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26 Unidade II Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 Unidade II 3 O PROJETO DE PESQUISA O que é pesquisa? Pesquisar significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência. A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do emprego de processos científicos. Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos (Silva e Menezes, 2001). Pesquisar para quê? Para: • criar novas tecnologias; • explorar o desconhecido; • controlar a natureza; 5 10 15 27 MÉTODOS DE PESQUISA Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 • entender os sistemas; • produzir inovação; • buscar o desenvolvimento sustentável; • aumentar produtividade e competitividade; • gerar investimento, emprego e renda; • buscar solução para um problema; • procurar um novo entendimento para uma dada situação. Objetivos da pesquisa: • trazer uma contribuição inovadora para a ciência; • responder a uma pergunta de interesse para a comunidade científica; • responder a uma pergunta ainda não respondida anteriormente; • responder a uma pergunta de relevância para o interesse social (caso de tecnologia); • produzir uma contribuição inédita em sua área do conhecimento. A contribuição pode ser puramente teórica, baseada em experimentação ou melhoria de técnicas existentes, mas em todos os casos deve ter resultados que possam ser generalizados. Ponto de partida da investigação científica • Uma pesquisa só é necessária se existe uma dúvida a ser esclarecida. • O problema = dúvida inicial que motiva e orienta a pesquisa. 5 10 15 20 25 28 Unidade II Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 • Redigido de forma clara e argumentativa – qual é a questão para a qual se busca uma resposta? No exemplo “organização de moradores e saneamento”, suponha que o pesquisador que more no bairro C passa todos os dias pelo bairro A e observa que em um bairro há saneamento e no outro não. • Uma questão seria: “Por que um bairro tem saneamento e outro não?”. – Por motivos econômicos, geológicos, jurídicos, demográficos, educacionais, de engenharia, sociológicos (sociais, políticos e culturais). – Que relações existem nestes locais que favorecem ou bloqueiam a adoção de políticas públicas básicas de saneamento? O pesquisador possui um prazo determinado para realizar sua pesquisa – não há possibilidade de esgotar todo o assunto de uma só vez. O segundo passo é a delimitação dos tipos de relações que irão tornar-se o objeto principal de estudo. • “Em que medida as organizações de moradores de bairro conseguem influenciar a execução de políticas públicas locais?”. Este problema poderia ser, ainda, desdobrado nos seguintes: – “Que tipos de mecanismos de representação política permitem esta influência por parte das associações de moradores?”. – “Quais os obstáculos institucionais à representação dos interesses de bairro na adoção e execução de políticas públicas de saneamento?”. 5 10 15 20 25 29 MÉTODOS DE PESQUISA Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 Na elaboração de um projeto de pesquisa, deve-se ter em mente as perguntas que permitem estruturar seu desenvolvimento. Perguntas Estrutura do projeto O que pesquisar? Tema Por que pesquisar? Justificativa Para que pesquisar? Objetivos Como pesquisar? Metodologia Quando pesquisar? Cronograma 3.1 O que pesquisar? Há várias formas para escolher o tema de um projeto de pesquisa: • escolha pela instituição; • escolha baseada na área de especialização do pesquisador; • escolha decorrente de lacuna na formação; • escolha baseada na relevância para uma determinada área; • escolha visando à revisão de aspectos teóricos ou práticos; • escolha baseada na aplicabilidade. O tema é o ponto de partida do trabalho de pesquisa. Delimita um campo de estudo no interior de uma grande área de conhecimento e deve ser escolhido de acordo com as tendências e aptidões do pesquisador. Encontrada uma área do conhecimento de interesse, deve- se identificar um tema plausível. 5 10 15 20 30 Unidade II Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 Para avaliar a escolha de um tema, podem-se fazer as seguintes perguntas: • Trata-se de um problema original e relevante? • Ainda que seja ”interessante”, é adequado para mim? • Tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo? • Existem recursos (financeiros, materiais, humanos...) para o estudo? • Há tempo suficiente para investigar tal questão? • Quais são as partes do seu tema? • Qual é o contexto do tema? • Qual é a importância do seu tema? • Quem deu contribuições relevantes ao tema? Como outros autores abordaram o assunto? • O que resta por investigar no tema? Exemplos Tema geral Problema estudado no projeto de pesquisa. O transporte clandestino em SP: estratégia de sobrevivência do desempregado Avaliar se o aumento do número de transportes coletivos clandestinos é uma estratégia de sobrevivência entre os desempregados. A utilização da informática no aprendizado de probabilidade Verificar se a utilização de um sistema inteligente pode auxiliar no aprendizado de probabilidade. A dispersão de larvas de lagostas no Atlântico tropical Verificar se há uma interdependência entre dispersão de larvas e os estoques pesqueiros. A distribuição espacial de plantas aquáticas consumidas na Amazônia Verificar como a distribuição das principais plantas aquáticas consumidas pelos peixes varia ao longo do ciclo anual de inundação na região. 5 10 15 31 MÉTODOS DE PESQUISA Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 3.2 Por que pesquisar? A justificativa mostra a relevância da pesquisa e identifica quais contribuições para a compreensão, intervenção ou solução a pesquisa apresentará. É a parte em que o pesquisador irá demonstrar a relevância da proposta de investigação. • A relevância de um projeto nunca está nele mesmo, nem na vontade do pesquisador, nem no ineditismo do trabalho. • A justificativa de um projeto está na contribuição para o conhecimento sobre um tema. Para redigir a justificativa, o pesquisador deverá ter lido a bibliografia principal. Na justificativa, apresenta as lacunas que existem nos estudos até então realizados. Sua contribuição será preencher as lacunas ou demonstrar, de forma crítica, que aquilo que se entendia até então como certo é uma interpretação incongruente com a realidade atual. Problema estudado do projeto de pesquisa Justificativa Verificar como a distribuição das principais plantas aquáticas consumidas pelos peixes varia ao longo do ciclo anual de inundação na região. Recursos pesqueiros necessitam de uma legislação que vise ao comprometimento de todos os envolvidos. A variação do habitat e a disponibilidade de recursos alimentares para os peixes interferem na indústria pesqueira ao longo do ano. O resultado deste trabalho poderá ultrapassar os limites acadêmicos, tornando-se umaefetiva contribuição para a elaboração de políticas que regulem a pesca na Amazônia. 5 10 15 32 Unidade II Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 Que motivos justificam um projeto de pesquisa? • Atualidade do tema: inserção do tema no contexto atual. • Ineditismo do trabalho: proporcionará mais importância ao assunto. • Interesse do autor: vínculo do autor com o tema. • Relevância do tema: importância científica, social, educacional, entre outras. • Pertinência do tema: contribuição do tema para a solução de um problema atual. 3.3 Para que pesquisar? Os objetivos indicam o que se pretende conhecer, ou medir, ou provar no decorrer da pesquisa, ou seja, as metas que se deseja alcançar. Objetivos gerais: indicam uma ação muito ampla (resultado pretendido), como, por exemplo: • melhorar a aprendizagem de eletromagnetismo no Ensino Médio. Objetivos específicos: procuram descrever ações pormenorizadas ou aspectos detalhados que levarão à realização dos objetivos gerais, como, por exemplo: • identificar fatores que dificultem a aprendizagem de eletromagnetismo; • propor mecanismos que minimizem esses fatores; • aplicar procedimentos metodológicos que garantam a melhoria da aprendizagem; • descrever o perfil dos alunos que utilizam computadores. 5 10 15 20 25 33 MÉTODOS DE PESQUISA Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 Os objetivos dependem do tipo de pesquisa que é realizada. Por exemplo, um projeto realizado pelo Ministério da Saúde – caracterizar o perfil social das comunidades em que há casos de cólera – teria como objetivo “orientar a política pública na área de saúde, visando conter a doença”. No caso de pesquisa acadêmica, o objetivo maior será trazer uma contribuição ao tema. • Objetivos gerais: referem-se a uma contribuição teórica que se espera alcançar com a pesquisa (por exemplo, revisão de um conceito). • Objetivos específicos: apresentam o resultado imediato do trabalho científico (apresentação de uma bibliografia atualizada sobre o tema, compilação de novos dados sobre um assunto). Exemplo • Objetivo geral Este trabalho compara o sistema de tratamento de efluente por biodigestão e o sistema de tratamento por lodo ativado, utilizando como ferramenta a análise emergética e seus indicadores. • Objetivos específicos: – avaliar a sustentabilidade dos sistemas estudados; – avaliar os serviços do meio ambiente para diluição das emissões de cada sistema; – discutir os resultados obtidos; – comparar os sistemas quanto à sua contribuição ao meio ambiente; – verificar o alcance dos indicadores emergéticos na avaliação dos sistemas estudados. 5 10 15 20 25 34 Unidade II Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 3.4 Como pesquisar? A metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no trabalho de pesquisa. Descreve a estratégia de pesquisa para coletar dados necessários a fim de testar a hipótese formulada. Por exemplo, na pesquisa sobre associações de moradores e política de saneamento: • Que dados seriam necessários? • Como obtê-los de forma fidedigna? • Quantos dados seriam representativos? • Como analisá-los? Podem-se combinar métodos qualitativos (como a história de vida) com métodos quantitativos – a elaboração de um índice de casas atendidas pelo sistema de saneamento correlacionado ao índice de membros filiados à associação de bairro, a partir de dados retirados de uma amostra de moradores dos bairros A, B e C. A metodologia explica: • o tipo de pesquisa; • o instrumental utilizado (questionário, entrevista, entre outros); • o tempo previsto; • a equipe de pesquisadores e a divisão do trabalho; • as formas de tabulação e tratamento dos dados; • tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa. 5 10 15 20 35 MÉTODOS DE PESQUISA Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 3.5 Quando pesquisar? O cronograma deve descrever o tempo necessário para a realização de cada uma das partes propostas no projeto. As etapas podem ser coincidentes, mas não excludentes. Por exemplo, é possível fichar um texto e levantar dados secundários no mesmo mês, mas não é possível fazer uma análise comparativa das entrevistas sem tê-las terminado. Exemplo de cronograma Etapas Jan Fev Mar Abr Mai Jun Leitura e fichamento Levantamento de dados em campo Entrevista com operários Entrevista com dirigentes Análise comparativa Redação do texto 4 O RELATÓRIO DE PESQUISA O relatório de pesquisa é o documento que mostra: • como o projeto foi executado; • que dados foram coletados; • como esses dados foram analisados; • que resultados podemos extrair deles. O projeto pode ser retomado no relatório, não mais como proposta de trabalho, mas como relato da realização desse trabalho. O relatório é a primeira divulgação da pesquisa efetuada, pois, sem divulgação dos resultados, sua pesquisa não servirá a seu fim. 5 10 15 36 Unidade II Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 Passos para a divulgação da pesquisa: 1. Formular a pergunta. 2. Realizar a pesquisa. 3. Interpretar os resultados. 4. Divulgar os resultados. 4.1 O que considerar ao planejar um relatório ou um resumo? O texto deve ser conciso, informativo, com maior ou menor detalhamento. A forma é importante, mas não substitui resultados consistentes e interpretação adequada. Apresente o aparato teórico que deu suporte à pesquisa, que auxiliou a levantar hipóteses e a estabelecer seus objetivos. Esclareça conceitos importantes; apresente, discuta e se posicione a respeito de diferentes visões ou abordagens; mostre que você conhece o que se diz sobre o assunto, discutindo questões polêmicas ou problematizando algumas delas e explicite sempre seu posicionamento nessas discussões. CritiqueMostre para o orientador Imprima a cópia finalReescreva / corrija Não deixe para a última hora Leia relatórios, resumos e artigos Escreva ReviseFaça um esboço Passos para a divulgação da pesquisa 5 10 15 37 MÉTODOS DE PESQUISA Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 4.2 Como escrever um relatório? Os relatórios de pesquisa devem, obrigatoriamente, conter os seguintes itens: • Identificação • Resumo • Introdução • Material e métodos • Resultados • Discussão / Conclusões • Bibliografia • Perspectivas de continuidade ou desdobramento do trabalho • Apoio • Agradecimentos 4.2.1 Identificação Faça uma capa simples com: • Nome da Instituição • Título do trabalho • Nome(s) completo(s) do(s) autor(es) • Local e data Identifique: • Projeto • Número do processo • Bolsista 5 10 15 20 38 Unidade II Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 • Orientador • Local de execução • Vigência 4.2.2 Resumo “Resumo: apresentação concisa das ideias de um texto” (Norma NBR 6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas). É a apresentação sintética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando sua progressão e articulação. Mostra as principais ideias do autor e é feito quando o relatório está finalizado. • Forma: — tamanho: determinado em muitos casos: – um só parágrafo; – frases pouco extensas; – terminologia específica;– ordem direta das frases. • O resumo deve conter: 1. Identificação 2. Introdução 3. Material e métodos 4. Resultados 5. Discussão / Conclusões 6. Apoio 5 10 15 20 39 MÉTODOS DE PESQUISA Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 Exemplo Características biológicas de células hematopoiéticas transfectadas com o gene egfp. Leonardo Augusto Karam Teixeira, Cecília Matte Fricke, Camila Ilgenfritz e Nance Beyer Nardi. Departamento de Genética – Instituto de Biociências, UFRGS – Porto Alegre/RS. Células hematopoiéticas estão sendo intensamente investigadas devido a seu potencial como alvo de terapia gênica. Tem sido mostrado, entretanto, que a transferência de genes exógenos pode alterar biologicamente as células-alvo, diminuindo sua capacidade de proliferação e diferenciação. O presente trabalho teve como objetivo a análise das características biológicas de células da linhagem hematopoiética K562, previamente transfectadas com o gene repórter egfp (enhanced green fluorescent protein), cuja expressão é detectada por citometria de fluxo. Células K562 transfectadas ou normais foram cultivadas em diferentes condições, e comparadas com relação a diferentes parâmetros que incluíram a expressão de marcadores de superfície. Os principais resultados encontrados foram: (1) quando cultivadas na ausência de pressão seletiva, a expressão do gene repórter mostrou um rápido declínio; (2) células K562 transfectadas apresentaram uma capacidade mitótica diminuída quando cocultivadas com células K562 normais, em diferentes concentrações; e (3) os níveis das moléculas de adesão CD11c, CD31 (baixo) e CD49e (alto) não foram afetados pela transfecção, enquanto a baixa expressão dos marcadores DL e CD117 mostraram uma tendência a aumentar nas células transfectadas. Estes resultados mostram que dois dos principais problemas dos protocolos de terapia gênica, manutenção da expressão do transgene e expansão das células transfectadas, podem ser analisados para correção in vitro. Apoio: CNPq, FINEP. 5 10 15 20 25 30 40 Unidade II Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 4.2.3 Introdução A introdução deve esclarecer qual é a pergunta que você está fazendo (tema) e por que vale a pena fazê-la. Explique o que você pesquisou, ou seja, o seu objeto de pesquisa. A introdução deverá ser um breve resumo do projeto, contendo o problema e os objetivos, se for o caso, de forma que possa informar ao leitor, com uma leitura rápida, o que pretende a pesquisa proposta. A introdução apresenta as razões da pesquisa. Expõe o que levou o pesquisador a realizar a investigação, situando o trabalho em relação a outros já publicados no mesmo campo. Ao estabelecer, de forma sucinta, o estado atual em que se encontra o problema a ser investigado, a introdução mostra a importância do trabalho, limita o problema a ser estudado e o situa no setor especializado. Deve-se convencer o leitor de que sua pesquisa é relevante. Faça um pequeno histórico sobre o tema, conte de onde ele surgiu e por quê. Mostre, sutilmente, para seu leitor, que seu trabalho merece ser lido. De maneira geral, a introdução deve informar sobre: • antecedentes do tema; • tendências; • natureza e importância do tema; • justificativa da escolha do tema; • relevância; 5 10 15 20 25 41 MÉTODOS DE PESQUISA Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 • possíveis contribuições esperadas; • objetivos do estudo. 4.2.4 Material e métodos Mostra o que você utilizou e o que você fez para responder à questão colocada como tema. Essa parte pode variar muito, dependendo do objeto de trabalho, mas normalmente especifica os seguintes aspectos: • sujeitos da pesquisa: quem são, faixa etária, sexo, grau de escolaridade, diferenças entre os grupos, entre outros; • método de coleta de dados (procedimentos): que materiais foram usados, como os dados foram coletados etc.; • materiais: citar os equipamentos, reagentes e outros itens utilizados, informando fabricante ou fornecedor; • métodos: descrever os procedimentos detalhados, que possam ser reproduzidos com os materiais e equipamentos descritos. 4.2.5 Resultados Quais as respostas que você encontrou? A descrição dos resultados deve ser clara e objetiva, resumindo os achados principais que serão detalhados em tabelas e figuras. Exemplo Tabela 1 - Extensão do desflorestamento bruto (km2) de janeiro de 1978 a agosto de 1998. Table1 - Extent of gross deforestation (km2) from January 1978 to August 1998. 5 10 15 20 42 Unidade II Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 Estados da Amazônia Amazônia States Jan/78 Jan/78 Abr/88 Apr/88 Ago/89 Aug/89 Ago/90 Aug/90 Ago/91 Aug/91 Ago/92 Aug/92 Ago/94 Aug/94 Ago/95 Aug/95 Ago/96 Aug/96 Ago/97 Aug/97 Ago/98 Aug/98 Acre Amapá Amazonas Maranhão Mato Grosso Pará Rondônia Roraima Tocantins 2500 200 1700 63900 20000 56400 4200 100 3200 8900 800 19700 90800 71500 131500 30000 2700 21600 9800 1000 21700 92300 79600 139300 31800 3600 22300 10300 1300 22200 93400 83600 144200 33500 3800 22900 10700 1700 23200 94100 86500 148000 34600 4200 23400 1100 1736 23999 95235 91174 151787 36865 4481 23809 12064 1736 24739 95979 103614 160355 42055 4961 24475 13306 1782 26629 97761 112150 169007 46152 5124 25142 13742 1782 27434 99338 119141 176138 48648 5361 25483 14203 1846 28140 99789 125023 181225 50529 5563 25768 14714 1962 28866 100590 131808 188372 53275 5791 26404 Amazônia Brasileira Brazilian Amazon (incluindo desflorestamento antigo) (includes old desforestation) 152200 377500 401400 415200 426400 440186 469978 497055 517069 532086 551782 Tabelas e figuras são muito importantes; seu número deve ser o menor possível, e elas devem ser construídas com cuidado, para incluir todas as informações necessárias com clareza. Tabelas são numeradas sequencialmente (Tabela 1, Tabela 2 etc.); seu título deve ser informativo, colocado acima; notas de rodapé (a, b, c...) podem ser colocadas diretamente abaixo da tabela. Figuras (fotos, esquemas, gráficos) são numeradas sequencialmente (Figura 1, Figura 2 etc.); seu título deve ser informativo e devem ser autoexplicativas. A legenda deve ser colocada abaixo da figura. . 120 100 80 60 40 20 0 Amplitude do ruído Co nt ag em -4 -2 -4 2 4 Histograma do ruído branco acima com 50 bins 5 10 43 MÉTODOS DE PESQUISA Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 4.2.6 Discussão / Conclusões No fechamento da sua pesquisa, retome os objetivos propostos na introdução, faça um breve resumo do que foi feito e apresente as suas principais conclusões. • O que estas respostas encontradas nos resultados significam? • Como elas ajudam a resolver o problema? • Quais as principais dificuldades encontradas? • Quais as perspectivas de continuidade do trabalho? Raramente chegamos a conclusões muito definitivas, por isso, em muitos casos, é melhor tratar de considerações finais e deixar a conclusão para os casos em que ela realmente ocorrer. A conclusão deve resultar de deduções lógicas, sempre fundamentadas no que foi apresentado e discutido no corpo do trabalho e conter comentários e consequências próprias da pesquisa.Dadas as particularidades e restrições de cada pesquisa, normalmente, o que temos são indícios, tendências, e não conclusões. 4.2.7 Bibliografia citada Referência bibliográfica é um conjunto de elementos que permite a identificação de publicações, no todo ou em parte. Todas as referências utilizadas no texto devem estar listadas nesse item. Lembre-se: não liste se não citar e não cite se não listar. Dependendo do meio de divulgação, há diversos formatos para apresentação das referências bibliográficas. Desta forma, 5 10 15 20 25 44 Unidade II Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 após definir o meio de divulgação, deve-se escolher o formato apropriado. Exemplos Livros: CERVO, A. L., BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978. FRANÇA, J. L. et al. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 3. ed. rev. aum. Belo Horizonte: UFMG, 1996. Periódicos: CADERNOS DE PSICOLOGIA. Belo Horizonte: FAFICH - UFMG, v.1, n.1, out. 1984. Artigos de periódicos: OLIVEIRA, M. A. e NASCIMENTO M. Da análise de ”erros” aos mecanismos envolvidos na aprendizagem da escrita. Educação em revista, Belo Horizonte, v. 1, n. 12, p. 33-43, dez. 1990. Artigos de jornal: NUNES, E. Retrato do nordeste; ou observações de uma estagiária do jornalismo, na terra que o presidente não viu. Estado de Minas, Belo Horizonte, 20 ago. 1980. 2. cad. p.8. Filmes: A LIBERDADE é azul. Direção de Krzysztof Kieslowski. São Paulo: Look Filmes, 1994. 97 min., color., legendado. (Tradução de Blue. Fita de vídeo - VHS) Sites: GOLDIN, José Roberto. Projeto de Pesquisa: Aspectos Éticos e Metodológicos. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/HCPA/ gppg/projeto.htm>. (Acessado em 06/06/2003). 5 45 MÉTODOS DE PESQUISA Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 Essas normas costumam modificar-se a cada ano. Apresentamos, aqui, as formas mais frequentemente encontradas em documentos acadêmicos. Lembramos também que, mais importante que fazer de um jeito ou de outro, é manter, dentro do que estabelecem as regras, a constância, a coerência em todo o trabalho. 4.2.7.1 Citações A citação, além de fundamentar a argumentação, confere credibilidade ao trabalho. Existem pelo menos três formas diferentes de mencionarmos um autor ou, mais precisamente, seu discurso em um texto. • Citação literal: reprodução ipsis verbis do texto, com as mesmas palavras que ele próprio utilizou no texto original, com os devidos créditos ao autor. É interessante fazer um comentário após uma citação literal. Isso demonstra que se está atento à relação das palavras do autor, com o seu texto. • Paráfrase: é também a reprodução das ideias contidas em um texto, porém em palavras diferentes das utilizadas pelo autor. Essa forma de citação já demonstra mais independência da parte do autor, mas cuidado! A falta de atenção pode mudar o sentido das palavras que se está citando. • Plágio: é a cópia das ideias ou do texto de outrem sem indicação de autoria, constituindo-se como crime. Há basicamente três formas de se fazer citações literais: • citações longas: aquelas que ocupam mais de três linhas completas no texto. Devem ser destacadas no texto, em parágrafo recuado e independente (o uso de aspas é 5 10 15 20 25 46 Unidade II Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 opcional), não sendo necessário espaçamento datilográfico entre linhas; • citações curtas: aparecem integradas ao texto, sempre entre aspas; • citação de citação: são indicadas por aspas simples. Não se deve fazer um trabalho com um mosaico de citações. É adequado discorrer sobre um assunto com as próprias palavras e usar outros autores para dar suporte. 4.2.8 Perspectivas de continuidade ou desdobramento do trabalho O projeto foi concluído ou será continuado? Neste item, podem-se sugerir opções para a continuidade do trabalho (pelo próprio pesquisador ou não). 4.2.9 Apoio Citar as agências que financiaram o projeto. Exemplo O projeto teve financiamento do CNPq e da UNIP. 4.2.10 Agradecimentos Citar pessoas ou instituições que tenham colaborado para a execução do projeto. Bibliografia básica ALVES, Rubem. Filosofia da ciência. São Paulo: Ars Poética, 1996. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico; elaboração de trabalhos na graduação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 5 10 15 47 MÉTODOS DE PESQUISA Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 BASTOS, L. R.; PAIXÃO, L.; FERNANDES, L. M. Manual para a elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses e dissertações. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979. CERVO, A. L.; Bervian, P. A. Metodologia científica. São Paulo: Makron Books, 1996. CONTANDRIOPOULOS, A. P. et al. Saber preparar uma pesquisa. São Paulo: Hucitec & ABRASCO,1994. DEMO P. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1991. GIL, A. C. Projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1994. LAKATOS, E. Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991. MARCANTONIO, A. T. Elaboração e divulgação do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1993. MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. MOREIRA, D. A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. SELLTIZ, WRIGHTSMAN, COOK. Métodos de pesquisa nas relações sociais. V. 2: Medidas na pesquisa social. São Paulo: EPU, 1987. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 1993. SIDMAN, M. Táticas de pesquisa científica. São Paulo: Brasiliense, 1976. THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1994. 48 Unidade II Re vi sã o: A na - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 8/ 04 /0 9 Bibliografia complementar CHIZZOTI, A. A pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1995. CRUZ NETO, O. O trabalho de campo como descoberta e criação. In: MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 51-66. DEMO P. Metodologia científica em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 1989. DESLANDES, S. F. A construção do projeto de pesquisa. In: MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 31-50. GOMES, R. A Análise de Dados em Pesquisa Qualitativa. In: MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. p 67-80. HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. LUCKESI, C. C. Fazer universidade: uma proposta metodológica. São Paulo: Cortez, 1987. MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 4. ed. São Paulo; Rio de Janeiro: Hucitec/Abrasco, 1996. SOLOMON, DV. Como fazer uma monografia. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
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