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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS FSC 326 – LABORATÓRIO DE FÍSICA III TURMA 12 RELATÓRIO SOBRE LINHAS DE CAMPO (EXPERIMENTO 02) Docente: Rafael Maroneze Universitário: Sérgio Petry de Paula Santa Maria, 28 de MARÇO de 2017. INTRODUÇÃO O relatório aborda a demonstração prática da representação das linhas de campo. Verificam-se as diferentes configurações das linhas de campo elétrico entre corpos carregados eletricamente. A demonstração do fenômeno é estabelecida a partir da geração de tensão fornecida pelo gerador de Van de Graff que é fornecida a eletrodos condutores com diferentes formas geométricas. Um recipiente de vidro contendo certa quantidade de óleo dielétrico com farinha adicionada à superfície é submetido a um campo elétrico que permite a visualização das linhas de campo. As variações da intensidade do campo são observadas conforme as diferentes combinações entre os componentes condutores geometricamente distintos. Observa- se o fenômeno da condução elétrica, dos componentes adicionados ao recipiente devido ao alinhamento dos grãos com o campo elétrico. EXPOSIÇÃO TEÓRICA Lei de Coulomb O inglês Joseph Priestley, em 1766, realizou experimentos com esferas metálicas eletrizadas e observou que sua superfície não fica carregada e não há atuação de forças elétricas sobre corpos no interior dessas esferas. Com isso, por analogia com a lei da força gravitacional de Newton, Priestley concluiu que a força elétrica deve variar com o inverso da distância entre os corpos. Charles Augustin Coulomb, em 1785, tendo como auxílio a balança de torção, determinou que a intensidade da força elétrica entre duas cargas puntiformes é diretamente proporcional ao produto das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas. Considerando que uma carga pontual q1 está a uma distância r1 da origem e uma segunda carga q2 está a uma distância r2 da origem, podemos determinar que: A distância entre as cargas pode ser encontrada por: r⃗12 = r⃗2 − r⃗1 Temos, então, que a força eletrostática é proporcional ao produto do módulo de q1 e q2 e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas que é igual a r⃗12. Lembrando que �̂�12 = r⃗⃗12 ‖r⃗⃗12‖ é o vetor unitário de q1 até q2. Substituindo, temos: �⃗�12 = 𝑘 𝑞1𝑞2 (𝑟12) 2 �̂�12 = − �⃗�21 Onde k é a constante de proporcionalidade e equivale a 𝑘 = 1 4𝜋𝜀0 = 8.99 × 109 𝑁𝑚2/𝐶2. Quando as duas cargas possuem o mesmo sinal, a força é repulsiva e quando as duas cargas possuem sinais opostos as forças são atrativas. Além disso, as forças elétricas obedecem à terceira lei de Newton, logo, a força que uma carga exerce sobre a outra será igual em módulo e direção, mas apresentarão sentidos contrários. �⃗�12 = − �⃗�21 Campo Elétrico A lei de Coulomb como a lei da gravitação, parece sugerir à ideia de ação a distância entre as partículas, até mesmo Newton considerava inadmissível a ideia de ação a distância. Nesse caso, pensaríamos que os efeitos do movimento das cargas seriam sentidos instantaneamente por todas as outras. Se adotarmos a interação como sendo mediada pelo campo, o processo de transmissão pode ocorrer com velocidade finita, causando uma retardação nos efeitos do movimento de carga sobre as demais: elas só sentirão esses efeitos após um intervalo de tempo suficiente para a propagação, intervalo maior quanto mais distante esteja da carga que se moveu. Embora seja usada uma carga de prova para definir o campo elétrico produzido por um objeto carregado, o campo existe independentemente da carga de prova, e ela não afeta o campo elétrico que se está medindo. O campo elétrico associado a uma carga elétrica q pode ser definido como: �⃗⃗� = lim 𝑞𝑝→0 �⃗�𝑞𝑝 𝑞𝑝 ⇒ �⃗⃗� = lim 𝑞𝑝→0 𝑘 𝑞𝑞𝑝 r2 �̂� 𝑞𝑝 ⇒ �⃗⃗� = 𝑘 𝑞 r2 �̂� Ao relacionarmos a equação do campo elétrico com a equação da força eletrostática, obtemos que: �⃗⃗� = �⃗� 𝑞𝑝 Linhas de Campo Uma linha de força ou linha de campo é definida como uma curva tangente em cada ponto à direção do campo neste ponto. Assim, dada uma linha de força, podemos determinar imediatamente a direção do campo em casa um dos seus pontos, bastando traçar a tangente à curva e podemos também obter o sentido do campo, indicando uma orientação sobre cada linha. Para uma carga puntiforme, o campo elétrico tem uma direção radial, apontando para fora se a carga for positiva e para dentro se for negativa. A intensidade do campo elétrico é proporcional à densidade de linhas de campo. As linhas de campo nos dão a direção e o sentido do campo em cada ponto, mas não a magnitude do campo nesse ponto. É possível ter uma ideia de magnitude convencionando-se que ela é inversamente proporcional ao espaçamento das linhas de campo. As linhas de campo elétrico se afastam das cargas positivas (onde começam) e se aproximam das cargas negativas (onde terminam). DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO A primeira parte do experimento consistiu na utilização da máquina de Van der Graff, induzindo cargas positivas na parte superior e negativas na parte inferior da máquina. Com o auxílio de um par de eletrodos isolantes, posicionou-se um recipiente contendo óleo, entre esses eletrodos, o óleo por sua vez auxilia na diminuição do atrito, facilitando a visualização das linhas de campo elétrico. Conectando um cabo transmissor, transferiram-se cargas positivas a um polo do eletrodo e/ou cargas negativas ao outro polo do eletrodo, e utilizaram-se diversas ponteiras, com combinações diferentes, para observar a direção das linhas de campo elétrico. Para melhor visualização das linhas utilizou-se farinha sobre o óleo para que a farinha ficasse polarizada e tomasse a direção das linhas de campo. EXPOSIÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DOS DADOS Através do experimento realizado, foi obtido o seguinte resultado para as diversas configurações das ponteiras: Um eletrodo: Atua como uma carga pontual, desse modo, o campo elétrico tem direção radial, apontando para fora se for uma carga positiva e para dentro se for negativa. Dois eletrodos de sinais contrários: Os eletrodos atuam como cargas pontuais, desse modo o campo elétrico é curvo e sai da carga positiva e entra na carga negativa. Dois eletrodos de sinais iguais: Os dois eletrodos atuam como cargas pontuais. Por serem ambos de mesmo sinal, não haverá interação entre o campo elétrico dos eletrodos, desse modo, irão se afastar de forma curva. Superfície com ponta: As linhas de campo elétrico se concentrarão mais perto da ponta da superfície, desse modo, a intensidade do campo elétrico nessa região será maior, por apresentar uma densidade de linhas mais alta. Uma placa: As linhas de campo elétrico são perpendiculares à superfície da placa. Entretanto, nas bordas da placa as linhas são curvas devido ao efeito de borda. Duas placas com sinais iguais: As linhas de campo elétrico são perpendiculares à superfície da placa. Como são placas de mesmo sinal, não haverá interação entre as linhas de campo elétrico das placas. Duas placas com sinais opostos: Como as placas apresentam sinais opostos, as linhas de campo sairão perpendicularmente da placa positiva e entrarão na placa negativa, havendo, desse modo, interação entra as linhas de campo elétrico das placas. Eletrodo e placa:Como estão carregados com sinais contrários, haverá interação entre as linhas de campo, saindo daquele carregado positivamente e entrando naquele carregado negativamente. Um anel: Dentro do anel, o campo elétrico é nulo, logo, não haverá linhas de campo. Fora do anel, as linhas de campo elétrico apresentaram simetria radial. O campo elétrico entrará no anel, se o mesmo estiver carregado negativamente, e sairá se estiver carregado positivamente. Dois anéis de mesma carga: O campo elétrico dentro de ambos os anéis será nulo. E fora do anel maior, as linhas apresentarão simetria radial. Dois anéis de sinais opostos: O campo elétrico fora do anel maior e dentro do anel menor será nulo. E entre os dois anéis o campo elétrico será diferente de zero, assim, as linhas de campo apresentarão simetria radial e dependerá de como os anéis estiverem carregados para verificar se o campo elétrico está saindo ou entrando. Tripé ou “Pé de galinha” O campo elétrico é maior em volta do tripé. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Com base no conteúdo teórico e nos resultados coletados no experimento, observou-se a quebra da rigidez dielétrica do recipiente com óleo, quando este passou a conduzir eletricidade, bem como a polarização dos grãos de farinha que se alinharam com as linhas de campo elétrico tornando-as visíveis. Verificaram-se os comportamentos diversos das linhas de campo elétrico a partir de uma determinada configuração. Constatou-se que as linhas de campo elétrico em um arranjo com dois objetos com cargas de sinais opostos são exibidas entre os objetos e com maior intensidade. Contudo, em um arranjo com dois objetos de carga de mesmo sinal as linhas de campo elétrico não se apresentam entre os objetos, mas sim na parte exterior, podendo-se verificar uma repulsão entre eles. BIBLIOGRAFIA http://www.ifsc.usp.br/~strontium/Teaching/Material2010- 2%20FFI0106%20LabFisicaIII/01-IntroducaoEletrostatica.pdf http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrostatica/leidec oulomb.php http://www.infoescola.com/fisica/campo-eletrico/ http://cepa.if.usp.br/e-fisica/eletricidade/basico/cap03/cap3_07.php http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/linhas-forca.htm Fundamentos da Física 3 – 9ª edição, D. Halliday, R. Resnick and J. Walker. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora.
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