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fichamento hora do jogo

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Referência:
OCAMPO, M. L. S & ARZENO, M. E. G. O processo Psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. São Paulo: Martins Fontes, 1995. (p.207-233)
Fichamento:
A hora de jogo diagnostica é um recurso ou instrumento técnico que o psicólogo usa no psicodiagnostico para conhecer a realidade da criança trazida em consulta”. 
A hora de jogo diagnostica engloba um processo que tem começo, desenvolvimento e fim em si mesma, opera como uma unidade e deve ser interpretada como tal, e a hora de jogo terapêutica, e um elo a mais em um amplo continuum no qual novos aspectos e modificações estruturais vão surgindo pela intervenção do terapeuta. 
A sala de jogo será um quarto não muito pequeno, com mobiliário como por exemplo: uma mesa, duas ou três cadeiras e quadro negro, a fim de possibilitar liberdade de movimentos à criança. È preferível que as paredes e o piso sejam laváveis, e com boa conservação do lugar de trabalho.
“A hora de jogo diagnostica e precedida das entrevistas realizadas com os pais (que correspondem ao conceito de pré-entrevista dos adultos)”. (p.208)
A caixa ou cesto deve estar presente, pode funcionar como um elemento lúdico.
“A apresentação dos brinquedos sobre a mesa, fora da caixa, evita o incremento da ansiedade persecutória que pode surgir no primeiro contato diante de um continente caixa-desconhecido, fechado (compartilhamos neste caso o critério de outros autores)”. (p.209)
È desnecessária uma quantidade excessiva de material porque distrai e confunde o entrevistado.
“Nos aderimos a um critério intermediário, oferecendo a criança materiais de tipos diferentes, tanto estruturados quanto não estruturados, possibilitando a expressão, sem que a experiência se torne invasora”. (p.210)
Na caixa de brinquedos esta incluído material como: papel tamanho carta, lápis pretos e de cor, lápis de cera, tesoura sem ponta, massas de modelar de diversas cores, borracha, cola, apontador, papel glacê, barbante, dois ou três bonequinhos (com articulações e de tamanhos diferentes), famílias de animais selvagens, famílias de animais domésticos, dois ou três carrinhos de tamanhos diferentes que possam funcionar como continentes dois ou três aviõezinhos com as mesmas propriedades, duas ou três xícaras com seus respectivos pires, colherinhas, alguns cubos (aproximadamente seis) de tamanho médio, trapinhos, giz e bola. 
“E importante que o material seja de boa qualidade e estado, para evitar fáceis estragos, situação que pode criar culpa na criança faze-la sentir que o entrevistador pode ser facilmente destruído por seus impulsos agressivos, os quais ela tem pouca capacidade para conter e manipular. Deve-se evitar a inclusão de material perigoso para a integridade física do psicólogo ou da criança (objetos de vidro, tesouras com ponta, fósforos, etc.)”. (p.211)
Quando a criança entra no consultório, o psicólogo deve numa linguagem compreensível e breve, passar a criança uma serie de informações que configuram as instruções.
O papel do psicólogo durante o processo psicodiagnostico e passivo e observador, e ativo na medida em que sua atitude é atenta e aberta, o que permite a compreensão e a formulação de hipóteses sobre a problemática do entrevistado.
“Em hipótese alguma devem ser incluídas interpretações, já que estas apontam para o latente”. (p.213)
Toda a participação do entrevistador tem como objetivo criar as condições ótimas para que a criança possa brincar com a maior espontaneidade possível. 
“Deve-se levar em conta também o tipo de brinquedo escolhido para estabelecer o primeiro contato, de acordo com o momento evolutivo e com o conflito a ser veiculado (observar se a criança se dirige a brinquedos de tipo escolar, brinquedos representativos de diferentes modalidades de vínculos - oral, anal, fálico e genital, brinquedos não estruturados ou de significado agressivo manifesto)”. (p.215)
“Quanto ao tipo de jogo, e necessário ver se tem principio, desenvolvimento e fim, se e uma unidade coerente em si mesma e se os jogos organizados correspondem ao estagio de desenvolvimento intelectual correspondente a sua idade cronológica (nesta avaliação seguimos os critérios genéticos evolutivos propostos por Jean Piaget)”. (p.215)
Em uma criança de três anos e possível observar um jogo de tipo egocêntrico, centrado em si mesmo.
Em crianças dos quatro aos sete anos ha uma maior aproximação ao real, com crescente preocupação pela veracidade da imitação exata.
Dos cinco ou seis anos, no jogo começa a incluir a intencionalidade: o propósito explicito de realizar uma determinada tarefa com uma margem mais ampla de constancia em relação a seus objetivos.
Aos sete a onze anos, nota-se já estabelecidos os esboços de regras: pode atribuir e assumir papeis explicitado de antemão e próximos a realidade (vendedor, professor, aluno). 
“A rigidez no brincar, geralmente utilizada diante de ansiedades muito primitivas para evitar a confusão. Neste caso, a criança adere a certos mediadores, de forma exclusiva e predominante, para expressar a mesma fantasia”. (p.218)
“Como modalidades mais patológicas de funcionamento egoico podemos caracterizar a brincadeira estereotipada e a perseverante. Nelas manifesta-se uma desconexão com o mundo externo cuja única finalidade e a descarga: repete-se uma e outra vez a mesma conduta e não ha fins comunicacionais. Este brincar e típico das crianças psicóticas e com lesões orgânicas”. (p.219)
A personificação, refere-se a capacidade de assumir e atribuir papeis de forma dramática. Também, possibilita a elaboração de situações traumaticas, à aprendizagem de papeis sociais, a compreensão do papel do outro e o ajuste de sua conduta em função disso, o que favorece o processo de socialização e de individuação.
“A analise do conteúdo da personificação leva-nos a avaliar, através da qualidade e da intensidade das diferentes identificações, o equilíbrio existente entre o superego, o id e a realidade, elemento de fundamental importância diagnostica e prognostica. Este equilíbrio e conseguido quando o superego se toma mais permissivo e reflete com maior realidade as figuras de autoridade real e, portanto, com menor sadismo, permitindo ao ego a satisfação de desejos e impulsos, sem entrar em conflito com a realidade”. (p.221)
Na hora de jogo o psicólogo pode observar a falta de funcionalidade motora, apesar de que, para poder especificar a qualidade, a intensidade e a origem do problema, será necessária a aplicação de instrumentos mais sensíveis.
“Consideramos desnecessário fazer uma descrição das linhas de evolução do desenvolvimento motor, pois existe uma ampla bibliografia a respeito, apenas queremos mostrar que e importante levar em conta o estagio evolutivo da criança que estamos examinando para inferir qualquer conclusão acerca do tema, assim como ver também as recorrências que podem ser encontradas dentro do processo psicodiagnostico”. (p.221-222)
“A tolerância a frustração e detectada, na hora de jogo, pela possibilidade de aceitar as instruções com as limitações que elas impõem (o estabelecimento de limites e a finalização da tarefa) e pelo desenvolvimento da atividade lúdica (pela maneira de enfrentar as dificuldades inerentes a atividade que se propõe a realizar)”. (p.225)
O brincar á uma forma de expressão da capacidade simbólica e a via de acesso às fantasias inconscientes.
“A dificuldade para brincar e o índice mais evidente das características psicóticas presentes numa criança seriamente perturbada”. ( p.229)
“E importante distinguir, num diagnostico diferencial, situações em que se estrutura uma “pseudobrincadeira”, condutas ou series de condutas em que a criança aparenta brincar, mas onde ha uma ausência total ou parcial de simbolização. Nestes casos a criança só descarrega uma fantasia”. (p.230)
“a criança psicótica não pode se adequar a realidade, na medida em que ela se manipula com predomínio do processo primário, distorcendo a percepção do mundo extremo e, na situação diagnostica a relaçãoou o vinculo com o psicólogo”. (p.230)
“Com relação ao prognostico, e importante considerar no desenvolvimento da hora de jogo diagnostica os elementos que impliquem uma possibilidade de conexão com o psicólogo e/ou com o objeto intermediário”. (p.231)
“È importante, portanto, levar em conta o grau e a qualidade da comunicação com o psicólogo e com os brinquedos, manifestada através do deslocamento de seu mundo interno”. (p.231)
Nestas crianças existe uma adequação relativa a realidade, cujo grau depende dos termos do conflito; ha uma tentativa de satisfazer o principio de prazer que, por seu lado, gera culpa não tolerada pelo ego, que desloca o impulso para objetos substitutivos afastados do original.
O deslocamento a serviço da repressão, provoca um circulo vicioso pelo qual não se consegue a satisfação e deve-se recorrer a novos deslocamentos que, mais uma vez, evidenciam o conflito.
Veem-se limitadas à capacidade de aprendizagem e as possibilidades criativas que dependem de uma síntese egoica adequada. 
“Outra característica diagnostica e o baixo limiar de tolerância à frustração ou a superadaptacão em certas áreas, que são ambas, manifestações da fraqueza egoica do neurótico que esta em intima relação com as características severas de seu superego e os termos do conflito”. (232)
“A hora de jogo diagnostica de uma criança pode apresentar momentos alternantes com diferentes qualidades ou características. Da normalidade a psicose, passando pela neurose, estabelece-se um continuum, dentro do qual estes matizes determinam as diferenças quantitativas e qualitativas”. ( p.233)

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