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Logística – Materiais e Armazenagem 1

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
Logística – Materiais e Armazenagem 
Aula 1 
 
 
Professora Rosinda Angela da Silva 
 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
A armazenagem não é uma atividade nova nas organizações, pois 
sempre houve necessidade de estocar produtos, seja por falhas no controle 
dos estoques, por questões sazonais ou até mesmo por inconsistência nas 
entregas dos fornecedores. 
Ao avaliar os aspectos históricos atrelados à armazenagem, observa-se 
que ela apresenta três grandes momentos: 
 Inicialmente foi a necessidade humana de guardar alimentos, devido às 
sazonalidades e questões climáticas comuns na produção agrícola. 
 Em um segundo momento, o imperativo da armazenagem esteve 
atrelado às questões militares (belicismo). Pense que para prover os 
exércitos, estratégias logísticas foram traçadas para garantir a 
movimentação e armazenagem de provisões suficientes para abastecer 
as linhas de frente. Isso fez a diferença entre nações vencedoras e 
vencidas. 
 Atualmente, a armazenagem é um mecanismo chave no suporte às 
estratégias das organizações que têm como foco atender prontamente o 
mercado consumidor e também garantir os processos produtivos. 
Esses três grandes momentos ocorreram em tempos distintos de país 
para país e impactaram de forma diferenciada também, pois a necessidade de 
armazenagem tem suas particularidades. 
Especificamente no caso do Brasil, sempre houve necessidade de 
armazenagem para os produtos in natura, já que é um grande produtor 
agrícola. Pouco tempo atrás, uma visão bastante comum no interior do país e 
nas áreas portuárias eram os grandes silos repletos de produtos 
(principalmente grãos) aguardando transporte ou vazios aguardando a safra. 
Com o passar do tempo, a industrialização também exigiu dos 
empresários investimentos com armazenagem, com isso a paisagem urbana, 
principalmente nos parques industriais, passou a contar com grandes 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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construções de armazéns gerais. Normalmente grandes estruturas metálicas 
próprias para guardar temporariamente produtos de diversas naturezas. 
Essa mudança teve como principal causa a abertura do comércio 
internacional, o que fez com que houvesse uma aceleração nos investimentos 
com movimentação interna e armazenagem. Com a real possibilidade de 
importar produtos de vários pontos do mundo, surgiu a necessidade de ter 
estrutura física para acomodar os estoques, uma vez que a reposição de 
produtos importados tem um lead time geralmente maior que a produção 
nacional. 
Ainda, para justificar uma importação, os lotes negociados são maiores e 
temporariamente a empresa pode ficar sem ter onde guardar os produtos, até 
serem disponibilizados para vendas. 
Outra causa de impacto nos investimentos em armazenagem foi o 
aumento no poder de compra das classes C e D. As empresas entenderam que 
essas classes estavam ávidas pelo consumo de uma infinidade de produtos. 
Perceberam também que para atender essa demanda, os produtos deveriam 
estar nos pontos de venda ao alcance dos compradores, os quais não 
apresentavam disposição para “encomendar” e aguardar sua entrega. 
Esses fatores fizeram com que as organizações começassem a 
contemplar em seus Planejamentos Estratégicos (PE) o debate sobre 
localizações estratégicas de armazenagem, para fazer com que o produto 
estivesse cada vez mais rapidamente ao alcance dos consumidores. 
Tema 1 – Fundamentos da armazenagem 
O entendimento sobre armazenagem é necessário porque a 
administração moderna enfatiza que manter estoques, ou seja, armazenar 
produtos, é prejudicial à saúde financeira da empresa, pois tecnicamente o 
capital que o gestor investiu em estoque não traz retornos. Observe o que 
Moura (2006) diz a esse respeito: 
a armazenagem é uma conveniência econômica, em vez de 
uma necessidade, no sistema logístico. As mercadorias podem 
ser colocadas em pontos de demanda, sem a necessidade de 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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instalações de armazenagem (e de estoques). No entanto, o 
efeito pode ser a programação péssima de produção, o serviço 
péssimo ao usuário e o uso ineficiente dos serviços de 
transporte, o que contribui para as perdas de rendimentos ou 
para o aumento das despesas (MOURA, 2006). 
O autor menciona que é possível abastecer o mercado sem a 
necessidade de armazenagem, desde que a organização seja excelente em 
programação e gerenciamento dos processos de abastecimento. No entanto, 
para atingir esse patamar, os gestores necessitam estar capacitados e atentos 
aos movimentos da demanda, para saber o exato momento de iniciar o 
processo de reposição, seja da matéria-prima para garantir a fabricação ou do 
bem nas gôndolas dos varejistas. 
Nesse ponto ainda ocorrem algumas falhas, pois há dificuldade em 
captar as informações do mercado e traduzir em números factíveis de 
produção. Isso significa que enquanto houver descompasso entre o ritmo de 
produção e o de vendas, haverá necessidade de armazenagem em algum 
ponto da cadeia. 
A partir disso, compreende-se então que a operação de armazenagem 
impacta diretamente no nível de serviço que a empresa oferece ao cliente. 
Dessa forma os fundamentos da armazenagem necessitam ser conhecidos e 
estruturados de maneira que auxilie as organizações a atingir seus objetivos. 
No entanto, admite-se certa complexidade no gerenciamento dessa atividade 
devido à interdependência de vários departamentos da empresa e até mesmo 
da cadeia de fornecimento. Por isso, segundo Moura (2006, p. 6-7) os fatores 
que demonstram a necessidade de armazenagem são: 
 Necessidade de compensação das diferentes capacidades das 
fases de produção 
Isso ocorre quando é necessário otimizar o setup (preparação das 
máquinas) e também quando se faz necessário manter uma reserva técnica de 
estoques para garantir a produção. 
 Equilíbrio sazonal 
 
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Acontece devido à dependência em que se encontram a fase de 
aquisição e a de armazenagem, tais como: periodicidade das colheitas e do 
cultivo dos produtos alimentícios; nos efeitos da moda, quanto à determinação 
dos artigos próprios da estação respectiva, no caso da indústria têxtil. 
 Garantia de continuidade da produção 
É essencial regular a montagem dos produtos, principalmente quando os 
fornecimentos dependem da existência de matérias-primas ou produtos 
semiacabados os quais somente são conseguidos com programação de longo 
prazo. 
 Custos e especulação 
 Convém aguardar uma oportunidade de obtenção de ganhos ou de 
estabilização das conjunturas: quando houver ganhos econômicos na compra 
de quantidades maiores ou perspectiva de aumento dos preços dos produtos, 
por exemplo. 
Entretanto, existem fatores que impactam negativamente quando a 
organização mantém produtos em estoques, tais como: 
 Os custos da armazenagem, entre os quais: instalações, estruturas 
físicas, mão de obra, equipamentos e movimentação dos materiais no 
armazém; 
 O capital imobilizado no material estocado; 
 Obsolescência e perda de material, devido sua perecibilidade. 
Esses elementos indicam que a armazenagem exige espaço físico 
interno ou externo à organização, onde estão alocados os produtos para 
venda, os quais serão movimentados e transportados conforme a necessidade 
da distribuição. Essa definição é complementada quando se entende que, para 
armazenar, mesmo que temporariamente, são necessários recursos físicos, 
tecnológicose de pessoas para que o processo seja efetivado. 
Segundo Ballou (2007), a empresa tem quatro razões básicas para 
 
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destinar parte de seu espaço físico para armazenagem: reduzir custos de 
transporte e produção; coordenar suprimento e demanda; auxiliar no processo 
de produção e auxiliar no processo de marketing. 
A partir da visão do autor, percebe-se que a armazenagem é bastante 
ampla e sinérgica com outros setores das organizações. Na prática, trata-se de 
um dos pilares da logística interna da organização, conhecida como 
intralogística. 
Tema 2 – Princípios da armazenagem 
Com todo o investimento que já houve nas áreas de engenharia, 
arquitetura, organização e sistemas, muitos princípios, melhorias e métodos já 
foram propostos para aperfeiçoar o desempenho de um armazém. Para ilustrar 
esse desenvolvimento, a seguir serão apresentados os vinte princípios básicos 
da armazenagem adaptado do material de Moura (2006). 
Tal conteúdo é necessário para que o gestor tome conhecimento dos 
principais conceitos envolvidos na fase de idealização de um espaço que 
comportará uma armazenagem eficiente: 
 Planejamento: planejar estrategicamente a movimentação, a 
armazenagem e o controle de materiais que contemplam os planos 
estratégicos de manufatura, marketing e distribuição. 
 Sistema híbrido: planejar um sistema que integre as operações de 
movimentação, estocagem e controle de coisas diferentes de maneiras 
diferentes. 
 Fluxo de materiais: implementar um layout para armazéns, com base 
no fluxo de entrada e saída de materiais. 
 Controle: planejar e implementar sistemas que realmente auxiliem no 
controle físico dos materiais, bem como propiciar controles fiscais, de 
inventários e administrativos. 
 
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 Simplificação: primar pela simplificação das operações de 
movimentação, armazenagem e controle de materiais. 
 Capacidade de reabastecimento: planejar um sistema que maximize a 
reposição para o armazém. 
 Capacidade de espaço: maximizar a utilização da capacidade de 
estocagem com base no espaço cúbico. 
 Tamanho unitário: incentivar a unitização de cargas para aumentar a 
quantidade, o tamanho e o peso da carga movimentada armazenada. 
 Automação/mecanização: quando necessário, ou quando possível, 
automatizar as funções de movimentação, armazenagem e controle. 
 Seleção do equipamento: investir em equipamentos de movimentação 
com base nas características e necessidade do fluxo de mercadorias, 
tamanho da carga, da armazenagem e do controle. 
 Padronização: eleger padrões e métodos adequados que facilitem a 
movimentação, a armazenagem e o controle. 
 Adaptabilidade/flexibilidade: planejar prédios e depósitos que 
consigam responder rapidamente às mudanças exigidas pelo mercado. 
 Layout/corredor: garantir que comprimentos, larguras, alturas e 
disposições dos corredores atendam às necessidades de 
movimentação, armazenagem e controle. 
 Utilização: maximizar a utilização de pessoal, dos equipamentos e do 
espaço de armazenagem. 
 Manutenção: primar pelas manutenções preventivas e programar os 
reparos em prédios, equipamentos de movimentação e estrutura de 
armazenagem. 
 
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 Obsolescência: adotar a revisão periódica para identificar se os itens e 
se a estrutura não está obsoleta e perdendo produtividade. 
 Desempenho: acompanhar e mensurar periodicamente a produtividade 
do armazém. 
 Auditoria: implementar programa de auditoria dos sistemas, por meio 
da movimentação, da armazenagem e do controle, para se certificar que 
o armazém atende as normas internas e externas. 
 Instalação: projetar a instalação (pé-direito, estanterias, saídas de 
emergência, sistemas de ventilação, entre outros) de modo que seja 
suficiente para acomodar a quantidade de itens que a organização 
deseja. 
 Segurança: investir em segurança do colaborador que trabalha no 
armazém, da movimentação dos materiais, da armazenagem e do 
controle dos itens. 
Esses princípios foram desenvolvidos ao longo dos anos com os 
mapeamentos das necessidades das organizações e de algumas 
implementações em empresas que investiram nas melhores práticas de 
mercado. No entanto, alguns desses princípios podem ser úteis para certas 
organizações e para outras não, o fato é que eles são os resultados de anos de 
estudos e aplicações práticas. 
Vale ressaltar ainda que a construção do conhecimento nas 
organizações é algo em constante movimento, e esses princípios podem ser 
alterados e complementados a qualquer momento. 
Tema 3 – Objetivos da armazenagem 
O objetivo da armazenagem é garantir a integridade física dos produtos e 
dos colaboradores. Até algum tempo, as empresas perceberam que uma parte 
de seus investimentos se destinam a essa área. Essa percepção finalmente se 
 
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traduziu em revitalizações para os armazéns já existentes, bem como em 
projetos meticulosamente desenvolvidos para novos espaços de 
armazenagem, para que garantissem a integridade física dos produtos e dos 
colaboradores. 
Com essa nova perspectiva, os gestores dos processos logísticos de 
armazenagem passaram a definir quais os objetivos básicos que esse setor 
deveria apresentar para justificar sua existência na organização. Isso porque o 
processo de armazenagem pode ser facilmente terceirizado para os 
operadores logísticos que contam com know-how suficiente para tal tarefa. 
Na prática, os objetivos da armazenam dependem do tipo da empresa e 
do tipo de produto que ela armazena. Mas para propiciar o entendimento, de 
forma genérica, um dos objetivos é maximizar a utilização do espaço físico 
disponível para ampliar a capacidade de armazenagem de produtos acabados. 
No entanto, observe que esse objetivo faz sentido quando a empresa 
atende uma cadeia varejista, mas pode não fazer sentido para outra, que atua 
em segmento diferente e que armazena insumos produtivos ou produtos 
commodities, por exemplo. 
Moura (2006) define que o objetivo básico da armazenagem é: “maximizar 
o uso efetivo dos recursos, enquanto são satisfeitas as necessidades dos 
usuários”. E isso leva em consideração os seguintes aspectos: 
 Os armazéns têm três recursos escassos: espaço, equipamentos e 
pessoas. 
 Os usuários de um armazém têm duas exigências básicas: que o 
produto certo esteja disponível no lugar certo e no tempo certo e que o 
produto seja recebido em condições. 
A partir disso, o autor ainda complementa que, com base nestes recursos 
escassos e nas necessidades do usuário, um armazém deve atingir objetivos 
primários, conforme a seguir: 
 
 
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Maximizar: 
 Utilização da mão de obra; 
 Utilização do equipamento; 
 Utilização do espaço; 
 Utilização da energia; 
 Giro dos estoques; 
 Acesso a todas as mercadorias; 
 Proteção a todos os itens; 
 Controle de perdas; 
 Serviços aos consumidores; 
 Produtividade. 
Minimizar: 
 Custos. 
Esses objetivos são atingidos quando o armazém realiza com 
competência as suas funções básicas, como receber materiais, estocá-los até 
sua utilização e retirá-los do estoque quando necessário. Certamente uma 
organização pode ter dificuldade em atingir todos esses objetivos 
imediatamente, entretanto, os gestores vão buscar o maior deles sempre com o 
foco de tornar seu processo de armazenagem eficiente e eficaz, para que 
possa dar suporte à estratégia da empresa. 
Tema4 – Flexibilidade na armazenagem 
As atividades de movimentação e armazenagem por si só não agregam 
valor ao cliente. Essa frase, bem conhecida, passa a ideia de que essas tarefas 
são apenas custos ou despesas, sendo ainda um empecilho para a melhoria da 
competitividade da empresa. Isso em parte é verdade, mas há muito tempo 
essas tarefas passaram a fazer parte das estratégias operacionais das firmas 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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que entendem movimentação e armazenagem como desafio e não como 
inibidor de crescimento. 
Essa mudança de visão fez com que pesquisas fossem desenvolvidas 
buscando a melhoria contínua no processo de movimentação e armazenagem. 
Sem dúvida, a Tecnologia da Informação (TI) foi a grande aliada, e com isso 
novas ferramentas de trabalho e novos equipamentos foram concebidos. Esses 
progressos trouxeram ganhos para as empresas, possibilitando a utilização do 
estoque como diferencial competitivo. 
Segundo Banzato (2003, p. 20), em linhas gerais, a melhoria contínua 
aplicada nos armazéns tem trazido ganhos nos seguintes aspectos: 
 Redução do espaço físico dos armazéns; 
 Aumento dos níveis de serviços ao cliente, com aumento da resposta de 
atendimento e da customização; 
 Redução das devoluções de clientes e das cobranças; 
 Níveis reduzidos de estoques obsoletos e lentos; 
 Flexibilidade adicional para pedidos especiais ou críticos; 
 Aumento dos giros dos estoques. 
Alguns desses aspectos apresentados ainda são desafios para muitas 
empresas no Brasil, mas é fato que cada vez mais a armazenagem terá que 
oferecer flexibilidade, pois os lotes estão cada vez menores e a variedade de 
produto cada vez maior. Além disso, o ciclo de vida do produto está cada vez 
menor, fazendo com que esse armazém seja flexível para mudar de 
configuração quantas vezes o marketing considerar necessário. 
Como o marketing nem sempre consegue trazer para a produção os 
números exatos das necessidades de mercado, é papel do Setor de 
Armazenagem dispor de espaço para acomodar os excedentes, seja de 
matérias-primas ou de material acabado. Dessa forma, a flexibilidade do 
espaço para armazenagem auxiliará a manter o equilíbrio entre a oferta e a 
 
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demanda. 
Banzato (2003) defende que a flexibilidade do armazém deve ser 
projetada e deve ocorrer em todas as funções, tais como no recebimento, na 
movimentação de materiais, na estocagem, na separação, no sortimento, na 
expedição, na rotulagem, na embalagem e no sistema de gerenciamento e 
capital humano. 
Quando um armazém consegue imputar flexibilidade em todos os 
processos inerentes a armazenagem, o mesmo consegue manter suas 
vantagens competitivas. Outro fator determinante em quão flexível pode ser um 
armazém reside no conhecimento do volume da movimentação de itens diários 
do depósito. Quanto maior for o giro dos estoques desse depósito, maior será a 
velocidade das operações envolvidas e maior será a necessidade de 
flexibilidade. 
Tema 5 – Desafios da armazenagem 
Pode-se dizer que na atualidade as lojas virtuais são os maiores 
“clientes” dos armazéns e da logística de transporte. Diante disso, muitas 
organizações já passaram a utilizar os centros de distribuição ou os armazéns 
como mini fábricas, pois já estão desenvolvendo atividades de finalização dos 
produtos dentro de tais espaços. 
Com essa tática, reduzem o estoque de produtos acabados dentro da 
indústria e também nos depósitos dos grandes varejistas, pois o produto sai da 
fábrica semiacabado e aguarda o “pedido” do varejista. Esses produtos em 
processo são finalizados de acordo com o pedido e encaminhados ao varejista 
ou distribuidor. Com isso, atinge-se o objetivo de reduzir estoques sem 
aumentar o tempo de entrega. 
Entretanto, para que isso seja realizado com efetividade, as 
organizações envolvidas nesses processos necessitam ter estratégias bastante 
claras e acordos comerciais confiáveis. Assim, percebe-se que um dos maiores 
desafios da armazenagem hoje é se manter eficiente em agilidade e custo para 
 
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as organizações. Pois para que esse departamento agregue valor ao produto, 
são necessários investimentos em tecnologia da informação, capacitação do 
capital humano, escolhas assertivas de localização e eficiência do sistema 
logístico disponível. 
Para uma visão dos desafios futuros, as organizações terão que 
estruturar melhor seus ambientes de armazenagem, para que possam utilizá-
los de forma mais inteligente em termos econômicos. Devido a isso, é possível 
entender que a armazenagem do futuro será de períodos cada vez mais 
breves, pois não haverá interesse em manter produtos em estoque em nenhum 
ponto da cadeia. 
Outra situação que futuramente será o diferencial da armazenagem 
serão as automatizações maciças dos depósitos e a utilização de sistemas 
informatizados de controle, tudo isso para agilizar o processo de distribuição 
dos produtos para o mercado consumidor. Não deixará de ser considerado um 
desafio devido aos altos custos dos investimentos nesses equipamentos. 
Na prática 
Leia parte da matéria jornalística: “Setor Farmacêutico Impulsiona 
Crescimento da Logística no Brasil”, disponível em: 
<http://jornaldiadia.com.br/2016/?p=165672>. 
“São Paulo, junho de 2016 – Em abril de 2016, o setor farmacêutico 
alcançou um faturamento R$ 1,25 bilhões, movimentando 68,64 milhões de 
unidades de unidades de medicamentos. No mesmo período do ano passado, 
o faturamento correspondia a R$ 1,14 bilhão com a movimentação de 66,79 
milhões de unidades de medicamentos, segundo a pesquisa realizada pelo IMS 
Health com base na rede de associados da Abradilan (Associação Brasileira de 
Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos). 
Com base nos dados de crescimento citados acima, o setor 
farmacêutico é um dos poucos que cresce em cenário de crise, e ao mesmo 
tempo, impulsiona os negócios de outros segmentos, devido a sua demanda de 
 
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14 
armazenamento e distribuição de medicamentos em todo o país. 
Exemplo disso, é a Ativa Logística (www.ativalog.com.br), empresa com 
mais de 20 anos e considerada um dos maiores operadores logísticos de 
medicamentos e cosméticos no Brasil. Diante desse cenário, a Ativa cresceu 
30% em 2014, em 2015 o crescimento foi de 18% e para 2016 a perspectiva é 
de 20%. 
Segundo o presidente da Ativa Logística, Clóvis A. Gil, a empresa tem 
crescido e prosperado. “Entre os setores que atendemos, alguns tiveram um 
pequeno declínio no movimento, mas outros, como o segmento de 
medicamentos genéricos, seguem crescendo.” Em 2015, o embarque de 
genéricos aumentou 24,6%. Atualmente, 45% dos mais de 1000 clientes 
atendidos pertencem ao segmento farmacêutico, responsável pela 
movimentação de 14 mil toneladas de produtos mensalmente. 
Ele explica que a especialização em medicamentos e cosméticos requer 
cumprir uma série de exigências feitas pela Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa). Os caminhões da Ativa são equipados com baús 
isotérmicos e a empresa tem câmaras frias com temperaturas entre 2°C e 8°C 
e salas climatizadas entre 15°C e 25°C. Além disso, em todas as unidades, a 
empresa mantém um farmacêutico responsável, que garante as condições 
adequadas de armazenamento. 
Para aumentar a produtividade e atender mais clientes e superar esse 
momento de dificuldade da economia interna, a Ativa Logística investiu R$ 8 
milhões em renovação da frota e na ampliação dos centros de distribuição das 
cidades deViana (ES), Curitiba (PR) e Itapevi (SP). “No início de 2016 já 
inauguramos duas unidades próprias nas cidades de Resende (RJ) e Juiz de 
Fora (MG) para ampliar a abrangência geográfica e aumentar a capacidade de 
transporte na região em que já operamos”. 
 
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A partir da reportagem e do seu conhecimento inicial de armazenagem 
desenvolva as atividades a seguir: 
a. Contextualize em qual dos três grandes momentos da armazenagem 
essa reportagem se refere. 
b. Justifique porque o setor de medicamentos tem conseguido crescer 
durante a crise. 
c. Cite e justifique dois desafios da armazenagem que são mencionados 
na matéria jornalística. 
d. Explique a estratégia de crescimento que a empresa mencionada na 
matéria jornalística adotou. 
Síntese 
Nesse primeiro contato com os conceitos de armazenagem, assuntos 
pertinentes foram apresentados com o intuito de prepará-lo para a construção 
do conhecimento nesse tema, considerado de extrema importância para as 
organizações. 
Diante disso, alguns pontos de reflexão devem ser levados em 
consideração: 
 A armazenagem tem como fundamentos: elevar o nível de serviço 
entregue ao cliente e combater a concorrência; 
 A armazenagem requer investimentos em fatores essenciais, como 
espaço, instalações, pessoas e tecnologia da informação; 
 Os princípios da armazenagem foram construídos a partir do 
conhecimento das pessoas, das iniciativas das empresas e dos estudos 
das academias e instituições especializadas nessa área; 
 Os principais objetivos da armazenagem são maximizar o uso dos 
recursos e suprir as necessidades dos usuários; 
 Compete aos gestores buscar incansavelmente imputar cada vez mais 
 
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16 
flexibilidade para atividade de armazenagem, para que ela seja útil nas 
organizações; 
 É importante estar atento às mudanças no mercado consumidor e às 
práticas adotadas pelas organizações, pois os desafios serão cada vez 
maiores, principalmente com o crescimento do e-commerce. 
Referências 
RUSSO, Clovis Pires. Armazenagem, Controle e Distribuição. Curitiba: 
InterSaberes, 2013. 
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de 
materiais e distribuição física. Tradução de Hugo T. Y. Yoshizaki, 1. ed., 18. 
reimpr. São Paulo: Atlas, 2007. 
BANZATO, Eduardo. et al. Atualidades na armazenagem. São Paulo: IMAM, 
2003. 
MOURA, Reinaldo Aparecido. Manual de logística: armazenagem e 
distribuição física. Volume 2. São Paulo: IMAM, 1997, 4. ed., 2006. 
Sites consultados: 
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0112_0473.pdf 
https://www.youtube.com/watch?v=Uf2LQ41m4yA 
https://www.youtube.com/watch?v=pCg2Lee7CXk 
http://www.imam.com.br/logistica/noticias/armazenagem/2290-localfrio-inicia-
armazenagem-de-produtos-farmaceuticos 
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/b2b1b880436841eb88f7ec74bfb02
411/RDC+39-2013+Concess%C3%A3o+de+CBPF.pdf?MOD=AJPERES 
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-importancia-da-
armazenagem/62513/ 
https://www.youtube.com/watch?v=ZnPMKW7ya-k 
https://www.youtube.com/watch?v=P1onrKGZmNo 
http://www.guialog.com.br/artigo/Y686.htm

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