Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OPERAÇÕES UNITÁRIAS I Caracterização de Partículas Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes INTRODUÇÃO O conhecimento das características de uma partícula ou de uma população de partículas é o coração da ciência de sistemas particulados. Caracterizar as partículas de acordo com suas propriedades físicas e morfológicas é fundamental para a compreensão de fenômenos que regem uma determinada operação unitária. Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes AMOSTRAGEM DEFINIÇÃO DE AMOSTRAGEM: “O processo que permite obter uma amostra representativa das características de um determinado grupo.” O uso de técnicas de amostragem relacionam-se a uma necessidade prática de caracterizar um todo, analisando-se apenas uma parte dele; Muitas vezes analisar um grupo inteiro é inviável. Exemplo: • Pesquisas de opinião pública: servem para conhecer o pensamento sobre variadas questões, normalmente uma das mais utilizadas é para saber situação de candidatos à cargos políticos. Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes AMOSTRAGEM APLICANDO AO CASO DE INTERESSE: PARTÍCULAS OBJETIVO: fazer a caracterização das partículas. PROBLEMA: não homogeneidade do grupo→ pode haver segregação. AMOSTRAGEM CORRETA Perdas no transporte (ex.: mina até laboratório de análise) Classificação prévia...por densidade, tamanho, forma etc. A amostra que chega ao laboratório representa a realidade? Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes AMOSTRAGEM COMO MINIMIZAR ESSE PROBLEMA? (AMOSTRAS INFERIORES A 30 KG) a) Homogeneização sobre lona + método do cone e quarteamento Lona retangular de 1,5 m2 e 2 pessoas •Uma pessoa pisa em uma das extremidades; •A outra ergue alternadamente e lentamente os lados da extremidade oposta: trajetória em zigue-zague em direção à extremidade fixa •Inverte-se a cada passagem a função do operador. Tempo de duração: 10 – 20 minutos. Após, fabrica-se um monte em forma de cone: •Com auxílio de uma chapa, o monte é dividido em 4 partes iguais. •2 quartos são descartados e 2 quartos serão quarteados até que a amostra tenha o tamanho necessário. Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes AMOSTRAGEM COMO MINIMIZAR ESSE PROBLEMA? (AMOSTRAS INFERIORES A 30 KG) b) Amostragem por suspensão Se o material original puder ser colocado sob a forma de suspensão em um líquido inerte, a amostragem se tornará extremamente simplificada e muito confiável. •Faz-se agitação vigorosa por algum tempo para uniformizar a concentração de sólidos em suspensão e destruir possíveis aglomerados; •Se necessário diluir com o acréscimo de mais líquido inerte; •Sob agitação, retira-se um volume para análise da amostra. Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 1. POROSIDADE A porosidade é a medida da fração de espaços vazios de uma partícula ou de um aglomerado de partículas. Exemplos de onde isso se aplica: a) Estudo da corrosão; b) Verificação da qualidade do cimento; c) Avaliação da estrutura porosa dos ossos (osteoporose). (a) (c) (b) Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 1. POROSIDADE – Tipos e classificação Tipos de poros: - Abertos ou vazios (a); - Fechados em apenas uma extremidade: (b) poro gargalo de garrafa; (c) poro obscuro; - Fechados (d). Classificação dos Poros Tamanho de poros Macroporos Maior que 50 nm Mesoporos Entre 2 e 50 nm Microporos Entre 0,6 e 2 nm Ultramicroporos Menor que 0,6 nm Classificação dos poros: Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 1. POROSIDADE Além da caracterização de uma partícula, a porosidade pode ser aplicada a uma massa rígida gerada pela compressão do pó. Matematicamente, tem-se: Estrutura mostrando a porosidade do pó de níquel ε𝒑 = Volume de vazios Volume total da partícula Ɛp = Porosidade da partícula ou do pó Valor de referência: 0-1 Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 2. MASSA ESPECÍFICA A massa específica de um material é definida como a massa desse material dividida pelo volume ocupado por ele. Massa? Volume? 1) Geometria conhecida*: 2) Partícula não possível de medir (muito pequena) ou um grupo de partículas (amostra) Método de Arquimedes* * Sólidos não porosos Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 2. MASSA ESPECÍFICA E se o sólido for poroso??? a) Posso calcular a massa específica incluindo os poros, isto é MASSA ESPECÍFICA APARENTE b) Posso calcular a massa específica excluindo os poros, isto é MASSA ESPECÍFICA REAL ou ABSOLUTA total partícula A V m porossem partícula R V m _ Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 2. MASSA ESPECÍFICA Atenção: Para partículas porosas ρreal > ρaparente *Somente terão valores próximos para partículas de baixa porosidade. Granito : 0,5-1,5% de porosidade Outra forma de se calcular a porosidade é a partir do conhecimento dos valores da massa específica (real e aparente), sendo assim: real aparente p 1 Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 3. ÁREA ESPECÍFICA SUPERFICIAL (superfície específica) A área específica ou superfície específica é a medida da área da superfície da partícula por unidade de massa ou unidade de volume. Representação da área superficial (linhas contínuas) *linhas pontilhadas não entram no cálculo Ex.: Carvão ativado As: 500 a 1200 m 2/g Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 4. MORFOLOGIA DAS PARTÍCULAS A forma das partículas desempenha papel essencial em vários aspectos envolvendo sistemas particulados Exemplo: Superfície de contato Se colocarmos dois comprimidos efervescentes na água, sendo que um está pulverizado e o outro está inteiro, o que reagirá mais rápido será o pulverizado. Observe na ilustração abaixo que o comprimido triturado demora apenas 28 segundos para terminar de reagir, enquanto que o comprimido inteiro demora 1 minuto e 4 segundos. Dentre os fatores de forma, estudaremos: •Circularidade e arredondamento; •Alongamento; •Esfericidade. Interação entre fluido e partícula Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 4. MORFOLOGIA DAS PARTÍCULAS – circularidade e arredondamento Circularidade e o arredondamento comparam a superfície do objeto com a superfície do disco de mesmo perímetro. 2)( 41 Pe S C Ar p Ar: arredondamento C: circularidade Sp: área superficial da partícula Pe: perímetro Ilustração da área da superficial da esfera Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 4. MORFOLOGIA DAS PARTÍCULAS - Alongamento O alongamento mede a razão entre o maior e o menor eixo do objeto, matematicamente tem-se: b a Al *Se Al=1 objeto é circular ou quadrático Pode-se também calcular o alongamento através da relação de diâmetros pII pI d d Al dpI: diâmetro circunscrito da projeção da sombra dpII: diâmetro inscrito da projeção da sombra a: raio de maior dimensãob: raio de menor dimensão Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 4. MORFOLOGIA DAS PARTÍCULAS - Esfericidade Normalmente nos cálculos de engenharia existe uma tendência de considerarmos as partículas esféricas. Contudo, dificilmente elas tem o formato de uma esfera perfeita Assim, para dizer o quão esférica é a partícula, usa-se o termo “grau de esfericidade” - φ Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 4. MORFOLOGIA DAS PARTÍCULAS - esfericidade Definição de esfericidade (φ): Razão entre o diâmetro de uma esfera de igual volume ao volume da partícula e o diâmetro da menor esfera circunscrita de diâmetro dpI. 3/1 61 p pI Vx d Diâmetro da esfera com igual volume da partícula Onde: dpI: diâmetro circunscrito da projeção da sombra Vp: volume da partícula Operações Unitárias I – Prof.a Dr.a Lisiane Heinen Fernandes CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 4. MORFOLOGIA DAS PARTÍCULAS - Esfericidade Outra forma de obter o valor da esfericidade é através da relação entre as áreas superficiais: Φ=área da superfície da esfera de mesmo volume área da superfície da partícula Além disso, segundo Peçanha e Massarani (1986) é possível fazer a aproximação da esfericidade com o alongamento, sendo que: Al 1 p p S d 2 Onde: dp: diâmetro da partícula Sp: área da superfície da partícula
Compartilhar