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MODULO – A FASE 2 – G.P.I. (Gestão da Produção Industrial) Matéria: Logística empresarial (110695). (Ciclo 2 UTA Gerência da produção – A 2017 – Fase 2) Resumo aula teórica 5: Tema 1: Centro de distribuição como estratégia. Chegou o momento de discutir a Logística Empresarial a partir da visão da distribuição, focando nas decisões que o gestor terá que tomar para alavancar as atividades inerentes a esse processo, o qual é vital para organização. De nada adianta produzir com qualidade e rapidez se não há agilidade para fazer com que os produtos cheguem às áreas de venda na mesma proporção. Como o lead time de uma reposição é bem maior quando o item é importado, algumas estratégias tiveram que ser desenvolvidas e outras aprimoradas para garantir os mercados abastecidos. As empresas se depararam com o trade off logístico de nível de serviço e tinham duas opções de solução: 1.Mantinham estoques em algum ponto da Cadeia de Abastecimento para oferecer uma reposta rápida a seus clientes. 2.Optavam por negociar apenas com fornecedores locais e ter lead time menor. Impactando no custo das matérias-primas e na variedade de produtos. Constatou-se, então, que muitas empresas optaram pela primeira opção e se reestruturam para trabalhar com estoques. E foi nesse contexto que os Centros de Distribuição (CDs) se tornaram estratégicos. Atualmente um CD (centro de distribuição) não é utilizado apenas para manter estoques, mas para executar diversas atividades de suporte para as organizações, tais como: customização e finalização de produto, embalagem e reembalamento, unitização de carga, formação de kit e gerenciamento da demanda. Além disso, um CD também propicia à empresa redução significativa do lead time para o cliente final, melhoria no desempenho do nível de serviço e de entregas, redução nos custos logísticos, entre outros benefícios que dependerão do tipo do produto comercializado. Os novos CDs são considerados unidades estratégicas das empresas e são concebidos para manter produtos em constante movimento e não apenas para “armazená-los”. Logística Empresarial: • Distribuir é satisfazer as necessidades dos clientes; • A Cadeia de Distribuição precisa de estrutura; • Manter um CD é uma decisão estratégica; As principais escolhas: • • localização do CD; • • operador logístico; • • TI necessária; • • modal de transporte; • • nível de serviço. Tema 2: Localização do centro de distribuição. Para que um Centro de Distribuição cumpra seu papel estratégico, é importante fazer uma boa escolha de sua localização, pois sua função básica é reduzir tempo e distância entre os produtores e os consumidores. Os CDs podem ser próprios e terceirizados, e para escolha de um ou de outro modelo é necessária avaliação crítica de todas as variáveis que possam impactar no negócio. Essa avaliação pode ser realizada em dois aspectos: Macro-localização: Decisão pelo estado e pela cidade para atender determinada região. Macro-localização: Decisão pelo bairro, distrito industrial e terreno. Nesse caso, é a escolha do local exato onde o CD será construído. As análises dos possíveis locais podem ser realizadas através dos parâmetros quantitativos e qualitativos, mas um não substitui o outro, pois se complementam. Os parâmetros apresentados a seguir estão embasados no texto de Banzato (2003, págs. 93 e 95). As premissas quantitativas e qualitativas mencionadas nesse material são algumas possibilidades, mas o que realmente determinará o que é relevante para a empresa é o tipo de negócio a qual se dedica e o tipo de produto que comercializa, produz ou importa. Quantitativos: • Custos: importação, transportes, portos, aeroportos, armazenagem, capital investido, mão de obra, segurança, comunicação, questões administrativas etc.; • Locação de espaços de estocagem intermediária; • Transporte (portos – armazém) / (aeroporto – armazém) / (transferência – retorno) / (armazém – principais clientes/canais de distribuição); • Depreciação das instalações e dos equipamentos de armazenagem; • Aluguel de armazém e equipamentos; • Manutenção do armazém e dos equipamentos; • Encargos tributários (impostos, taxas e outros); • Potenciais variações de custos em função do tempo, do volume, das tendências, entre outros. Qualitativos: • Nível de Serviço (porcentagem dos pedidos prontamente atendidos); • Tempo de desembaraço, incorporação dos itens em estoque e de atendimento; • Facilidade de implementação; • Proximidade aos grandes clientes; • Facilidade de acesso (entradas e saídas); • Frequências de navios; • Riscos de greves (portos/aeroportos); • Disponibilidade de transportadoras; • Proximidade com o mercado; • Atendimento em oito horas; • Facilidades de despachantes; • Facilidade de mão de obra operacional; • Leis de zoneamento; • Integração da comunidade com o armazém; • Imagem da empresa naquele local; • Congestionamentos de trafego nas proximidades; • Proximidade aos principais fornecedores; • Capacitação e motivação do pessoal operacional da região. Tema 3: Estrutura tecnológica necessária. Para um correto gerenciamento logístico, seja de um Armazém ou de um Centro de Distribuição, são necessários investimentos em tecnologia. O desafio está em determinar qual a melhor solução tecnológica para sua empresa. E a resposta será encontrada no mapeamento das atividades logísticas e também no entendimento de quão complexo, ou não, é o seu processo. Partindo do pressuposto que o CD é próprio (pois pode ser terceirizado também) e a empresa é responsável por todas as atividades de retaguarda ao CD, o fluxo de informação é intenso. Então, os Sistemas Tecnológicos (soluções tecnológicas) devem suportar as operações logísticas no mínimo em três categorias: administrativas, operacionais e estratégicas. Para você compreender como a tecnologia pode dar suporte às atividades administrativas (também chamadas de retaguarda), veja as descrições abaixo das mais representativas: Compras e Suprimentos: responsáveis por suprir a organização de todas as necessidades, sejam de matérias-primas, componentes ou produtos acabados para venda. Área Comercial e de Vendas: onde acontecem as previsões das quantidades a serem compradas, produzidas e comercializadas. Gestão de Contratos: responsáveis por gerenciar os contratos com os prestadores de serviços envolvidos nos processos logísticos da organização, tais como: com transportadoras, operadores logísticos, agentes, despachantes etc., dependendo do segmento de atuação da empresa. Estoques e Custos: responsáveis por manter atualizado o sistema de controle dos estoques, sua rotatividade e acuracidade. Além disso, o sistema deve possibilitar também o acompanhamento da evolução ou decréscimo dos custos. Faturamento: responsável pelo faturamento diário da empresa, o qual depende do esforço de vendas para manter seu indicador. Financeiro: responsável por manter contas a pagar e receber dentro dos índices determinados pela organização. Impacta e é impactado por Compras, Vendas e Gestão dos Estoques. Contábil: responsável pelo acompanhamento de todas as atividades de compras e vendas, movimentação de ativos da organização, entre outros. A tecnologia também oferece recursos para atividades operacionais, as quais efetivamente ocorrem nos depósitos ou a partir deles. Abaixo você confere os sistemas mais utilizados: SIL (Sistema de Informações Logísticas): normalmente faz parte das soluções ERP (Entreprise Resource Planning) e pode conter inúmeros módulos interativos. TMS (Transport Management System / Sistema de gerenciamento de transportes): ferramenta tecnológica que suporta as informações de todo o sistema de transporte da organização. Utiliza ferramentas de apoio, tais como rastreamento por satélite, roteirizadores, computadores de bordo, códigode barras, internet etc. OMS (Order Management System / Sistema de administração de pedidos): interage com o WMS e o TMS porque possibilita o gerenciamento e rastreamento do pedido, determinando os lotes de pedidos, os quais serão destinados para a mesma região geográfica, facilitando a roteirização. WMS (Warehouse Management System / Sistema de gerenciamento de armazéns). As empresas podem utilizar também a tecnologia para gerenciar as atividades mais estratégicas da organização. Confira a seguir quais são as principais: Business Intelligence (BI): esse recurso tecnológico é extremamente útil para os gestores tomarem decisões embasadas nas análises das informações que seus sistemas de gerenciamento normalmente apresentam de forma pulverizada. Quando corretamente programado, é uma fonte valiosa de informações, porque as buscam em vários módulos de sistemas de gerenciamento e as apresenta de forma visual e organizada (planilhas, gráficos e tabelas), facilitando a avaliação por parte do gestor e agilizando o processo decisório. Cloud Computing: cada vez mais organizações do mundo estão utilizando o recurso de computação nas nuvens. Essa “ferramenta” possibilita às empresas disponibilizarem maior volume de informação aos usuários que o acessam remotamente, através de smartphones por exemplo. Gestão do Capital Humano: as ferramentas tecnológicas também oferecem recursos para facilitar o gerenciamento e acompanhamento do desempenho dos colaboradores. Marketplace: ferramenta que, entre outras funções, suporta as negociações do comércio eletrônico. Independentemente do tipo de tecnologia que a empresa emprega, o objetivo deve ser o mesmo: trazer agilidade no desenvolvimento das tarefas, melhorar o desempenho logístico da companhia e suportar as estratégias de negócios. Mas é fato que tudo tem um custo, dessa forma, quanto mais complexas são as operações, mais altos são os investimentos. Tema4: Operações logísticos e suas atribuições. O lema era (e ainda é) a empresa buscar seu “core business” e dispender energia nas atividades fundamentais para o seu negócio (atividades fins), buscando parceiros para a realização das atividades-meio. Os Operadores Logísticos surgiram, então, para atender essa nova demanda do momento econômico mundial, com o papel de parceiro das empresas. Em princípio, assumiram atividades básicas como transporte e armazenagem, mas evoluíram e não são mais considerados simples prestadores de serviços terceirizados, mas aliados estratégicos no alcance das metas das operações logísticas. A Associação Brasileira de Movimentação e Logística (ABML) há muito tempo definiu um operador logístico como uma “empresa prestadora de serviços, especializada em gerenciar e executar todas ou parte das atividades logísticas, nas várias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes, agregando valor aos produtos dos mesmos” (1999). Mas percebe-se que esse conceito foi ampliado, pois os Operadores Logísticos assumiram outras funções mais estratégicas da organização. Para que uma empresa prestadora de serviços logísticos seja considerada um Operador Logístico, deve oferecer ao mercado ao menos os três serviços essenciais: Controle de Estoques, Armazenagem e Gestão de Transporte. Entretanto, atualmente os Operadores oferecem pacotes completos de gerenciamento de todas as atividades da logística, sejam internas ou externas à organização. Os principais fatores que levam uma organização a buscar parceria com os Operadores Logísticos são: • Falta de espaço físico para armazenagem; • Necessidade de um controle de estoque mais rigoroso e eficiente; • Tarefas de separação e montagem de pedidos (picking e packing); • Mão de obra especializada para realização das atividades operacionais da logística; • Não precisar investir em sistemas de informações caros e em manutenção de frotas de veículos para distribuição. Esses motivos são suficientemente interessantes para as organizações que querem manter o foco naquilo que fazem melhor: comprar, vender, produzir, importar, exportar, entre outros, deixando assim as atividades logísticas para as empresas especializadas nessas tarefas, que são os Operadores Logísticos. Trabalhar com parcerias estratégicas, como dos OLs, exige preparo e responsabilidade das empresas envolvidas. Para um melhor gerenciamento, o uso de indicadores de acompanhamento e avaliação de desempenho, tornaram-se práticas comuns. Isso porque na logística também vale a máxima: “O que não se pode medir, não dá para gerenciar” (frase atribuída a Peter Drucker). Tema 5: Noções básicas de transporte e modais de transporte. A Logística Empresarial também se ocupa com a distribuição física dos produtos, que precisam de algum tipo de transporte para chegar até o consumidor. Uma preocupação que o gestor de Logística tem é em relação ao custo da operação do transporte, que é inevitável e, se não for bem gerenciado, pode até inviabilizar a chegada do produto no mercado. Por conta disso, a busca por alternativas de distribuição dos produtos com custos mais acessíveis é uma constante. Para que um país, um estado ou uma região se desenvolva é necessário um sistema de transporte para dar vazão às negociações comerciais. Segundo Razzolini (2012, p. 64): Um sistema de transporte pode ser compreendido como todas as atividades, os recursos e as demais instalações (armazéns, depósitos, recursos de movimentação, etc.) que se relacionam à capacidade de movimentar bens numa determinada economia. Isso significa movimentar pessoas, produtos e serviços. A empresa procura fazer boas negociações com os clientes para que eles tenham experiências agradáveis e repitam a compra, mas se o sistema de transporte não der o respaldo necessário, essa experiência pode ser desagradável. Diante disso, pode-se dizer que a companhia espera desse sistema: rapidez, confiabilidade, pontualidade e qualidade, tanto no quesito produto (sem avarias) quanto no serviço (atendimento cortês e educado). Em muitos casos, o transporte é o último contato da empresa com o cliente e a sua opinião em relação à parte final do processo de compra é vital para a organização. Considera-se, então, que a escolha do transporte é importante, e a organização busca equilibrar nível de serviço com o custo do transporte. Ainda segundo Razzolini (2012, p. 64): Os sistemas de transporte são compostos por cinco modais básicos - rodoviário, ferroviário, aquaviários, aeroviário e dutoviário -, além de diversos agentes intermediários (transportadores, agências de cargas e outros), os quais são responsáveis por otimizar os procedimentos de transporte, visando a redução de custos no sistema logístico. Uma companhia sempre desejará entregar o produto mais rapidamente ao mercado consumidor com o menor custo possível, mas isso depende da estrutura do sistema de transporte e, claro, dos modais que a região disponibiliza. Quando o assunto é Modal de Transporte, o Brasil apresenta vocação para o transporte rodoviário, isso porque o país desenvolveu malha viária com a construção de rodovias de norte a sul do país. Mas isso não significa que o modal rodoviário apresente os melhores custos, pois é sabido que modais como ferroviário e hidroviário oferecem custos operacionais mais atrativos. Tema 6: Custo e disponibilidade dos modais de transporte. Escolher o modal de transporte mais adequado para a distribuição dos produtos levará em conta dois grandes fatores: custo e característica do serviço. Esses dois elementos serão apresentados a partir de uma simplificação do texto de Fleury (2008, p. 252-3). Custo: É a principal vertente para tomada de decisões. O custo do transporte é responsável por mais de 50% dos custos logísticos de uma negociação. Dessa forma, é compreensível porque ele é o primeiro elementoque surge na discussão da estratégia logística da empresa. Além disso, os custos operacionais internos à organização (fixos e variáveis) também impactam diretamente no desempenho das operações. O ideal é conhecer todos os custos que compõem o bem, desde a sua fase de concepção, produção, armazenagem e distribuição, para identificar possibilidades de redução e controle. Características dos serviços: É claro que se o gestor pudesse levar em conta apenas a função custo no momento da decisão da escolha do modal, a maioria das operações comerciais seriam distribuídas pelos modais de menor custo operacional. Mas, como nem sempre esses modais estão disponíveis em determinadas regiões, outros fatores também são avaliados, tais como: • Velocidade: refere-se ao tempo médio de entrega. Essa dimensão é importante para os planejadores para determinar volumes de estoques de segurança e até mesmo para se comprometer com prazos de entrega para o cliente. Mas é interessante ponderar que, quanto mais veloz for o modal de transporte, mais alto é o seu custo (forte característica do modal aeroviário). • Consistência: refere-se à variabilidade do tempo de entrega. Esse fator também impacta no volume de estoques e no comprometimento comercial, pois se o modal de transporte utilizado não consegue manter padrão de prazo de entrega, não é possível confiar nele (forte característica do modal duto viário, pois é o mais confiável em termos de cumprimento de prazos, pois não depende de condições climáticas, como o aéreo, e condições das vias, como o rodoviário). • Capacitação: refere-se à capacidade de o modal operar com diferentes volumes e variedade de produto. A flexibilidade de transportar produtos de natureza e volume diferenciados é uma forte característica do modal hidroviário (os modais aéreos e duto viário apresentam restrições de tipos de cargas a serem transportadas). • Disponibilidade: refere-se à quantidade de localidades que o modal está disponível. Essa informação é extremamente relevante para o gestor, pois normalmente uma grande fábrica não está localizada geograficamente próxima do seu público consumidor, o que gera a necessidade de transporte eficiente. Em relação aos modais, sabe-se que nem todos estão disponíveis em qualquer lugar do Brasil, então, nesse caso, o rodoviário é o único que consegue atender essa premissa. • Frequência: refere-se ao número de vezes em que o modal pode ser utilizado em determinado período de tempo. As empresas precisam identificar qual modal oferece frequência compatível com sua necessidade, pois, em termos teóricos, o duto viário é o melhor, já que está disponível vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, mas se sabe que esse modal não transporta todos os tipos de produtos. Ao analisar as dimensões apresentadas, percebe-se que o fator custo é diretamente proporcional ao nível de serviço que se espera de cada modal de transporte. Isso significa dizer que: quanto mais rápido, mais flexível e mais disponível, mais altos serão os custos operacionais. E isso é mais um fator de peso nas decisões dos profissionais de logística.
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