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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE DIREITO
A TERCEIRIZAÇÃO DA MÃO DE OBRA NO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM DIREITO DO TRABALHO 
PAULO VICENTE LEONE
NOVA IGUAÇU 
2016/2
PAULO VICENTE LEONE
 
A TERCEIRIZAÇÃO DA MÃO DE OBRA NO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM DIREITO DO TRABALHO 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito, do Curso de Ciências Jurídicas e Sociais, da IES. 
Prof. Orientador(a): 
CARLOS RENATO HERNANDES ALVAREZ
NOVA IGUAÇU
2016/2
A TERCEIRIZAÇÃO DA MÃO DE OBRA NO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM DIREITO DO TRABALHO 
Paulo Vicente Leone[1: Acadêmico graduando do 10º Período da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais Aplicadas – IES]
 RESUMO
O tema abordado neste trabalho busca aprofundar e compreender a relação entre a terceirização da mão de obra e o direito do trabalho. No decorrer dos anos, a prática de terceirizar atividades-meio dentro das empresas se tornou cada vez mais comum, o que trouxe para o mundo jurídico um tema de grande debate e repercussão. Conceitos que integram os instrumentos jurídicos serão abordados conforme as diretrizes das legislações pertinentes, a luz da Constituição Federal e da CLT. Doutrinas que permitam comprovar a relevância que este tipo de atividade/serviço vem alcançando na esfera jurídica, também se farão presentes no bojo desta pesquisa, além do que a caracteriza, questões pertinentes envolvendo a responsabilidade da empresa, o projeto de Lei aprovado na Câmara dos Deputados em 2015 e as vantagens e desvantagens que a terceirização propicia dentro da empresa. Para um estudo mais aprofundado sobre o tema, faz-se necessário destacar e definir os princípios constitucionais a ele pertinentes. Será também enfatizado a questão trazida na Súmula 331 do TST, que reproduz um breve texto enfatizando a questão da responsabilidade solidária e subsidiária da empresa tomadora de serviços, realçando o pensamento dos tribunais brasileiros. Neste contexto, o objetivo é demonstrar o destaque que a Terceirização da mão de obra ganhou dentro das empresas de grande porte que visaram obter rapidez e organização para determinadas atividades intermediárias, que não poderiam ser dispensadas, como a limpeza, alimentação ou vestimentas, por exemplo.
Palavras-chave: Terceirização; Lei; Direitos do trabalhador; Responsabilidade
SUMÁRIO 
1. Introdução; 2. ATerceirização da mão de obra no Brasil; 2.1. O início da terceirização do trabalho nas empresas; 2.2 Definição e Natureza Jurídica; 3. A relação entre Terceirização e Direito do Trabalho; 3.1. A Responsabilidade solidária e subsidiária das empresas; 3.2. A Responsabilidade subsidiária das empresas; 4. Projeto de Lei 4330/2004; 4.1. As mudanças sugeridas na Terceirização pelo projeto de Lei 4330/20049; 4.2. Direitos Trabalhistas e o projeto de Lei; 5. Conclusão; 6. Referências.
1 INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem o objetivo de explorar a Constituição e outras normas jurídicas tais como a Consolidação das leis do trabalho (CLT), as leis, jurisprudências e doutrinas que estejam ligadas ao campo da Terceirização da mão de obra dentro das empresas e entender porque esta tem se tornado uma prática comum, que envolve bastante o Direito do Trabalho.
Neste contexto, se faz necessário abordar a discussão acerca da terceirização no que envolve as vantagens e desvantagens de terceirizar a mão de obra com intuito de alcançar a celeridade na obtenção de atividades meio, atividades essas necessárias ao bom funcionamento das empresas. Para que essa forma de contratação de serviços tenha êxito, é necessário o cumprimento de alguns procedimentos e regras básicas. 
Vale ressaltar que a empresa interessada em Terceirizar mão de obra especializada, deve atender ao Princípio da Legalidade, posto que, a CLT, no art. 581, § 2º dispõe que se entende por atividade-fim a que caracterizar a unidade do produto, operação ou objetivo final, para cuja obtenção todas as demais atividades convirjam, exclusivamente em regime de conexão funcional.
As partes envolvidas na relação contratual que buscam terceirizar determinado tipo de serviço, exemplo: a limpeza, são co-responsáveis pela mão-de-obra terceirizada em suas dependências diante de futuras reclamações trabalhistas que irão tramitar na Justiça do trabalho.
Ou seja, estas empresas poderão arcar financeiramente por dívidas trabalhistas e previdenciárias dos subordinados que exerçam atividade remunerada e mantenham vínculo empregatício em suas instalações, embora vinculados a empresas de prestação de serviços.
Outro ponto a ser observado com atenção na contratação de terceiros é a retenção tributária, isto é, a retenção de INSS, PIS, COFINS, por exemplo. A contratante que não efetuar em momento correto as retenções exigidas por Lei, ficará á mercê do Fisco para sofrer ações futuras que venham a obrigá-la a recolher os tributos, mesmo que não tenha sido ela a responsável principal por fazê-los.
Assim, se faz necessário realizar uma reflexão acerca da legislação concernente a este tema, que hoje não é nada específica, mas que vem tentando encontrar espaço e reconhecimento tendo em vista sua importância no mundo jurídico. A exemplo, podemos citar a Súmula nº 33 do TST, e ainda a Lei 4330/2004, aprovada no ano de 2015 pela Câmara dos Deputados, mas que ainda Tramita no Senado Federal. 
2 A TERCEIRIZAÇÃO DA MÃO DE OBRA NO BRASIL 
2.1 O INÍCIO DA TERCEIRIZAÇÃO DO TRABALHO NAS EMPRESAS 
O Brasil vem sofrendo fortes transformações em sua economia, o que atingiu negativamente as micro, médias e grandes empresas atuantes no mercado de trabalho. Com isso, foi inevitável que as empresas criassem opções capazes de permitir a continuidade de seus negócios no país. 
O foco esta direcionado na realização da atividade fim da empresa, pois é preciso que a capacidade de produzir esteja 100% (cem por cento) voltada para agregar valor no setor produtivo. Dessa forma, as atividades-meio que também são necessárias ao bom funcionamento do negócio, acabam não sendo levadas tão a sério.
É mais interessante para as empresas que elas possam repassar suas atividades-meio a outras e assim, poderão se dedicar à competitividade e à especialização de seus produtos, o que vai impactar diretamente no aumento dos lucros e resultados. 
Neste contexto, surgiu o fenômeno conhecido como terceirização, que tem como finalidade precípua diminuir os gastos e esquentar a economia do país. Quando pensamos em terceirizar serviços dentro do ambiente corporativo, é possível pensar numa desconcentração de atividades, fixar atenção no produto fundamental e ainda, produtividade e competitividade.
Viajando até o passado, conseguimos entender a evolução deste instituto, que aos poucos vem promovendo significativas mudanças nas mais diversas relações entre empregado X empregador, tanto nas relações privadas e nas regidas pela Administração Pública
Certamente a Terceirização tem como marco de origem a II Guerra Mundial, quando os Estados Unidos aliaram-se aos países europeus para combater as forças nazistas e também o Japão. 
Ao estudar o fenômeno da terceirização e seu surgimento, o autor Rubens Ferreira de Castro (2004, p.75) destaca que:
Antes da II Guerra Mundial existiam atividades prestadas por terceiros, porém não poderíamos conceituá-las como terceirização, pois somente a partir deste marco histórico é que temos a terceirização interferindo na sociedade e na economia, autorizando seu estudo pelo Direito Social, valendo lembrar que mesmo este também sofre grande aprimoramento a partir de então.[2: CASTRO, de Rubens Ferreira. A terceirização no Direito do Trabalho. São Paulo, Malheiros, 2004, p.75.]
As multinacionais foram as pioneiras a falar sobre terceirização no Brasil por volta de 1950, pois interessavam-se apenas em seu negócio. As empresas que têm por atividade limpeza e conservação também são consideradas pioneiras na terceirização de serviçosno Brasil, pois existem desde, aproximadamente, 1967.
O propósito das empresas era obter mão de obra barata sem infringir a legislação trabalhista, que tem como alguns de seus princípios zelar pelos direitos dos empregados, por ser parte hipossuficiente da relação de emprego.
2.2. DEFINIÇÃO E NATUREZA JURÍDICA
O autor Rubens Ferreira de Castro (2004, p.78) assim define a terceirização:
[...] uma moderna técnica de administração de empresas que visa ao fomento da competitividade empresarial através da distribuição de atividades acessórias a empresas especializadas nessas atividades, a fim de que possam concentrar-se no planejamento, na organização, no controle, na coordenação e na direção da atividade principal. [3: CASTRO, Rubens Ferreira. A terceirização no Direito do Trabalho. São Paulo, Malheiros, 2004, p.78.]
Alice Monteiro de BARROS explica que o fenômeno da terceirização consiste em transferir para outrem atividades consideradas secundárias, ou seja, de suporte, atendo-se a empresa à sua atividade principal. Assim, a empresa se concentra na sua atividade-fim, transferindo as atividades-meio.[4: BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 4ª ed. rev. e ampl. São Paulo: LTr, 2008, p. 446.]
É sabido que as empresas cada vez mais se interessam em terceirizar serviços dentro seus estabelecimentos por um simples motivo: a transferência da execução de atividades para outras empresas, com objetivo de focar maiores esforços na atividade final buscando aperfeiçoamento, o que vai resultar na diminuição dos custos e valorização da qualidade.
Neste contexto da relação trilateral, Gabriela Neves Delgado (2003, p. 136) entende que:
Relação trilateral que possibilita à empresa tomadora de serviços (a empresa cliente) descentralizar e intermediar suas atividades acessórias (atividades-meio) para terceirizantes (empresa fornecedora), pela utilização de mão-de-obra terceirizada (empregado terceirizado), o que, do ponto de vista administrativo, é tido como instrumento facilitador para viabilização da produção global, vinculada ao paradigma da eficiência nas empresas. [5: DELGADO, Gabriela Neves. Terceirização: Paradoxo do Direito Contemporâneo. São Paulo, Ltr, 2003, p.136]
Conforme a economia vem evoluindo, com elas os processos responsáveis pelo seu crescimento e desenvolvimento, como é o caso da Terceirização que dá oportunidade de o empresário limitar sua produção, focando esforços e reduzindo custos, e ainda preservar oferta de emprego em meio ao mercado.
Maurício Godinho Delgado (2012, p.429) toma para si o mesmo pensamento de relação trilateral e assim define a terceirização:
Para o direito do trabalho terceirização é o fenômeno pelo qual se dissocia a relação econômica de trabalho da relação justrabalhista que lhe seria correspondente. Por tal fenômeno insere-se o trabalhador no processo produtivo do tomador de serviços sem que se estendam a este os laços justrabalhistas, que se preservam fixados com uma entidade interveniente. (...) O modelo trilateral de relação socioeconômica e jurídica que surge com o processo de terceirizante é francamente distinto do modelo clássico, modelo empregatício, que se funda em relação de caráter essencialmente bilateral. Essa dissociação entre relação econômica de trabalho (firmada com a empresa tomadora) e relação jurídica empregatícia (firmada com a empresa terceirizante) traz grandes desajustes em contraponto aos clássicos objetivos tutelares e redistributivos que sempre caracterizam o direito do trabalho ao longo de sua história. [6: DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 11º ed., São Paulo, Ltr, 2012, p. 429-430]
Depreende-se através da leitura da obra do autor, o quanto é preocupante essa maneira de contratar pessoas no que tange à proteção que o Direito do Trabalho atribui aos empregados, uma vez que o Direito visa socorrer aqueles que são hipossuficientes perante a relação de emprego. 
Em contra partida, quando pensamos na Administração Pública, existem outros princípios além deste mencionado acima que precisam ser respeitados, não sobrepondo-se um ao outro, mas sim encontrando igualdade e proporcionalidade entre eles.
3 A RELAÇÃO ENTRE TERCEIRIZAÇÃO E DIREITO DO TRABALHO
3.1 A RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS EMPRESAS
O instituto da responsabilidade teve início no Direito Civil pois o autor entendeu que, toda atividade realizada por alguém que causar dano ao direito alheio, deverá ser responsabilizada de alguma forma.
O art. 769 da CLT dispõe que nos casos omissos, ou seja, naqueles em que não houver previsão na própria CLT, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
Assim, a responsabilidade civil está consubstanciada no art. 927 do Código Civil (CC), in verbis:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem."[7: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm]
O empregador também será responsabilizado pela reparação civil, consoante o disposto no inciso III do art. 932 do mesmo dispositivo legal:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;[8: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm]
Sendo assim, apesar da legislação civil não ser específica quanto às obrigações trabalhistas, nos termos dos art. 8 e art. 769 da CLT, caso estas sejam desrespeitadas isso vai acarretar uma responsabilidade em reparar os danos causados.
A responsabilidade solidária encontra guarida tanto pelo Código Civil quanto na CLT, vejamos:
Arts. 264 e 942 do Código Civil:
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.[9: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm]
É possível ainda citar o Art. 455 da CLT:
Art. 455. Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de reclamação contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932."[10: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm]
Portanto, há solidariedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. A solidariedade não se presume, pois resulta da lei ou da vontade das partes.
Se faz necessário citar uma jurisprudência correlata com o assunto ratificando o quanto a questão da responsabilidade solidária tem sido corrente em nosso ordenamento jurídico, vejamos:
TRT-2 - AGRAVO DE PETICAO AP 01832006520055020030/SP /Data de publicação: 29/10/2015 Ementa: RESPONSABILIDADE SOLIDARIA. A existência de sócios ou administradores comuns e atividades econômicas correlatas configuram a relação de coordenação horizontal entre as pessoas jurídicas, car a formação do grupo econômico e a responsabilidade solidária pelo passivo trabalhista [11: http://trt-2.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/312222923/agravo-de-peticao-ap-1832006520055020030-sp-01832006520055020030-a20]
3.2 A RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DAS EMPRESAS
Na responsabilidade subsidiária, o ônus principal éde um devedor, no entanto, caso esse devedor venha a não cumprir suas obrigações nada impede que outro responda subsidiariamente a cumpri-las.
A responsabilidade subsidiária está prevista no inciso IV da Súmula 331 do TST, in verbis:
TST Enunciado nº. 331 - Contrato de Prestação de Serviços – Legalidade I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº. 6.019, de 03.01.1974). II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº. 7.102, de 20-06-1983), de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial.[12: http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_301_350.html]
O referido enunciado procura explicar a terceirização diferenciando atividades-fim e atividades-meio segundo a essencialidade ou não dos serviços da empresa tomadora dos serviços terceirizados. 
Segundo MARTINS (2011, p. 137), a terceirização é uma espécie de ordem; não pagando o devedor principal (empresa prestadora de serviços), paga o devedor secundário (empresa tomadora dos serviços). Neste sentido também é o entendimento jurisprudencial do TRT da 4ª. Região: 
Responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços. Fundamento legal. Comprovado o descumprimento das obrigações legais pela empregadora, subsidiário pela reparação do dano. Tal responsabilização decorre da teoria do risco, acolhida no art. 927 e seu parágrafo único do Código Civil, inovação jurídica em relação à responsabilidade subjetiva antes adotada no ordenamento jurídico pátrio. Assim, mesmo sendo legal a intermediação dos serviços, o tomador de serviços deve responder por eventuais créditos trabalhistas não satisfeitos. Prevalece a proteção ao trabalho humano, tratado como direito fundamental na Constituição da República.” (Acórdão do processo 0036100-70.2009.5.04.0302 (RO)Redator: DENISE PACHECO Participam: EMÍLIO PAPALÉO ZIN, MILTON VARELA DUTRA Data: 16/09/2010 Origem: 2ª Vara do Trabalho de Novo Hamburgo)[13: http://www.tactus.com.br/2011/02/23/a-responsabilidade-subsidiaria-nas-acoes-de-natureza-trabalhista/]
Conforme a Súmula nº33 do TST, e jurisprudência ora mencionada, a responsabilidade subsidiária é facilmente identificada nas empresas em que terceirizam serviços, quando a empresa contratante assume subsidiariamente as obrigações não adimplidas pela empresa encarregada da contratação da mão de obra.
A partir do momento em que a empresa que esta terceirizando o serviço tem algum tipo de benefício através do trabalho que esta sendo terceirizado, ela deve sustentar os riscos de sua atividade, mesmo não sendo a empresa principal.
A relação empregatícia se caracteriza apenas entre o empregado (trabalhador) e a empresa terceirizada. Entre esta e a empresa tomadora a relação é exclusivamente civil. A CLT em seu artigo 3º define empregado como sendo “... empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário ...”.
4 PROJETO DE LEI 4330/2004
4.1 AS MUDANÇAS SUGERIDAS NA TERCEIRIZAÇÃO PELO PROJETO DE LEI 4330/2004
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou dia 08 de abril de 2015 o projeto de lei 4330/2004, que regulamenta contratos de terceirização no mercado de trabalho para as empresas públicas e privadas. Após isso, agora falta ser sancionado pelo Senado Federal, e aprovado pelo Presidente da república para que possa surtir efeitos jurídicos.
Segundo, o jornal online “Câmara Notícias“, o projeto tramita na casa há 10 anos, sendo motivo de debates desde 2011 por deputados e representantes das centrais sindicais e dos sindicatos patronais.[14: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/TRABALHO-E-PREVIDENCIA/485428-CAMARA-APROVA-TEXTO-BASE-DO-PROJETO-QUE-REGULAMENTA-TERCEIRIZACAO.html]
 O projeto examina e faz menção a contratação de serviços terceirizados para qualquer atividade, ou seja, não há mais distinção entre atividade fim ou atividade meio. No entanto, a contratada precisa estar focada em uma atividade específica.
A lei, caso aprovada, será aplicada às empresas privadas e públicas, sociedades de economia mista, produtores rurais e profissionais liberais, ficando excluídas apenas as entidades da administração pública direta, autárquicas e fundacionais.
A classe dos trabalhadores defendem a tese de que a lei poderá prejudicar as contratações no mercado de trabalho, em contrapartida, os Empresários apoiam o novo texto porque acreditam que vai promover mais empregos. 
O PL 4330/04 traz à baila algumas questões problemáticas quanto à terceirização, vejamos: 
A primeira trata sobre a abrangência das terceirizações tanto para as atividades-meio como atividades-fim, com previsão no art.4 parágrafo 2 do projeto : “§ 2º O contrato de prestação de serviços pode versar sobre o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares à atividade econômica da contratante”;
A segunda mudança fala sobre às obrigações trabalhistas serem de responsabilidade somente da empresa terceirizada, com possibilidade de ação de regresso contra a devedora, com previsão no art. 10. “A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, ficando-lhe ressalvada ação regressiva contra a devedora.” ;
A terceira mudança tratar sobre a representatividade sindical, que passa a ser do sindicato da empresa contratada e não da contratante, com previsão no art.15 do texto, “Art. 15. O recolhimento da contribuição sindical prevista nos arts. 578 e seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) deve ser feito ao sindicato representante da categoria profissional correspondente à atividade exercida pelo trabalhador na empresa contratante. “ A quarta e também polêmica questão, trata sobre a contratação da Administração pública por serviços terceirizados desde que não sejam atividades exclusivas do Estado, com previsão no art.12, “ Nos contratos de prestação de serviços a terceiros em que a contratante for a Administração Pública, a responsabilidade pelos encargos trabalhistas é regulada pelo art. 71 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.”
4.2 DIREITOS TRABALHISTAS E O PROJETO DE LEI
	Além das questões polêmicas apresentadas acima, os direitos da entidade sindical de determinada categoria ainda não foi definida no que tange à responsabilidade da empresa contratante ou da empresa prestadora de serviços. Por exemplo, o empregado terceirizado que trabalhar dentro do Banco não estará protegido pelo sindicato dos bancários e menos ainda fará gozo das garantias atribuídas à eles, pois não pertence àquela categoria, mesmo laborando dentro de instituição bancária.
O projeto de lei pressupõe que os terceirizados tenham seus direitos trabalhistas preconizados em convenção ou acordo coletivo próprio daquele contrato celebrado para aquela prestação de serviços, ou seja, a partir da celebração do contrato para determinada empresa e determinada atividade, as negociações acontecem entre a empresa e o sindicato dos terceirizados.
Em pesquisa retirada do site de uma notícia publicada pelo site G1, é possível entender o posicionamento do sindicato dos trabalhadores e dos empresáriosno que tange aos direitos trabalhistas, vejamos:
A proposta divide opiniões entre empresários, centrais sindicais e trabalhadores. Os empresários argumentam que o projeto pode ajudar a diminuir a informalidade do mercado. Segundo o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a lei pode representar a geração, no futuro, de 700 mil empregos/ano em São Paulo e mais de 3 milhões no Brasil. (...) 
Já os sindicatos representantes dos trabalhadores acreditam que a aprovação do projeto de lei pode levar a uma precarização das condições de trabalho. Entre as queixas mais recorrentes daqueles que trabalham como terceirizados estão a falta de pagamento de direitos trabalhistas e os casos de empresas que fecham antes de quitar débitos com trabalhadores.
O relator do projeto, o deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA), defende que é preciso e permitir a terceirização para qualquer atividade, desde que a empresa contratada seja especializada na execução do serviço em questão. Dessa forma, uma montadora de automóveis, por exemplo, poderia contratar várias empresas responsáveis pela montagem dos diferentes componentes de um carro. [15: Disponível em <http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2015/04/entenda-o-projeto-de-lei-da-terceirizacao.html> Acesso em 07 de abril de 2015)>]
Esses e outros pontos abordados pelo PL ainda serão debatidos devido á sua importância e relevância para o mundo jurídico e econômico, entre a classe de trabalhadores que se localizam em posição frágil nesta relação e entre os milhares de empresários que movimentam a economia do País.
5 CONCLUSÃO
Neste contexto, foi possível perceber que a Terceirização da mão de obra vem ganhando seu espaço no cotidiano das empresas por vislumbrar maior organização nos diversos setores, se tornando possível que a atividade final fique mais evidente permitindo aumento dos lucros. 
Embora atualmente não exista lei específica acerca do tema, hoje no Congresso tramita o projeto de lei nº 4330/2004, que encontra guarida na Constituição federal e tem objetivo de resolver não só questões envolvendo o direito empresarial mas sim, visando o direito trabalhista dos cidadãos que tem esse tipo de contrato de trabalho com determinada empresa, e muitas da vezes, não tem uma lei específica para respaldar direitos no momento de sua rescisão contratual.
O âmbito jurídico precisa que exista uma norma jurídica com a possibilidade de dar respaldo jurídico ás questões trabalhistas e econômicas, para que essas relações obtenham segurança e o êxito necessário para sua concretização. Pois os trabalhadores são a parte hipossuficiente da relação de emprego, e necessitam que essa força venha do Estado, capaz de regulamentar direitos e deveres a todos.
É necessário que a Terceirização da mão de obra seja enfrentada pelo Congresso Nacional como uma problemática real capaz de afetar o setor econômico do país e que ainda, precisa ser decidida o quanto antes pois muitos trabalhadores esperam que seus direitos sejam positivados nesta Lei que ainda não foi aprovada, mas já trás expectativas para muitos deles.
A discussão sobre a terceirização não pode se limitar à legalidade formal, é necessário considerarmos o aspecto moral, humano das relações. A questão do subemprego e da precarização do trabalho é um fato que merece ser discutido incessantemente e eternamente. 
Como percebemos com nossa pesquisa, a terceirização aconteceu e faz parte do cotidiano de milhares de empresas pelo mundo, então, não podemos apenas argumentar sobre sua legalidade ou não, mas sim trabalharmos, como cidadãos, em prol de uma terceirização que se aproxime do ideal de justiça, visando sempre respeitar a Constituição da República que esta no Toto das normas jurídicas em termo de hierarquia. 
Outro ponto que merece mais atenção por parte dos legisladores é a discussão acerca da responsabilidade solidária e subsidiária das empresas, e um rol denominando as atividades passíveis de terceirizar dentro do mercado de trabalho, isso vai trazer organização e limite para os trabalhadores empresários. Por exemplo, ainda é confuso este ponto, porque é possível terceirizar serviços de limpeza mas não o trabalho de um Engenheiro para coordenar determinada obra? Será que esta diferenciação não estaria desvalorizando algum destes serviços?
Existem milhares de possibilidades ainda não definidas acerca de cada tema, mas as soluções são mínimas. Por isso, esta função fica a cargo de cada brasileiro interessado em identificar os prós e contras da Terceirização da mão de obra, quem sabe, podemos contribuir com propostas de soluções tão necessárias para se gerir com responsabilidade e justiça esta modalidade de contrato.
6 REFERÊNCIAS
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 4ª ed. rev. e ampl. São Paulo: LTr, 2008
CARRION, Valentin. Comentários à consolidação das leis do trabalho. 31. ed. Atual. por Eduardo Carrion. São Paulo: Saraiva, 2008
CASTRO, Rubens Ferreira. A terceirização no Direito do Trabalho. São Paulo, Malheiros, 2004
Decreto Lei N.º 5.452, de 1º de maio de 1943 ( Consolidação das Leis do Trabalho– CLT ).
DELGADO, Gabriela Neves. Terceirização: Paradoxo do Direito Contemporâneo. São Paulo, Ltr, 2003
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 11º edição. São Paulo: LTr. 2012
MARTINS, Sérgio Pinto. A terceirização e o direito do trabalho. 11. ed., rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2011
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