Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
L I V R O D O P R O F E S S O R 2010 8oano3 O ANO • ENSINO FUNDAMENTAL II • EF 8 A N O S P R O G R A M A S : L E R E E S C R E V E R / O R I E N TA Ç Õ E S C U R R I C U L A R E S Cadernos de apoio e aprendizagem Port8ºAnoPROF.indd 1Port8ºAnoPROF.indd 1 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM Port8ºAnoPROF.indd 2Port8ºAnoPROF.indd 2 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM Prefeitura da Cidade de São Paulo Prefeito Gilberto Kassab Secretaria Municipal de Educação Secretário Alexandre Alves Schneider Secretária Adjunta Célia Regina Guidon Falótico Diretora da Assessoria Técnica de Planejamento Fátima Elisabete Pereira Thimoteo Diretora de Orientação Técnica Regina Célia Lico Suzuki (Coordenadora Geral do Programa) Divisão de Orientação Técnica Ensino Fundamental e Médio Suzete de Souza Borelli (Diretora e Coordenadora do Programa DOT/EF) Cristhiane de Souza, Hugo Luiz Montenegro, Humberto Luis de Jesus, Ione Aparecida Cardoso Oliveira, Leika Watabe, Leila de Cássia José Mendes, Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro, Maria Emilia Lima, Regina Célia dos Santos Câmara, Silvia Moretti Rosa Ferrari, Viviane de Camargo Valadares Divisão de Orientação Técnica Educação Especial Silvana Lucena dos Santos Drago Diretores Regionais de Educação Eliane Seraphim Abrantes, Elizabeth Oliveira Dias, Hatsue Ito, Isaias Pereira de Souza, José Waldir Gregio, Leila Barbosa Oliva, Leila Portella Ferreira, Maria Angela Gianetti, Maria Antonieta Carneiro, Marcelo Rinaldi, Silvana Ribeiro de Faria, Sueli Chaves Eguchi, Waldecir Navarrete Pelissoni Equipe técnica de apoio da SME/DOT Ana Lúcia Dias Baldineti Oliveira, Ana Maria Rodrigues Jordão Massa, Claudia Aparecida Fonseca Costa, Delma Aparecida da Silva, Jarbas Mazzariello, Magda Giacchetto de Ávila, Maria Teresa Yae Kubota Ferrari, Mariana Pereira Rosa Santos, Tania Nardi de Padua, Telma de Oliveira Assessoria Pedagógica SME/DOT Célia Maria Carolino Pires, Maria José Nóbrega, Rosaura Angélica Soligo Fundação Padre Anchieta Presidente João Sayad Vice-Presidentes Ronaldo Bianchi Fernando Vieira de Mello Diretoria de Educação Diretor Fernando José de Almeida Gerentes Monica Gardelli Franco Júlio Moreno Coordenadora do projeto Maria Helena Soares de Souza Equipe de autoria Coordenação Clecio dos Santos Bunzen Júnior, Jacqueline Peixoto Barbosa Assessoria de coordenação Márcia Mendonça e Claudia Vóvio Autores América dos Anjos Costa Marinho, Anna Maria C. Caricatti M. Cera, Carolina Assis Dias Vianna, Celina Diaféria, Clecio dos Santos Bunzen Júnior, Denise de Oliveira Teixeira, Ellen Rosenblat, Geraldo Antônio Andreasi Fantim, Jacqueline Peixoto Barbosa, Jordana Lima de Moura Thadei, Laura Inês Breda de Figueiredo, Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro, Maria Helena Costa, Maria Inês Nocite, Marisa Balthasar Soares, Marisa Vasconcelos Ferreira, Patrícia Prado Calheta, Paula Bacarat De Grande, Rosa Maria Antunes de Barros, Shirley de Oliveira Garcia Jurado, Virginia Scopacasa Pesquisa Átila Augusto Morand, Eduardo de Moura Almeida Leitura crítica Roxane Rojo Equipe Editorial Gerência editorial Carlos Seabra Secretaria editorial Janaína Chervezan da Costa Cardoso Assessoria de conteúdo Márcia Regina Savioli (Língua Portuguesa) Maria Helena Soares de Souza (Matemática) Controle de iconografi a Elisa Rojas Apoio administrativo Acrizia Araújo dos Santos, Ricardo Gomes, Walderci Hipólito Edição de texto Dida Bessana, Maria Carolina de Araujo Revisão Ana Luiza Saad Pereira, Barbara Eleodora Benevides Arruda, Marcia Menin, Maria Carolina de Araujo, Silvia Amancio de Oliveira Direção de arte Eliana Kestenbaum, Marco Irici Arte e diagramação Cristiane Pino, Cristina Izuno, Henrique Ozawa, Mariana Schmidt Ilustrações Fellipe Gonzalez Fernando Makita Bureau de editoração Mare Magnum Artes Gráfi cas Port8ºAnoPROF.indd 3Port8ºAnoPROF.indd 3 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecária Silvia Marques CRB 8/7377) C122 Cadernos de apoio e aprendizagem: Língua Portuguesa / Programas: Ler e escrever e Orientações curriculares. Livro do Professor. São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2010. Oitavo ano, il. (vários autores) ISBN 978-85-8028-019-7 ISBN 978-85-8028-010-4 (aluno) 1. Ensino Fundamental 2. Língua Portuguesa 3. Leitura 4. Escrita I. Título. CDD 371.302.813 Esta obra, Cadernos de apoio e aprendizagem – Matemática e Língua Portuguesa, é uma edição que tem a Fundação Padre Anchieta como Organizadora e foi produzida com a supervisão e orientação pedagógica da Divisão de Orientação Técnica da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Port8ºAnoPROF.indd 6Port8ºAnoPROF.indd 6 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM Sumário Apresentação dos Cadernos de apoio e aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Expectativas de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Uma nota sobre o trabalho com gêneros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Integração entre as modalidades de atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 Organização do Caderno do aluno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 Organização do Caderno do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 O trabalho com o 8o ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Unidade 1 – Nos bastidores da notícia: por trás das câmeras (e das linhas) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Unidade 2 – Do lirismo à crítica social: a crônica nossa de todo dia . . . . . . . . . .19 Unidade 3 – Consultando verbetes para aprender sobre o mundo . . . . . . . . . . . . .25 Unidade 4 – Poemas para ver e ouvir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 Unidade 5 – Vida social, pública e política: para que servem os estatutos? . . . .31 Considerações sobre o movimento metodológico de organização da ação docente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 Acompanhamento e avaliação de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35 Referências bibliográfi cas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 Comentários e sugestões página a página Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .185 Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209 Unidade 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243 Port8ºAnoPROF.indd 7Port8ºAnoPROF.indd 7 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM Port8ºAnoPROF.indd 8Port8ºAnoPROF.indd 8 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 9 Apresentação dos Cadernos de apoio e aprendizagem A produção deste material se justifi ca por contemplar as es- pecifi cidades da rede pública municipal paulistana do ponto de vista de suas realidades regionais, das condições de acervo de livros, de equipamentos disponíveis, de espaços físicos das escolas e do processo de formação de educadores desenvolvi- do nos últimos cinco anos. Os Cadernos dos alunos têm formato consumível, para que eles possam usá-los individualmente e fazer as atividades tanto em sala de aula quanto em casa. Um DVD acompanha os Cadernos do professor e contém os vídeos previstos em algumas atividades, além de textos a serem lidos para os alunos (em determinados casos). O foco das atividades dos Cadernos são as expectativas de aprendizagem relativas às práticas de leitura, produção es- crita, escuta e produção oral de textos e de análise e refl exão sobre a língua e a linguagem, articuladas em torno dos gêne- ros selecionados propostas para estudo e aprofundamento. Assim, para cada ano, estão previstas cinco unidades – que correspondem às esferas/gêneros selecionados para o traba- lho com sequências didáticas ou projetos.1 O quadro a seguir apresenta os gêneros selecionados para os dois ciclos do En- sino Fundamental. 1 Para mais especifi cações dessas modalidades de atividade, ver p. 121 e 134 das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I e p. 106-107 das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa. Port8ºAnoPROF.indd 9Port8ºAnoPROF.indd 9 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 10 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Gêneros selecionados em cada ano do Ciclo I em sequências didáticas ou projetos Esfera de circulação Cotidiana Jornalística Literária (prosa) Literária (verso) Escolar 1o ano Bilhete/Recado Legenda/ Comentário de notícia Conto de repetição Parlenda/Regras de jogos e brincadeiras Diagrama/ Explicação 2o ano Receita Manchete/Notícia televisiva e radiofônica Conto tradicional Cantiga/Regras de cirandas e brincadeiras cantadas Verbete de curiosidades/ Explicação 3o ano Regras de jogo Notícia/ Comentário de notícias Conto tradicional Poema para crianças Verbete de enciclopédia infantil/Explicação 4o ano Carta, e-mail, relato de experiências vividas Entrevista Fábula Poema narrativo Verbete de enciclopédia infantil/ Exposição oral 5o ano Roteiro e mapa de localização/ Descrição de itinerário Notícia/Relato de acontecimento cotidiano Lenda e mito Poema Artigo de divulgação científi ca para crianças/ Exposição oral Gêneros selecionados em cada ano do Ciclo II em sequências didáticas ou projetos Esfera de circulação Vida pública e profi ssional Jornalística Literária (prosa) Literária (verso) Escolar 6o ano Carta de solicitação e de reclamação/ Debate Entrevista Conto/Causo Canção Biografi a/ Depoimento 7o ano Requerimento e carta de solicitação e de reclamação/ Solicitação, reclamação Resenha/ Comentário HQ e tiras/Piadas Cordel Artigo de divulgação científi ca/ Exposição oral 8o ano Estatuto/Debate regrado Notícia, reportagem/ Notícia televisiva e radiofônica Crônica/Relato de fatos cotidianos Poema visual/Rap Verbete de enciclopédia/ Exposição oral 9o ano Currículo/ Entrevista profi ssional Artigo de opinião/ Comentário Teatro Poema Relato histórico/ Exposição oral Port8ºAnoPROF.indd 10Port8ºAnoPROF.indd 10 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 11 Expectativas de aprendizagem As expectativas de aprendizagem, organizadas em torno das práticas de linguagem – leitura, produção de texto, fala e es- cuta e análise linguística –, “são metas de desenvolvimento que se alargam e se aprofundam progressivamente, conforme as possibilidades e necessidades dos estudantes. A cada ano do ciclo, são exploradas basicamente as mesmas expectati- vas de aprendizagem, em graus de complexidade crescentes”.2 Nos Cadernos do professor, as atividades estão acompanhadas das respectivas expectativas de aprendizagem para o ano, o gênero e a prática de linguagem contemplada, com a mesma formulação presente no documento de orientações curricula- res. Essas são as aprendizagens que se espera que todos os alunos construam (como diz Vygotsky,3 aprendizagens que possam, no fi m de cada etapa de trabalho, fazer parte de seu desenvolvimento). Algumas atividades abrangem expec- tativas propostas para anos ou ciclo posteriores, o que se justifi ca por se tratar de um processo de construção em que é importante que o que se espera ver consolidado em deter- minado ano seja processualmente trabalhado desde os anos anteriores (para Vygotsky, fariam parte do desenvolvimento potencial dos alunos – criariam zonas de desenvolvimento proximal –, vindo, futuramente, a fazer parte de seu desen- volvimento real). Há ainda questões que não se referem diretamente às ex- pectativas de aprendizagem, quer para o ano em questão, quer para os seguintes, mas que foram propostas porque, de alguma forma, contribuem com os processos de compreensão ou produção dos textos, objetivo maior de qualquer material didático ou prática pedagógica. Uma nota sobre o trabalho com gêneros No dia a dia, participamos de várias esferas de atividades (fa- miliar/cotidiana, escolar, jornalística, acadêmica, produtiva/ de consumo, política etc.), realizando ações próprias des- sas esferas. Toda esfera de atividade é também uma esfera 2 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 36. 3 VYGOSTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987. Port8ºAnoPROF.indd 11Port8ºAnoPROF.indd 11 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 12 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP de comunicação, e, para agir, nos comunicamos mediante os gêneros textuais que nelas circulam. Assim, ao nos apropriar- mos deles, temos oportunidade de participar mais adequada e plenamente das práticas de linguagem que circulam em cada uma dessas esferas, razão pela qual elegemos os gêneros textuais como um dos eixos organizadores do currículo, arti- culados às práticas de linguagem – leitura, produção escrita, escuta/produção oral e análise linguística. Desse modo, ga- rantimos também um movimento metodológico que privilegia as práticas de uso – leitura/produção escrita, escuta/produ- ção oral – em relação às práticas de análise linguística, que devem reverter para os próprios usos. Portanto, é necessário cuidado para não transformar o tra- balho com os gêneros em uma série de atividades meramen- te classifi catórias e metalinguísticas não convergentes para o uso – leitura/escuta e produção de textos. Não adianta o aluno saber dizer uma série de características dos gêneros (de forma decorada), se não puder reverter esse conhecimen- to para a compreensão e/ou produção de textos relativos a esses gêneros textuais. Tambémna exploração dos elementos constitutivos dos gê- neros, é fundamental garantir uma perspectiva que relacione os gêneros (e os textos) aos contextos das esferas em que circulam, às suas condições de produção típicas (e específi - cas) e ao contexto sócio-histórico mais amplo, indo além de uma perspectiva de abordagem meramente formal/estrutural, possibilitando que o aluno compreenda conteúdos explícitos e implícitos, interaja efetivamente com os textos lidos e pro- duza textos adequados a cada uma das situações. Integração entre as modalidades de atividades Cabe ressaltar que os Cadernos de apoio e aprendizagem abrangem parte das modalidades de atividades propostas para os anos – sequências didáticas e projetos. Ao fazer seu planejamento, você deve prever também atividades perma- nentes ou pontuais, não contidas neste Caderno, para que as demais intenções educativas possam se concretizar: não Port8ºAnoPROF.indd 12Port8ºAnoPROF.indd 12 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 13 é possível formar leitor literário ou de periódicos (jornais, revistas etc.) apenas trabalhando alguns gêneros em algumas séries. É preciso promover uma interação signifi cativa cons- tante com esses portadores.4 Organização do Caderno do aluno Em cada Unidade, há um grupo de atividades que contem- plam expectativas de aprendizagem elaboradas especifi ca- mente para o ano/gênero/esfera/prática de linguagem abor- dada. Cada uma delas, por sua vez, é composta por uma série de questões, exercícios e demandas de ações articuladas. Todas as Unidades são abertas com uma seção – Para co- meço de conversa – que objetiva convidar os alunos para o trabalho, contar quais serão os conteúdos trabalhados e as principais produções e ativar alguns conhecimentos prévios sobre o gênero em questão. É fundamental que você leia o texto dessa seção com os alunos, garantindo que eles tenham conhecimento do que vão estudar, por que isso está sendo proposto e o que se espera deles, para que também eles pos- sam aderir à proposta. Após essa seção, são apresentadas atividades que compre- endem exploração oral e respostas escritas coletivas e indi- viduais. Questões a serem exploradas oralmente não preveem espaço/linhas para resposta. Algumas das atividades (devidamente indicadas) supõem que os alunos assistam a vídeos. É fundamental que você os assis- ta previamente e leia as orientações para o desenvolvimento dessas atividades, a fi m de fazer mediações que potenciali- zem o uso desse recurso. Embora o trabalho com vídeo não seja uma proposta nova, infelizmente ainda é prática pouco frequente nas escolas e “o vídeo tem entrado na sala de aula quase pela porta de trás”. No entanto, trata-se de recurso de grande potencial mobilizador – pelas diferentes lingua- gens de que se vale, pelos ritmos e tempos dinâmicos conso- nantes com o tempo (de atenção/concentração) dos alunos, pela forma sofi sticada de contar histórias ou pela forma 4 Para melhor organização e fundamentação de seu planejamento, é essencial a leitura do item 4.2.1 Língua Portuguesa (p. 123-136) das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I e do item 5.3 Planejamento da rotina e das modalidades organizativas (p. 96-111) das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa do. Port8ºAnoPROF.indd 13Port8ºAnoPROF.indd 13 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 14 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP sintética e organizada de apresentar/discutir informações. Além disso, é de grande relevância para o trabalho com gêne- ros orais, cujos modelos de texto também precisam ser dis- cutidos. Senão, como ensinar a debater ou a participar de seminários se aos alunos não se permite assistir a debates e apresentações e discutir suas fi nalidades, seus conteúdos e características? Entretanto, o vídeo por si só não promove a interação. Daí a importância fundamental de sua mediação, que pode e deve prever pausas, retomadas, elaboração de ou- tras questões/atividades, objetivando o ajuste necessário en- tre o proposto e as possibilidades/necessidades dos alunos. No fi m de cada Unidade, a seção Retomando percursos propõe uma retomada da aprendizagem, mediante uma síntese que destaca os principais conteúdos/conceitos, relações e habi- lidades, e/ou mediante uma proposta de (auto)avaliação. Organização do Caderno do professor O Caderno do professor traz orientações de uso geral do ma- terial (Apresentação dos Cadernos) e orientações específi cas para uso dos volumes (O trabalho com o 8o ano). Cada volume conta com uma breve descrição dos gêneros que serão objeto de trabalho (subsídios direcionados para o professor, que não necessariamente devem ser aplicados aos alunos), orienta- ções gerais para a condução das atividades, possibilidades de resposta e, algumas vezes, indicações de atividades comple- mentares ou referências bibliográfi cas. Por último, deve-se ressaltar que as propostas de atividade fornecem pistas para caminhos que só serão efetivamente tri- lhados (contando com rotas alternativas que se façam neces- sárias) com a interação professor-alunos. Apenas a mediação do professor pode concretizar uma proposta didática. Bom trabalho! Port8ºAnoPROF.indd 14Port8ºAnoPROF.indd 14 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 15 O trabalho com o 8o ano Unidade 1 – Nos bastidores da notícia: por trás das câmeras (e das linhas) A primeira Unidade integra a proposta de trabalho com gêne- ros da esfera jornalística, selecionados ao longo desta cole- ção: legenda (1o ano), manchete (2o ano), notícia (3o, 5o e 8o anos), entrevista (4o e 6o anos), resenha (7o ano), artigo de opinião (9o ano), reportagem (8o ano) e comentário (1o, 3o, 7o e 9o). Notícias e reportagens são os gêneros focalizados. A formação de um leitor de periódicos deve ser um dos ob- jetivos da área, possibilitando que os alunos possam acom- panhar os principais acontecimentos e questões que afetam a vida social de forma mais comprometida. A exploração da esfera e do contexto de produção das notícias, bastante in- tensifi cada neste volume, visa ao desenvolvimento da criti- cidade que pode qualifi car essa leitura e o tratamento das informações. Se, por um lado, essa formação depende da pro - posição de projetos, sequências didáticas ou atividades se- quenciais (como as Unidades desta coleção) trabalhadas em certas épocas dos anos, por outro lado, é fundamental que haja também a proposição de atividades pontuais e perma- nentes envolvendo a leitura de jornais ao longo de todos os anos, seja em Língua Portuguesa ou em outras disciplinas. É preciso ter em conta também que quem lê jornal o faz para se atualizar, em geral, todos os dias. Raramente o lê na íntegra; é comum fazer uma leitura rápida da primeira página – concentrada em manchetes, títulos e lides das no- tícias de interesse –, seguida de um “passar de olhos” pelos demais cadernos, até a leitura de uma ou outra matéria de maior interesse. Muitos gêneros estão nesse caminho, e um conhecimento mais aprofundado deles pode não só facilitar a Port8ºAnoPROF.indd 15Port8ºAnoPROF.indd 15 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 16 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP leitura desses textos, como favorecer sua apreciação e ainda fomentar réplicas. A progressão de um trabalho mais sistemático com notícia está assim planejada: 3o ano 5o ano 8o ano Exploração simplifi cada do suporte jornal. Notícia nas diferentes mídias. Objetivos das notícias. Leitores/espectadores. Exploração de suportes: editorias, gêneros, 1a página. Diferentes tipos de suportes. Intencionalidade/aspectosimplícitos (suposta neutralidade). Jornal-empresa. O espaço da publicidade. As notícias nas diferentes mídias. Diferentes tipos de imprensa: sensacionalista e investigativa. Implicação do controle de informações. Intencionalidade/implícitos e explícitos. A suposta neutralidade do relato. Comparação entre diferentes versões. Os fatos noticiados: o novo, o trágico, o extraordinário. (Idem com aumento de complexidade.) Manchete, lide. Marcadores temporais e de causalidade. Manchete, lide, corpo do texto. Fotos, ilustrações. Coesão referencial. Tempos verbais no pretérito. Manchete, lide, corpo do texto, tabelas e (info)gráfi cos. Coesão sequencial. “Verbos dicendi”. Expressões de tempo e lugar. O quadro a seguir visa a sintetizar algumas características da esfera jornalística e do gênero notícia, de forma relacionada com o contexto de produção. De modo algum, constitui-se em uma listagem de conteúdos que devam ser transmitidos aos alunos. Apenas algumas características foram seleciona- das e didatizadas nas atividades. 5 Descrição realizada com base em BARBOSA, Jacqueline P. In: ROJO, R. H. R. (Org.), 2000. Breve descrição da esfera jornalística e do gênero notícia5 I – Contexto de produção Redator/jornalista Em alguns casos, o redator é desconhecido (algumas notícias não trazem assinatura). Em outros, o redator é identifi cado. Leitor/espectador/ouvinte Leitores múltiplos e desconhecidos (conhece-se apenas estatisticamente o perfi l do leitor de determinado jornal, do espectador de alguns telejornais e do ouvinte de algumas rádios). A maioria dos que leem jornal impresso o faz rapidamente, uma leitura diagonal. Audiência Leitores, telespectadores e ouvintes de determinado veículo. Objetivo/fi nalidade Informar leitores, espectadores e ouvintes, despertando seu interesse pela matéria e fazendo-se entender por eles, do modo mais neutro e com a maior fi dedignidade possível (compromisso ético-jornalístico). Circulação/publicação Jornal impresso, revistas, sites e blogs, programas jornalísticos de TV e de rádio. Port8ºAnoPROF.indd 16Port8ºAnoPROF.indd 16 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 17 Jornais são empresas privadas que, como quaisquer outras, visam ao lucro. Grande parte dos ganhos de um jornal não advém de assinaturas ou da venda em bancas, mas sim da publicidade. Dessa forma, forma-se um circuito indireto: a notícia e demais informações disponibilizadas pelos jornais buscam atrair os leitores. Quanto maior a tiragem de um jornal, mais caro será seu espaço publicitário. Jornal – além de um veículo de informação é também um veículo formador de opinião. Implicações do controle de informações – a imprensa controla e manipula informações em escala industrial. Grande parte do noticiário internacional é ditado para o mundo por algumas poucas agências de notícias localizadas em países centrais. Tipos de imprensa – sensacionalismo x imparcialidade: sensacionalismo – coleta de informação a qualquer preço, muitas vezes, sem nenhum critério de apuração e organização dos fatos, relato que visa a emocionar; imparcialidade – a busca do desenvolvimento de métodos de pesquisa para apuração e tratamento da informação. Imparcialidade: aspectos éticos e ideológicos envolvidos na seleção, coleta e divulgação de informação. Por mais que se tenha intenção de ser imparcial, uma imparcialidade total é impossível, pois o redator tem de escolher como vai contar o fato, o que implica dada seleção lexical, uma escolha do que se estabelece como tópico etc. A notícia é a “matéria-prima” do jornal. Por mais que os jornais tenham diversifi cado suas sessões e tenham incorporado e desenvolvido diferentes gêneros, a notícia ainda continua sendo sua “matéria-prima”. Grande parte dos leitores de jornais compra esse periódico por causa das notícias. Dessa perspectiva a notícia pode ser considerada um bem de consumo. A censura e os tipos de censura: a matéria jornalística, mesmo nos países que vivem sob regime democrático, está sujeita a vários tipos de censuras internas e externas determinadas por interesses econômicos e políticos. II – Conteúdo temático Relato de fatos considerados de interesse social. As proposições essenciais da notícia abordam transformações (da ordem do fazer/acontecer), deslocamentos (da ordem do ir) ou enunciações (da ordem do dizer). III – Forma composicional e estilo • Enunciados referenciais e inexistência de enunciados opinativos. • Prevalência do modo indicativo. • Uso da 3a pessoa. • Marcas de impessoalidade (pronome oblíquo – se; uso de passivas sintética e analítica etc.). • Evita-se o uso de adjetivos testemunhais e subjetivos (alto, chocante, bela, próspero etc.) nas notícias. O objetivo é fornecer dados para que o leitor avalie por si mesmo. • Presença signifi cativa de palavras que indicam precisão, como números, numerais (placas de carro, hora exata, número de desabrigados etc.). • O verbo principal do lide aparece quase sempre nos tempos perfectivos (perfeito – se se trata de fato acontecido – ou futuro do presente – se a notícia anuncia fato previsto), o que dá mais especifi cidade ao fato, apresentado como concluído ou provável. • Adequação e escolha lexical. Além dos léxicos de precisão, há outras escolhas que se devem não só ao gênero em si, mas também a opções ideológicas do veículo em que o texto será impresso – tipo do jornal. Por exemplo, há sinonímia entre corpo/defunto/presunto/cadáver. No jornal tipo A difi cilmente se encontraria o termo “presunto”, ao passo que no jornal tipo B esse termo pode aparecer. Escolher entre “grande fazendeiro” ou “latifundiário” tem implicações ideológicas. • Usa-se, muitas vezes, o tempo presente nas manchetes ou nos títulos da matéria, o que aproxima o leitor do fato. • A linguagem adotada tenta conciliar registros (combinações ou expressões possíveis no registro coloquial e aceitas na linguagem formal), porque se objetiva uma comunicação efi ciente e, ao mesmo tempo, de aceitação social. Port8ºAnoPROF.indd 17Port8ºAnoPROF.indd 17 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 18 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Quanto à reportagem, pode-se dizer que consiste no levan- tamento de assuntos para contar uma história verdadeira, expor uma situação ou interpretar fatos. Os assuntos de uma reportagem estão sempre disponíveis, podendo ser indepen- dentes de fatos ocorridos ou se basear em algum aconteci- mento. Uma reportagem pode também “criar” fatos, à medida que traz à tona, por exemplo, denúncias de impacto na vida social. O estilo é mais variado do que na notícia: varia com o assunto, o veículo, o público etc. É possível dispor os fatos em ordem decrescente do que se supõe de maior relevância ou contar uma história cronologicamente. Em alguns casos, admite-se a 1a pessoa. Em algumas reportagens predominam a investigação e o levantamento de dados; em outras, a in- terpretação.6 Como forma de concluir a atividade 6 – Neutralidade suspei- ta –, avalie a possibilidade de propor que os alunos, em sala de aula, assistam ao fi lme “O quarto Poder”. O fi lme ilustra como a imprensa pode manipular a opinião pública, primeiro colocando todos a favor de alguém que comete um delito (o que é atenuado por seu desespero diante do desemprego) e depois colocando o público contra ele. Sem adiantar o que foi dito, peça que observem o tratamento dado pela imprensa ao fato: é neutro, tendencioso, para que posição? Esse posi- cionamento permanece o tempo todo ou varia? Peça também que levantem hipóteses a respeito do porquê de o nome do fi lme traduzido ser “O quarto poder”. Provavelmente, há refe- rência ao grande poder que tem a imprensa, visto que forma a opinião pública, dita regras de comportamento e infl ui nas escolhas dos indivíduosetc., podendo ser equacionada a um quarto poder, para além dos três legalmente existentes e re- conhecidos. 6 Cf. a respeito: LAGE, Nilson. A estrutura da notícia. São Paulo: Ática, 1993. O quarto poder (Mad City), 1997 (EUA) Direção: Costa Gravas Com Dustin Hoffman e John Travolta Sinopse John Travolta faz o papel de um guarda de museu que, depois de ser demitido e encontrar-se em difícil situação fi nanceira, volta ao museu para tentar convencer sua ex-chefe a lhe devolver o emprego, nem que seja por um salário menor. Como ela não lhe dá o emprego de volta, ele acaba usando a violência e fazendo a todos do museu reféns, incluindo um grupo de crianças de uma escola que estava, por acaso, visitando o museu. Um repórter (Dustin Hoffman) acaba fi cando preso dentro do museu e aproveita para noticiar o fato. A coisa toda é tomada como um sequestro de crianças e aí... Bem, o resto, só assistindo ao fi lme. Port8ºAnoPROF.indd 18Port8ºAnoPROF.indd 18 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 19 Unidade 2 – Do lirismo à crítica social: a crônica nossa de todo dia O trabalho com crônicas faz parte da abordagem dos gêne- ros da esfera literária, a ser desenvolvida ao longo de todo o Ensino Fundamental. Tal como destacam as Orientações curriculares, a ampliação das possibilidades de comunicação dos alunos passa por vivenciar a diversidade de práticas de linguagem presentes em diferentes esferas de circulação de textos, entre as quais a literária, “cujos textos de fi cção em verso e em prosa se apresentam à apreciação e fruição estética de modo a produzir maravilhamento e refl exão a res- peito das experiências humanas”.7 Historicamente, a crônica surge (ou ressurge) com o objetivo de aproximar e ampliar a massa de leitores em determinada épo- ca e se mantém buscando aproximar-se de um público maior, o que é parte da justifi cativa de sua presença no currículo. A crônica é, assim, um gênero que, apesar de despretensioso, alcança a tessitura literária, promovendo, como quer Antonio Candido, elos entre a vida e a literatura, que, pelo trabalho com a linguagem, são acessíveis e atraentes para o leitor. [a crônica] para muitos pode servir de caminho não ape- nas para a vida, que ela serve de perto, mas para a lite- ratura. Por meio dos assuntos, da composição solta, do ar de coisa sem necessidade que costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo o dia. Principalmente porque elabora uma linguagem que fala de perto ao nosso modo de ser mais natural. Na sua despretensão, humani- za; e esta humanização lhe permite, como compensação sorrateira, recuperar com a outra mão certa profundidade de signifi cado e certo acabamento de forma, que de re- pente podem fazer dela uma inesperada embora discreta candidata à perfeição.8 O relato de um fato cotidiano vem atrelado a refl exões, comen- tários, efeitos de lirismo ou de perspectivas críticas, que ge- ram uma rica tensão entre a forma leve, geralmente publicada em suportes que conduzem os textos à curta duração (jornais 8 CANDIDO, Antonio. A vida ao rés do chão. In: Recortes. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. 7 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, p. 49. Port8ºAnoPROF.indd 19Port8ºAnoPROF.indd 19 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 20 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP e revistas), e a força estética que acabam alcançando em re- lação ao leitor. Para essa tensão, é ainda Antonio Candido que propõe a belíssima imagem de que a crônica olha a vida desde o rés do chão, expressão que signifi ca rodapé, e remete aos roda- pés de jornais, espaços em que elas circularam originalmente: [...] o seu intuito não é o dos escritores que pensam em “fi car”, isto é, permanecer na lembrança e na admiração da posteridade; e a sua perspectiva não é a dos que es- crevem do alto da montanha, mas do simples rés do chão. Por isso mesmo, consegue quase sem querer transformar a literatura em algo íntimo com relação à vida de cada um; e, quando passa do jornal ao livro, nós verifi camos meio espantados que a sua durabilidade pode ser maior do que ela própria pensava, talvez como prêmio por ser tão despretensiosa, insinuante e reveladora.9 O movimento metodológico proposto na Unidade inicia-se com breves considerações sobre a história do gênero, passa para a exploração da cotidianidade da crônica – “A vida dá crônica” –, sua relação com os fatos cotidianos e com as notícias de jornal e parte para outro movimento (um quase trocadilho) – “A crônica da vida” –, que visa a propor novas formas de perceber o mundo – um olhar de estranhamento, de afastamento, próprio do cronista. O humor, a ironia, a refl exão e a crítica social perpassam os textos lidos e produ- zidos e espera-se que possam convergir para uma sensibiliza- ção perante a realidade. O quadro a seguir visa a sintetizar e a sistematizar algumas características da crônica: seu conteúdo temático (domínio discursivo; o que se pode dizer em textos desse gênero), sua forma composicional (como se organiza o texto) e seu estilo (que elementos e recursos da língua são selecionados). Essa descrição tem a intenção de sistematizar as principais carac- terísticas das crônicas, de forma relacionada com o contexto de produção. De modo algum, constitui-se em uma listagem de conteúdos que devam ser transmitidos aos alunos. Apenas algumas características foram selecionadas e didatizadas nas atividades. 9 CANDIDO, Antonio. A vida ao rés do chão. In: Recortes. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. Port8ºAnoPROF.indd 20Port8ºAnoPROF.indd 20 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 21 I – Contexto de produção Autores Cronistas: escritores ou jornalistas. Leitores Múltiplos e desconhecidos (conhece-se apenas estatisticamente o perfi l de leitor de determinado jornal ou revista) que, em sua maioria, procedem a uma leitura rápida, muitas vezes, transversal do jornal ou da revista. Leitores de literatura. Objetivo Entreter os leitores e/ou levá-los a refl etir sobre determinada situação. Circulação/publicação Embora haja diversos livros de coletâneas de crônicas publicados por editoras, a maioria das crônicas foi publicada originalmente em periódicos do tipo jornal e revista. Atualmente são disponibilizadas em sites e fi guram em livros didáticos. Dada a relação de algumas crônicas com acontecimentos contemporâneos à sua escrita, muitas delas, quando lidas em outras épocas, perdem um pouco seu efeito. Por essa razão, é necessário contextualizar sempre o assunto das crônicas datadas. Suporte material da crônica: jornal – periódico diário perecível, de duração fugaz – ou revista, periódico semanal ou mensal. Por vezes, viram livros. Tanto os jornais quanto as editoras de revistas são empresas privadas que, como quaisquer outras, visam ao lucro. Em função disso, buscam atrair mais leitores, o que parece explicar, em parte, o porquê do surgimento de alguns gêneros jornalísticos como a crônica e o folhetim. Dadas as características do suporte original da maioria das crônicas – o jornal –, o autor de uma crônica, na maioria das vezes, tem pouco tempo para escrever seu texto que deverá ser publicado em um espaço relativamente curto, delimitado previamente. Tais circunstâncias colaboram para a determinação de algumas características formais da crônica. II – Conteúdo temático • Fatos noticiados ou cotidianos, acontecidos ou inventados, sem pretensão de esgotar o tema e com livre manifestação de impressões e comentários do cronista. • Pequeno acontecimento do dia a dia, que poderia passar despercebido por sua insignifi cância. • Um instante breve, um esquete, um fl ash captadopelo cronista. • Atualidade viva e dinâmica do presente, o pitoresco – valorização do episódico casual vivido por seres comuns. • Temáticas urbanas. • Mostra o bizarro de algumas situações. III – Forma composicional e estilo • Narrativa breve. • Narrador em 1a ou 3a pessoas. • Apresentação brevíssima de cenário (quando há), entrando-se logo na trama. • Presença frequente de diálogo. • Personagens: pessoas comuns. • Presença de fi nais surpreendentes/quebra de expectativa. • Presença de humor. • Ironia/crítica social/política. • Uso frequente de sátira ou paródia. • Densidade diferente da do conto: mais intimidade com o leitor. • Sintaxe frouxa aparentemente desestruturada. • Mistura do registro coloquial com a linguagem literária. Port8ºAnoPROF.indd 21Port8ºAnoPROF.indd 21 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 22 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP No decorrer do desenvolvimento da Unidade, sugerimos ainda a possibilidade de constituir um espaço de leitura e fruição, que chamamos Momento crônico (10 minutos em algumas au- las destinados à leitura de outras crônicas que tenham alguma vinculação com as atividades ou com as temáticas discutidas durante este trabalho, favorecendo assim o estabelecimento de relações intertextuais. Pretende-se ainda que as atividades propostas nesse Momento possam constituir espaços de frui- ção estética, em que a turma sinta-se bastante à vontade para fazer comentários e refl exões mais impressionísticos e afetivos em relação ao texto lido. Nessa direção, é interessante pensar em um planejamento dessa atividade que envolva leituras mais expressivas/interpretativas, para as quais os alunos sejam con- vidados a preparar previamente a leitura para a aula seguinte. Uma estratégia dessa natureza permite que o leitor se prepare para a leitura, agregando, até mesmo, elementos expressivos a essa atividade. Para os ouvintes, ampliam-se as possibilidades de uma escuta mais atenta ao outro e ao texto, que se torna enriquecido pelas diferentes vozes que passam a frequentá-lo. No livro do aluno, no fi nal da Unidade, há uma seleção de crônicas que podem ser lidas nesse Momento crônico. É im- portante garantir o acesso do aluno a esses e outros textos. A maioria das crônicas indicadas é facilmente encontrável em bibliotecas escolares ou públicas. Em alguns casos, indi- camos também links. Outras tantas crônicas pesquisadas por você e pelos alunos podem/devem ser selecionadas. Momento crônico Sugerimos que as crônicas 1, 2, 3 e 4 sejam lidas durante o desenvolvimento da atividade 2 – “A vida dá crônica” –, depois da crônica “A cadeira do dentista”, como forma de ilustrar outras situações cotidianas que podem dar origem a crônicas. Depois da leitura, deixe que os alunos comentem livremente o texto lido. Crônica 1: Brincos selvagens, de Walcyr Carrasco. Nesta crônica, a surpresa fi ca por conta do impacto em alguém de meia-idade causado por um piercing no nariz de uma jovem. A leitura abre possibilidade para uma conversa em torno das temá- Port8ºAnoPROF.indd 22Port8ºAnoPROF.indd 22 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 23 ticas “modas” e tribos”, inclusive em torno da produção escrita. Por exemplo: quem quiser, pode escrever uma crônica com base em uma situação parecida – alguém diante de uma pessoa com penteado inusitado verde-musgo, imitando um ninho com penas de pássaro saindo, ou com uma tatuagem estranha em volta do pescoço etc. Você pode também propor à turma a escrita de crôni- cas sobre “Um dia típico na vida de um... (punks, emos, funkeiros, pagodeiros, nerds etc.)”. (In: Carrasco, Walcyr. Para gostar de ler: volume 20. O golpe do aniversariante e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1995.) Crônicas 2 e 3: Os assaltos e a preocupação com a violência são frequentes nos grandes centros urbanos. Mas um cronista sempre é capaz de pensar situações inusitadas. É o caso de Affonso Romano de Sant’Anna e de Luis Fernando Verissimo. Assaltos insólitos, de Affonso Romano de Sant’Anna. (In: Sant’Anna, Affonso Romano de. Para gostar de ler: volume 16. Porta de colégios e outras crônicas. São Paulo: Ática, 2006.) Segurança, de Luis Fernando Verissimo. (In: Verissimo, Luis Fer- nando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Disponível em: <http://www.olhoscriticos.com.br/modules/ smartsection/item.php?itemid=17>. Acesso em: 10 jan. 2010.) Crônica 4: Na escola, de Carlos Drummond de Andrade. É sempre bom ler Drummond! A sala de aula (e a escola) também pode dar boas crônicas. Abra espaço para os comentários e impres- sões depois da leitura. Não deixe de comentar a observação feita pelo narrador: “Assim iam todos votando, como se escolhessem o Presidente da República, tarefa que talvez, quem sabe? no futuro sejam chamados a desempenhar.” Por que terá sido feita? Destacar que, na época em que foi escrita a crônica, não havia eleições para presidente da República: o país acabara de sair de uma ditadura e vivia um movimento de abertura. Somente em 1989 o país voltou a ter eleições presidenciais. (In: Sabino, Fernando et alli. Para gostar de ler: volume 2. Crônicas. São Paulo: Ática, 1979. Disponí- vel em: <http://www.ccmn.ufrj.br/extensao/material/SEE_portu- gues_EF_v2_1_144.pdf, p. 50>. Acesso em: 10 jan. 2010.) Crônica 5: A bola, de Luis Fernando Verissimo. Sugestão: Apresentar após a leitura de “Ela tem alma de pom- ba” e “Brasil, 2063”, atividade 3. Trata-se de mais uma crônica que aborda o contexto da evolução tecnológica e fala com humor Port8ºAnoPROF.indd 23Port8ºAnoPROF.indd 23 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 24 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP (e ironia) de seus impactos no comportamento humano. O exa- gero da situação proposta por Verissimo dá o tom da crônica que pode propiciar um divertido momento de leitura com a turma. (In: Verissimo, Luis Fernando. Comédias da vida privada. São Paulo: Círculo do Livro, 1994. Disponível em: <http://www.olhoscriticos. com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=16>. Acesso em: 7 jan. 2010.) Crônica 6: Mãe é fogo, de Moacyr Scliar. Sugestão: Ler depois da discussão da crônica “O siri higiênico”, de Scliar, atividade 5, como mais um exemplo da relação entre as crônicas e os fatos noticiados. “Mãe é fogo”, escrita com base em uma notícia de jornal, serve como mais uma ilustração do que os alunos poderão fazer em suas produções. Sem contar que uma mãe que se torna incendiária para ajudar o fi lho bombeiro é algo que só pode ter lugar na cabeça de um cronista. (Notícia disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/8/06/ mundo/2.html>. Acesso em: 7 jan. 2010. Crônica disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/8/10/ cotidiano/10. html>. Acesso em: 7 jan. 2010.) Crônica 7: Um fato e suas versões, de Jacqueline Barbosa. Sugestão: Ler depois da discussão da crônica “O caminho”, ati- vidade 6. A ideia é que os alunos possam ler crônicas de pessoas que não são escritores profi ssionais, como forma de dizer que, como exercício, qualquer um pode tentar. “Um fato e suas versões” foi escrita por uma das autoras deste material que se aventurou a escrever seguindo a própria proposta feita aos alunos. Um gato atravessando a Paulista, uma brecada, uma batida de carro e mui- tas formas diferentes de contar esse fato (que inclui a versão do gato!). Um dos aspectos que pode dar elementos para que os alu- nos venham a pensar em suas crônicas é o texto trazer diferentes versões para um mesmo fato. (Disponível em: <http://recantodas- letras.uol.com.br/cronicas/2124974>. Acesso em: 7 jan. 2010.) Port8ºAnoPROF.indd 24Port8ºAnoPROF.indd 24 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 25 Unidade 3 – Consultando verbetes para aprender sobre omundo Por várias ordens de razão – mudanças socio-históricas, interesse na qualifi cação dos trabalhadores, mudanças na dinâmica política e nas classes dominantes – a ciência foi um dos bens culturais – assim como as artes e os ofícios – que entraram na disputa social como bens cobiçados a partir do fi nal da Idade Média. A própria ideia de di-vulgação, isto é, a ação de dar ao vulgo (à plebe, aos pobres, aos trabalhadores, aos que falam a língua vulgar – o povo) os bens do conhecimento, nasce desse movimento de acesso suces- sivo das massas aos bens culturais valorizados, patronizada pelos intelectuais da Revolução Francesa – os iluministas que devem levar as luzes (da ciência) ao século XVIII. ROJO, R. H. R., 2008, p. 587. Como consequência desse movimento de divulgação científi - ca para as pessoas leigas, assistiu-se ao surgimento da En- ciclopédia (do francês Encyclopédie). Segundo Rojo (2008), a publicação desse material impresso em vários volumes no contexto francês, organizado em ordem alfabética, permitiu aos leitores ter uma visão geral dos temas e conhecimentos científi cos e artísticos da época. De fato, na própria origem do termo enciclopédia, segundo seus autores, está a noção de encadeamento de conhecimentos. De modo geral, pode-se dizer que a enciclopédia é uma obra que se aproxima do dicionário, pois apresenta verbetes organi- zados em ordem alfabética ou temática. A enciclopédia reúne de forma mais ampliada que o dicionário “os conhecimentos humanos ou apenas um domínio deles e os expõe de maneira or- denada e metódica”.10 No dicionário, os verbetes são essencial- mente defi nições lexicográfi cas, ou seja, cada vocábulo contém seus vários signifi cados em dada língua. Na enciclopédia, as informações não estão voltadas necessariamente para as ques- tões linguísticas, mas procuram ampliar a formação do leitor com informações advindas de diversas áreas do conhecimento. Os verbetes organizam a enciclopédia, pois são as “entra- das” das defi nições e explicações, acompanhadas de exem- plos e relações com outras informações específi cas; assim, 10 COSTA, Sérgio, 2008, p. 90. Port8ºAnoPROF.indd 25Port8ºAnoPROF.indd 25 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 26 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP em geral, não apenas defi nem, mas expandem a descrição com um conjunto de informações. Por essa razão, o verbe- te de enciclopédia circula bastante na esfera escolar, uma vez que os alunos fazem pesquisas e recorrem a diversas fontes bibliográfi cas, especialmente dicionários, enciclopé- dias impressas e eletrônicas. Como eles convivem com práticas de pesquisa na sala de leitura da escola, nas bibliotecas mu- nicipais e virtuais, é importante discutir os novos modos de fazer pesquisa na esfera escolar, com destaque para as formas de apropriação dos textos e discursos ao realizar uma pesqui- sa, por exemplo.11 O verbete de enciclopédia é o foco da Unidade 3 do Caderno do 8o ano e integra a proposta de trabalhar com os gêneros da esfera escolar em diálogo com a esfera da divulgação científi ca. A proposta de trabalho com o gênero verbete na sequência de atividades insere-se em quatro momentos do Ensino Funda- mental. Portanto, propõe-se uma progressão específi ca para o trabalho com o gênero ao longo dos dois ciclos: Ciclo I Ciclo II 2o ano 3o ano 4o ano 8o ano Verbete de curiosidades Verbete de enciclopédia infantil Verbete de enciclopédia infantil Verbete de enciclopédia O trabalho com o verbete no 8o ano retoma os verbetes de curiosidades e de enciclopédia infantil estudados no Ciclo I e amplia o conhecimento de outros elementos do gênero. O quadro a seguir visa a sintetizar e a sistematizar algumas características do verbete de enciclopédia. Não se trata de um rol de conteúdos a serem transmitidos aos alunos. Apenas algumas características foram selecionadas e incorporadas em progressão às atividades propostas para o 8o ano. 11 Ver BERNARDES, Alessandra; FERNANDES, Olívia. A pesquisa escolar em tempos de internet. In: FREITAS, Maria Teresa de Assunção; COSTA, Sérgio (Orgs.). Leitura e escrita de adolescentes na internet e na escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. Port8ºAnoPROF.indd 26Port8ºAnoPROF.indd 26 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 27 Breve descrição do gênero verbete de enciclopédia12 I – Situação comunicativa Autor Os verbetistas normalmente escrevem os verbetes, mas não são identifi cados. Dessa forma, pressupõe-se – assim como nos dicionários – uma autoria coletiva. Os autores são, em geral, especialistas de determinados campos científi cos ou áreas do conhecimento. Nas enciclopédias virtuais, a autoria também costuma ser coletiva, agrupando pessoas interessadas em determinada temática para a produção dos verbetes. Público-alvo Não especialista que procura informações para estudar, conhecer mais sobre o assunto, comparar informações etc. Objetivo/intenção Transmitir um conceito científi co ou explicações sobre determinada temática das diversas áreas do conhecimento. Local de circulação/ publicação Enciclopédias, revistas de divulgação científi ca, revistas semanais ou mensais, jornais de circulação diária, livros didáticos, sites etc. II – Conteúdo temático De modo geral, os verbetes enciclopédicos apresentam como temas a diversidade de conhecimento humano acumulado ao longo dos séculos em diferentes áreas e campos de estudo. Por essa razão, os temas da enciclopédia são heterogêneos. Existem também enciclopédias temáticas, que abordam temas específi cos (astronomia, música, botânica, animais, corpo humano, dinossauros etc.). Há ênfase na explicação mais simplifi cada de conceitos, fatos e noções discutidos pelos cientistas e/ou pelas diversas tradições. III – Estrutura composicional e marcas linguísticas (estilo) • Texto breve, iniciado por uma palavra de entrada, com explicações, defi nições e exemplos. • Organização dos verbetes em ordem alfabética, numérica ou temporal. • Imagens (fotos e ilustrações), infográfi cos, mapas, tabelas e gráfi cos que dialogam com o texto verbal explicativo. • Corpo do texto com defi nições com sequências textuais descritivas, expositivas, mas também narrativas. A progressão temática mais comum é voltada para a apresentação e sistematização do tema central e temas derivados. Observa-se, assim, um conjunto de comentários, seguidos de temas afi ns, organizados por parágrafos e subtítulos. • Termos específi cos destacados com recursos gráfi cos (negrito, itálico) ou numerados. • Uso predominante da terceira pessoa do singular, ou seja, ausência das marcas pessoais de subjetividade. • Predominância de verbos estáticos e de ligação no presente do indicativo. • Adjetivos descritivos que ampliam as informações dos substantivos, essenciais para a progressão temática dos verbetes. • Linguagem científi ca, com recursos didáticos como explicações, retomadas, analogias e metáforas para se aproximar do público não especialista. • Exemplos e boxes que procuram ampliar o tema, aproximando-se do leitor. • Vocabulário técnico, com possível remissão a outros termos ou ligações (“linkagens”). Nesta Unidade, os alunos devem retomar e ampliar o trabalho com o gênero exposição oral. Espera-se que possam produzir verbetes e participar de exposições orais sobre temas de seu interesse. A exposição oral insere-se também no campo da di- vulgação científi ca, já que reformula um discurso “especializa- do” em razão dos interlocutores.13 13 CHARAUDEAU, Patrick; MAINGUENEAU, Dominique. Explicação e transmissão de conhecimentos. In: Dicionário de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2004. 12 A descrição tomou como base ROJO, 2008, KAUFMAN e RODRÍGUEZ, 1995, e DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.;BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. Port8ºAnoPROF.indd 27Port8ºAnoPROF.indd 27 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 28 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Unidade 4 – Poemas para ver e ouvir O ver do poético é o ver total. Pensar por isso em Poesia Visual é pensar na utopia do presente.14 O poema visual resulta da interseção de poesia com expe- rimentação. Ele refl ete a imagem poética da existência do homem no mundo e a linguagem literária busca “fotografar” a realidade plástica das “coisas” que sensibilizam e motivam o poeta para a criação. A poesia visual (sobretudo a poesia experimental praticada a partir dos anos 1950-1960) permite ao leitor visualizar ideias na disposição gráfi ca de palavras ou letras. A mensagem do poema é captada por meio da forma, que, sem abrir mão do referencial semântico e sugestivo das palavras, supervalo- riza a localização, dinâmica e recriação espacial das palavras na página. Assim, o poema visual é uma aposta no poder “sugestivo” e na existência e persistência da poesia em nosso universo mais próximo. A poesia se evidencia na vida. A aproximação com a poesia pode ocorrer em qualquer espaço – e a escola é um lugar privilegiado – desde que se conviva com autores e estilos, reavivando continuamente a capacidade de olhar e ver as coisas “com olhos de primeira vez”. Assim, o objetivo desta Unidade não é a dissecação formal dos poemas, nem o estudo e a classifi cação tediosos de ri- mas, métricas, fi guras de estilo etc. É, antes, a aproximação e a sensibilização com a linguagem poética, para que os alunos tenham prazer em ler e ouvir poemas e, sobretudo, para que se sintam motivados a expor suas emoções por meio dos re- cursos tão expressivos dessa linguagem singular. Selecionamos poemas de autores e estilos diversos; alguns se destinam apenas à leitura e apreciação, enquanto outros ser- vem também de base para as atividades propostas. Ao fi nal de cada uma delas, é importante promover a troca dos poe- mas produzidos entre os alunos para leitura silenciosa e oral, 14 MELO E CASTRO, E. M. de. Poética dos meios e arte high-tech. Lisboa: Veja, 1988, p. 14. Port8ºAnoPROF.indd 28Port8ºAnoPROF.indd 28 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 29 motivar para um trabalho de ilustração (quando desejarem) e garantir a revisão. Para assegurar a função social da escrita, fazendo com que os textos produzidos por eles tenham um leitor real, os poemas criados deverão ser expostos em varais, painéis, jornal mural, divulgados em uma apresentação hip hop. Esta Unidade é parte da proposta de trabalho com os gêneros da esfera literária, desenvolvida ao longo de todo o Ensino Fundamental. O objetivo central de tal proposta, considerada no todo, é o de permitir o acesso efetivo do aluno à literatu- ra, “cujos textos de fi cção em verso e em prosa se apresentam à apreciação e fruição estética de modo a produzir maravi- lhamento e refl exão a respeito das experiências humanas”.15 No Ensino Fundamental, o poema é o centro das atividades em cinco anos distintos: Ciclo I Ciclo II 3o ano 4o ano 5o ano 8o ano 9o ano Poema para crianças Poema narrativo Poema Poema visual e rap Poema Como se pode observar no quadro acima, no 8o ano, o foco é para o gênero poema em suas modalidades oral (rap) e visual. Espera-se que os alunos ampliem suas aprendizagens no que se refere a como se lê e como se produz um poema visual e um poema rítmico e que o professor, como mediador desse processo, possa orientá-los para ler, “curtir” e observar cada poema, convivendo ludicamente com o ritmo, os sons, as imagens, a disposição gráfi ca e tantos outros componentes expressivos desse universo inestimável que é a poesia. E, se nesse convívio os alunos perceberem de que estratégias os poetas lançam mão para provocar em nós o impacto pró- prio da poesia e, mais ainda, se conseguirem utilizar esses recursos em seus poemas, a experiência imperdível da leitura cumpriu sua missão da forma mais inteligente e feliz. 15 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 34. Port8ºAnoPROF.indd 29Port8ºAnoPROF.indd 29 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 30 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Breve descrição dos gêneros poema visual e rap I – Conteúdo temático Todos os temas podem ser objeto dos poemas visuais: o amor, a morte, a condição humana, a natureza, a conjugação do político com o social, a ecologia, a rebeldia, a provocação etc. Já no rap, geralmente, as letras falam das difi culdades da vida dos habitantes de bairros pobres das grandes cidades. Está em sua essência denunciar as injustiças vividas por essa população. II – Construção composicional A poesia visual enveredou pelos experimentalismos, mas carregando consigo o que havia começado com o Concretismo das décadas de 1950-1960 e as propostas que vieram depois, como: poesia-práxis; poesia social; Tropicalismo; poesia marginal. O experimentalismo poético tem por objetivo causar uma reação específi ca no público. O espaço gráfi co é um agente estrutural na montagem e manipulação dos discursos; a disposição estrutural irregular, o distanciamento e a aproximação das letras e palavras causam um efeito estético específi co. O rap é normalmente cantado e tocado por uma dupla composta por um DJ (discjockey), que fi ca responsável pelos efeitos sonoros e mixagens, e por um MC (mestre de cerimônia), que se responsabiliza pela letra cantada. Quando o rap possui melodia, ganha o nome de hip hop. Um efeito sonoro típico do rap é o scratch (som provocado pelo atrito da agulha do toca-discos no disco de vinil). O cenário do rap é acrescido de danças com movimentos rápidos e malabarismos corporais. III – Aspectos estilísticos Poema visual • Abolição do verso tradicional, sobretudo pela eliminação dos laços sintáticos (preposições, conjunções, pronomes etc.), gerando uma poesia objetiva, concreta, feita quase tão somente de substantivos e verbos. • Linguagem necessariamente sintética, dinâmica, homóloga à sociedade industrial: os anúncios luminosos, as histórias em quadrinhos, a necessidade do movimento... • Utilização de paronomásias (palavras com sons semelhantes), neologismos, estrangeirismos; separação de prefi xos e sufi xos; repetição de certos morfemas; valorização da palavra solta (som, forma visual, carga semântica), que se fragmenta, se recompõe e recria novos sentidos na página. • O poema transforma-se em objeto visual, valendo-se do espaço gráfi co como agente estrutural: uso dos espaços em branco, de recursos tipográfi cos, imitação ou reprodução de objetos etc.; em razão disso, o poema deve ser simultaneamente lido e visto. Rap • O rap tem uma batida rápida e acelerada e a letra vem em forma de discurso, com muita informação e pouca melodia, daí o nome rap, rhythm and poetry (ritmo e poesia). • As gírias das gangues dos bairros pobres são muito comuns nas letras. Port8ºAnoPROF.indd 30Port8ºAnoPROF.indd 30 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 31 Unidade 5 – Vida social, pública e política: para que servem os estatutos? Os direitos humanos são um conjunto de princípios aceitos univer- salmente, que devem ser reconhecidos pela Constituição dos países e garantidos perante a lei. Seu objetivo é assegurar a qualquer pessoa o respeito à sua dignidade. É garantir que toda pessoa, independentemente de sua nacionalidade, sua religião, suas opiniões políticas, sua raça, sua etnia, sua orientação sexual, tenha a possibilidade de desenvolver plenamente todas as suas capacidades e talentos.16 A Unidade 5 deste Caderno compõe parte do trabalhocom os gêneros da esfera da vida pública e profi ssional, ou seja, aquela que ocorre nas situações mais formais de uso da lín- gua (linguagem). Seu objetivo principal é permitir o acesso dos alunos a textos que circulam e são produzidos tanto no âmbito privado (Ciclo I) como no público (Ciclo II). Dessa forma, espera-se “que o estudante amplie suas possibilidades de exercício da cidadania e compreenda os mecanismos bá- sicos de comunicação nessa esfera da atividade humana”.17 O foco é o gênero estatuto, ou seja, uma lei orgânica que ex- pressa formalmente os princípios que regem a organização de um Estado, sociedade, associação ou organização. Por isso, é essencial que os alunos tenham contato com textos jurídicos, como o Código Civil, a Constituição, regimentos e regulamen- tos. Segundo Costa (2008, p. 96), pode-se defi nir estatuto como um “regulamento ou conjunto de regras ou leis de or- ganização e funcionamento de um grupo, sociedade, institui- ção, órgão, estabelecimento, empresa pública ou privada”. Com base nesse movimento de levar os alunos a olhar para os textos legais que circulam na sociedade, propõe-se uma refl e- xão sobre o surgimento dos estatutos (com destaque para o Código de Defesa do Consumidor e para o Estatuto da Criança e do Adolescente), assim como uma discussão sobre os direi- tos humanos. O trabalho concentra-se na leitura e discussão do estatuto como um texto de lei, por isso essencial para a formação da cidadania, uma vez que os alunos precisam ter acesso a ele, saber consultá-lo e usá-lo em sua vida pública. 16 GRACIANO, Mariângela. Educação também é direito humano. São Paulo: Ação Educativa, 2005, p. 23. 17 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa, p. 49. Port8ºAnoPROF.indd 31Port8ºAnoPROF.indd 31 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 32 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP O quadro a seguir contém algumas características do gênero estatuto. Cabe reiterar, porém, que essa descrição objetiva apenas fornecer informações para dar apoio a suas leituras e discussões e não se constituir em elenco de conteúdos para os alunos. Breve descrição do gênero estatuto18 I – Situação comunicativa A vida social e pública tem exigido do Estado e das instituições que organizem um conjunto de leis e regras para o funcionamento dos grupos. O estatuto instrui aqueles que se interessam e são atingidos por ações sociais específi cas. Por meio da leitura dos estatutos, o cidadão fi ca consciente de seus direitos, de suas ações e das ações dos outros. Sua função é instruir e ordenar como os sujeitos devem proceder e agir diante de determinadas situações da vida pública e privada. O estatuto estabelece padrões de conduta impostos pelo Estado (assim como outros órgãos e instituições), com as formas de sanções legitimadas e aprovadas, para a manutenção da ordem social institucionalizada. Em caso de infração das normas estabelecidas, delibera sobre as ações e delega às instâncias competentes de direito a aplicação das normas. Os estatutos são produzidos para todos os leitores, porém não são acessíveis a todos. II – Conteúdo temático O tema do estatuto é o conjunto de leis e regras para o funcionamento de determinado grupo, organização, estabelecimento, empresa etc. e, portanto, está relacionado com o tópico central do estatuto. Por exemplo, no Estatuto do Idoso, as temáticas voltam-se para contemplar os direitos e deveres dos sujeitos maiores de 60 anos; no Código de Defesa do Consumidor, o tema central são os direitos e deveres dos consumidores no Brasil. Assim, o tema é a prática legal sendo apresentada por uma linguagem jurídica que apresenta o conteúdo de forma bastante especializada. III – Construção composicional e estilo (marcas linguísticas) • Informação do nome do estatuto, seguido da lei que lhe deu origem; informações sobre os responsáveis pela criação e pela sanção da lei. • Organização do texto em títulos, capítulos, seções, artigos, parágrafos, incisos; utilização do paralelismo. • Enumeração e organização alfabética para enumerar e estabelecer critérios, subdividir temas e propriedades. • Linguagem altamente especializada, própria da prática social jurídica. • Uso do futuro do indicativo para prescrever as leis e do imperativo para indicar uma ordem ou conselho, recomendação. • Recursos gráfi cos para destacar elementos principais: negrito, sublinhado e tachado. O debate regrado é outro gênero focalizado na Unidade, per- mitindo que os alunos discutam determinados temas e as- sumam posições. Ao debaterem, eles ampliam seu ponto de vista, desenvolvem outros conhecimentos e questionam o ponto de vista de outros (Dolz, Schneuwly e Pietro, 2004).19 A discussão e o debate tornam-se centrais também no processo 19 DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B.; PIETRO, J. Relato da elaboração de uma sequência didática: o debate público. In: DOLZ e SCHNEUWLY, 2004. 18 A descrição tomou como base COSTA, 2008, e MOZDZENSKI, Leonardo. Multimodalidade e gênero textual: analisando criticamente as cartilhas jurídicas. Recife: Editora da UFPE, 2008. Port8ºAnoPROF.indd 32Port8ºAnoPROF.indd 32 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 33 de elaboração dos estatutos, pois normalmente o processo de produção do texto é extenso: parte de um problema social específi co e culmina na elaboração, votação e circulação das leis em determinada sociedade. O Estatuto do Idoso, por exemplo, fi cou sete anos tramitando no Congresso Nacional e foi aprovado em 2003. Assim, desde 2003, as pessoas acima de 60 anos podem gozar de determinados direitos nas áreas da saúde, transporte coletivo, violência e abandono, lazer, cul- tura, esporte, habitação etc. Port8ºAnoPROF.indd 33Port8ºAnoPROF.indd 33 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 34 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Considerações sobre o movimento metodológico de organização da ação docente O trabalho com as práticas de linguagem – leitura, produção de texto, fala e escuta e análise linguística – articuladas aos gêneros selecionados para o ano/ciclo precisa estar adequado a uma metodologia que atenda tanto as especifi cidades das atividades elencadas no Caderno de apoio e aprendizagem quanto o conhecimento do aluno. No processo de aprendizagem, alguns pressupostos precisam ser considerados: a) o sujeito aprende na interação tanto com o objeto de conhe cimento, quanto com parceiros mais experientes; b) a aquisição de conhecimento não é linear, acontece por meio de um desenvolvimento que supõe apropriações de aspectos possíveis de serem observados no objeto de conhe cimento, nos diferentes momentos; c) durante a fase de apropriação, pode ser que o sujeito consiga executar em cooperação tarefas que talvez não fossem realizadas autonomamente. Essa cooperação cria a zona de desenvolvimento proximal, por meio da circu- lação de informações relevantes para o aprendizado, mas também compreensíveis para o aluno. Instaura-se, assim, a possibilidade de que o aluno se aproprie dessas informa- ções, tornando-se autônomo, em momentos seguintes. Uma orientação didática coerente com esses pressupostos recomenda que o desenvolvimento de ensino deva organizar-se com base em um movimento que suponha trabalho: a) no coletivo, proposto pelo professor: nesta fase, a intenção é, por um lado, fazer circular informações relevantes sobre determinado conhecimento; por outro, pretende-se mode- lizar procedimentos – de leitura, de escuta, de produção de textos, de análise – oferecendo referências aos alunos; b) em duplas/grupo: nesta etapa, a intenção é, por um lado, observar quais aspectos tematizados foram apropriados pelos alunos na fase anterior;por outro, criar espaço para Port8ºAnoPROF.indd 34Port8ºAnoPROF.indd 34 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 35 que as informações apropriadas pelos diferentes parcei- ros – as quais também podem ser diferentes – circulem, abrindo a perspectiva para novas apropriações e novos aprendizados; c) individual: este é o momento de constatar quais foram as aprendizagens realizadas, efetivamente, pelos alunos; quais foram os conteúdos apropriados por eles. Agora, tem-se a infor- mação a respeito de quais aspectos precisarão ser novamen- te tematizados, reiniciando-se o processo de aprendizagem. Acompanhamento e avaliação de aprendizagem Para acompanhamento sistemático do trabalho realizado ao longo de cada Unidade, encontra-se em suas páginas fi - nais a avaliação individual dos alunos. As atividades da se- ção “Retomando percursos” foram elaboradas com base na aprendizagem dos gêneros propostos para cada ano/ciclo nas Orientações curriculares e proposição de expectativas de apren- dizagem para o Ensino Fundamental. O objetivo é que esse não seja o único instrumento de ava- liação, mas que o professor estabeleça, durante o desenvol- vimento das Unidades, outros critérios e indicadores para avaliar o processo de ensino e aprendizagem. [...] Observar, compreender, explicar uma situação não é avaliá-la; essas ações são apenas uma parte do processo. Para além da investigação e da interpretação da situação, a avaliação envolve necessariamente uma ação que pro- mova a melhoria. [...] O papel do avaliador, ativo em termos de processo, transforma-se no de partícipe do sucesso ou do fracasso dos alunos, uma vez que os percursos individuais serão mais ou menos favorecidos a partir de suas decisões pe- dagógicas que dependerão, igualmente, da amplitude das observações. [...] O professor assume o papel de investigador, de es- clarecedor, de organizador de experiências signifi cativas de aprendizagem. Seu compromisso é o de agir refl etida- Port8ºAnoPROF.indd 35Port8ºAnoPROF.indd 35 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 36 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Legenda: S = sim; P = parcialmente; N = não. Expectativas de aprendizagem Alunos Unidade 5 – Vida social, pública e política: para que servem os estatutos? 1 2 3 4 5 6 7 8 9... P78 Relacionar o estatuto ao seu contexto de produção (interlocutores, fi nalidade, lugar e momento em que se dá a interação) e suporte de circulação original (objetos elaborados especialmente para a escrita, como livros, revistas, suportes digitais). S P79 Estabelecer conexões entre o texto e os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores. P P80 Estabelecer a relação entre o título, subtítulo e o corpo do texto. N P81 Inferir o sentido de palavras ou expressões a partir do contexto ou selecionar a acepção mais adequada em verbete de dicionário ou de enciclopédia. P86 Identifi car possíveis elementos constitutivos da organização interna de um estatuto: títulos, capítulos, seções e artigos, data, assinaturas e rubricas. P89 Examinar em textos o uso de numerais na orientação da subdivisão do tema ou na enumeração de propriedades. P92 Participar construtivamente de debates com o conjunto da turma. mente, criando e recriando alternativas pedagógicas ade- quadas a partir da melhor observação e conhecimento de cada um dos alunos, sem perder a observação do conjunto e promovendo sempre ações interativas (Hoffmann, 2009, p. 17-18). O professor poderá elaborar para cada Unidade uma plani- lha, como a desta página, com as expectativas de aprendiza- gem con templadas na sequência didática, mostrando o que o estudan te sabe e o que é preciso retomar, por meio da regu- lação de atividades e de intervenções mais pontuais. Port8ºAnoPROF.indd 36Port8ºAnoPROF.indd 36 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 8O ANO 37 Referências bibliográfi cas ABREU, Márcia. Cultura letrada: literatura e leitura. São Paulo: Editora Unesp, 2006. . Histórias de cordéis e folhetos. Campinas: Mercado de Letras, 1999. BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007. . Pesquisa na escola: o que é, como se faz?. São Paulo: Loyola, 1999. BARBOSA, Jacqueline Peixoto. Trabalhando com gêneros do discurso: argumentar – cartas de solicitação e de reclamação. São Paulo: FTD, 2005. . Trabalhando com gêneros do discurso: fábulas. São Paulo: FTD, 2001. . Trabalhando com gêneros do discurso: relatar – notícia. São Paulo: FTD, 2001. BERALDO, Alda. Trabalhando com poesia. São Paulo: Ática, 1990. BERTHOLD, Margot. História mundial do teatro. 2. ed. São Paulo: Pers- pectiva, 2004. BORTONI-RICARDO, Stella. Educação em língua materna: a sociolinguís- tica na sala de aula. São Paulo: Parábola, 2004. BRANDÃO, Helena. Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, divulgação científi ca. São Paulo: Cortez, 2003. BROUGÈRE, Gilles. Brinquedo e cultura. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2008. CAMPEDELLI, Samira Youssef. Teatro brasileiro do século XX. São Paulo: Scipione, 1995. CARDOSO, Sílvia. O discurso da propaganda. In: Discurso e ensino. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2002. COSTA, Adély et al. Ofi cina – Cordel: cultura popular na escola. Recife, 2002. Mimeografado. COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. DEZOTTI, Maria Celeste. A tradição da fábula: de Esopo a La Fontaine. Brasília/São Paulo: Editora UnB/Imprensa Ofi cial do Estado de São Paulo, 2003. DIONÍSIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxilia- dora (Orgs.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola, 2010. DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard (Orgs.). Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. Port8ºAnoPROF.indd 37Port8ºAnoPROF.indd 37 9/16/10 4:38 PM9/16/10 4:38 PM 38 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP FÁVERO, Leonor. Paródia e dialogismo. In: BARROS, Diana Luz Pessoa de; FIORIN, José Luiz (Orgs.). Dialogismo, polifonia, intertextualidade. São Paulo: Edusp, 2003. GALVÃO, Ana Maria de Oliveira. Cordel: leitores e ouvintes. Belo Hori- zonte: Autêntica, 2001. GOLDSTEIN, Norma. Poesia e ensino de língua materna. In: CORRÊA, Manoel; BOCH, Françoise (Orgs.). Ensino de língua: representação e letramento. Campinas: Mercado de Letras, 2006. GOUVÊA, Guaracira. A revista Ciência Hoje das Crianças e práticas de leitura do público infantil. In: MASSARANI, Luísa (Org.). O pequeno cientista amador: a divulgação científi ca e o público infantil. Rio de Janeiro: Casa da Ciência/UFRJ; Fiocruz, 2005. HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. 11. ed. Porto Alegre: Mediação, 2009. KARWOSKI, A. M.; GAYDECZKA, B.; BRITO, K. S. (Orgs.). Gêneros textuais: refl exões e ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006. KAUFMAN, Ana Maria; RODRÍGUEZ, Maria Helena. Escola, leitura e produ- ção de textos. Porto Alegre: Artmed, 1995. KLEIMAN, Angela. Ofi cina de leitura: teoria & prática. 4. ed. Campinas: Pontes/Editora da Unicamp, 1996. KOCH, Ingedore; BENTES, Anna Christina; CAVALCANTE, Mônica. Intertex- tualidade: diálogos possíveis. São Paulo: Cortez, 2007. MACHADO, Anna Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lilia Santos. Resumo. São Paulo: Parábola, 2004. MAGALDI, Sábato. Iniciação ao teatro. São Paulo: Ática, 1985. MARCUSCHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antônio Carlos (Orgs.). Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. MASSARANI, Luísa (Org.). O pequeno cientista amador: a divulgação científi ca e o público infantil. Rio de Janeiro: Casa da Ciência/
Compartilhar