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RESUMÃO DE CIVIL PARA A AV1

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RESUMÃO DE CIVIL PARA A AV1 
Inicialmente se faz necessário esclarecer que o termo “coisa” para a lei civil, refere-se a tudo aquilo que existe na natureza, exceto o ser humano. O Direito das Coisas encontra fundamento nos artigos 1196 a 1510 do Código Civil Brasileiro.
Nesse sentido o Direito das Coisas consiste no conjunto de regras que abrange a relação entre seres humanos e as coisas. No bojo do Direito das Coisas encontra-se a posse, os direitos reais, a propriedade, Direitos Reais sobre Coisa Alheia que subdividi-se em Garantia (penhor, hipoteca e anticrese), Direito Real de Aquisição (compromisso irretratável de venda), Uso (enfiteuse, superfície, servidão, usufruto, uso e habitação).
No caso da posse, estamos falando de um direito de propriedade que pode ser exercido direta ou indiretamente. No caso da posse indireta, essa se caracteriza quando alguém está em pleno domínio da coisa e a posse indireta quando alguém ao contrário tem o domínio indireto da coisa. Em ambos os casos podemos usar como exemplo a relação entre locador e locatário, na qual o locador que é o dono do imóvel, é o proprietário do bem, mas sua posse é indireta, pois o locatário inquilino está na posse direta enquanto for vigente o contrato de locação.
Já a propriedade consiste no Direito de usar, gozar e dispor da coisa por parte da pessoa física ou jurídica, assim como, de reivindicar o seu bem de quem injustamente esteja na posse do mesmo.
A propriedade imóvel pode ser adquirida de forma originária, que decorre inicialmente com a posse do bem, assim como, pode ocorrer à propriedade derivada, que nada mais é do que propriedade adquirida em decorrência da transmissão do bem pelo proprietário anterior por sucessão (causa mortis) e registro de transferência (inter vivus).
A de perda da propriedade de bem imóvel se da por meio da desapropriação, do abandono, da venda ou doação (alienação), da renúncia e da usucapião.
No caso da propriedade do bem móvel a forma de aquisição e perda é bem mais complexa do que as dos bens imóveis.
Em caso de aquisição e perda da propriedade na forma derivada, essa ocorrerá por meio da Especificação que nada mais é do que a transformação de coisa móvel em espécie nova, na Confusão, que consiste na mistura de coisas liquidas, na Comistão, que é a mistura de coisas sólidas, na Adjunção que ocorre com a justaposição de uma coisa sobre a outra e finalmente com a Tradição que nada mais é do que a entrega da coisa por meio da herança.
Já a aquisição e perda da propriedade de bem móvel adquirida de forma originária, se processará por meio da ocupação e da usucapião, que pode ser extraordinária a qual o prazo de é de 5 anos, ou ordinária, no qual o prazo é de 3 anos.
O instituto do Direito das Coisas vai muito além das questões pontuais levantadas aqui acerca do mesmo, razão pela qual se faz necessária, em caso de um estudo mais aprofundado do assunto, que se leia os artigos que elenca as várias modalidades de aquisição, perda de propriedade e posse no referido diploma legal, Código Civil.
Os institutos da posse e da propriedade causam muita confusão na cabeça do cidadão comum, dos acadêmicos de Direito e de alguns advogados mal informados.
Ter a posse não significa necessariamente ter a propriedade de um bem, a exemplo do que acontece na relação entre Locador e Locatário. O Locatário tem a posse física do bem, ou seja, ele paga o aluguel para morar no bem. Já o Locador tem a propriedade do bem imóvel, que em outras palavras isso quer dizer que ele é dono do bem, podendo ceder ou não a posse do mesmo a alguém queira alugá-lo.
Relação semelhante é a do contrato de Comodato, aonde Comodante (Proprietário do bem imóvel), cede a posse do mesmo para o Comodatário (Quem está de posse do imóvel) para que este fique no imóvel por um determinado tempo sem pagar aluguel, devendo apenas zelar pela preservação do mesmo.
O proprietário de um bem pode ter também a sua posse, uma vez que este pode simplesmente utilizar o seu imóvel para uso pessoal. Em suma, quem tem a posse nem sempre é o proprietário, mas quem é proprietário poderá estar na posse ou reivindicá-la.
Vale lembrar que a posse e a propriedade pode se dar sobre coisa imóvel, móvel, tangível, imaterial, material, bem como, coisa simples, composta, de Direitos patrimoniais, pessoais entre outros.
Esse objeto deve ter origem idônea, de natureza corpórea ou incorpórea, assim como, tangível e perceptível aos nossos sentidos.
Algumas espécies de posse são as mais conhecidas, como é o caso da posse violenta, que é adquirida por meio de ameaças, força física, intimidação e força moral.
Já a posse justa é aquela que se processa de forma não precária, clandestina ou violenta. Não traz vícios em sua origem, o que por sua vez faz com que essa posse possa produzir os seus efeitos no mundo jurídico.
Já a posse clandestina, como o próprio nome diz, ela se da de forma oculta contra quem se pretende praticar o apossamento da coisa. Vale destacar que a clandestinidade da posse é um defeito relativo, uma vez que ela se da somente em relação à pessoa a quem pertence à coisa, mas podendo ser perfeitamente visível as demais pessoas. Esse tipo de posse pode ser resolvida, por ser temporária, pode ser facilmente revertida por meio da cessação.
No caso da posse nova, para que essa se configure é necessário que ela tenha o tempo inferior a 1 ano e 1 dia. Será considerada posse velha o prazo superior a esse tempo.
A posse de boa fé ocorre quando o possuidor está convicto de que a coisa é sua e está em conformidade com a lei, mas ignora totalmente os obstáculos ou possíveis vícios legais que impedem que o mesmo possa proceder à aquisição da propriedade do bem em questão.
A propriedade, como já dito inicialmente é o Direito legal que o titular tem sobre a coisa. Até que se prove em contrário, a propriedade é presumida, ou seja, o proprietário tem o direito de usar, gozar e dispor da mesma, desde que seja para a sua comodidade. Vejamos:
A propriedade é presumida até que se prova em contrário, e o seu direito é tido como pleno, quando todas as suas faculdades encontram-se em mãos do seu proprietário e como exclusivo, quando seu proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, desde que seus atos sejam exercidos estritamente para a sua comodidade ou utilidade, tendo inclusive o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
A propriedade pode ser perdida pela alienação (compra e venda); Pela renúncia (doação); Pelo abandono (renuncia do proprietário aos seus deveres fiscais e de posse); Pelo perecimento da coisa, que ocorre com o desaparecimento da mesma, que pode ser parcial, o que faz com que o Direito ao que restou da mesma se mantenha, como é o caso no exemplo de um bem imóvel que teve a sua edificação destruída, mas que o Direito do Proprietário ainda existe sobre o terreno, não lhe cabendo reclamar mais sobre o perecimento da edificação; E finalmente a desapropriação para finalidade de interesse público, que segundo o Direito administrativo, sempre vai prevalecer sobre o interesse privado, resguardados é claro, o Direito a indenização do proprietário.
EFEITOS DA POSSE
O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
RESISTÊNCIA À TOMADA DA POSSE
O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
ALEGAÇÃO DE OUTREM
Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
AÇÃO DE ESBULHO
O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeua coisa esbulhada sabendo que o era.
NÃO APLICAÇÃO
O disposto nos itens antecedentes não se aplica às servidões não aparentes, salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve.
FRUTOS
O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
PERDA OU DETERIORAÇÃO
O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.
O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
INDENIZAÇÃO
O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem.
O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.
dquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
TRANSMISSÃO
A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
IMÓVEL - VINCULAÇÃO
A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.
PERDA DA POSSE
Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem.
Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
 DA PROPRIEDADE EM GERAL.
CONCEITO: Trata-se do mais completo dos direitos subjetivos, a matriz dos direitos reais e o núcleo do direito das coisas. O art. 1228 do CC não oferece uma definição de propriedade, apenas enunciando os poderes do proprietário.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS:
São eles Usar, (jus utendi), Gozar ou Usufluir (jus fruendi), Dispor (jus abutendi), Reaver (rei vindicatio).
a) USAR consiste na faculdade de o dono servir-se da coisa e de utilizá-la da maneira que melhor entender.
b) GOZAR OU USUFRUIR é o poder de perceber os frutos naturais e civis da coisa e de aproveitar ecônomicamente os seus produtos.
c) DISPOR é o direito de dispor, de transferi-la, de aliená-la a outrem a qualquer titulo.
d) REAVER é o direito de reivindicá-la das mãos de quem injustamente a possua ou detenha. Envolve a proteção da propriedade, que se perfaz pela ação reivindicatória.
PRESSUPOSTOS:
São eles:
a) A titularidade do domínio, pelo autor, da área reivindicada. Ou seja o Registro imobiliário é que comprova a titularidade do domínio.
b) A individuação da coisa. Ou seja a descrição atualizada do bem, para que possa localizar ao certo o bem, na reivindicatória o proprietário vai tomar a coisa daquele que nela esteja de posse sem causa jurídica.
c) A posse injusta do réu (desprovida de titulo). Ou seja a pessoa que possui injustamente é a ação de proprietário que tem titulo, mais não tem posse, contra quem tem posse, mais não tem titulo.
NATUREZA JURIDICA:
Tem caráter essencialmente dominial e por isso só pode ser utilizada pelo proprietário, por quem tenha JUS IN RE. É, portanto, ação real que compete ao senhor da coisa.
ACAO REIVINDICATÓRIA QUANTO SUA LEGITIMIDADE ATIVA:
Compete a reivindicatória ao senhor da coisa, ao titular do domínio.
Não se exige que a propriedade seja plena. Mesmo a limitada, como ocorre nos direitos reais sobre coisa alheias e na resolúvel, autoriza a sua propositura.
Cada condômino pode, individualmente, reivindicar de terceiro a totalidade do imóvel CC, art. 1314.
O compromissário comprador, que pagou todas as prestações, possui todos os direitos elementares do proprietário e dispõe, assim, de titulo para embasar ação reivindicatória.
ACAO REIVINDICATÓRIA QUANTO SUA LEGITIMIDADE PASSIVA:
A ação deve ser endereçada contra quem está na posse ou detém a coisa, sem titulo ou suporte jurídico.
A boa-fé não impede a caracterização da injustiça da posse, para fins de reivindicatória.
Ao possuidor direto, citado para a ação, incumbe a nomeação à autoria do proprietário CPC, art. 62.
OUTROS MEIOS DE DEFESA DA PROPRIEDADE:
AÇÃO NEGATORIA É cabível quando o domínio do autor, por um ato injusto, esteja sofrendo alguma restrição por alguém que se julgue com um direito de servidão sobre o imóvel.
AÇÃO DE DONO INFECTO ‘tem caráter preventivo e cominatório, como o interdito proibitório, e pode ser aposta quando haja fundado receio de perigo iminente, em razão de ruína do prédio vizinho ou vicio na sua construção (CC, art. 1280). Cabe também nos casos de mau uso da propriedade vizinha que prejudique o sossego, a segurança, e a saúde do proprietário ou inquilino de um prédio.
CARACTERES DO DIREITO DE PROPRIEDADE:
São elas;
a) É EXCLUSIVO no sentido de poder o seu titular afastar da coisa quem quer que dela queira utilizar-se, não recai sobre o condomínio porque cada condômino é proprietário com exclusividade, de sua parte ideal.
b) É ILIMITADO (PLENO) OU ABSOLUTO no sentido em que a propriedade esta liberta dos encargos que as constrangiam desde os tempos feudais quando o que lavrava o solo tinha que pagar foro ao fidalgo, hoje o proprietário tem o poder sobre o que lhe pertence.
c) IRREVOGÁVEL OU PERPÉTUO porque não se extingue pelo não uso, não estará perdido enquanto o proprietário não a alienar ou enquanto não ocorrer nenhum dos modos de perda previstos em lei, como a desapropriação, o perecimento, a usucapião etc.
EVOLUÇÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE:
NO DIREITO ROMANO tinha caráter individualista;
NA IDADE MÉDIA passou por uma fase peculiar, com dualidade de sujeitos (o dono e o que explorava economicamente o imóvel, pagando ao primeiro pelo seu uso;
APÓS A REVOLUÇÃO FRANCESA assumiu feição marcadamente individualista;
NA ATUALIDADE, DESEMPENHA UMA FUNÇÃO SOCIAL deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas (CC, art. 1228, CF, art. 5*, XXIII). OBS: enumeras leis empoem restrições ao direito de propriedade (Código de Mineração, Código Florestal etc) com isso o direito a propriedade deixou de ser absoluto e ilimitado, para se transformar em um direito de finalidade social.
FUNDAMENTO JURIDICO:
SÃO ESSES:
TEORIA DA OCUPAÇÃO é a mais antiga.Vislumbra o direito de propriedade na ocupação das coisas, quando não pertenciam a ninguém (RES NULLIUS).
TEORIA DA ESPECIFICAÇÃO apoia-se no trabalho humano transformando a natureza e a matéria bruta. Inspirou os regimes Socialistas, mais não pode ser aceita, porque não responde a duvida sobre se deve existir a propriedade, procurando apenas resolver quem deve ser o proprietário.
TEORIA DA LEI (DE MONTESQUIEU); sustenta que a propriedade é instituição do direito positivo, ou seja, existe porque a lei a criou e a garante.
TEORIA DA NATUREZA HUMANA; prega que a propriedade é inerente à natureza humana. Não deriva do Estado e de suas leis, mas antecede-lhes, como direito natural. É o que conta com a maior número de adeptos, especialmente a Igreja Católica.
DA DESCOBERTA:
DESCOBERTA é achado de coisa perdida por seu dono. Descobridor é a pessoa que a encontra. ”Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legitimo possuidor” (CC, art. 1233). ”Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar entregará a coisa achada à autoridade competente”.
Aquisição da propriedade
A aquisição da propriedade pode ser originária ou derivada; é originária quando a propriedade é adquirida sem vínculo com o dono anterior, de modo que o proprietário sempre vai adquirir propriedade plena, sem nenhuma restrição, sem nenhum ônus (ex: acessão, usucapião e ocupação); a aquisição éderivada quando decorre do relacionamento entre pessoas (ex: contrato registrado para imóveis, contrato com tradição para móveis, sucessão hereditária) e o novo dono vai adquirir nas mesmas condições do anterior (ex: se compra uma casa com hipoteca, vai responder perante o Banco; se herda um apartamento com servidão de vista, vai se beneficiar da vantagem) 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL   
         Depois estudaremos a aquisição da propriedade dos móveis, por hoje vamos conhecer como é possível se tornar dono de bens imóveis: são quatro os modos, previstos no art. 530 do código velho. Destes quatro modos, apenas a aquisição pelo direito hereditário não vai nos interessar neste semestre, mas apenas em Civil 7. Vamos conhecer logo os outros três modos:
1 – Registro: antigamente chamava-se de transcrição; é aquisição derivada. O registro é o modo mais comum de aquisição de imóveis. Conceito: se trata da inscrição do contrato no cartório de registro do lugar do imóvel.  Existem cartórios de notas (onde se faz escritura pública, testamento, reconhecimento de firma, cópia autenticada) e cartórios de registro de imóveis em nossa cidade. Cada imóvel (casa, terreno, apartamento) tem um número (= matrícula) próprio e está devidamente registrado no cartório de imóveis do seu bairro (se a cidade for pequena só tem um). O cartório de imóveis tem a função pública de organizar os registros de propriedade e verificar a regularidade tributária dos imóveis, pois não se podem registrar imóveis com dívidas de impostos. A função é pública, mas a atividade é privada, sendo fiscalizada pelo Poder Judiciário. A lei 6.015/73 dispõe sobre os registros públicos. Quando você compra/doa/troca um imóvel você precisa celebrar o contrato através de escritura pública (arts. 108 e 215) e depois inscrever essa escritura no cartório do lugar do imóvel. Só o contrato/entrega das chaves/pagamento do preço não basta, é preciso também fazer o registro tendo em vista a importância da propriedade imóvel na nossa vida.O registro confirma o contrato e dá publicidade ao negócio e segurança na circulação dos imóveis. A escritura pode ser feita em qualquer cartório de notas do país, mas o registro só pode ser feito no cartório do lugar do imóvel, que é um só.  Ver 1245 e §§. O título translativo a que se refere o § 1º em geral é o contrato.  O registro de imóveis em nosso país não é perfeito, afinal o Brasil é um país jovem e continental, e muitos terrenos ainda não têm registro, mas o ideal é que cada imóvel tenha sua matrícula com suas dimensões, sua história, seus eventuais ônus reais (ex: hipoteca, servidão, superfície, usufruto, etc) e o nome de seus proprietários.  No cartório de imóveis se registra não só a propriedade, mas qualquer direito real (ex: hipoteca, servidão, superfície, usufruto, etc). Antes do registro do contrato não há direito real, não há propriedade, não há  seqüela ainda em favor do comprador (§ 1º do 1245), mas apenas direito pessoal, de modo que se o vendedor desiste, a regra é o contrato se resolver em perdas e danos (art. 389 é a regra, e o 475 é a exceção, lembram desses artigos, não é?)
           Observação: carro tem registro no DETRAN, mas carro não é imóvel, mas bem móvel, por isso para se tornar dono do carro não é necessário o registro. Voltaremos a esse assunto quando formos estudar a aquisição da propriedade móvel através da tradição (1267).
         Características do registro: fé pública (presume-se que o registro exprima a verdade; o cartório deve ser bem organizado e os livros bem cuidados, cabendo ao Juiz fiscalizar o serviço; os livros são acessíveis a qualquer pessoa, 1246); possibilidade de retificação (se o registro está errado, o Juiz pode determinar sua correção, 1247); obrigatoriedade (o registro é obrigatório no cartório de imóveis do lugar do imóvel: § 1º do 1245) e continuidade (o registro obedece a uma seqüência lógica, sem omissão, de modo que não se pode registrar em nome do comprador se o vendedor que consta no contrato não é o dono que consta no registro; muita gente desconhece a importância do registro, ou então para não pagar as custas, só celebra o contrato de compra e venda; aí fica transmitindo posse de um para outro; quando finalmente alguém resolve registrar, não encontra mais o dono, aí o jeito é partir para a usucapião).     
2 – aquisição da propriedade imóvel pela acessão
         É aquisição originária. Adquire-se por acessão tudo aquilo que adere ao solo e não pode ser retirado sem danificação. Através da acessão a coisa imóvel vai aumentar por alguma das cinco hipóteses do art. 1248. As quatro primeiras são acessões naturais e horizontais (dependem da natureza, mais precisamente da atividade fluvial/dos rios, do movimento de areia feito pelos rios) e a quinta é acessão humana e vertical (decorre da atividade artificial do homem ao plantar e construir).
a)    formação de ilhas: 1249
b)      aluvião: é o acréscimo lento de um terreno ribeirinho; a parte do terreno que aumenta passa a pertencer ao dono do terreno, 1250
c)      avulsão: difere da aluvião pois a avulsão é brusca: 1251
d)      álveo abandonado: trata-se do leito do rio que secou; este rio seco torna-se propriedade do dono do terreno onde ele passava: 1252
e)      construções e plantações: esta é a acessão humana, pois é o homem que constrói e planta num terreno; a regra é o acessório seguir o principal, então tais benfeitorias serão de propriedade do dono do terreno, 1253; porém, se o dono do material e das sementes não for o dono do terreno surgirão problemas sobre o domínio das acessões e indenização ao prejudicado. Como resolver isso para evitar enriquecimento ilícito do dono do terreno? Vai depender da boa fé ou da má fé  dos envolvidos, bem como vai depender da espécie de benfeitoria, com as mesmas regras que nós já vimos quando tratamos dos efeitos da posse.
O PROCESSO DA USUCAPIÃO SOBRE O BEM IMÓVEL
 
 
 Como é comum nos dias de hoje, por meio de uma ação judicial chamada Usucapião o possuidor de um bem imóvel que esteja na posse do mesmo, com boa fé, salvo os casos previstos na Constituição Federal (CF/88), e por um prazo mínimo de cinco anos (os prazos variam de acordo com o caso), poderá adquirir a propriedade do bem em caráter definitivo, neste caso são contados os fatores tempo e posse, sendo a usucapião um tipo de prescrição aquisitiva, ou seja, uma aquisição da propriedade que ocorre pela passagem do tempo.
Para tanto, são necessários alguns requisitos essenciais que vão além da boa fé, tais como:
1. Que o possuidor que quer pedir o usucapião, realmenteesteja no imóvel com intenção de posse, explorando o bem sem subordinação a quem quer que seja, com exclusividade, como se proprietário fosse;
2. Que a posse não seja clandestina, precária ou mediante violência;
3. Que seja então, posse de forma mansa, pacífica e contínua.
Como visto, não preencherá os requisitos para usucapião, o possuidor que ocupa o imóvel tendo conhecimento de que não é o proprietário, caso dos caseiros, locadores, entre outros, pois este tipo de posse não gera ânimo de dono da coisa, distinguindo o possuidor do proprietário.
Vale registrar que as áreas públicas em geral não podem ser objeto de usucapião, mas mesmo assim, em todas as ações devem ser citadas as Fazendas Públicas Federal, Estadual e Municipal, para conhecimento e manifestação.
Poderá ser usucapido o terreno sem demarcação e sem matrícula no cartório de imóveis, assim como pode ser usucapido um apartamento ou casa devidamente regularizada e registrada.
Conforme previsto na Constituição Federal e no Código Civil, existem espécies diferentes da usucapião, dentre as mais comuns estão:
USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL HABITACIONAL:
 
PRAZO (posse contínua): - 5 anos;
 
REQUISITOS: 
- Não se exige boa fé ou justo título;
- O imóvel URBANO não pode ultrapassar 250 m²;
- O possuidor não pode ser titular de outro imóvel, seja ele rural ou urbano;
 
• USUCAPIÃO ORDINÁRIA/COMUM:
PRAZO (posse contínua): - 10 anos;
 
REQUISITOS:
- Posse mansa, pacífica e contínua;
- Boa fé;
- Justo Título (Qualquer instrumento que justifica a ilusão do possuidor de que teria a condição de proprietário).
 
USUCAPIÃO ORDINÁRIA HABITACIONAL:
PRAZO (posse contínua): - 5 anos;
 
REQUISITOS:
- Posse mansa, pacífica e contínua;
- Finalidade habitacional (em solo urbano);
- Boa fé;
- Justo Título.
 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA:
 
PRAZO (posse contínua): - 15 anos;
 
REQUISITOS:
- É necessária a posse mansa e contínua, contudo, não se exige boa fé ou justo título;
 
 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA HABITACIONAL:
PRAZO (posse contínua): - 10 anos;
 
REQUISITOS:
- É necessária a posse mansa e contínua de imóvel urbano para fins de moradia, contudo, não se exige boa fé ou justo título;
 
Com relação à tramitação, é importante saber que deverão ser incluídos na ação de usucapião, além da Fazenda Pública, o proprietário do imóvel e vizinhos, chamados de confrontantes, que deverão se manifestar a respeito do pedido. Sendo julgada procedente a ação, a carta de sentença contendo a descrição do imóvel servirá para fins de registro na matrícula do imóvel perante o cartório de imóveis competente. Caso já exista matrícula, esta deverá ser cancelada para abertura de uma nova.
Vale também ressaltar, que eventuais impostos incidentes sobre transferência do imóvel, não serão cobrados, pois o instituto não implica em transmissão, mas em aquisição originária da propriedade.

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