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UNIDADE 6 - Análise conformacional dos alcanos e cicloalcanos 1. ETANO No etano, a ligação C-C é formada pela aproximação frontal de dois orbitais híbridos sp3. Utilizemos como eixo a linha que une ambos carbonos ligados. Se girarmos um orbital híbrido, mantendo o outro, ao redor do eixo mensionado, e mantendo os carbonos na mesma distância, a sobreposição dos orbitais é sempre a mesma, e a ligação, em princípio, não sofre alteração alguma. Porém, considerando a disposição relativa dos hidrógenos em um e outro carbono, existem duas conformações possíveis: Conformação Vista lateral Vista frontal Alternada Eclipsada Existen várias formas para representar esquematicamente as conformações existentes pela rotação de uma ligação simples C-C: Representação Alternadas Eclipsadas Alternadas Linhas e cunhas Cavalete Newman A rotação das ligações simples de uma molécula, podem alterar drasticamente sua forma tridimensional. Porém o giro da ligação C-C não afeta a sobreposição dos orbitais híbridos. Mas as conformações obtidas não possuem a mesma energia. 2. PROPANO E BUTANO Como Seria o perfil de energia em relação ao ângulo de rotação em uma ligação C-C no propano? E a ligação C-C central do butano? Conceito de ocupação de espaço ou impedimento estérico: Um dos fatores que gera a barreira de rotação do etano é a interação estérica desfavorável dos hidrogênios na conformação eclipsada. Um grupo metila tem obviamente um tamanho maior que um hidrogênio e sua interação estérica é logicamente maior. O propano tem um perfil semelhante ao do etano, porém com uma barreira energética maior. Propano Perfil de energia do propano O caso do butano é mais complexo porque os grupos metila interagem entre si de forma diferente em cada conformação. Perfis de energia do butano A diferença energética que existe entre o patamar de energia mais baixo (conformação com as metilas antiperiplanares; 180º) e os outros mínimos de energia locais (conformações com as metilas em gauche; 60º e 300º) é de 0.9 kcal/mol. Esta energia mede a interação estérica desestabilizante que tem lugar entre dois grupos Me em posição gauche. 4 - Estrutura dos cicloalcanos – Tensão angular A fórmula empírica geral de um cicloalcano com um único anel é CnH2n . Para cada anel que possua, o composto perde 2H, em comparação com um alcano de cadeia aberta. Ciclopropano Ciclobutano Ciclopentano Cicloexano A tensão do anel (Tensão angular e torcional) Em um alcano acíclico, a sobreposição frontal dos orbitais híbridos sp3 é máxima, dando lugar a uma ligação C-C de grande força (HºC-C = 90 kcal/mol). Por outro lado, os hidrógenos podem adotar uma conformação alternada, onde diminuem suas interações estéricas. O ângulo interno do ciclopropano é de 60º, muito menor que o ângulo ideal para a hibridização sp3 (109.5º). Portanto a sobreposição não pode ser frontal. Além da distorsão na sobreposição dos orbitais híbridos devido ao tamanho reduzido do anel, os hidrogênios de carbonos vizinhos estão inevitavelmente eclipsados. Isto confere uma instabilidade à molécula. O conjunto desses fatores (tensão angular e tensão torcional) permite explicar porque o ciclopropano é instável. 5 - Análise conformacional do cicloexano O cicloexano é especial, já que não possui tensão angular. Provavelmente esta seja a causa de que seja uma unidade muito abundante em substâncias naturais. Por qué? Se o cicloexano fosse plano, o anel teria um ângulo interno de 120º, maior que o ângulo ideal para uma hibridização sp3. Além disso, todos os hidrogênios estariam eclipsados. Na realidade, o cicloexano não é plano, mas adota uma conformação denominada cadeira, onde os ângulos internos são próximos aos ideaispara a hibridização sp3. Nesta conformação, todos os hidrogênios estão alternados. Distinguem-se duas posições, as axiais e equatoriais. Como o cicloexano está constituído por ligações simples,a rotação das mesmas é possível e dá lugar a um equilibrio conformacionalem que as posições axial e ecuatorial se invertem. A conseqüência desse movimentode inversão da conformação é que as posições axiais passam a ser equatoriais e vice-versa. Isso é especialmente importante quando o anel do cicloexano possui substituintes 6 - Compostos do cicloexano substituido – hidrogênios axiais e equatoriais Quando o cicloexano tem um substituinte, as duas conformações em equilibrio deixam de ter a mesma energia. Em geral, a conformação com o substituinte em equatorial é mais estable, como pode ser demonstrado pelos dados experimentais abaixo. Mediu-se a variação de energia livre para o equilíbrio axial-equatorial para vários substituintes R. Gº Concentraciones >0 [ecuat.]>[axial] =0 [ecuat.]=[axial] <0 [ecuat.]<[axial] Energias conformacionais de vários grupos funcionais R Gº(kcal/mol) R Gº(kcal/mol) H 0 F 0.25 CH3 1.75 Cl 0.52 CH3CH2 1.75 Br 0.55 (CH3)2CH 2.20 I 0.46 (CH3)3C >5 OH 0.94 CO2H 1.41 CH3O 0.75 CO2CH3 1.29 NH2 1.40 7 - Cicloalcanos dissubstituidos – Isomerismo cis-trans Os cicloexanos 1,1-dissustituídos não possuem isômeros espaciais. Se R e R’ forem iguais, as duas conformações possíveis terão a mesma energia. Se forem diferentes, predominará a forma em que o grupamento menor estiver na posição axial. Isômero 1,1 Os cicloexanos (1,2), (1,3) e (1,4) dissustituídos possuem dois estereoisômeros: cis e trans. Cada um deles possui duas conformações em equilíbrio. Isômero 1,2 cis Isômero 1,2 trans Isômero 1,3 cis Isômero 1,3 trans Isômero 1,4 cis Isômero 1,4 trans Em cada caso o equilibrio conformacional estará deslocado para a forma em que o maior número de substituintes estejam na posição ecuatorial. Aula 6 Hidrocarbonetos Insaturados Alcenos e Alcinos Geometria Caráter s Efeito indutivo Efeito mesomérico
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