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42 textos interpretativos com questoões e gabaritos

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www.deciosena.com.br
deciosena@deciosena.com.br42
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS II
QUESTÕES DA CESP – UNB
TEXTO XXIX
CONCURSO: BANCO CENTRAL DO BRASIL – DEPARTAMENTO DE
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS – ANALISTA: ÁREA 1 – CONTÁBIL-
FINANCEIRA
A questão refere-se a fragmento da entrevista A classe operária na era do chip,
concedida pelo pedagogo Frederico Oliveira Lima, especialista em Teoria da Informação e
Comportamento Humano, à revista Informática Exame (agosto/97).
 Questão 83)
Leia o seguinte fragmento:
Por que o senhor se dedica à educação tecnológica dos operários?
Lima – O trabalhador foi esquecido desde que se inventou o microprocessador.
Treina-se muito o topo da pirâmide, mas a base foi abandonada. Os executivos já vivem, de
alguma forma, na era digital. Os operários, ainda não. No ano 2005 teremos uma crise de
mão-de-obra delicada – é o que informam os estudos americanos. Haverá um hiato entre os
avanços da tecnologia – e tudo o que ela exige – e o conhecimento do operário.
A língua portuguesa, assim como as outras línguas naturais, oferece múltiplas
possibilidades combinatórias para os falantes. Por isso, a mesma informação pode ser comunicada
de várias maneiras diferentes, com variações na estrutura morfossintática, mantendo-se a
significação desejada. Tendo por base esse postulado, julgue os itens a seguir, relativamente ao
sentido da informação dada no fragmento acima.
1. A resposta contém a seguinte informação: o microcomputador, desde que foi criado, esqueceu-
se dos trabalhadores menos qualificados, preocupando-se, soberanamente, com a classe
dirigente das empresas.
2. O segundo e o terceiro períodos da resposta(l. 02-03) registram: Uma vez que, de certa forma,
os executivos, por ocuparem os cargos privilegiados, já dominam a linguagem digital,
costuma-se deixar à margem dos conhecimentos de computação a classe operária.
3. Uma explicação complementar que aparece no quarto período(l. 04), reforçando a idéia
anterior, é a de que os operários, situados na base da pirâmide, ainda não são alvo de
qualificações a respeito de informática.
4. No quinto período, surge a informação de que os estudos americanos antecipam uma delicada
crise para o ano 2005, que, segundo o fragmento, consistirá na carência de mão-de-obra
treinada em informática nas empresas.
5. O último período do parágrafo, conclusivo, é o que objetivamente responde à questão
formulada pelo entrevistador: existirão avanços na tecnologia que não acompanharão o
conhecimento do tanto que dela se exige pelos operários.
QUESTÃO SEM BASE EM TEXTO
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CONCURSO: BANCO CENTRAL DO BRASIL – DEPARTAMENTO DE
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS – ANALISTA: ÁREA 1 – CONTÁBIL-
FINANCEIRA
A questão 84 é, ainda, alusiva à entrevista citada na questão 83.
Questão 84)
Quando o entrevistado foi questionado a respeito das dificuldades do trabalhador nessa
adaptação aos novos tempos, a resposta, registrada em um parágrafo, contemplou os seguintes
aspectos, aqui apresentados em tópicos.
I Um exemplo? Muitos operários não compreendem como uma série de comandos
num teclado, exigida somente na tele de um micro, pode resultar em mudanças numa
máquina industrial que não está diante deles.
II O pensamento do trabalhador comum é analógico. Ele tem dificuldade para exercitar
a realidade digital do computador.
III É preciso reeducá-los. Não se trata de treinar o homem apenas para mexer nos
equipamentos automaticamente, como se fosse um robô.
IV
V
Ensinar computação, especialmente para os operários, é ensinar a mexer na máquina,
mas sobretudo a entender o que ela pode fazer.
Não se trata de transformá-lo numa peça da engrenagem na linha de montagem. Não
basta saber operar uma máquina sem compreender o que está se fazendo.
Aplicando os conhecimentos de tipologia textual à habilidade de compreensão detalhada
de uma resposta, em função da pergunta formulada, julgue os seguintes itens.
1. A ordem acima é apropriada para que os tópicos formem um único parágrafo coerente.
2. Os tópicos I, III e IV, nesta seqüência, são inter-relacionados e fazem parte do
desenvolvimento da resposta.
3. Pela estrutura interna do tópico II, é correta a sua colocação no início da resposta à pergunta
formulada.
4. Os tópicos III e V apresentam grande coesão interna, o que favorece a colocação deles, nesta
seqüência, dentro do desenvolvimento da resposta.
5. A organização interna do tópico IV, com o emprego do vocábulo “sobretudo”, torna correto o
seu uso como fechamento da resposta, por dar reforço às idéias apresentadas.
TEXTO XXX
CONCURSO: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA – MJ – DEPARTAMENTO DE
POLÍCIA FEDERAL – DPF – PERITO CRIMINAL FEDERAL – ÁREA 1 – CIÊNCIAS
CONTÁBEIS
O ANÔNIMO
Tão logo o carteiro entregou a correspondência, Eduardo foi em busca daquilo que, a
experiência já lhe ensinara, certamente estaria ali: a carta anônima. De fato, não tardou a encontrar
o envelope, àquela altura familiar: o seu nome e endereço escritos em neutra letra de imprensa, e a
nenhuma indicação de remetente (alguns missivistas anônimos usam pseudônimo. Aquele não
fazia concessões: nada fornecia que pudesse alimentar especulações com respeito à identidade).
Com dedos um pouco trêmulos – a previsibilidade nem sempre é o antídoto da emoção –
Eduardo abriu o envelope. Continha, como de outras vezes, uma única folha de papel ofício
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manuscrita em letra de imprensa. Como de hábito, começava afirmando: “Descobri teu segredo.”
Nova linha, parágrafo, e aí vinha a acusação.
No presente caso: desonestidade. “Todos acham que você é um homem sério, correto”,
dizia a carta, “mas nós dois sabemos que você não passa de um refinado patife. Você está
roubando seu sócio, Eduardo. Há muito tempo. Você vem desviando dinheiro da firma para a sua
própria conta bancária. Você disfarça o rombo com supostos prejuízos nos negócios. Seu sócio,
que é um homem bom, acredita em você. Mas a mim você não engana, Eduardo. Eu sei de tudo
que você está fazendo. Conheço suas trapaças tão bem como você.”
Eduardo não pôde deixar de sorrir. Boa tentativa, aquela, do missivista anônimo.
Desonestidade na firma, isto não é tão incomum. Com um sócio tão crédulo como era o Ênio,
Eduardo de fato não teria qualquer dificuldade em subtrair dinheiro da empresa.
Só que ele não estava fazendo isso. Em termos de negócio, era escrupulosamente honesto.
Mais que isto, muitas vezes repassara dinheiro para a conta de Ênio – um trapalhão em matéria de
finanças – sem que este soubesse. Honesto – e generoso. Contudo, como certos caçadores tão
pertinazes quanto incompetentes, o autor da carta anônima atirara no que vira e acertara no que não
vira.
Eduardo enganava Ênio, sim. Mas não na firma. Há meses – em realidade, desde que
aquela história das cartas anônimas começara – tinha um caso com a mulher do sócio, Vera: grande
mulher. Claro, não poderia garantir que não sentia um certo prazer em passar para trás o amigo que
sempre fora mais brilhante e mais bem sucedido do que ele, mas, de qualquer forma, isto nada
tinha nada a ver com a empresa. Desonestidade nos negócios? Não. Tente outra, missivista. Quem
sabe na próxima você acerta. Tente. Tente já.
Sentou à mesa, tomou uma folha de papel ofício e escreveu, numa bela mas inconspícua
letra de imprensa: “Descobri teu segredo.”
MOACYR SCLIAR, Correio Braziliense, Caderno Dois, p. 2, 21/12/97, com adaptações.
 Questão 85)
Para a leitura compreensiva se efetivar, um dos passos essenciais é o entendimento do
vocabulário utilizado. Julgue os itens a seguir, considerando o sentido das palavras do texto.
1. O vocábulo “concessões”(l. 05) está utilizado denotativamente, com o sentido de privilégios:
da mesma forma, “especulações”(l. 05) traz o sentido de negociações.
2. Contextualmente,“antídoto”(l. 06) significa droga, veneno.
3. As palavras “desonestidade”(l. 17) e “pertinazes”(l. 22) estão empregadas como antônimos de
probidade e de volúveis, respectivamente.
4. O termo “crédulo”(l. 17) apresenta conotações de religiosidade, significando crente, devoto.
5. A palavra “inconspícua”(l. 30) tem o significado de ilegível, indecifrável.
 Questão 86)
Julgue os itens abaixo, evidenciando a compreensão do texto.
1. O título “O ANÔNIMO” é, frente ao conteúdo do texto, um emprego irônico dessa palavra.
2. O narrador faz suposições acerca da identidade do remetente, ao registrar, como texto da carta,
a seguinte idéia: “nós dois sabemos que você não passa de um refinado patife”(l. 11).
3. Pelo foco do recebedor da missiva, são comuns casos de desonestidade profissional, mas tal
acusação não se aplica a ele, que se julga um sujeito absolutamente honesto e generoso.
4. No sexto parágrafo, fica explícito que Eduardo sentia um complexo de inferioridade
profissional frente a Ênio.
5. Infere-se do texto que o remetente era o próprio destinatário das cartas.
Questão 87)
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Com referência à tipologia textual e ao nível de linguagem do texto, julgue os itens
seguintes.
1. A história acerca das cartas anônimas, conforme contada pelo autor, apresentando-se na forma
de uma narrativa curta, densa, exemplifica o que é conhecido por conto.
2. O trecho entre aspas situado nas linhas 08 a 15 possui várias marcas de oralidade: registros
típicos da língua falada, transpostos para a língua escrita.
3. O texto apresenta algumas expressões típicas da linguagem vulgar, como, entre outras,
“patife”, “trapaças”, “trapalhão”.
4. Os trechos registrados entre aspas no texto estão dispostos na forma de discurso indireto.
5. As passagens descritivas são predominantes nos quatro últimos parágrafos.
Questão 88)
Moacyr Scliar, consagrado ficcionista brasileiro, tem um estilo de escrita em que a
preocupação com a escolha vocabular e com o ritmo da frase não turvam o potencial comunicativo
do texto. Com base nesse aspecto, julgue os itens a seguir.
1. Em “Eduardo foi em busca daquilo”(l. 01) o termo sublinhado refere-se ao que “a experiência
já lhe ensinara”(l. 01-02).
2. Todos os travessões (linhas 05, 20-21, 24-25) estão empregados para ampliar e destacar as
idéias anteriormente expostas.
3. O uso de frases curtas ao lado das frases de maior extensão, principalmente no sexto parágrafo,
é um recurso estilístico ligado ao ritmo da prosa, utilizado para dar densidade ao texto,
prendendo o interesse do leitor.
4. Ao destacar a figura feminina com “Vera: grande mulher”(l. 25-26), o narrador dá duas
informações, simultaneamente: que ela era valorosa e também robusta.
5. Com a passagem: “Desonestidade nos negócios? Não.”(l. 28), o autor usa de um recurso
estilístico denominado apóstrofe.
TEXTO XXXI
CONCURSO: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA – MJ – DEPARTAMENTO DE
POLÍCIA FEDERAL – DPF – PERITO CRIMINAL FEDERAL – ÁREA 1 – CIÊNCIAS
CONTÁBEIS
JOSÉ RAINHA E A DEMOCRACIA NO BRASIL
O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), José Rainha, foi
condenado por um júri popular de Pedro Canário, no norte do Espírito Santo, a 26 anos e 6 meses
de prisão sob a acusação de ter participado de dois assassinatos cometidos durante a invasão de
uma fazenda. A pena teve como fundamento um inquérito policial militar. Cumpre ressaltar que
quando a pena ultrapassa 20 anos, a lei determina automaticamente a realização de um novo
julgamento, já marcado para 20 de setembro.
Está claro que esta condenação foi meramente política, com o intuito de calar a grande
liderança do maior e mais organizado movimento de massa que se contrapõe à atual política
governamental no Brasil. A promotoria não tinha sequer prova de que José Rainha estava presente
nos episódios que levaram ao assassinato. Nenhuma testemunha de acusação foi ouvida em
plenário.
O julgamento se deu com base em depoimentos colhidos ainda durante a fase de inquérito,
numa repartição militar, sem a presença de advogados dos acusados. Legalmente, este tipo de
depoimento não pode ser levado em consideração. Nada que incriminasse José Rainha foi
demonstrado. Não é à toa que o inquérito policial civil que também investigou o caso o isenta da
acusação.
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Este episódio se soma a outros que nos levam a questionar se de fato vivemos em um país
democrático. No dia 28 de agosto chegaram à Universidade de Brasília documentos secretos do
Exército brasileiro com investigações sobre a vida de algumas lideranças de esquerda. O que
assombra é o fato de que estas investigações não pararam na época da ditadura, no meio dos
documentos são encontrados alguns que datam de 1995.
Neste momento, o povo brasileiro deve dizer não à condenação de Rainha, como uma
forma de exigir justiça e democracia.
ANDRÉIA BARBOSA, O Nestino, DCE/UnB, p. 2, setembro de 1997.
 Questão 89)
Evidenciando a compreensão dos dois textos anteriores (Textos XXXVIII e XXXIX),
com ênfase na tipologia textual e no estilo utilizados, julgue os itens a seguir.
1. No texto XXXVIII, predomina a função poética; no segundo, a função referencial da
linguagem.
2. No texto XXXIX, distintamente do XXXVIII, a autora expõe seu ponto de vista e seus
julgamentos acerca dos fatos narrados.
3. No texto XXXVIII, a coloquialidade da linguagem é dominante; no segundo, há uma série de
informações vazadas em linguagem técnica.
4. O texto XXXIX é eminentemente dissertativo.
5. Nos dois textos, há situações que poderiam desencadear investigações policiais, mas apenas no
primeiro texto é feita alusão a documentos que poderiam ser objetos de estudos de um perito
criminal.
 Questão 90)
Com referência à semântica utilizada no texto XXXIX, julgue se nos itens que se seguem a
passagem destacada em negrito equivale à passagem original do texto.
1. “a lei determina automaticamente a realização de um novo julgamento”(ls. 05-06) / a
realização de um novo julgamento é determinada pela lei, automaticamente.
2. “Está claro que esta condenação foi meramente política”(l. 07) / Que esta condenação foi
meramente política, está clara.
3. “Nenhuma testemunha de acusação foi ouvida em plenário.”(ls. 10-11) / Nenhum testemunho
de acusação foi ouvido em plenário.
4. “Legalmente, este tipo de depoimento não pode ser levado em consideração.”(Ls. 13-14) / Este
tipo de depoimento não deve ser levado em consideração, pela lei.
5. “o povo brasileiro deve dizer não à condenação de Rainha, como uma forma de exigir justiça e
democracia.”(ls. 22-23) / como forma de impor justiça e democracia, os brasileiros devem
dizer não à condenação de Rainha.
TEXTO XXXII
CONCURSO: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA – MJ – DEPARTAMENTO DE
POLÍCIA FEDERAL – DPF – PERITO CRIMINAL FEDERAL – ÁREA `- CIÊNCIAS
CONTÁBEIS
Execução de exames periciais em documentos, moedas, mercadorias, instrumentos
utilizados na prática da infração penal, em locais de crime ou de sinistro, bem como a realização da
coleta de dados necessários à complementação dessas perícias.
DAS ATRIBUIÇÕES DO CARGO DE PERITO CRIMINAL FEDERAL, Edital nº 78/97 –
DRS/ANP-PCF
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 Questão 91)
De acordo com o texto, julgue os itens a seguir:
1. O texto está redigido como uma extensa frase nominal.
2. Executar exames periciais e realizar coleta de dados são as duas atribuições de um perito
criminal.
3. Documentos, moedas, mercadorias, instrumentos são os objetos de análise, no exame pericial.
4. O espaço de atuação dos peritos é os locais dos crimes ou dos sinistros, onde ocorrem as
infrações penais.
5. Só serão coletados e utilizados os dados necessários à perícia.
TEXTO XXXIII
CONCURSO:MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL –
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS – PROCURADOR
AUTÁRQUICO
A PREVIDÊNCIA SOCIAL É VIÁVEL SEM UMA AMPLA REFORMA
ESTRUTURAL?
A resposta à pergunta acima formulada é não. Há, efetivamente, uma necessidade de
reforma estrutural, que deve ser ainda mais profunda do que a que se comenta como sendo a
proposta do governo.
Para melhor entendimento da justificativa da necessidade da reforma, comecemos pela
questão da gestão do sistema atual. Certos proponentes da manutenção do status quo argumentam
que, reduzindo-se os gastos com a própria máquina, sabidamente ineficiente e perdulária, e
concentrando atenção na fiscalização de fraudes e da sonegação, esta última estimada como
substancial, estaria resolvido o problema.
É óbvio que essas são medidas importantes e que devem ser imediatamente
implementadas. Porém, por si só, não são suficientes para restabelecer o necessário equilíbrio
financeiro da Previdência.
A ausência de contas individuais, vinculando benefícios futuros a contribuições efetivas,
associada a uma imensa economia informal, é um permanente fator de desequilíbrio. Cabe aqui
mencionar que, mesmo com a retomada do desenvolvimento da economia, o que provoca uma
redução do tamanho da economia informal, o problema permanece.
Para ilustrar o argumento, basta verificar o que recentemente aconteceu no estado norte-
americano da Califórnia. Cansados de ter de pagar cada vez mais impostos, os contribuintes
aprovaram proposição que restringe benefícios de cunho social a familiares de imigrantes ilegais.
Para viabilidade do sistema, há que se passar do regime de repartição ao de capitalização,
com contas individuais e estreita vinculação entre benefícios e contribuições. O simples fato de
que venha sendo observado, em vários países e inclusive no Brasil, um aumento da expectativa de
vida, acoplado a uma redução na taxa de natalidade, coloca como inexoravelmente inviável, no
médio prazo, um sistema de Previdência em que os benefícios pagos provenham
fundamentalmente das contribuições associadas aos trabalhadores que estejam no mercado de
trabalho. Isto pela simples razão que, sem falar nos casos de dependentes e de acidentes de
trabalho, o número de aposentados pode vir a superar o de contribuintes ativos.
Um outro aspecto que cumpre reformar é o relativo à contribuição do empregador. Sendo
um imposto sobre o fator trabalho, a exigência de contribuição patronal é um motivador da
expansão da economia informal. Aproveitando-se a experiência chilena, que tem sido exitosa
também neste aspecto, deve ser abolida a contribuição do empregador.
Somente o futuro beneficiário deve efetuar contribuições. Obviamente, não sendo capaz de
acumular o necessário para assegurar um certo nível mínimo de subsistência na aposentadoria,
cabe ao Estado, via arrecadação de impostos indiretos, cobrir a diferença.
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Finalmente, examinemos a questão das aposentadorias por tempo de serviço. Antes de
mais nada, se, nos países do Primeiro Mundo, a regra é de aposentadoria por idade, não nos parece
que nós é que estamos certos. O aumento da expectativa de vida, em especial a de sobrevida dos
indivíduos que já alcançaram 18 anos de idade ou mais, pode levar ao fato de que pessoas que,
começando a trabalhar aos 18 anos e que se aposentem com 53 anos de idade, venham a ser
beneficiários por tempo mais longo que os de 35 anos de contribuição. Obviamente, isto é um
contra-senso: que é ainda mais provável no caso das aposentadorias ditas especiais.
Os argumentos aqui alinhavados, que não são exaustivos, indicam claramente a
necessidade de reformas profundas. Tal como está, mesmo com aperfeiçoamentos de gestão, o
sistema previdenciário será cada vez mais um sorvedouro de recursos públicos.
CLOVIS DE FARO, Folha de São Paulo, 11/03/95.
 Questão 92)
Em relação às idéias desenvolvidas no texto, julgue os itens abaixo.
1. O autor afirma que a Previdência Social é inviável, sem uma ampla reforma estrutural.
2. Os argumentos apresentados no texto esgotam o assunto tratado e apontam medidas a serem
tomadas por ocasião da reforma da Previdência.
3. Para o autor, o atual sistema previdenciário continuará gastando recursos em demasia, mesmo
se bem administrado.
4. É necessário transformar a previdência em uma repartição de captação de benefícios por meio
de constas individuais.
5. A economia informal é incentivada pela participação contributiva patronal.
 Questão 93)
No texto, o trecho “É óbvio que essas são medidas importantes e que devem ser
imediatamente implementadas”(ls. 09-10)
1. diz respeito à necessidade de uma reforma estrutural mais profunda.
2. refere-se à gestão do sistema atual e à manutenção do status quo.
3. refere-se à gestão dos gastos com a fiscalização da evasão de recursos e aos elevados custos da
administração.
4. defende a viabilidade e a eficiência do atual sistema de Previdência.
5. discute a reforma estrutural, que urge ser implementada.
TEXTO XXXIV
CONCURSO: MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL –
INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – INSS – PROCURADOR
AUTÁRQUICO
 Questão 94)
Vida de menino de rua é outra coisa. Seu espaço é a rua mesmo. Cheia de carros bonitos,
cujas marcas e anos de fabricação eles conhecem perfeitamente, rodando macios ou perigosamente
velozes. Cheias de vitrines cintilantes, com mercadorias que não querem nem podem comprar, mas
que são boas demais de ver. O roubo na rua também é mais fácil e mais rendoso. Suas vítimas são
indefesas e têm mais o que dar, como jóias bem pagas pelo receptador e dinheiro vivo.
DARCY RIBEIRO,Meninos de rua (último artigo).
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Quanto à coerência em relação às idéias contidas no fragmento acima, julgue os itens que
se seguem.
1. A vida de menino de rua tem a ver com liberdade e com certas facilidades encontradas fora de
casa.
2. Os meninos de rua estão sempre desejando comprar tudo e apreciando as belas e repletas
vitrines.
3. As vítimas de roubos têm pouco a contribuir para a defesa dos meninos de rua.
4. Carros bonitos e rápidos põem em risco a vida dos transeuntes.
5. Os meninos fazem das ruas seu habitat, onde eles têm menos dificuldades de obter dinheiro.
TEXTO XXXV
CONCURSO: MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL –
INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS – FISCAL DE CONTRIBUIÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
SONHO DE UMA NOITE DE ABRIL
Penumbra. Escritório. Homem, com as mãos na cabeça, fuma e pensa na vida. Alto-
falante:
 Já fez sua declaração de imposto de renda?
 Que renda? Que declaração? Recebi, gastei, estou sem nenhum.
 Faça sua declaração de imposto de renda!
Mas ...
 Até 30 de abril, improrrogavelmente!
Batem à porta. Homem vai abrir. Entra uma forma gorda, que 210 voltas, senta-se e
contempla o homem. Este:
 Quem és tu?
 Sou o Decreto nº 40.702, que aprova o regulamento do imposto de renda.
 E vais me explicar tudo?
 Tudinho. Sou simples e prático. Tenho só 210 artigos, em que consolidei toda a literatura
sobre o assunto.
 Literatura?
 Sim. Queres ver? (Bate palmas. Entram pela janela, como besouros, quinze formas
diferentes, umas compridas, outras curtinhas, esta pomposa, aquela pífia.) Vou apresentar ... Ladies
first. (Apontando) Lei número 154. Lei nº 2.354. Lei nº 2.862. Lei nº 2.973.
As leis cumprimentaram cerimoniosamente e tomaram assento no sofá-cama, com ares
majestáticos.
Homem: - Mas praquê tanta lei?
40.702: - Agora os senhores decretos-leis: 5.844, 6.071, 7.885, 9.330, 9.407, 9.781. Não
está faltando alguém?
Os decretos-leis, cheirando a Estado Novo, abanam o rabo negativamente, e ficam de pé,
ao fundo.
40.702: - Bem. Temos ainda os decretos. Aproximem-se. São o 3.079,o 36.597, o 36.773,
o 38.250. Ah, aquele gordão é o 24.239, com seu regulamento. Tudo isso eu condensei, numa
espécie de “seleções”. Mas se tiveres alguma dúvida (vejo que sim, por teu ar pacóvio), hás de
consultar alguns ou todos eles ...
Ruído. Os decretos-leis tentam barrar um senhor distinto, meio calvo, que introduziu o
nariz na sala.
40.702: - Quem é?
 É o Código Civil, dizendo que também quer entrar.
 Deixa. Tem um artigo que me interessa.
O Código entra, ressabiado.
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Homem (aterrorizado): - E agora, José?
40.702: - Bem. Agora é só leres com recolhimento, como a um texto metafísico, e encheres
este formulário-sanfona, que te dou de graça. Não vais me esconder nada, hem? Pagarás só quatro
vezes: o imposto cedular, o complementar, o adicional e o percentual de proteção à família. É
facílimo. Até 60 mil não pagas nada, por um lado; por outro, pagas 1, 2, 3, 5, ou 10%, conforme a
cédula. Tens direito a descontar 50 mil para custeio da tua esposa. Se ela gastar mais do que isso,
azar teu. Idem quanto a filhos. Pagas 50 mil do colégio, por ano, para cada um? O colégio sai de
graça, pois deduzes justamente essa importância; o resto da despesa fica por isso mesmo. Se
tiveres mais de 25 anos e não te casares, é espeto: 15%. Casa, e barateia. O complementar é de uma
clareza de água: de 61 a 90 mil, pagas 30 cruzeiros por conto; de 91 a 120, pagas 50; de 121 a 150,
morres em 80; de 151 a 200, em 110; de ...
 Tudo não é o mesmo dinheiro, ganho do mesmo modo?
 Não. À medida que ganhas mais, pagas mais. Salvo acima de três milhões, quando
passarás a pagar meio conto por conto, até o infinito. Quer dizer: Se fores pessoa jurídica, poderás
reavaliar o ativo, e não pagas nada. Mas sendo pessoa física, simplesmente ...
 Ordenado é renda?
 Por que não? Tudo é renda. Se não for renda para ti é para o Estado. Não tens o biquinho
no Instituto? Recebes e restituis; mas restituis a ti mesmo, porque o Estado é uma cooperativa de
cidadãos. Ou não é?
Homem tem uma vertigem. Leis, decretos-leis e decretos, armados de aparelhos de
microfilmagem (artigo 206, do 40.702), precipitam-se sobre ele, auscultam-no – está morto – e
dançam lentamente, em torno do cadáver, ao som de uma sanfona formulário, uma palavra de
Ravel, em adaptação de J. Coringa.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, A bolsa e a vida, Rio de Janeiro, Record, 1987, p. 54-56.
 Questão 95)
Com referência à tipologia textual, ao estilo e ao conteúdo do texto, julgue os itens
seguintes.
1. O texto caracteriza-se como uma crônica dramática, por estar embasada em uma situação real e
por ser essencialmente dialógica.
2. Grande parte do texto está escrita em discurso direto, ou seja, aquele que reproduz as falas dos
interlocutores.
3. A maioria dos personagens é produto do imaginário do autor, excetuando-se o protagonista,
uma pessoa do sexo masculino, que narra os acontecimentos.
4. As estruturas sintáticas das linhas 01 e 02 incluem elementos elípticos.
5. A circunstância temporal não é definida precisamente; no entanto, o texto localiza os fatos em
uma noite de abril de um ano qualquer.
 Questão 96)
Com referência ao vocabulário utilizado, julgue os itens a seguir.
1. O vocábulo “improrrogavelmente”(l. 07) reforça, de um modo impositivo, uma circunstância
temporal.
2. Em “uma forma gorda, que dá 210 voltas”(l. 08), encontra-se a referência a uma mulher
robusta, exuberante e agitada.
3. Na linha 17, os adjetivos “pomposa” e “pífia” significam, respectivamente, vultosa e vulgar.
4. A expressão “ar pacóvio”(l. 28) pode ser corretamente interpretada como aspecto de tolo.
5. O adjetivo “ressabiado”(l. 35) pode ser substituído por atemorizado, sem alteração de sentido.
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TEXTO XXXVI
CONCURSO: MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL –
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS – FISCAL DE
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
JOSÉ
E agora, José?
A festa acabou,
A luz apagou,
O povo sumiu,
A noite esfriou,
E agora, José?
E agora, você?
Você que é sem nome,
Que zomba dos outros,
Você que faz versos,
Que ama, protesta!?
E agora, José?
[ ... ]
Se você gritasse,
Se você gemesse,
Se você tocasse
A valsa vienense,
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse ...
Mas você não morre,
Você é duro, José!
[ ... ]
Sozinho no escuro
Qual bicho-do-mato,
Sem teogonia,
Sem parede dura
Para se encostar,
Sem cavalo preto
Que fuja a galope,
Você marcha, José!
José, para onde?
CARLOS DRUMMOND DE ANDDRADE, Prosa e
poesia completa, Rio de Janeiro, Aguilar, 1973, p. 130
 Questão 97)
Um aspecto genial da obra literária é a sua permanente atualidade; passam-se os anos, e ela
continua falando ao leitor, apresentando-lhe questionamentos e propondo respostas que ajudem nas
soluções dos seus problemas. No que diz respeito ao conteúdo do poema, julgue os itens a seguir.
1. O autor apresenta uma situação existencial limite, passível de acontecer com qualquer
indivíduo.
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2. O nome do interlocutor – José – surge como uma ironia frente à afirmação contida no oitavo
verso.
3. O poema tem um conteúdo trágico, à medida que José passa da situação aludida na primeira
estrofe, para a desdita do momento atual, destacada na última estrofe.
4. Na penúltima estrofe, a imortalidade, transgressão à característica humana da temporalidade, é
atribuída ao protagonista para lhe conferir caráter santificado.
5. A expressão temporal “E agora”(versos 1, 6, 7 e 12) e a circunstância condicional “Se você”
(versos 13 a 15 e 17 a 19) sugerem a aproximação do poema ao seguinte provérbio popular: o
que não tem remédio, remediado está.
 Questão 98)
Com referência às características do estilo do autor, apresentadas nos textos XXXV e
XXXVI, julgue os itens abaixo.
1. Ao contrário do acontece no texto XXXV, o autor utiliza no poema formas que transgridem a
língua padrão.
2. A passagem em inglês “ladies first”(texto XXXV, ls.17-18) assim como a referência à cidade
de Viena, na Áustria, (texto XXXVI, verso 16) sugerem que o autor é antinacionalista.
3. Ao contrário do que ocorre no texto XXXVI, no texto XXXV, predominam o humor e a
linguagem irônica.
4. Leis, decretos-leis e decretos, no texto XXXV, bem como o “cavalo preto”(texto XXXVI,
verso 27), são animados pelo autor, por meio da figura de linguagem chamada personificação.
5. O emprego de certos sinais de pontuação, nos dois textos, indica exteriorização de estados
psíquicos do falante, como por exemplo, de apelo.
TEXTO XXXVII
CONCURSO: MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL –
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS – FISCAL DE
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
APERTO NO CONTRIBUINTE
(Receita prevê que dez milhões de brasileiros vão declarar o IR este ano)
A Secretaria da Receita Federal quer conhecer melhor a população brasileira por
intermédio da declaração do Imposto de Renda de 1998. Para isso, reduziu os limites de isenção
para quem tem posses e bens sem rendimentos e para os que têm rendimentos isentos ou tributados
exclusivamente na fonte. Com isso, o número de declarantes deverá subir de 8,8 milhões no ano
passado para dez milhões em 1998. Um aumento de 14%. Parte pelo crescimento da população,
parte pelas reduções dos limites. Para quem vive do trabalho, as regras do ano passado foram
mantidas. Todos que tiveram rendimentos a partir de R$ 10.800,00 em 1997 (renda mensal de R$
900,00) estão obrigados a prestar contas ao fisco.
De uma maneira geral, as regras para o preenchimento do Imposto de Renda da Pessoa
Física estão mantidas, lembrou o supervisor nacional do programa,Luiz Carlos Rocha de Oliveira.
Os contribuintes poderão abater integralmente os gastos com previdência privada e com despesas
médicas, aí incluídos tratamentos dentários. Podem descontar ainda R$ 1.080,00 por dependente e
os gastos com instrução até R$ 1.700,00 por dependente e com eles mesmos.
A Receita quer entrar de cabeça na era eletrônica. Segundo o supervisor nacional do
Imposto de Renda 1998, estão no forno, sendo preparadas para vir ao mercado, duas grandes
novidades. A primeira delas é o Documento de Arrecadação da Receita Federal (DARF)
eletrônico. “Quem tiver imposto a pagar e for usuário de banco pela Internet poderá usar este
dispositivo”, explicou. “Sem sair de casa, poderá acertar suas contas com a Receita”. Outra
novidade vai ajudar muito os trabalhadores autônomos. “Estamos criando um novo programa em
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disquete para os autônomos que precisam prestar contas à Receita ao longo do ano por meio do
carnê-leão”. O contribuinte vai instalar o programa em seu computador e fará a contabilidade todos
os meses. No próximo ano, terá apenas que buscar a informação de quanto pagou com o carnê-leão
e jogar diretamente na declaração anual, explicou Oliveira.
Depois de passar o prazo para os contribuintes declararem a declaração do Imposto de
Renda deste ano, vai ser a vez dos isentos que têm CPF e conta bancária fazerem uma espécie de
recadastramento. É que a Receita Federal quer diminuir o número de CPFs existentes no país. “Há
muitos casos de pessoas que morreram e continuam cadastradas, muita duplicidade, números de
pessoas que não existem e outros de gente que foi embora do país.”, disse. Prazos e formulários
para essa iniciativa ainda estão sendo estudados. Mas Oliveira explicou que o trabalho deverá
começar em maio ou junho. “Quem não se manifestar, terá o número de seu CPF cancelado.
Estamos estudando, inclusive, um modo de as pessoas se apresentarem por telefone. Mas também
haverá opção de responderem pela Internet e pelos tradicionais formulários.”
LIANA VERDINI, Economia e Trabalho, Correio Braziliense, 14/02/98, p. 16, com adaptações
 Questão 99)
Confrontando o texto XXXVII, APERTO NO CONTRIBUINTE, com o texto XXXV,
SONHO DE UMA NOITE DE ABRIL, quanto às idéias apresentadas, ao estilo e à forma de
discussão do tema, julgue os itens seguintes.
1. Ambos os textos discutem o mesmo tema, mas por meio de tipologias diferentes: o texto
XXXV é narrativo e dialógico; o texto XXXVII é informativo/dissertativo e apresenta
citações.
2. São aspectos presentes nos dois textos: os descontos com instrução, com dependentes, com
previdência privada e com despesas médicas; a faixa de isenção; as modalidades de
recolhimento e o prazo para a entrega da declaração.
3. O texto de Drummond põe em questão a multiplicidade de instrumentos legais que normatizam
o tema, aspecto que é ignorado no texto XXXVII.
4. O texto XXXVII, diferentemente do texto XXXV, tem como foco a Secretaria da Receita
Federal e não considera os sentimentos do cidadão na hora do APERTO NO
CONTRIBUINTE.
5. Enquanto o texto XXXV é predominantemente conotativo, estruturado em linguagem figurada,
o texto XXXVII é essencialmente denotativo, primando pela objetividade das informações.
 Questão 100)
Os itens a seguir apresentam períodos do texto XXXVII, reestruturados. Tendo como
parâmetro o texto original, julgue-os quanto à manutenção do sentido na nova versão.
1. Linhas 17 e 18: Esse dispositivo poderá ser utilizado por quem tiver imposto a pagar e for
usuário de banco pela Internet.
2. Linhas 19 a 21: Um novo programa em disquete está por ser criado, ao longo do ano, para
os autônomos que precisem prestar contas à Receita, por meio do carnê-leão.
3. Linhas 22 e 23: Segundo Oliveira, o contribuinte terá apenas de buscar a informação de
quanto foi pago por meio do carnê-leão e jogar diretamente na declaração anual, no ano
seguite.
4. Linhas 26 a 28: Existem casos de muitas pessoas que faleceram e permanecem
cadastradas; muita duplicidade, números de cadastro de contribuintes inexistentes e
outros de pessoas que foram embora do país.
5. Linha 31: Estamos estudando um modo de cancelar o CPF das pessoas que não se
apresentarem por telefone.
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TEXTO XXXVIII
CONCURSO: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – TCU – ANALISTA DE
FINANÇAS E CONTROLE EXTERNO- ÁREA: CONTROLE EXTERNO
Em Os Sertões, Euclides da Cunha descreve com realismo “cinematográfico” e grandeza
trágica o momento em que dois países irreconciliáveis se encontram: o Brasil racional, urbano e
republicano do litoral, aspirante à modernidade, e o Brasil arcaico, agrário, ágrafo, místico e
profundo do sertão, saudoso da monarquia.
O escritor argentino Jorge Luis Borges considerava Os Sertões um dos grandes épicos da
literatura universal. Inspirado no livro de Euclides, o peruano Mario Vargas Lhosa recriou a
epopéia no romance A guerra do fim do mundo.
Para a literatura brasileira, a influência do livro é inestimável, tendo marcado não só os
estudos históricos e sociológicos, como a melhor ficção regionalista, de Graciliano Ramos a
Guimarães Rosa.
FOLHA DE SÃO PAULO, 23/06/96, p. 14, adaptado
 Questão 101)
Em relação às idéias do texto, julgue os itens que se seguem.
1. O texto informa que o livro Os Sertões serviu de inspiração para obras cinematográficas.
2. Na época da Guerra de Canudos, aspirava à modernidade a parte republicana do Brasil, ou
seja, as metrópoles situadas ao litoral.
3. O Brasil rural, analfabeto e místico do sertão tinha saudades da monarquia e se opunha à parte
republicana.
4. Graciliano Ramos e Guimarães Rosa influenciaram com sua marca regional o livro Os
Sertões, de Euclides da Cunha.
5. Na caracterização de Os Sertões, segundo Euclides da Cunha “realismo” está para “grandeza”,
assim como “cinematográfico” está para “trágica”.
TEXTO XXXIX
CONCURSO: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – TCU – ANALISTA DE
FINANÇAS E CONTROLE EXTERNO – ÁREA: CONTROLE EXTERNO
É comum e procedente o comentário de que a justiça e o povo estão separados por um
grande abismo, o que torna praticamente impossível ao cidadão leigo, mesmo aquele com grau de
instrução superior à média do País, compreender os assuntos inerentes ao Judiciário.
Uma das razões que contribuem para esse triste distanciamento – que se confunde com
seus próprios efeitos e, por isso, engendra um círculo vicioso – reside na falta de cultura jurídica
do povo brasileiro. Falta de cultura jurídica não no sentido de que as pessoas leigas não têm o
desejável tirocínio para entender os meandros, o tecnicismo e os termos próprios do Direito, o que
realmente não têm. Refiro-me ao fato de que o brasileiro não tem o costume de interessar-se por
assuntos relativos à função judiciária do Estado.
ROGÉRIO SCHIETTI MACHADO CRUZ, Direito e Justiça, Correio Braziliense, 23/06/96,
adaptado
 Questão 102)
Com relação às idéias do texto, julgue os itens abaixo.
1. Mesmo os cidadãos com formação específica em Direito têm dificuldade de compreender os
assuntos relativos ao judiciário.
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2. A falta de cultura jurídica do povo brasileiro é razão, e também efeito, do distanciamento entre
a justiça e o cidadão.
3. Os leigos não têm experiência prática suficiente para entender os procedimentos, o tecnicismo
e os termos próprios dos trâmites judiciários.
4. É lamentável que o brasileiro não desenvolva o costume de se interessar pelos assuntos
referentes à função judiciária do Estado.
5. O judiciário cria, voluntariamente, um círculo vicioso entre as pessoas leigas e os meandros do
tecnicismo.
 Questão 103)
Em relação ao emprego dos elementos do texto, julgue os itens a seguir.
1. “procedente”(l. 01) significafreqüente, antigo;
2. “leigo”(l. 02) significa alheio a um assunto, desconhecedor;
3. “inerentes”(l. 03) significa prioritários, especializados;
4. “engendra”(l. 05) significa gera, produz;
5. “tirocínio”(l. 07) significa vaticínio, tiromancia.
TEXTO XL
CONCURSO: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – TCU – ANALISTA DE
FINANÇAS E CONTROLE EXTERNO – ÁREA: CONTROLE EXTERNO
Desde 1985, a Argentina e o Brasil vêm-se esforçando muito para reduzir as rivalidades
nacionalistas e promover a convergência econômica, esforços esses que produziram um aumento
no comércio bilateral entre os dois países nos últimos cinco anos.
Entretanto, a região é considerada por muitos observadores estrangeiros como sendo ainda
economicamente atrasada, amarrada por políticas intervencionistas, pela hiperinflação, pela crise
de débito e pelo protecionismo. As reputações são notoriamente lentas para se adaptarem a novas
realidades. Gestos arrojados e inequívocos são as únicas formas certas de mudá-las.
KLAUS SCHWAB, Folha de São Paulo, 23/06/96, p. 2-2.
 Questão 104)
Em relação às idéias do texto, julgue os itens abaixo.
1. O comércio bilateral entre a Argentina e o Brasil já era muito intenso antes de 1985.
2. As rivalidades nacionalistas facilitaram as relações comerciais entre o Brasil e a Argentina.
3. Políticas de convergência caracterizavam, antes de 1985, as relações econômicas entre
Argentina e Brasil.
4. Para mudar a reputação junto aos observadores estrangeiros, os países que têm uma imagem
desfavorável precisam tomar atitudes ousadas, corajosas, objetivas e claras.
5. A crise de débito, a hiperinflação, o protecionismo e as políticas intervencionistas prejudicam a
imagem econômica da América do Sul no exterior.
TEXTO XLI
CONCURSO: BANCO CENTRAL DO BRASIL – DEPARTAMENTO DE
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS - PROCURADOR
FUSÕES E AQUISIÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO
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1 – Como o senhor vê a intensa movimentação no mercado financeiro internacional,
com as fusões entre grandes bancos se tornando cada vez mais comuns?
HM – As fusões entre grandes bancos e instituições financeiras são conseqüência natural
de uma nova realidade de mercado, que é a economia globalizada.
Com a informatização e a abertura acelerada do comércio mundial e a integração
dos mercados internacionais as empresas tiveram que abandonar seu modelo nacional de atuação e
constatou-se que as organizações, por maiores que fossem, ainda não estavam preparadas para
atuar em um mercado com estas dimensões. A concorrência também tornou-se duplamente árdua.
Além de enfrentar mais adversários, seus antigos adversários locais tornaram-se também
adversários globais. O jogo mudou e as regras também.
Os mercados locais de alguns países desenvolvidos, como os Estados Unidos, mostram-se
cada vez mais saturados, com crescimento lento. Com isso, ou se procura novos mercados, ou
tenta-se crescer dentro deste mercado da única forma possível: comprando um concorrente e
tentando, com isso, aumentar a sua participação. É isso que vem ocorrendo no mercado
internacional.
2 – E no Brasil?
HM – No Brasil, certamente o mercado não está saturado e ainda há muito espaço para
crescer. O que ocorre é que há um reflexo natural desta movimentação internacional, já que o país,
cada vez mais, integra-se ao mercado global. Mas há também uma situação especial resultante do
plano de estabilização econômica, que trouxe à tona alguns problemas de gestão em instituições
que não se prepararam para atuar e competir em tempos de inflação baixa e declinante. Não é uma
tendência geral do mercado, no entanto. Tratam-se de casos isolados e que o próprio mercado tem
sabido absorver muito bem.
Transcrição literal de parte da entrevista dada pelo Sr. Henrique Meirelles, Presidente do Banco
de Boston, à Revista Style & Money (ano 2), nº 4, março/abril de 1996, p. 4-5.
 Questão 105)
A língua portuguesa, assim como outras línguas naturais, oferece múltiplas possibilidades
combinatórias para os falantes. Por isso, a mesma informação pode ser comunicada de várias
maneiras diferentes, com variações na estrutura morfossintática. ,mantendo-se a significação
desejada. Tendo por base esse postulado e considerando o sentido da informação dada na primeira
resposta da entrevista, julgue os itens a seguir.
1. O parágrafo inicial da resposta contém a seguinte informação: Esta nova realidade do
mercado, a economia globalizada, ocasiona, naturalmente, a fusão dos grandes bancos
com outras instituições financeiras.
2. No segundo parágrafo, a primeira parte da resposta (ls. 05-07) registra: As empresas foram
forçadas a abandonar sua forma natural de atuação, devido a três razões, a abertura
acelerada do comércio internacional e a integralização dos mercados mundiais.
3. Ainda no segundo parágrafo, uma informação complementar (ls. 06-07) é a constatação,
conseqüente, de que até as grandes organizações não estavam capacitadas à atuação em
um mercado de tão grandes proporções.
4. Os períodos “A concorrência também tornou-se duplamente árdua. Além de enfrentar mais
adversários, seus antigos adversários locais tornaram-se também adversários globais.”(ls. 08-
10) informam que a concorrência ficou mais difícil à proporção que os adversários locais
tornaram-se, porque mais numerosos, adversários globais.
5. No terceiro parágrafo (ls. 11-15), analisando a saturação dos mercados locais, o entrevistado
prevê pelo menos duas alternativas para as empresas superarem o crescimento desacelerado: a
busca por outros mercados e a permanência no mercado, coligando-se a um concorrente, com
vistas à maior participação.
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QUESTÃO SEM BASE EM TEXTO
CONCURSO: BANCO CENTRAL DO BRASIL – DEPARTAMENTO DE
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS – PROCURADOR
 Questão 106)
A última pergunta feita ao Sr. Henrique Meirelles, durante a entrevista, foi: “Como ficam
os planos de investimento no Brasil?” A resposta dada contempla, com supressões, os seguintes
aspectos, aqui apresentados em tópicos.
I. Justamente por isso podemos dizer que o Brasil deve ser um dos maiores
beneficiários desta fusão, que vai trazer para cá toda a sua experiência e tecnologia
em pessoa física.
II. O interesse do Banco de Boston pelo país se justifica pelo grande crescimento que
tivemos nos últimos anos. É um mercado fundamental para a instituição.
III. Reforçaremos também nossa atuação na área de pessoas físicas, conforme
vínhamos fazendo. Nossos planos incluem a abertura de 15 novas agências no
Brasil em 1996 e mais 20 em 1997.
IV. Tanto o número de cartões de crédito administrados pelo banco quanto o número
de correntistas devem apresentar um crescimento substancial.
V. Podemos dizer que, hoje, detemos a mais avançada tecnologia do mundo no setor
bancário e esta tecnologia vai estar, em breve, à disposição de nossos cliente
brasileiros.
Aplicando os conhecimentos de tipologia textual à habilidade de compreensão detalhada
de uma resposta, em função da pergunta formulada, julgue os itens abaixo.
1. Na ordem apresentada, os tópicos formam um único parágrafo coerente.
2. O tópico II, pela sua estrutura interna, não pode ser colocado no início da resposta à pergunta
formulada.
3. Os tópicos III, IV e I estão inter-relacionados e, nesta seqüência, apresentam um
desenvolvimento coerente.
4. A seqüência do tópico IV antecedendo ao tópico II apresenta uma coesão interna capaz de dar
um tom conclusivo à resposta.
5. A organização interna do tópico V, com a circunstância temporal bem marcada pela presença
do advérbio “hoje”, faculta dupla leitura: tanto serviria à abertura quanto ao fechamento da
resposta.
TEXTO XLII
CONCURSO: MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL –
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS – PROCURADOR
Leia o textoseguinte para responder à questão seguinte.
Se parece mítica a imagem do homem cordial brasileiro como componente intrínseco de
sua “natureza”, há nela, entretanto, um forte condimento de plausibilidade.
Um exemplo tem sido lembrado como algo espantoso: o hedonismo, quando não, o
suntuarismo nosso, mesmo quando já institucionalizado pelo circuito comercial e propagandístico:
toda uma população se empenha durante um ano para o brilho do seu carnaval; toda uma
população vibra de emoção com o futebol, em turnos anualmente multiplicados, regional e
nacionalmente; toda uma população participa, quando não na fé, na esperança e na prática da
religião, não fugindo em grande parte a dizer-se pertencer a duas, três (as estatísticas particulares
das múltiplas crenças em curso entre nós, se somadas, dariam ao Brasil uma população muito
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maior que a real); o calendário festival folclórico e popular brasileiro é de riqueza estonteante;
música e dança, locais, regionais, nacionais se multiplicam. A permissividade sexual sobretudo
juvenil, com visos hedonísticos e competitivos, incrementada pelo consumismo na cadência
mesma da propaganda venal, vendável, se é ainda confinada etariamente, confina-se a uma faixa
etária que talvez seja a maior da demografia brasileiro, tendendo, assim, em breve, a ser também
das faixas mais velhas, por seu próprio envelhecimento.
Nos valores ambíguos dessas manifestações, há um permanente: a marca da extrema
sociabilidade brasileira, que reaviva e retempera as inclinações populares nacionais, apontando
sempre na direção da democracia social e da democracia racial.
ANTÔNIO HOUAISS, A crise da nossa língua de cultura, p. 47.
 Questão 107)
Julgue os itens a seguir.
1. A palavra “plausibilidade”(l. 02) significa, no texto, qualidade do que é aceitável, razoável,
possível, admissível.
2. A palavra “hedonismo”(l. 03) significa forma de pensamento que considera o prazer
individual e imediato como o único bem possível, princípio e fim da vida moral.
3. Na palavra “suntuarismo”(l. 04), tem-se uma forma derivada da mesma raiz de suntuoso,
suntuosidade.
4. A palavra “visos”(l. 12) significa, no texto, aspectos.
5. “propagandístico”(l. 04), “calendário”(l. 10), “vendável”(l. 13), “etária”(l. 14) e “próprio”(l.
15) acentuam-se com base na mesma regra gramatical.
XXLIII
CONCURSO: MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO – MPU – NÍVEL TÉCNICO –
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ADMINISTRATIVA
A epidemia de dengue no Rio de Janeiro trouxe à tona o Brasil medieval, contraponto do
país moderno que queria delinear-se no horizonte com a industrialização. Enquanto avançava no
campo da tecnologia, o país regredia no terreno social, notadamente na área da saúde pública.
O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, foi o mesmo que no início do século
aterrorizara o Rio com a febre amarela, erradicada por Oswaldo Cruz. Voltou à carga em 1986, ano
em que a febre purpúrica atingia o interior do Estado de São Paulo, um surto de poliomielite
atacava no Nordeste e uma epidemia de difteria se espalhava pelos bairros pobres de Florianópolis
– isso sem falar na presença endêmica da malária na região Norte.
Para completar o quadro, só faltou a cólera, que viria depois, nos anos 90. O Brasil
africano estava mais vivo do que nunca e era terreno fértil para a propagação de doenças já
extintas.
VEJA, 25 anos.
 Questão 108)
Assinale a opção incorreta.
a) O texto apresenta um panorama geral do Brasil nos anos 80, quanto ao contraste entre a
realidade desenvolvimentista e a ocorrência de surtos epidêmicos.
b) O autor, no primeiro parágrafo, utiliza como recurso estilístico uma antítese.
c) A apresentação das diversas endemias mostra que elas ocorrem na maioria das regiões do
Brasil.
d) O autor pretendeu mostrar no texto que a idéia de desenvolvimento e de industrialização era
utópica.
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e) O autor compara o Brasil com a África pela semelhança entre ambos quanto à existência de
endemias.
 Questão 109)
Assinale a opção correta.
a) São endemias citadas no texto: a dengue, a febre amarela, a febre purpúrica, o surto, a difteria
e a malária.
b) A expressão “Aedes aegypti”(l. 04) está grafada em itálico para destacá-la das demais, por
tratar-se de expressão estrangeira.
c) As palavras “quadro” e “terreno”(ls. 09-10) estão usadas em sentido denotativo.
d) O texto mostra que o Brasil tem progredido muito na área social.
e) De acordo com a norma culta, o pronome “se”(l. 02) está colocado no único ponto da locução
verbal em que é possível.
TEXTO XLIV
CONCURSO: MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA DA PREVIDÊNCIA E
ASSISTÊNCIA SOCIAL – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS –
PROCURADOR
Leia o texto abaixo para responder às questões de 110 e 111.
DÉFICIT PÚBLICO VERSUS DÍVIDA SOCIAL
A revista Veja, em edição recente, fazendo sintético balanço do processo de enxugamento
posto em prática pelo governo, afirma haverem sido extintos, em menos de dez anos, cerca de
seiscentos mil postos de trabalho. No Banco do Brasil foram dispensados cinqüenta mil
funcionários; a Rede Ferroviária Federal teria posto para fora quarenta mil; a Petrobrás e a
Companhia Siderúrgica Nacional, 27 mil e 11.700, respectivamente. No setor privado a onda de
demissões é assustadora. Dados do IBGE informam que o mercado formal, em queda livre,
reduziu-se a 19,6 milhões, havendo 4,2 milhões de desempregados.
Embora louve o empenho da administração pública na erradicação de empregos
desnecessários, não posso deixar de advertir que à prerrogativa de demitir se segue a
responsabilidade ética de assegurar condições de recolocação, com salários compatíveis àqueles
ganhos anteriormente pelo trabalhador afastado. Não compreendo como servidores públicos,
empregados de estatais, sociedades de economia mista ou empresas particulares, desligados em
nome de busca de equilíbrio nas contas do governo, ou a outro pretexto qualquer, passem a
engrossar o déficit social e ali permaneçam abandonados à própria sorte. Milhões de pessoas,
atingidas pela globalização, modernização tecnológica ou medidas de economia, não tendo antes a
chance de passar a desempenhar outra atividade ou aprender profissão diferente daquela que
exerciam, estão à procura de vagas inexistentes e, se encontradas, disputadas com enormes
dificuldades. Pela imprensa ficamos conhecendo relatos daqueles que se estabeleceram com o
dinheiro da indenização ou do Fundo de Garantia e malograram, por falta de experiência ou porque
o mercado atravessa longo período de crise.
Durante o regime militar a oposição cunhou a expressão dívida social, em contraponto à
publicidade do milagre econômico, causador de inúmeras vítimas. Aludia a desempregados,
migrantes, favelados, idosos desamparados, menores carentes e abandonados. Esse débito não foi
resgatado em doze anos de vida democrática, sendo ampliado com o adensamento populacional e
corrigido pela reestruturação do mercado.
Congratulo-me com os responsáveis pela estabilização da moeda e pelo infatigável
combate à inflação. Não consigo, porém, como cidadão ligado a questões de trabalho, permanecer
neutro frente ao desemprego. O corte fundo de seiscentas mil pessoas, classificadas vagamente
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como servidores públicos, funcionários de bancos ou empregados de estatais, fazendo com que
aceitem PDV ou plano de expulsão equivalente, deve doer na consciência de quem o decreta, a
menos que se trate de administrador duro e frio. Bem mais dramático seria se encarasse cada
desempregado, identificando-o pelo nome, tomando ciência da situação familiar, constatando que
tirou filhos da escola de melhor qualidade, perdeu o plano médico, vendeucarro e telefone e não
encontra soluções para elementares necessidades.
Como assinala apropriadamente o Banco Mundial no relatório de 1996 denominado Do
Plano ao Mercado: “Em última análise, o que importa são as pessoas. No final, o processo de
transição de um país será julgado pela resposta a uma pergunta: a população está vivendo melhor
do que antes?” O governo brasileiro, com a autoridade de quem pôs em ação o Plano Real, sustenta
que sim; deve ser complicado gerar tanta convicção entre milhões que perderam emprego ou
fecharam a empresa e estão, há meses, não sabendo o que fazer, a quem apelar, desocupados, sem
rendimentos e salários.
ALMIR PAZZIANOTTO PINTO (Ministro do TST), Opinião, In Correio Braziliense, 13-02-98, p.
17, com adaptações.
 Questão 110)
A leitura compreensiva de textos é muito importante em qualquer atividade comunicativa.
Interpretar, pelas palavras e suas combinações, as intenções do falante é rotina nas lides de
consultoria e assessoramento jurídico. Julgue os itens que se seguem, referentes às idéias expressas
no texto.
1. O primeiro parágrafo informa o leitor acerca das vantagens econômicas decorrentes do
processo de enxugamento da máquina administrativa, praticado pelo governo e pelas empresas
privadas.
2. O autor exalta o esforço despendido na direção de extinguir os cargos dispensáveis, existentes
na administração pública, não sem apontar para os prejuízos decorrentes das medidas de
economia, no plano social.
3. Apresentando farta exemplificação das repercussões deploráveis no nível de vida do
trabalhador, advindas dos estímulos governamentais para a redução dos gastos, o autor vê
como causa imediata do déficit público a dívida social.
4. O milagre econômico, causador de muitos prejuízos, segundo o autor, é origem remota do
déficit social, cujo débito ainda não foi resgatado, mesmo após o cessamento do regime
militar.
5. No último parágrafo, há uma crítica desfavorável à atuação governamental, no sentido de que o
discurso político não consegue convencer os cidadãos que sofrem as conseqüências da
recessão econômica e das medidas tomadas com vistas ao enxugamento da máquina
administrativa.
 Questão 111)
Com referência ao valor semântico das palavras utilizadas no texto e à relação significativa
que apresentam contextualmente, julgue os seguintes itens.
1. As expressões “posto para fora”(l. 04), “onda de demissões”(ls. 05-06) e “queda livre”(l. 06)
estão empregadas em sentido conotativo, significando, respectivamente, expulso, vagas de
exonerações e decadência espontânea.
2. As combinações “servidores públicos”(l. 11) e “empregados de estatais”(l. 12) estão dispostas
como sinônimas, ao passo que “sociedades de economia mista”(l. 12) e “empresas
particulares”(l. 12) se opõem, motivo por que são consideradas antônimas.
3. A palavra “malograram”(l. 19) pode ser substituída por fracassaram, sem alteração de
sentido.
4. Contextualmente, verifica-se que o “PDV”(l. 30) é condenado pelo autor, por ser uma forma
de exclusão voluntária do servidor do sistema produtivo, estimulada pela administração.
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5. A palavra “dramático”(l. 31) não está utilizada no sentido de trágico, mas, sim, significando
irônico.
TEXTO XLV
CONCURSO: BANCO DO BRASIL S.A. – CARREIRA ADMINISTRATIVA –
ESCRITURÁRIO
Ah, que pena que acabou ... Foram quatro anos sem o revólver da remarcação de preços
atirando etiqueta sobre etiqueta nos produtos do supermercado. Sem, também, o bombardeamento
do salário, que mês a mês valia menos. O real tinha o valor do dólar. Dava até para comer
macarrão importado e planejar viagem ao exterior. De repente, em janeiro deste ano, veio o susto.
Os noticiários gritaram: a inflação vem aí.
O que deu errado? Nem os economistas têm uma opinião unânime a respeito.
Superinteressante, 3/99, p. 47 (com adaptações).
 Questão 112)
De acordo com as idéias do texto, a exclamação inicial refere-se ao fim
a) da inflação.
b) da remarcação de preços.
c) do bombardeamento dos salários.
d) do período de estabilização do real.
e) dos sustos causados pelos noticiários.
 Questão 113)
Assinale a opção que não dá continuidade coerente ao texto.
a) Mas, ao menos, um consenso existe: não há apenas uma forma de se pôr fim a essa crise.
b) Uns acusam o déficit público; outros, a rolagem das dívidas dos estados, outros culpam a
globalização da economia.
c) As posições, em geral, dividem-se entre atribuir à crise mundial a responsabilidade pelo
quadro atual ou buscar as causas para a crise nas relações econômicas internas.
d) Cada um deles tem uma receita infalível para solucionar o problema.
e) Por isso, convergem todas as opiniões para o fim dos privilégios, o equilíbrio do déficit
público e a diminuição dos gastos do governo.
TEXTO XLVI
CONCURSO: BANCO DO BRASIL S.A. – CARREIRA ADMINISTRATIVA –
ESCRITURÁRIO
A macroeconomia preocupa-se com o funcionamento global da economia, buscando
identificar os fatores que determinam os níveis nacionais de renda, produção e despesas, emprego e
preços, além do balanço de pagamentos.
A premissa da macroeconomia – e a lógica para os governos administrarem a economia – é
que existem certas forças que transcendem mercados individuais. O nível de despesas de uma
economia afeta todos os mercados em maior ou menor grau. Assim, se as despesas totais forem
muito baixas em relação à produção potencial da economia, o resultado provável será um crescente
desemprego. Se forem muito altas, causando um superaquecimento da economia, o resultado
poderá ser inflação e/ou crescentes importações, levando a problemas no balanço de pagamentos.
ISTOÉ, Enciclopédia compacta de conhecimentos gerais, p. 252 (com adaptações).
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 Questão 114)
Com base nas idéias do texto XLVI, julgue os seguintes itens.
I. A macroeconomia considera que existem “forças” que transcendem mercados
individuais.
II. Níveis nacionais de renda, produção e emprego; despesas; preços e balanço de
pagamentos são conseqüências da macroeconomia.
III. Quanto maior for o nível de despesas de uma economia, maiores serão os níveis
globais de emprego e preços.
IV. A conseqüência provável de despesas totais muito baixas em relação à produção
potencial da economia é um desemprego crescente.
Estão certos apenas os itens
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
 Questão 115)
Não serão respeitadas as idéias do texto XLVI caso se substitua
a) “buscando identificar os” (ls. 01-02) pormediante a procura da identificação dos.
b) “que determinam os níveis” (l. 02) por determinantes dos níveis.
c) “o resultado provável será” (l. 07) por resultando provavelmente.
d) “causando” (l. 08) por de modo que causem.
e) “levando a” (l. 09) por o que leva a.
TEXTO XLVII
CONCURSO: BANCO DO BRASIL S.A. – CARREIRA ADMINISTRATIVA –
ESCRITURÁRIO
Em 1999, o governo prevê crescimento do PIB de 1%. Em 1998, houve recuo de 0,12%.
Em 1997, quando se contava com um crescimento de 4,5%, a taxa ficou em 3,7%. Em 1996, o
aumento previsto do PIB era de 4%, mas não passou de 2,8%. Muita coisa vai depender da
conjuntura mundial.
Quanto ao emprego, a promessa é criar 8,5 milhões de novos postos em quatro anos,
tirando 1 milhão de pessoas do desemprego, com investimentos de R$ 1,1 trilhão em obras e
programas sociais. Entretanto, o governo não tem todo esse dinheiro e, além disso, para estimular a
produção e gerar empregos, tem de baixar os juros para 13,4%.
ÉPOCA, 06/09/99, p. 100 (com adaptações).
 Questão 116)
Com base nas idéias do texto acima, assinale a opção incorreta.
a) O governo estima que, neste ano, o PIB cresça 1%, contrariando a tendência de 1998, que
diminuiu 0,12%.
b) O crescimento do PIB em 1996 e em 1997 ficou abaixo das expectativas.
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c) Os juros atualmente praticados são superiores a 13,4%.
d) Mediante o investimento de mais de um trilhão de reais em obras e programas sociais,
promete-se criar, no período de quatro anos, 8,5 milhões de novos postos de trabalho.
e) Como o governo não tem todo o dinheiro necessário para propiciar emprego a 1 milhão de
pessoas, a solução será baixar os juros para obtê-lo.
TEXTO XLVIII
CONCURSO: BANCO DO BRASIL S.A. – CARREIRA ADMINISTRATIVA –
ESCRITURÁRIO
Vivemos uma época crucial e plena de incertezas com relação ao presente e ao futuro, o
que nos deixa perplexos! A palavra krisis, que originariamente significava decisão, hoje significa
indecisão.
As sociedades apresentam desequilíbrios de toda ordem, que ameaçam a estabilidade de
suas estruturas básicas tradicionais, assim como as possibilidades futuras de um desenvolvimento
autônomo.
Em todas as sociedades ocidentais – centrais e periféricas –, estão presentes problemas
como inflação, recessão, queda de poder aquisitivo da classe trabalhadora, desemprego, escassez
de energia, desassistência na saúde, falta de política ambiental, marginalização, estagnação do
desenvolvimento tecnológico e paralisação do desenvolvimento político, democrático e
participativo. Há uma crise também na maneira de perceber as coisas e na visão de mundo.
Esta situação crucial atinge milhões de seres humanos e gera novas relações sociais,
econômicas e políticas que mudam o curso da História, por vias inesperadas.
N. de P. PIRES, A luta pela democracia, in: Humanidades, nº 13, p. 52 (com adaptações).
 Questão 117)
Com base nas idéias do texto XLVIII, julgue os itens a seguir.
I. A palavras “krisis” teve sua significação alterada ao longo do tempo.
II. Possibilidades futuras de um desenvolvimento autônomo também ameaçam a estabilidade
das sociedades.
III. O curso da História altera-se quando surgem novas relações sociais, econômicas e
políticas.
IV. A estagnação do desenvolvimento tecnológico gera a paralisação do desenvolvimento
político.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item III está certo.
b) Apenas o item IV está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens I e III estão certos.
e) Apenas os itens II e IV estão certos.
 Questão 118)
Assinale a opção incorreta com relação às idéias apresentadas no texto XLVIII.
a) Viver uma época crucial e plena de incertezas com relação ao presente e ao futuro causa
perplexidade.
b) Desequilíbrios de toda ordem que as sociedades apresentam ameaçam a estabilidade de suas
estruturas básicas tradicionais.
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c) Problemas como inflação e recessão estão presentes em todas as sociedades centrais ou
periféricas, ou mesmo ocidentais.
d) Também na maneira de perceber as coisas e na visão de mundo existe uma crise.
e) Novas relações sociais, econômicas e políticas são geradas pela situação crucial que atinge
milhões de seres humanos.
 Questão 119)
Os textos XLVI e XLVIII apresentam em comum
a) o funcionamento das sociedades.
b) a inevitabilidade da crise econômica.
c) os condicionantes históricos e culturais da visão de mundo.
d) a preocupação em identificar os principais fatores econômicos.
e) o alto desenvolvimento econômico e tecnológico do mundo ocidental.
TEXTO XLIX
CONCURSO: BANCO DO BRASIL S.A. – CARREIRA ADMINISTRATIVA –
ESCRITURÁRIO
Calcula-se que 1,5 milhão de pessoas preencham ficha para disputar uma das 9.000 vagas
que o Banco do Brasil está oferecendo. Pelos números que envolve, o concurso é um fenômeno
que supera até o alistamento militar, que mobiliza 1,3 milhão de jovens por ano. Só perde para as
eleições.
Os estudiosos do mercado vêem neste concurso, algo mais significativo do que essa
fantástica mobilização. Eles estão de olho em um fenômeno já verificado em outras áreas do
mercado e que, acreditam, vai repetir-se em proporção gigantesca na prova. Apesar de o edital
exigir ensino médio dos candidatos, o departamento de recursos humanos do banco acredita que
chegue a 60% o total de vagas preenchidas com pessoas de nível universitário ou até mesmo com
pós-graduação. São profissionais com diploma de faculdade, de mestrado ou de doutorado, que
falam mais de um idioma.
Há várias explicações para isso. A mais imediata e evidente é o desemprego.
Independentemente da crise conjuntural brasileira, há profissões que a tecnologia eliminou. O corte
atingiu com mais força os bons postos do mercado de trabalho e, em alguns setores, fez aumentar
as funções de nível médio. Muita gente com qualificação adequada aos anos 80 acabou ficando
fora do mercado e decidiu buscar espaço nas funções de ensino médio. Outra explicação para a
invasão das vagas de ensino médio é que a educação está melhorando no Brasil. As vagas não
mudaram de padrão, porém os candidatos melhoraram muito. No Brasil, o fenômeno começa a se
tornar visível agora e dá a todos uma grande lição. A educação formal não é mais suficiente para
garantir o futuro de ninguém.
VEJA, 11/8/99, p.40-2 (com adaptações).
 Questão 120)
Com base no texto XLIX, julgue os itens abaixo.
I. Mantêm-se as idéias do texto substituindo-se o trecho “Pelos números que
envolve, o concurso é um fenômeno” (l. 02) por Pelos números que envolvem o
concurso, ele é um fenômeno.
II. A expressão “algo mais significativo” (l. 05) associa-se à possibilidade de
preenchimento de um expressivo percentual de vagas com candidatos de
escolaridade superior à exigida.
III. Mantêm-se as idéias do texto substituindo-se o trecho “Eles estão de olho em um
fenômeno já verificado em outras áreas do mercado e que, acreditam, vai repetir-
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se” (ls. 06-07) por Eles estão de olho em um fenômeno já verificado em outras
áreas do mercado. Tal fenômeno, acreditam, vai se repetir.
IV. A substituição do trecho “grande lição. A educação formal” (l. 20) por grande
lição: a educação formal mantém as mesmas relações de idéias.
A quantidade de itens certos é igual a
a) 0.
b) 1.
c) 2.
d) 3.
e) 4.
 Questão 121)
A respeito das idéias do texto XLIX, assinale a opção incorreta.
a) A expressão “Só perde para as eleições” (ls. 03-04) refere-se ao concurso do Banco do Brasil.
b) A palavra “isso” (l. 12) refere-se ao fato de o “edital exigir ensino médio dos candidatos” (ls.
07-08).
c) No trecho “A mais imediata e evidente é o desemprego” (l. 12) está implícita a palavra
explicação.
d) De acordo com o contexto, a ação invasiva referida no trecho “invasão das vagas de ensino
médio” (l. 17) é sofrida pelas “vagas” e praticada por candidatos com formação excedente à
requerida.
e) Mantêm-se as mesmas relações de idéias do texto com o deslocamento da palavra “agora” (l.
19) para imediatamente após a palavra “começa” (l. 18).
 Questão 122)
No texto XLIX, as “várias explicações” (l. 12) para o “fenômeno” (l. 06) não incluem
a) Necessidade de qualificação.
b) melhora do nível dos candidatos.
c) corte de bons postos no mercado de trabalho.
d) eliminação de algumas profissões pela tecnologia.
e) desemprego.
 Questão 123)
Com referência à organização das idéias nos textos XLVIII e XLIX, julgue os itens a
seguir.
I. O texto XLVIII faz, nos dois primeiros parágrafos, um histórico da situação
apresentada no terceiro parágrafo; o quarto parágrafo representa a solução para
essa situação.
II. No texto XLIX, o primeiro parágrafo expõe um fato; o segundo analisa um
fenômeno associado a esse fato; e o terceiro justifica o fenômeno destacado.
III. O texto XLIX exemplifica as “novas relações” citadas no último parágrafo do
texto XLVIII.
IV. A idéia conclusiva do texto XLIX é a idéia central do texto XLVIII.
A quantidade de itens certos é igual a
a) 0.
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b) 1.
c) 2.
d) 3.
e)4.
TEXTO L
CONCURSO: MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL –
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS – PROCURADOR
AUTÁRQUICO
Leia o texto para abaixo para responder à questão 124.
A fraude é um assunto muito sério, mas eu acho que ela tem maiores possibilidades de
ocorrer em um clima onde enganos são tratados com muita severidade. Eu não sei quantos
problemas começaram efetivamente com a tentativa de encobrir um engano honesto; mas,
seguramente, quando as conseqüências de cometer um erro são quase tão severas quanto as de uma
fraude, e quando a maquinaria usada para investigar erros acaba sendo parecida com aquela usada
para tratar de suspeitas de fraude, mais pessoas vão considerar a possibilidade do uso da fraude
para evitar o estigma de haver errado.
O que é necessário é a descriminalização do erro. A ciência freqüentemente avança com a
força de teorias que depois se revelam incorretas. Uma hipótese errada pode produzir muitos
experimentos excelentes. (Colombo, afinal de contas, agindo com uma falsa hipótese, foi ao
encontro de um novo mundo).
Eu não creio que a descriminalização do erro leve a mais erros. Erros ocorrem porque seres
humanos são falíveis. Tudo de que se precisa é o reconhecimento de enganos são caminhos para o
crescimento, especialmente quando alguém descobre seus erros e aprende com eles.
G. A. Petsko. A descriminalização do erro. Ciência e Cultura, vol. 41, nº 11, p. 1.044 (com adaptações).
Questão 124)
De acordo com as relações de causa e conseqüência abordadas no texto I, julgue os itens
abaixo.
 Enganos tratados com muita severidade aumentam as possibilidades de fraude.
 Tentativas de encobrir um engano honesto podem causar fraudes.
 Quando a investigação de erros se assemelha àquela adotada nas suspeitas de fraudes, torna-se
maior a possibilidade de fraude.
 Sempre que as teorias são incorretas, a ciência avança no caminho do erro.
 Aprender com o reconhecimento dos próprios erros leva a crescimento pessoal.
TEXTO LI
CONCURSO: MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL –
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS – PROCURADOR
AUTÁRQUICO
Leia o texto abaixo para responder à questão 125.
Em direito penal, desde o Iluminismo, o que não está expressamente proibido, em
princípio, é permitido. Nenhuma lei no nosso país proíbe as penas substitutivas nos crimes
hediondos. Logo, não resta a menor dúvida de que em tese, conforme a pena aplicada e desde que
o crime não seja violento, cabe a substituição da pena de prisão por penas restritivas de direitos nos
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citados delitos, tal como é o caso, por exemplo, do delito de tráfico de drogas, falsificação de
alimentos, tentativa de falsificação de remédios etc.
Dizer, no entanto, que, pela pena aplicada (concreta), haja a possibilidade de substituição
da prisão não significa que o juiz deva concedê-la em todos os casos: além do requisito objetivo da
pena (que não pode ser superior a quatro anos), urge o exame criterioso dos demais requisitos
legais subjetivos – circunstâncias judiciais favoráveis e, em princípio, não se tratar de reincidente
em crime doloso.
O que nos parece flagrantemente desarrazoada é a recusa peremptória e arbitrária de
verificação do cabimento ou não da pena substitutiva nos crimes mencionados, com a simples
alusão à gravidade do delito em abstrato.
L. F. Gomes. Crimes hediondos e penas substitutivas. In: Direito Justiça. Correio Braziliense, 4/10/99
(com adaptações).
Questão 125)
Considerando que dois temas diferentes podem apresentar idéias e posições
argumentativas semelhantes, julgue os seguintes itens, que pressupõem a leitura comparativa dos
textos L e LI.
 Os dois textos têm em comum a atribuição do erro à falibilidade da lei.
 No texto L, a idéia de subjetividade está associada a “engano” (l. 03) e “estigma” (l. 07); no
texto LI, tal idéia está associada a “circunstâncias” (l. 10) e “crime doloso” (l. 11).
 A idéia de “penas substitutivas” (texto LI) seria a solução para a idéia de “descriminalização
do erro” (texto L).
 A idéia que encerra o texto L – descobrir os próprios erros e aprender com eles – representa a
idéia original do Iluminismo, mencionada no texto II.
 A estrutura textual dos dois textos é semelhante:
• primeiro parágrafo: histórico do assunto principal do texto;
• segundo parágrafo: enumeração dos argumentos que sustentam a tese do texto;
• terceiro parágrafo: ilustração desses argumentos.
TEXTO LII
CONCURSO: GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS – TRIBUNAL DE CONTAS
DO ESTADO DE GOIÁS – AUDITOR
Se há um crédito que aumentou com a inflação é o da conversa fiada. Foi com o dom de
complicar o cotidiano e disfarçar a realidade que a inflação produziu, em uma década e meia de
sobressaltos econômicos, um país que tem dificuldades para resolver seus problemas por não saber
mais reconhecê-los. Quando a crise começou, ainda no ocaso do regime militar, no fim dos anos
70, o Brasil estava ingressando sem saber em um processo de transformação profunda que mudaria
a cara de sua economia, da indústria, das cidades, da população. Esse era um processo positivo.
Mas, interceptado pela crise de superfície, que na época ainda se apresentava como o problema da
dívida externa, começou a emitir sinais vistos como negativos.
O Brasil não deixou de se industrializar por causa da crise. Pode ter deixado de crescer.
Mas não deixou de mudar. Até nas estatísticas sobre condições de vida há melhoras escondidas sob
o colapso dos investimentos e dos serviços públicos. O fato é que mudança e crise se
embaralharam. Uma contaminou a outra. Os sinais se confundiram. Os diagnósticos falharam, e os
remédios pioraram a doença. E a doença é essa mistura de inflação aguda e crônica em que
deságua o descompasso entre as exigências crescentes de um país modernizado e a capacidade
instalada no governo – e fora dele, no setor privado, pois o governo não errou sozinho, apenas
errou mais. Todos os governos dessa longa crise empilharam prioridades, como se tivessem a
possibilidade de saciar todas as demandas ao mesmo tempo. São círculos viciosos em série. A
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ânsia de dar respostas múltiplas a demandas que eles nem sequer entendiam direito aumentou o
déficit que a dívida pública financia espalhando indexadores pela sociedade inteira. Mais inflação.
SÉRGIO ABRANCHES, Homo Indexadus, Veja, 25 anos. Reflexões para o futuro (com adaptações).
Questão 126)
As frases ou expressões de um texto remetem também a certas idéias pressupostas, não
explícitas, que compõem o sentido subjacente, profundo ou implícito do texto. A elas se chega
pelas relações lógicas que se depreendem na leitura. Desse modo, da leitura do texto I depreende-
se o pressuposto de que
a) muita coisa aumentou com a inflação.
b) o Brasil erraria menos se errasse sozinho.
c) a causa da crise inflacionária está no regime militar.
d) a industrialização é um processo decorrente da crise.
e) houve momentos em que se confundiram crise e dívida externa.
TEXTO LIII
CONCURSO: GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS – TRIBUNAL DE CONTAS
DE GOIÁS – AUDITOR
O dragão da inflação foi abatido ...
Era uma vez, em um tempo não muito distante, um dragão feio e assustador. Ele passeava
solto pelo Brasil, espalhando miséria. Era o dragão da inflação. Criado nos porões do governo
gastador, era bem alimentado e não parava de crescer. Um dos seus truques mais perversos era
parecer um bichinho de estimação, inofensivo e familiar. Engraçado é que pouca gente enxergava a
maldade da fera. Aos poucos, porém, o Brasil foi-se incomodando com aquelas garras afiadas, os
dentes cortantes e o insuportável fogo das narinas que queimava dinheiro. O dragão arrancava
dinheiro de quem já tinha tão pouco e entregava

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