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Cap 2 Medicamentos Adrenergicos

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ANOTAÇÕES EM FARMACOLOGIA E FARMÁCIA CLÍNICA 
Marcelo A. Cabral 
 
1 
 
2) medicamentos que atuam no sistema nervoso autônomo - adrenérgicos
Síntese, armazenamento, liberação e metabolismo da 
noradrenalina 
A noradrenalina é sintetizada através da conversão da 
L-tirosina em DOPA pela tirosina hidroxilase nos 
neurônios catecolaminérgicos. Por sua vez, a DOPA é 
convertida em dopamina pela descarboxilase. Em seguida, 
a dopamina é convertida em noradrenalina pela dopamina-
beta-hidroxilase, localizada nas vesículas sinápticas. Na 
medula supra-renal, a noradrenalina é convertida em 
adrenalina pela feniletanolamina-N-metil transferase. 
 A noradrenalina é armazenada em vesículas sinápticas, 
juntamente com ATP e cromogranina, e seu transporte para 
o interior das vesículas é realizado por transportador 
(VMAT – transportador de monoamina vesicular) que pode 
ser bloqueado pela reserpina. Atualmente a reserpina não 
possui utilidade clínica devido ao seu efeito irreversível 
sobre o VMAT e de sua associação com depressão 
psicótica. 
A liberação do neurotransmissor ocorre normalmente 
por exocitose mediada por Ca2+ (geração de um potencial 
de ação – despolarização da membrana – abertura dos 
canais de cálcio – entrada de cálcio – fusão da vesícula e 
descarga por exocitose), e é controlada pela 
retroalimentação auto-inibitória, mediada pelos receptores 
alfa-2. Essa liberação de catecolaminas é iniciada por sinais 
que se originam em um conjunto de áreas de processamento 
no SNC, particularmente no sistema límbico. Esses 
neurônios do SNC projetam axônios que fazem sinapse em 
neurônios pré-ganglionares simpáticos nas colunas 
intermédio-laterais da medula espinhal. Os axônios pré-
ganglionares projetam-se para os gânglios simpáticos, onde 
liberam acetilcolina. Esse neurotransmissor inicia 
potenciais pós-sinápticos excitatórios nos neurônios pós-
ganglionares, ativando os receptores nicotínicos de 
acetilcolina. Os axônios pós-ganglionares simpáticos 
formam varicosidades ou sinapses nos órgãos-alvos ou 
sobre eles. A chegada de um potencial de ação nessas 
terminações abre os canais de Ca+ regulados por voltagem, 
e o consequente influxo de cálcio deflagra o processo de 
exocitose das vesículas sinápticas contendo catecolaminas. 
A noradrenalina sofre rápida difusão da varicosidade pré-
sináptica e regula localmente as respostas teciduais através 
da ativação dos receptores adrenérgicos pós-sinápticos. 
A noradrenalina modula numerosas funções vitais, 
incluindo a frequência e a força da contração cardíaca, a 
resistência dos vasos sanguíneos e bronquíolos, a liberação 
de insulina e a degradação da gordura. 
A ação desse neurotransmissor é interrompida 
principalmente por recaptação pelas terminações nervosas, 
através do transportador de noradrenalina (NET). Essa 
captação é bloqueada por antidepressivos tricíclicos, pela 
fenoxbenzamina, cocaína e anfetaminas. Além disso, as 
catecolaminas (noradrenalina, dopamina e serotonina) são 
metabolizadas pelas enzimas MAO e pela COMT. 
Receptores adrenérgicos 
A principal classificação farmacológica divide os 
receptores adrenérgicos em alfa e beta. Por sua vez, existem 
os subtipos alfa-1 e alfa-2, beta1, beta2 e beta3, todos 
pertencentes à super-família dos receptores acoplados à 
proteína G. 
Os receptores alfa-1 ativam a fosfolipase C, 
produzindo assim, IP3 e DAG como segundos mensageiros; 
os receptores alfa-2 inibem a adenilato ciclase e, portanto, 
diminuem a formação de AMPc; todos os tipos de 
receptores beta estimulam a adenilato ciclase. 
 
 
 
Os principais efeitos da ativação dos receptores 
adrenérgicos estão relacionados na tabela 1.1, em anexo. 
ANOTAÇÕES EM FARMACOLOGIA E FARMÁCIA CLÍNICA 
 
Marcelo A. Cabral 
 
 
2
Efeitos dos fármacos simpaticomiméticos sobre sistemas e 
órgãos 
a) vasos sanguíneos: O tônus do músculo liso vascular é 
regulado por receptores adrenérgicos. Os receptores alfa 
aumentam a resistência arterial, enquanto os receptores beta-2 
promovem o relaxamento do músculo liso. Os vasos cutâneos 
apresentam receptores alfa e sofrem contração na presença de 
adrenalina e noradrenalina. Os vasos no músculo esquelético 
podem contrair-se ou dilatar-se, dependendo da ativação dos 
receptores alfa ou beta. Portanto, os efeitos globais de um 
agente simpaticomimético sobre os vasos sanguíneos dependem 
das atividades relativas das drogas nos receptores alfa e beta. 
b) coração: os efeitos diretos sobre o coração são 
determinados, em grande parte, pelos receptores beta-1, 
embora estejam envolvidos os receptores beta-2 e, em menor 
grau, os receptores alfa. A ativação dos receptores beta resulta 
em aumento do influxo de cálcio nas células cardíacas, com 
consequências tanto elétricas quanto mecânicas: aumento da 
frequência e força de contração cardíacas. 
c) pressão arterial: os efeitos das drogas simpaticomiméticas 
sobre a pressão arterial podem ser explicados com base nos 
seus efeitos sobre o coração, a resistência vascular periférica e 
o retorno venoso. Um agonista alfa puro (fenilefrina) aumenta 
a resistência arterial periférica e diminui a capacitância 
venosa, além de poder exercer uma ação inotrópica positiva 
moderada. Por outro lado, a resposta da pressão arterial a um 
agonista puro dos receptores beta aumenta o débito cardíaco 
(ativação dos receptores beta-1), além de reduzir a resistência 
periférica ao ativar os receptores beta-2, produzindo 
vasodilatação em certos leitos vasculares. O efeito final 
consiste em manter ou elevar levemente a pressão sistólica, 
permitindo, ao mesmo tempo, uma queda da pressão 
diastólica. 
d) olho: a ativação dos receptores alfa do músculo dilatador 
da pupila da íris (fenilefrina) provoca midríase. Os 
estimulantes alfa e beta adrenérgicos exercem efeitos 
importantes sobre a pressão intra-ocular. Os agonistas alfa 
aumentam o efluxo de humor aquoso do olho, enquanto os 
antagonistas beta diminuem a produção de humor aquoso. 
Essas classes de fármacos são usadas no tratamento do 
glaucoma (brimonidina + timolol). 
e) trato respiratório: o músculo liso brônquico contém 
receptores beta-2 que causam relaxamento. A ativação desses 
receptores resulta em broncodilatação. Os vasos sanguíneos da 
mucosa das vias respiratórias superiores contêm receptores 
alfa. A ação dos descongestionantes dos receptores 
adrenérgicos é clinicamente útil. 
f) trato gastrintestinal: é possível produzir relaxamento do 
músculo liso gastrintestinal com agentes alfa e beta 
estimulantes. Os receptores beta, que parecem estar 
localizados diretamente nas células musculares lisas, medeiam 
o relaxamento através de hiperpolarização e diminuição da 
atividade em espícula nessas células. Os agonistas alfa-2 
diminuem a atividade muscular indiretamente através da 
redução pré-sináptica da liberação de acteilcolina e de outros 
estimulantes do sistema nervoso entérico. 
g) trato geniturinário: o útero humano possui receptores alfa 
e beta-2. a ativação dos receptores beta-2 do útero produz 
relaxamento. A ativação dos receptores alfa da bexiga, uretra e 
próstata promovem a continência urinária. 
h) glândulas exócrinas: as glândulas salivares contêm 
receptores adrenérgicos, e sua ativação causa redução da 
produção da saliva (boca seca). Por outro lado, as glândulas 
sudoríparas que se localizam na palma das mãos são 
estimuladas pelos simpaticomiméticos. Essas glândulas estão 
associadas ao estresse psicológico. 
e) efeitos metabólicos: a ativação dos receptores beta 
adrenérgicos nas células adiposas resulta em aumento da 
lipólise, com liberação aumentada de ácidos graxos livres e 
glicerol no sangue. Por outro lado, a ativação dos receptores 
alfa-2 dos lipócitos inibe a lipólise. Os receptores alfa e beta 
adrenérgicos expressos nas ilhotas pancreáticas tendem aaumentar e a diminuir a secreção de insulina, respectivamente, 
embora o principal regulador da liberação de insulina seja a 
concentração plasmática de glicose. 
h) função endócrina e leucocitose: a secreção de renina é 
estimulada pelos receptores beta-1 e inibida pelos receptores 
alfa-2. a adrenalina e agentes relacionados em altas 
concentrações causam leucocitose, em parte, ao promover a 
desmarginação dos leucócitos sequestrados da circulação geral. 
i) efeitos sobre o sistema nervoso central: a ação dos agentes 
simpaticomiméticos sobre o sistema nervoso central varia 
acentuadamente, dependendo de sua capacidade de atravessar a 
barreira hematoencefálica. As catecolaminas são quase 
totalmente excluídas por essa barreira. Por outro lado, as não 
catecolaminas de ação indireta, como as anfetaminas, que 
penetram facilmente no SNC a partir da circulação, produzem 
desde leve estado de alerta, elevação do humor, insônia, euforia, 
anorexia e até um comportamento psicótico. Esses efeitos não 
são facilmente atribuídos a ações mediadas pelos receptores alfa 
e beta e podem representar uma intensificação dos processos 
mediados pela dopamina ou outros efeitos dessas drogas no 
sistema nervoso central. 
1) Medicamentos adrenérgicos: 
Os medicamentos adrenérgicos são também 
denominados simpaticomiméticos em virtude de sua capacidade 
de produzir efeitos semelhantes aos produzidos pelo sistema 
nervoso simpático. 
A capacidade dos agonistas dos receptores 
adrenérgicos de iniciar uma sinalização distal é proporcional ao 
número de receptores ativados. Por conseguinte, a ocorrência de 
mudanças na densidade dos receptores existentes sobre a 
superfície celular irá alterar a eficácia aparente de um agonista. 
Assim, as alterações tanto em curto prazo (dessensibilização) 
quanto em longo prazo (infra-regulação) no número de 
receptores adrenérgicos funcionais são importantes na regulação 
da resposta do tecido. Quando um agonista ativa o receptor 
adrenérgico, a dissociação das proteínas G heterotriméricas leva 
a uma sinalização distal, bem como a um mecanismo de 
retroalimentação negativa que limita as respostas dos tecidos. O 
ANOTAÇÕES EM FARMACOLOGIA E FARMÁCIA CLÍNICA 
 
Marcelo A. Cabral 
 
 
3
acúmulo das subunidades BY na membrana recruta uma cinase 
do receptor acoplado à proteína G (GRK), que fosforila o 
receptor nos resíduos da extremidade C-terminal, que atuam 
como importantes alvos de proteínas inativadoras 
(dessensibilização). Alternativamente, a proteinocinase A e a 
proteinocinase C podem fosforilar as proteínas G. o estado 
fosforilado de uma proteína G pode ligar-se a outra proteína 
denominada B-arrestina, que inibe estericamente a interação 
receptpr-proteína G, silenciando efetivamente a sinalização do 
receptor. Em uma escala temporal maior, o complexo receptor-
b-arrestina é seuqestrado, através de um mecanismo dpendente 
de clatrina, em um compartimento endocítico para 
internalização, um processo denominado infra-regulação. Cada 
um desses processos é importante na regulação da 
responsividade do tecido em curto ou em longo prazo. 
Os simpaticomiméticos ditos indiretos promovem 
a liberação do neurotransmissor para a fenda sináptica, por 
deslocá-lo de vesículas de armazenamento. Já os diretos 
acoplam-se a receptores simpáticos pós-sinápticos. Os 
medicamentos adrenérgicos produzem seus esfeitos ao estimular 
os receptores alfa e/ou beta adrenérgicos. Eles são classificados 
em dois grupos segundo as suas estruturas químicas: as 
catecolaminas e as não-catecolaminas. 
a) Catecolaminas: são os simpaticomiméticos com 
núcleo catecólico (o-diidroxibenzeno). As catecolaminas mais 
comuns são a dobutamina, dopamina, adrenalina, 
noradrenalina, cloridrato e sulfato de isoproterenol. 
As catecolaminas não podem ser administradas por via 
oral, visto que são destruídas pelas enzimas digestivas, por outro 
lado, são absorvidas rapidamente quando administradas por via 
sublingual. A absorção por via SC é lenta, pois esses fármacos 
provocam constrição dos vasos sanguíneos ao redor do local de 
aplicação. A absorção IM é mais rápida devido a menor 
constrição dos vasos sanguíneos locais. 
A adrenalina em baixas concentrações possui efeitos 
predominantemente beta-adrenérgicos, ao passo que, em altas 
concentrações, predominam os efeitos alfa. É um vasoconstritor 
e estimulante cardíaco muito potente. Promove a elevação da 
pressão arterial sistólica devido suas ações inotrópica e 
cronotrópica positivas (ativação dos receptores beta-1) e pela 
vasoconstrição induzida em muitos leitos vasculares (ativação 
receptores alfa). A adrenalina também ativa os receptores beta-2 
existentes em alguns vasos (vasos sanguíneos do músculo 
esquelético), resultando em sua dilatação. Por conseguinte, a 
resistência periférica total pode diminuir, explicando a queda da 
presão diastólica após injeção de adrenalina. A ativação dos 
receptores beta-2 relaxa a musculatura lisa brônquica, aumenta 
as concentrações de glicose e de ácidos graxos livres no sangue. 
A adrenalina é utilizada no tratamento da crise asmática 
aguda e anafilaxia. Aplicada localmente em altas doses provoca 
vasoconstrição e prolonga a ação dos anestésicos locais. Ela 
possui rápido início e breve duração de ação, sendo ineficaz por 
via oral. O aumento da excitabilidade cardíaca induzido pela 
adrenalina pode levar a arritmias cardíacas, e a acentuada 
elevação da pressão arterial pode provocar hemorragia cerebral. 
A noradrenalina e a adrenalina apresentam efeitos 
semelhantes sobre os receptores beta-1 do coração, com 
potência também semelhante nos receptores alfa. A 
noradrenalina tem pouco efeito sobre os receptores beta-2. Por 
conseguinte, a noradrenalina aumenta a resistência periférica e a 
pressão arterial tanto sistólica quanto diastólica. 
A noradrenalina também aumenta a freqüência cardíaca, 
porém esse efeito é tipicamente superado pela atividade vagal 
reflexa em resposta à elevação da pressão arterial. Ela é 
utilizada com frequência no tratamento de emergência do 
choque distributivo (caracterizado pela queda do tônus 
vasomotor por vasodilatação e hipovolemia relativa – comum 
acontecer em choque séptico, depressão do SNC, traumatismos 
graves, etc). 
O isoproterenol é um agonista muito potente dos 
receptores beta, que exerce pouco efeito sobre os receptores 
alfa. A droga possui ações cronotrópica e inotrópica positivas. O 
isoproterenol é um potente vasodilatador, pois atua 
exclusivamente sobre os receptores betas. 
A dopamina, precursor metabólico imediato da 
noradrenalina, ativa os receptores D1 em vários leitos 
vasculares, resultando em vasodilatação. O fenoldopam 
também é um agonista dos receptores D1, sendo indicada sua 
administração intravenosa para o tratamento da hipertensão 
grave. A dopamina é administrada em baixas doses para 
melhorar o fluxo sanguíneo dos rins, uma vez que faz dilatar os 
vasos sanguíneos renais. Neste caso, os receptores 
dopaminérgicos D1 ativam a adenilil ciclase nas células 
musculares lisas vasculares, resultando em aumento dos níveis 
de AMPc e em vasodilatação. Em concentrações 
suprafisiológicas, a dopamina também pode atuar como 
agonista nos receptores alfa-1(vasoconstrição) e beta-1 
(inotropismo positivo). Em face disso, a dopamina é utilizada no 
tratamento do choque, particularmente nos estados de choque 
causados por baixo débito cardíaco e acompanhados de 
comprometimento da função renal, resultando em oligúria 
(volume da urina excretada menor que o necessário para 
eliminação de catabólitos). Apesar de a dopamina ser um 
neurotransmissor proeminente do SNC, a sua administração 
sistêmica tem poucos efeitos sobre o SNC, visto que ela não 
atravessa facilmente a barreira hematoencefálica. 
As catecolaminas que estimulam os receptores alfa são 
utilizadas no tratamentoda hipotensão. As catecolaminas que 
estimulam os receptores B1 são utilizadas no tratamento da 
bradicardia, do bloqueio cardíaco e no tratamento da taquicardia 
nodal ou atrial paroxística noturna (surto de frequência cardíaca 
rápida). 
As drogas B1 adrenérgicas (isoproterenol e adrenalina) 
também são usadas no tratamento da fibrilação ventricular, na 
assistolia e na parada cardíaca. Já as drogas que possuem 
atividade B2 (isoproterenol e dobutamina) são utilizadas no 
tratamento da asma brônquica, enfisema, bronquite e nas 
reações de hipersensibilidade aguda às drogas. 
As reações adversas às catecolaminas podem incluir: 
inquietação, ansiedade tonteira, cefaléia, palpitações, arritmias 
ANOTAÇÕES EM FARMACOLOGIA E FARMÁCIA CLÍNICA 
 
Marcelo A. Cabral 
 
 
4
cardíacas, hipotensão, hipertensão, AVC, angina e aumento da 
glicemia. 
b) Não-catecolaminas: Os principais representantes 
são: mefentermina, metaraminol, metoxamina, fenilefrina, 
albuterol, salbutamol, efedrina, terbutalina e metaproterenol. 
A fenilefrina é um agonista alfa relativamente puro. Como 
não se trata de um derivado catecólico, a fenilefrina não é 
inativada pela COMT e apresenta duração de ação muito mais 
prolongada que as catecolaminas. Trata-se de um midriático e 
descongestionante eficaz, que pode ser utilizado para elevar a 
pressão arterial. 
A efedrina é encontrada em várias plantas e vem sendo 
utilizada na China há mais de 2.000 anos. Como se trata de uma 
fenilpropanolamina não-catecólica, a efedrina possui alta 
biodisponibilidade e duração de ação relativamente longa. 
Devido a seu acesso ao SNC, atua como estimulante leve. A 
pseudo-efedrina, um dos quatro enantiômeros da efedrina, é 
disponível sem prescrição médica como componente de muitas 
misturas descongestionantes. 
O metaraminol provoca vasoconstrição e é utilizado 
no tratamento da hipotensão em casos de choque grave 
(ativação dos receptores alfa-1). A ritodrina e a terbutalina são 
administradas para interromper o trabalho de parto pré-termo 
(ativação dos receptores beta-2). 
O salbutamol, salmeterol, ritodrina e a terbutalina são 
agonistas seletivos dos receptores beta-2 adrenérgicos, isentos, 
nas doses usuais, de efeitos estimulantes cardíacos. Por efeito de 
relaxamento das musculaturas brônquica e uterina, são 
utilizados clinicamente para alívio da crise de asma, e 
administrados intravenosamente no trabalho de parto prematuro. 
Com aumento da dose ocorrem efeitos beta-1, e a taquicardia, 
tremores e nervosismo são os principais efeitos adversos. 
Os medicamentos adrenérgicos não catecolaminas são 
utilizados para: 
- produzir a contração local ou sistêmica dos vasos 
sanguíneos (mefentermina, metaraminol, metoxamina e 
fenilefrina) (receptores alfa-1); 
- descongestão nasal e ocular, e dilatação dos bronquíolos 
(salbutamol, efedrina, isoetarina, metaproterenol e terbutalina) 
(receptores beta-2); 
- relaxamento do músculo liso (ritodrina e terbutalina) 
(receptores alfa-2 e beta-2). 
É importante lembrar que os agonistas alfa-2 
adrenérgicos seletivos têm importante capacidade de reduzir a 
pressão arterial através de ações no sistema nervoso central, 
embora sua aplicação local direta a um vaso sanguíneo possa 
causar constrição. Como exemplo desses fármacos pode-se citar 
a clonidina, a metildopa, a guanfacina e o guanabenz. 
Os agentes alcalizantes da urina, como a 
acetazolamida e o bicarbonato de sódio, retardam a excreção 
dos medicamentos não-catecolaminas, prolongando sua ação. 
As reações adversas às não-catecolaminas são: 
cefaléia, inquietação, ansiedade, irritação, tremor, sonolência, 
insônia, aturdimento, convulsão, hipertensão, hipotensão, 
bradicardia, taquicardia, parada cardíaca, etc. 
2) Medicamentos bloqueadores adrenérgicos: 
Esses fármacos atuam ao bloquear a transmissão dos 
impulsos nos neurônios adrenérgicos ou nos receptores 
adrenérgicos. 
De acordo com seu local de ação, os 
medicamentos bloqueadores são classificados em: 
- bloqueadores alfa-adrenérgicos; e 
- bloqueadores beta-adrenérgicos. 
Efeitos dos antagonistas alfa-adrenérgicos 
Como o tônus das arteríolas e das veias é determinado, 
em grande parte, pelos receptores alfa no músculo liso 
vascular, as drogas antagonistas dos receptores alfa produzem 
redução da resistência vascular periférica e da pressão arterial. 
Os antagonistas dos receptores alfa podem causar hipotensão 
postural e taquicardia reflexa. A hipotensão postural é devida 
ao antagonismo da estimulação dos receptores alfa-1 pelo 
sistema nervoso simpático no músculo liso venoso. A 
taquicardia pode ser mais pronunciada com agentes que 
bloqueiam os receptores alfa-2 pré-sinápticos no coração. 
Os efeitos de menor importância que indicam bloqueio 
dos receptores alfa em outros tecidos incluem miose e 
congestão nasal. O bloqueio dos receptores alfa-1 da base da 
bexiga e da próstata está associado a uma redução da 
resistência ao fluxo de urina. 
Fármacos antagonistas alfa-adrenérgicos 
Os principais fármacos antagonistas alfa-adrenérgicos 
são a fentolamina, a tolazozina, a fenoxbenzamina, prazosina, 
terazosina e doxazosina. 
A fentolamina, derivado imidazólico, é um potente 
antagonista competitivo no nível dos receptores tanto alfa-1, 
quanto alfa-2. A fentolamina produz redução da resistência 
periférica através do bloqueio dos receptores alfa-1 e, 
possivelmente, dos receptores alfa-2 no músculo liso vascular. 
A estimulação cardíaca induzida pela fentolamina é devida à 
ativação da estimulação simpática do coração em resposta a 
mecanismos barorreflexos. O antagonismo dos receptores 
alfa-2 pré-sinápticos pode provocar aumento da liberação de 
noradrenalina dos nervos simpáticos (inibição da 
retroalimentação). 
Os principais efeitos adversos da fentolamina estão 
relacionados à estimulação cardíaca, que pode causar 
taquicardia intensa, arritmias e isquemia do miocárdio, 
particularmente após administração intravenosa. 
Este fármaco tem sido utilizado no tratamento do 
feocromocitoma (intra-operatório) bem como da disfunção 
ANOTAÇÕES EM FARMACOLOGIA E FARMÁCIA CLÍNICA 
 
Marcelo A. Cabral 
 
 
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erétil masculina através de injeção intra-cavernosa e 
administração oral. 
A fenoxibenzamina liga-se de forma covalente ao 
receptor alfa, causando bloqueio irreversível de longa duração. 
A droga também inibe a recaptação da noradrenalina liberada 
pelas terminações nervosas adrenérgicas pré-sinápticas. A 
fenoxibenzamina bloqueia os receptores histamínicos H1, de 
acetilcolina e de serotonina, bem como os receptores alfa. O 
aspecto mais importante do seu uso consiste na capacidade da 
fenoxibenzamina de atenuar a vasoconstrição induzida pelas 
catecolaminas. O seu principal uso é encontrado no tratamento 
do feocromocitoma. Os efeitos adversos mais comuns do seu 
uso são a hipotensão postural, taquicardia, fadiga, sedação e 
náusea. 
 A prazosina é eficaz no tratamento da hipertensão. É 
altamente seletiva para os receptores alfa-1. Isso pode explicar a 
ausência relativa de taquicardia observada com o uso da 
prazosina, em comparação com a relatada com a fentolamina e a 
fenoxibenzamina. A prazosina provoca relaxamento do músculo 
liso tanto arterial quanto venoso, devido ao bloqueio dos 
receptores alfa-1. 
 A terazosina é outro antagonista alfa-1 seletivo e 
reversível que se mostra eficaz na hipertensão. Foi também 
aprovada para uso em homens com sintomas urinários causados 
por hiperplasia prostática benigna (HPB). 
 A doxazosina mostra-se eficaz no tratamento da 
hipertensão e da HPB. Difere da prazosina e da terazosina, pela 
sua meia-vida mais prolongada, cerca de 22 horas. 
 As drogas antagonistas alfa-adrenérgicas são utilizadas 
no tratamento do feocromocitoma (fenoxibenzamina e 
fentolamina), e no tratamento da hipertensãocrônica. A 
fentolamina tem sido utilizada para reverter a vasoconstrição 
local intensa causada por infiltração inadvertida de agonista alfa 
no tecido subcutâneo durante a administração intravenosa. O 
antagonista alfa é administrado por infiltração local no tecido 
isquêmico. Diversos estudos demonstraram a eficácia de vários 
antagonistas dos receptores alfa-1 em pacientes com HPB. Os 
antagonistas alfa-2 têm relativamente pouca utilidade clínica. 
Efeitos dos antagonistas beta-adrenérgicos 
Os efeitos dessas drogas são devidos, em sua maior 
parte, à ocupação e ao bloqueio dos receptores beta. Entretanto, 
algumas ações podem resultar de outros efeitos, incluindo 
atividade de agonista parcial nos receptores beta e ação 
anestésica local, que diferem entre os beta-bloqueadores. Os 
principais fármacos bloqueadores beta adrenérgicos são o 
propranolol, o metropolol, atenolol, nadolol, labetalol, 
carvedilol, esmolol e o timolol. 
a) efeitos sobre o sistema cardiovascular: 
 Os fármacos beta-bloqueadores, quando administrados 
de forma crônica, reduzem a pressão arterial em pacientes com 
hipertensão. Os mecanismos envolvidos podem incluir efeitos 
sobre o coração e os vasos sanguíneos, supressão do sistema 
renina-angiotensina e, talvez, efeitos sobre o sistema nervoso 
central. Em contraste, essas drogas, quando administradas em 
doses convencionais, geralmente não causam hipotensão em 
indivíduos sadios com pressão arterial normal. 
 Os antagonistas dos receptores beta execem efeitos 
proeminentes sobre o coração. Os efeitos inotrópicos e 
cronotrópicos negativos são previsíveis, com base no papel 
desempenhado pelos receptores adrenérgicos na regulação 
dessas funções. No sistema vascular, o bloqueio dos receptores 
beta opõe-se à vasodilatação mediada por beta-2. As drogas 
beta-bloqueadoras antagonizam a liberação da renina induzida 
pelo sistema nervoso simpático. De qualquer modo, enquanto os 
efeitos agudos dessas drogas podem incluir um aumento da 
resistência periférica, a sua administração crônica resulta em 
queda da resistência periférica em pacientes com hipertensão. 
b) efeitos sobre o trato respiratório: 
 O bloqueio dos receptores beta-2 no músculo liso 
brônquico pode determinar um aumento da resistência das vias 
aéreas, particularmente em pacientes com asma. Os antagonistas 
dos receptores beta-1, como o metoprolol ou o atenolol, podem 
ter alguma vantagem sobre os antagonistas beta não-seletivos 
quando se deseja um bloqueio dos receptores beta-1 no 
coração, enquanto o bloqueio dos receptores beta-2 não é 
desejável. 
c) efeitos sobre o olho: 
 Vários agentes beta-bloqueadores reduzem a pressão 
intra-ocular, particularmente em olhos com glaucoma. Em geral, 
o mecanismo relatado consiste em diminuição da produção de 
humor aquoso. 
d) efeitos metabólicos e endrócrinos: 
 Os antagonistas beta, como o propranolol, inibem a 
estimulação da lipólise pelo sistema nervoso simpático. A 
glicogenólise no fígado humano seja, pelo menos parcialmente, 
inibida após bloqueio dos receptores beta-2. Os antagonistas 
beta adrenérgicos devem ser usados com muita cautela em 
pacientes diabéticos insulino-dependentes, visto que as 
catecolaminas podem constituir os principais fatores na 
estimulação da liberação da glicose pelo fígado, em resposta à 
hipoglicemia. Os antagonistas beta-adrenérgicos são muito mais 
seguros em pacientes com diabete tipo 2 que não apresentam 
episódios de hipoglicemia. 
O uso crônico de antagonistas dos receptores beta-
adrenérgicos tem sido associado a um aumento das 
concentrações plasmáticas de colesterol das VLDL e uma 
redução das concentrações de colesterol da HDL. Ambas as 
alterações são potencialmente desfavoráveis em termo de risco 
de doença cardiovascular. 
A ação anestésica local, também conhecida como ação 
“estabilizadora das membranas”, constitui um efeito 
proeminente de vários beta-bloqueadores. Explicar esta merda... 
 
 
ANOTAÇÕES EM FARMACOLOGIA E FARMÁCIA CLÍNICA 
 
Marcelo A. Cabral 
 
 
6
Fármacos antagonistas beta-adrenérgicos 
O propranolol é o protótipo das drogas beta-
bloqueadoras. Sua biodisponibilidade é baixa e dose-
dependente, em virtude do extenso metabolismo de primeira 
passagem no fígado. 
O metropolol e o atenolol são membros do grupo 
beta-1 seletivo. Esses fármacos podem ser mais seguros para 
pacientes que apresentam broncoconstrição em resposta ao 
propranolol. Como a sua seletividade beta-1 é bastante limitada, 
esses fármacos devem ser utilizados com muita cautela, ou até 
mesmo ser evitados em pacientes com história de asma. Os 
antagonistas beta-1 seletivos podem ser preferíveis em pacientes 
com diabete ou com doença vascular periférica, quando há 
necessidade de terapia com beta-bloqueador, visto que os 
receptores beta-2 são provavelmente importantes no fígado 
(recuperação da hipoglicemia) e nos vasos sanguíneos 
(vasodilatação). 
O nadolol é notável pela sua duração de ação muito 
longa. Seu espectro de ação se assemelha ao do timolol. O 
timolol é um fármaco não-seletivo desprovido de atividade 
anestésica local. Possui excelentes efeitos hipotensores oculares 
quando administrado topicamente no olho. Por outro lado, o 
esmolol é um antagonista dos receptores adrenérgicos beta-1 
seletivos de ação ultra-curta. O esmolol é potencialmente muito 
mais seguro do que os antagonistas de ação mais longa para 
pacientes criticamente enfermos que necessitam de antagonista 
dos receptores beta-adrenérgicos. O esmolol pode ser útil no 
controle das arritmias supraventriculares, das arritmias 
associadas à tireotoxicose, da hipertensão peri-operatória e da 
isquemia do miocárdio em pacientes agudamente doentes. 
O carvedilol é um antagonista não-seletivo dos 
receptores beta que tem alguma capacidade de bloquear os 
receptores alfa-1 adrenérgicos. Esse fármaco antagonisa as 
ações das catecolaminas com mais potência nos receptores beta 
do que nos receptores alfa. 
As drogas antagonistas beta-adrenérgicas são utilizadas 
no tratamento da hipertensão, geralmente em associação com 
um diurético. Os bloqueadores beta-adrenérgicos reduzem a 
freqüência dos episódios de angina e melhoram a tolerância ao 
exercício em muitos pacientes com angina. Essas ações estão 
relacionadas ao bloqueio dos receptores beta cardíacos, 
resultando em diminuição do trabalho cardíaco e da demanda de 
oxigênio. A redução da freqüência cardíaca e a sua 
regularização podem contribuir para os benefícios clínicos 
observados. Essa classe de fármacos também se mostra eficaz 
no tratamento das arritmias ventriculares e supra-ventriculares. 
Verificou-se que a administração de beta-bloqueadores 
reduz a pressão intra-ocular em pacientes com glaucoma. O 
mecanismo parece envolver uma diminuição da produção de 
humor aquoso pelo corpo ciliar, que é fisiologicamente ativada 
pelo AMPc. O timolol mostra-se apropriado para uso local no 
olho, visto que carece de propriedade anestésica local. 
Vários estudos demonstram um efeito benéfico do 
propranolol na redução da freqüência e da intensidade da 
enxaqueca. 
A cafeína é um antagonista competitivo dos receptores 
de adenosina no SNC. Esses receptores, que estão localizados 
em neurônios noradrenérgicos pré-sinápticos, quando ativados 
pela adenosina, atuam para inibir a liberação da noradrenalina 
em sinápses no SNC. O antagonismo desses receptores de 
adenosina pela cafeína faz com que a liberação de noradrenalina 
não seja inibida, produzindo os efeitos estimulantes 
característicos da droga. 
Inibidores da síntese de catecolaminas 
os inibidores da síntese de catecolaminas possuem 
utilidade clínica limitada, visto que esses agentes inibem de 
modo inespecífico a formação de todas as catecolaminas. A 
alfa-metiltirosina é um análogo estrutural da tirosina que é 
transmportadonas terminações nervosas, onde inibe a tiroxina 
hidroxilase, a primeira enzima na via de biossíntese das 
catecolaminas. Esse agente é utilizado em certas ocasiões no 
tratamento da hipertensão associada ao feocromocitoma. 
A tiramina é uma amina, presente na dieta, normalmente 
metabolizada no trato gastrintestinal e no fígado pela MAO. Em 
pacientes que fazem uso de inibidores da MAO (IMAO), a 
tiramina é absorvida no intestino, transportada pelo sangue e 
captada por neurônios simpáticos, onde é transportada até as 
vesículas sinápticas pelo VMAT. Através desse mecanismo, um 
estímulo agudo com grandes quantidades de tiramina (como a 
ingestão de queijo envelhecido e vinhos) 
Pode provocar deslocamento agudo da 
noradrenalina vesicular e liberação não-vesicular maciça de 
noradrenalina das terminações nervosas, através da reversão do 
NET. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1.1 - Efeitos da ativação dos receptores alfa-1 adrenérgicos: 1) Agonista se liga ao receptor α1, 2) mudança 
conformacional proteína Gq– substituição de GDP por GTP e liberação da subunidade αq – 3) ativação da fosfolipase C que catalisa a liberação de IP3 e DAG a 
partir do PIP2 – 4) IP3 provoca liberação de Ca+ dos retículos endoplasmáticos – 5) o Ca+ liberado e o DAG ativam a proteína cinase C que fosforila proteínas 
– 6) as PTN fosforiladas produzem ações fisiológicas finais. 
Local Efeito fisiológico Mecanismo 
Músculo liso 
vascular 
Contração Estimulação dos receptores alfa-1 aumenta a concentração de Ca+ intracelular 
devido a geração de IP3, ativação da calmodulina, fosforilação da cadeia leve de 
miosina, interação de actina e miosina é aumentada provocando a contração 
muscular. 
Músculo liso 
intestinal 
 
Músculo liso 
genitourinário 
 
Coração Aumento do 
inotropoismo e 
excitabilidade. 
 
Fígado Glicogenólise e 
gliconeogênese. 
 
Efeitos da ativação dos receptores alfa-2 adrenérgicos: 1) O agonista se liga ao receptor α2 – 2) mudança conformacional da 
proteína Gi– substituição de GDP por GTP e liberação da subunidade αi – 3) a subunidade αi se une e inibe a adenilato ciclase causando uma diminuição dos 
níveis de AMPC. Além disso, os rcpts α2 ativam os canais de K+ e inibem os canais de Ca+ controlados pela proteína G (subunidades By da ptn Gi) levando à 
hiperpolarização da membrana celular - produção da ação fisiológica final (relaxamento, diminuição das atividades). 
 Local Efeito fisiológico Mecanismo 
Terminações 
pré-sinápticas 
Inibição da transmissão 
sináptica. 
Atuam como auto-receptores para mediar a inibição da transmissão sináptica 
por retroalimentação. 
Células beta do 
pâncreas 
Inibição da liberação 
de insulina 
 
Plaquetas Inibição da agregação 
plaquetária 
 
SNC Diminuição da 
descarga simpática na 
periferia 
Diminuição da liberação de noradrenalina nas terminações simpáticas, causando 
diminuição da contração do músculo liso vascular - diminuição da pressão 
arterial. 
 Efeitos da ativação dos receptores beta-1 adrenérgicos: 1) Agonista se liga ao receptor β1 , 2) mudança conformacional proteína Gs– 
substituição de GDP por GTP e liberação da subunidade αs – 3) ativação da adenilato ciclase que catalisa conversão de ATP em AMPC – 4) o AMPC ativa as 
proteínas cinases. Estas por sua vez fosforilam proteínas, incluindo canais iônicos, produzindo ações fisiológicas finais. 
 Local Efeito fisiológico Mecanismo 
Coração Aumeto do 
cronotropismo e 
inotropismo = aumento 
do débito cardíaco. 
O efeito inotrópico é mediado pela fosforilação dos canais de Ca+, incluindo os 
canais de cálcio no sarcolema. O aumento do cronotropismo resulta de um 
aumento mediado pelos receptores beta-1 na taxa de despolarização da fase 4 
das células marca-passo do nodo sinoatrial. 
Coração Aumento da velocidade 
de condução AV. 
O aumento da entrada de cálcio estimulado pelos receptores beta-1 aumenta a 
taxa de despolarização das células do nodo atrioventricular. 
Células 
justaglomerulares 
renais 
Secreção de renina. 
 
 
 
 
 
Efeitos da ativação dos receptores beta-2 adrenérgicos: 1) Agonista se liga ao receptor β1 , 2) mudança conformacional proteína Gs– 
substituição de GDP por GTP e liberação da subunidade αs – 3) ativação da adenilato ciclase que catalisa conversão de ATP em AMPC – 4) o AMPC ativa as 
proteínas cinases. Estas por sua vez fosforilam proteínas, incluindo canais iônicos, produzindo ações fisiológicas finais. 
 Local Efeito fisiológico Mecanismo 
Músculo liso Relaxamento A proteinocinase A fosforila diversas proteínas contráteis, especialmente a 
cinase da cadeia leve de miosina. Essa fosforilação diminui a afinidade da 
cadeia leve de miosina pela cálcio-calmodulina, resultando em relaxamento do 
aparelho contrátil. 
No músculo liso brônquico, o efluxo aumentado de K+ leva a hiperpolarização 
das células musculares lisas e, portanto, opõe-se à despolarização necessária 
para produzir contração. 
Fígado Glicogenólise (...) e 
gliconeogênese (...). 
Nos hepatócitos, a ativação da cascata de sinalização dá início a uma série de 
eventos de fosforilação intracelulares, que resultam em ativação da glicogênio-
fosforilase e catabolismo do glicogênio. Por conseguinte, o resultado da 
estimulação dos hepatócitos pelos receptores beta-2 consiste em aumento dos 
níveis plasmáticos de glicose. 
Músculo 
esquelético 
Glicogenólise e 
captação de K+. 
A ativação das vias de sinalização intracelular estimula a glicogenólise e 
promove a captação de K+. 
Tecido adiposo 
– receptores 
beta-3. 
Lipólise. A ativação dos receptores beta-3... 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
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