitante. 
 
- Modelo de urbanização a partir de um êxodo rural: 
 
 * a explosão demográfica (principalmente pelos 
avanços da medicina profilática) e as facilidades de 
comunicação atuam de forma conjugada sobre as 
populações rurais, que vivem em condições infra-
humanas, impelindo-as a migrar maciçamente para 
as cidades, em busca de melhores condições de 
vida. As cidades crescem assim, desmesuradamente, 
antes de ter tempo de absorver adequadamente o 
excesso populacional. 
 
- Censo de 1940: 14,6 % da população urbana 
contra 85,4% da população rural 
 
- Censo de 1950: 20,2 % da população urbana 
 
- Censo de 1960: 30,7 % da população urbana 
 
- Censo de 1970: 44 % da população urbana. 
Goiânia estava próxima de 400 mil habitantes, 
Anápolis 100 mil, Itumbiara, Rio Verde e Jataí 
passavam dos 20 mil. 
 
Economia: predomínio do setor rural 
 
- Ao contrário do que poderia se esperar com a 
urbanização, o peso do setor primário na economia 
(agricultura -57% do setor- e pecuária -40% do 
setor, sendo 3% de atividades extrativas) aumentou 
concomitantemente até a década de 1960 em vez de 
diminuir frente aos setores secundário (indústria) e 
terciário (serviços). 
 
- Plano de Desenvolvimento do governo Mauro 
Borges (1961) assim expressava: “o baixo nível de 
renda em Goiás decorre de ser uma economia 
primária, de produtividade baixa e vulnerável as 
flutuações de clima e de mercado. Da população 
economicamente ativa, 83,69% estava ocupada, em 
1950, no setor primário, em sistema de trabalho 
rudimentar; 4,17% no setor secundário, ainda 
incipiente e 12,14% no setor terciário. Nos últimos 
dez anos, a economia goiana tornou-se mais 
dependente do setor primário, cuja renda aumentou, 
entre 1949 e 1958, cerca de 9 vezes, enquanto nos 
dois outros setores o crescimento foi de 6 vezes”. 
 
- Entre 1960 e 1970 o crescimento da contribuição 
da indústria para a renda estadual foi de 4,5% (4 
vezes menor que a média nacional), continuava 
sendo de pouca expressão para a formação de 
riqueza e a oferta de empregos. 
 
- A agropecuária concentrava 69% da mão-de-obra 
total. 
 
- Agricultura: três principais produtos: arroz (quase 
a metade de toda produção agrícola), milho e feijão. 
 
- Pecuária: criação extensiva: rebanho com mais de 
9 milhões de cabeças. 
 
A luta pela terra 
 
- A luta pela terra em Goiás ganha proporções de 
luta armada. Após a chegada da ferrovia em 1911 
houve interesse e valorização da terra. 
 
-1950-1960: Conflitos camponeses de Trombas e 
Formoso: conflitos entre os grileiros e os 
camponeses. 
 
 *apoio comunista aos posseiros e da repressão 
aos grileiros. 
 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 15 
 *posseiros: protestos contra a exploração dos 
latifundiários da região que queriam cobrar arrendo 
de terras devolutas. 
 
 *1951-54: José Porfírio: tentou a legalização das 
terras camponesas, não conseguiu e organizou os 
mesmos com a ajuda do PCB. Os camponeses 
tinham o apoio da população e da imprensa. O 
governo de Mário Borges foi de estabilidade da 
região, mas a partir do golpe de 64 o movimento foi 
duramente reprimido pelos militares, com prisões etorturas. 
 
- 1948-1952: Luta do arrendo na região da estrada 
de ferro de Orizona e Pires do Rio. Com o apoio do 
PCB, os camponeses conseguiram diminuir a taxa 
do arrendo de 50% para 20%, porem houve violenta 
repressão após a orientação do partido em invadir as 
terras. 
 
- 1962: Criação da Frente Agrária Goiana (FAGO), 
um projeto de reforma agrária da Igreja Católica por 
D. Fernando Gomes dos Santos, arcebispo de 
Goiânia, com os seguintes objetivos a fim de 
diminuir as tensões no campo com base no 
humanismo, cristianismo, anticomunismo e a 
garantia da propriedade privada: 
 
 *evitar o êxodo rural, promover o progresso e 
ampara o homem do campo. 
 
 *ação fundamentada na informação, formação e 
liderança, a formação camponesa com educação, 
organização de sindicatos rurais e a promoção da 
doutrina social da igreja. 
 
Estrutura Social 
 
- Apesar de haver dados que permitam esclarecer 
qual era, ao certo, a distribuição de renda em Goiás 
à época, o governo Otávio Lage aventurava uma 
afirmação: “é muito concentrada a distribuição de 
renda em Goiás. Assim é que apenas uns 20% da 
população deve deter cerca de 80% da renda gerada 
na economia, donde se infere que uns 80% da 
população vive em nível de subsistência”. 
 
- Alguns dados disponíveis: 
 
 *1970: 60% da mão-de-obra do estado 
trabalhavam no setor agropecuário, deles apenas 
2,15% eram proprietários. 
 
 *cultivo do arroz: 57% dos produtores 
cultivavam de 5ha e 21,5% entre 5-10ha: é o 
camponês tradicional que lavra a terra com a 
família, com o uso da enxada, sem adubos e 
equipamentos mecanizados. O sistema de trabalho 
mais usado é o de meação. 
 
 *predomínio do latifúndio na agricultura e na 
pecuária: 5% das propriedades abrangiam mais de 
50% das terras. Os 60 mil minifúndios somavam 2 
milhões de hectares e os latifúndios 45 milhões. 
 
 *dependência do trabalhador rural em relação ao 
latifúndio como meeiro, agregado ou diarista. 
 
- Indústria: contribuição modesta para a distribuição 
de renda, as indústrias eram de pequenas dimensões, 
de baixo nível técnico e sem mão-de-obra 
especializada. 
 
- Setor de serviços: incipiente classe média, 
reduzida, formada por profissionais liberais, 
técnicos e administradores de empresas, 
funcionários de alto nível, comerciantes e 
proprietários de tipo médio. 
 
Governo: administração 
 
- Desenvolvimento de Goiás: iniciativa do governo 
devido à que a falta de tradição empresarial e de 
capital. O envolvimento do governo foi crescendo 
gradualmente a partir da construção de Goiânia e 
mais intensamente na década de 1950 com a criação 
do BEG e da CELG. 
 
- Governo Mário Borges Teixeira (1960-1964): em 
busca de uma estruturação administrativa, propôs 
um “Plano de Desenvolvimento Econômico de 
Goiás” (1961-1965): abrangia todas as áreas como 
agricultura, pecuária, transportes, comunicações, 
energia elétrica, educação, cultura, saúde, 
assistência social, levantamento de recursos 
naturais, aperfeiçoamento e atualização das 
atividades do estado. 
 
 * A ação do estado no desenvolvimento veio 
acompanhada de uma concentração de recursos 
econômicos em suas mãos, daí o aumento 
sistemático da tributação. 
 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 16 
 *Reforma Administrativa (lei nº 3.999 de 
14.11.61): criava, paralelamente ao corpo 
administrativo do estado (secretarias, policia militar, 
procuradoria geral), os serviços estatais autônomos 
(autarquias) e paraestatais (companhias de 
economia mista). 
 
 *Autarquias: permanecem unidas ao governo 
através de secretarias e participavam do orçamento 
estadual. As mais importantes eram a CERNE 
(Consórcio de Empresas de Radiodifusão e Notícias 
do Estado), OSEGO (Organização de Saúde do 
Estado de Goiás), IDAGO (Instituto de 
Desenvolvimento Agrário de Goiás), CAIXEGO, 
IPASGO, SUPLAN, ESEFEGO, CEPAIGO, 
DERGO, etc. 
 
 *Serviços paraestatais: eram constituídos pelas 
empresas públicas e sociedades de economia mista, 
nas quais o governo era acionista majoritário. Entre 
elas: METAGO, CASEGO, IQUEGO, etc. 
 
 *Reforma Agrária: tentativa através de uma 
experiência-piloto pelo Combinado Agro-Urbano de 
Arraias. Seria uma experiência de socialismo 
cooperativista, com forte influência da organização 
israelense dos Kibut. 
 
- A inflação e a instabilidade política dos primeiros 
anos da década de 1960 não permitiram testar com a 
realidade estas diretrizes, ficaram como 
potencialidades para mais tarde. 
 
República Populista em Goiás 
 
 No termo político temos a hegemonia do PSD 
(Partido Social Democrático) sob o comando de 
Pedro Ludovico Teixeira. A oposição formada pela 
UDN (União Democrática Nacional) e em segundo 
plano o PSP (Partido Social Progressista), o PTB 
(Partido Trabalhista Brasileiro) e o PSB (Partido 
Socialista Brasileiro). 
 
Jerônimo Coimbra Bueno (1947 – 1950) 
 
- Eleito pela UDN, com 50% dos votos contra 
48,2% de José Ludovico de Almeida, foi marcado 
pela forte oposição do PSD. 
 
-Elaboração do Código Tributário: evitar a 
sonegação. Encontrou forte oposição com protestos 
em Anápolis em 1948 (Greve de Anápolis). 
 
Pedro Ludovico Teixeira (1951 – 1954) 
 
- Eleito pelo PSD em coligação com o PTB com 
60% dos votos. 
 
- 1953: assassinato do jornalista Haroldo Gurgel, 
critico do governo estadual, causando protestos 
contra Pedro Ludovico. 
 
- Foi eleito senador em fins de 1954. 
 
- Investiu no setor energético e de transporte, alem 
de reprimir os camponeses na luta pelo arrendo na 
região da estrada de ferro. 
 
José Ludovico de Almeida (1955 – 1959) 
 
- Apoiado por Pedro Ludovico, é eleito pela 
coligação PSD-PTB com 50,3% dos votos contra 
49,7% de Galeno Paranhos (UDN-PSP). 
 
- 1955: Criou o Conselho Superior de Planejamento 
Administrativo e a CELG (inspiração no governo 
JK), além de apoiar o presidente na construção de 
Brasília. 
 
- Combate à grilagem. 
 
José Feliciano Ferreira (1959 – 1961) 
 
- Eleito pelo PSD com 52% dos votos contra César 
Cunha Bastos (UDN-PSP-PTB). 
 
- Preocupação central com o setor energético e de 
transporte. 
 
-Combate á grilagem. Desenvolveu uma política 
agrária, com extensão rural de ajuda aos 
camponeses, com criação em 1959 da ACAR-GO 
(Associação de Crédito e Assistência Rural de 
Goiás). 
 
-Criou ainda a CASEGO e a CAESGO. 
 
Movimento separatista do Norte de Goiás 
 
 
 ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR 
 Colégio Dinâmico – R.T37, 2693 – Setor Bueno – Goiânia – Goiás – (62) 4009-7828 – www.colegiodinamico.com.br 17 
- 1948: Foi elaborada a Comissão do Norte: 
elaborar um projeto de criação do estado do 
Tocantins. Desarticulação: 
 
 *Oposição: resistência do governo estadual 
 
 *divisão interna do movimento. 
 
-1956: Movimento Pró-criação do estado do 
Tocantins em porto nacional sob a liderança de 
Feliciano Machado Braga. 
 
 *cria uma bandeira para o novo estado e um 
jornal “O Estado do Tocantins” 
 
 *promove vários encontros na região com 
políticos e a comunidade em geral 
 
 *decadência do movimento com a transferência 
de Feliciano para a comarca de Anápolis. 
 
- Década de 60: o separatismo ganha força com a 
criação da Casa do Estudante do Norte Goiano 
(CENOG): mobilizar a população. 
 
- Com o golpe de 1964 o movimento separatista 
entra em declínio devido á pratica centralizadora , 
com o discurso de segurança e desenvolvimento que 
inibe os nortistas. 
 
Mauro Borges (1961 – 1964) e o golpe de 1964

Outros materiais