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PRÁTICA SIMULADA I. CASO CONCRETO SEMANA 7. ESTÁCIO. FIC. 2017

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CASO 7
(36º Exame de Ordem – OAB/RJ – 2ª Fase – Peça Profissional – Civil) – modificado.
Marcos, brasileiro, pedreiro, casado, domiciliado na rua Bérgamo 123, apt. 205, na cidade de Araçatuba – SP, caminhava por uma rua de Recife – PE quando foi atingido por um aparelho de ar-condicionado manejado, de forma imprudente, por Roberto, comerciante e proprietário de uma padaria. Encaminhado a um hospital particular, Marcos faleceu após estar internado por um dia. Maria, esposa de Marcos, profundamente abalada pela perda trágica do seu esposo, deslocou-se até Recife – PE e transportou o corpo para Araçatuba – SP, local do sepultamento. O falecido não deixou filhos. Sabe-se, ainda, que Marcos tinha 50 anos de idade, era responsável pelo seu sustento e de sua esposa e conseguia obter renda média mensal de um salário mínimo como pedreiro. Sabe-se, também, que os gastos hospitalares somaram R$ 3.000,00 e os gastos com transporte do corpo e funeral somaram R$3.000,00. No inquérito policial, após o laudo da perícia técnica apontar como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado, Paulo foi indiciado, sendo posteriormente denunciado e condenado em primeira instância como autor de homicídio culposo. A viúva procura você advogado para buscar em juízo o direito à indenização pelos danos decorrentes da morte de Marcos.
Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado (a) procurado (a) pela família de Marcos, a petição inicial da ação judicial adequada ao caso, abordando todos os aspectos de direito material e processual pertinente.
PEÇA INICIAL
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À VARA CÍVEL Nº__DA COMARCA DE ARAÇATUBA-SP
MARIA, viúva e representante legítima do Sr. Marcos, brasileira, residente e domiciliada na Rua Bérgamo, nº 123, apt. 205, na cidade de Araçatuba – SP, inscrita no registro geral sob o correspondente número:______ e no cadastro nacional de pessoas físicas sob o Nº___________, vem, mui respeitosamente, através de seu advogado devidamente qualificado em procuração acostada aos autos, PROPOR, PELO RITO COMUM, AÇÃO INDENIZATÓRIA DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS, CUMULADO COM PENSÃO POR MORTE, EM FACE DE ROBERTO, comerciante, brasileiro, residente na Rua dos Diamantes, n° 123, Recife – PE, cujo cadastro nos registros gerais de pessoas físicas é ignorado, PELOS SEGUINTES FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS QUE SE PASSA A EXPOR:
I. DAS PRELIMINARES
I.II. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
Requer a Autora, sob o arrimo do que expressa a lei nº 1.060 de 1950, do artigo 98 e seguintes do CPC e do artigo 5º, LXXIV da CF, que lhe seja deferido os benefícios da justiça Gratuita, tendo em vista de que a mesma não pode arcar com as custas processuais e com os honorários advocatícios sem o prejuízo do sustento próprio. 
I.III. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO
É competente o presente foro para a propositura da ação em tela, tendo em vista as circunstâncias originárias da ação, o homicídio culposo já reconhecido por sentença judicial. A vista disso, e conforme expressão exposta no artigo 53 do nosso código de processo civil cabe ao autor a possibilidade de escolher propor a ação para reparação de dano tanto em seu domicílio quanto no local onde ocorrera o fato. Nesse sentido:
Art. 53.  É competente o foro: (...)
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano; 
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. (CPC/2015)
II. DOS FATOS
O presente caso tem como tem como início o fato de que o Sr. Marcos, esposo da Senhora Maria, ora Autora, enquanto caminhava por uma Rua na cidade de Recife – PE, fora atingido por um aparelho de ar-condicionado que era manejado pelo Sr. Roberto, ora Réu, que é comerciante e proprietário de uma padaria localizada no local aludido. O Sr. Marcos, ainda vivo, mas gravemente ferido, fora encaminhado a um hospital particular. Contudo, em virtude da gravidade dos ferimentos, o mesmo veio a falecer após estar internado por um dia. 
A senhora Maria, esposa de Marcos, profundamente abalada pela perda repentina e trágica do seu esposo, tivera que se deslocar até a cidade de Recife – PE para poder efetivar o translado do corpo de volta para casa, na cidade de Araçatuba – SP, onde ocorrera o sepultamento. O falecido não deixou filhos, sendo que o mesmo já possuía 50 anos de idade, era o único responsável pelo seu sustento e de sua esposa, com uma renda nunca superior a um salário mínimo, obtida através de muita valentia com serviços de pedreiro.
Todo o desenrolar do caso resultou em gastos hospitalares que somaram o total de R$ 3.000,00, junto com os gastos com transporte do corpo e funeral cujo valor consolidou-se em mais R$ 3.000,00. Cumpre relatar que no desfecho do inquérito policial que fora instaurado por ocasião do fato, o laudo da perícia técnica apontou como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado. O Senhor Paulo fora indiciado, sendo posteriormente denunciado e condenado em primeira instância como autor de homicídio culposo. É a suma dos fatos, passa-se agora à exposição dos fundamentos do direito material. 
III. DO MÉRITO
		III. I. DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR 
Excelência, no caso exposto, há uma inequívoca responsabilidade do Sr. Paulo sobre o ocorrido, quando deixou de manejar com prudência seu aparelho de ar-condicionado. Sendo um objeto sabidamente pesado, que a depender da altura em que caia, pode de todo certo machucar gravemente a quem atingir. E este fora o evento trágico que ocorrera. Por exclusiva culpa do Réu, o referido objeto veio a despencar de uma altura considerável, atingindo em cheio o Sr. Marcos, que por um triste e infeliz acaso do destino vinha passando naquele exato momento. Aqui se demonstra o ato ilícito em que incorreu o réu, nos termos do artigo 186 do código civil brasileiro, valendo ainda ressaltar o teor das disposições nos artigos 927 e 938 do mesmo regramento, vejamos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. (CC)
O fato é extremamente triste e toma contornos ainda mais lamentáveis quando a vítima, um senhor já de 50 anos, era o único provedor financeiro de sua companheira, a Sra. Maria. O parco dinheiro que conseguia, que jamais ultrapassava o valor de um salário mínimo, fruto de muito esforço de trabalhos como pedreiro, não trouxe qualquer luxo ou conforto na vida do casal. E naquele momento, depois de ter perdido tão repentinamente o seu marido, a Senhora Maria vira-se devedora de um valor de R$. 6.000,00, já se incluindo os gastos com funeral e translado do corpo. 
Cabe lembrar que o episódio do caso em tela fora objeto de ação penal, quando se deu por sentença o reconhecimento da responsabilidade culposa do Réu no ocorrido, isto é, este fora condenado como autor de homicídio culposo. A vista disso, de modo feliz, o código civil traz os reflexos que a condenação penal tem em uma eventual indenização em ação civil reparatória. A disposição é expressa no artigo 948 do código civil brasileiro, ao nitidamente aduzir sobre o que consiste indenização. Veja-se:
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. (CC)
Deste modo, ínclito Julgador, nota-se que o caso é passívelde indenização afim de que mitigue as despesas que a Senhora Maria sofrera, e que a mesma não é capaz de saldar. Não tão somente são devidos os valores dos gastos referentes ao funeral e translado do corpo, de ordem de seis mil reais, mas também se resta cabido uma reparação contínua, do luto e das graves dificuldades que a Autora certamente virá a sofrer ao continuar, agora sozinha, sua vida. Dito isto, requer-se, por ocasião de todos os danos sofridos e vindouros, a concessão de pensão de caráter alimentício a viúva por período proporcional a duração de vida que a vítima teria, qual seja 74 anos de idade como média de vida no Brasil, segundo dados do IBGE, em prestação de valor equivalente ao salário mínimo ou, como vossa Excelência julgar, mostre-se adequado a senhora Maria para manter-se em uma vida digna. 
IV. DOS PEDIDOS
	Por todo o exposto, juntamente com a efetiva condenação do réu, desde logo, a Autora requer: 
O ressarcimento das despesas sofridas no valor de R$ 6.000,00, nos termos do artigo 948 do CC, devidamente corrigidos com juros e correção monetária, acrescido com o estabelecimento de obrigação de indenizá-la pelas perdas e danos materiais suportados; 
A concessão de pensão alimentícia em valor equivalente ao salário mínimo ou conforme o Magistrado julgar adequado, contanto que este não chegue a ser menor; que a pensão deva permanecer até a data em que o falecido completaria 74 anos de idade, qual seja no dia em que seria o seu aniversário no ano 2041;
Protestar em provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos;
Deixar expresso a não possibilidade para audiência de mediação e conciliação; 
Condenação ao pagamento dos Honorários advocatícios em 20% sobre o valor da causa (art. 85 do CPC), bem como nas custas processuais a serem fixadas. 
O deferimento do pedido de justiça gratuita, visto que a mesma é pobre na forma da lei.
	Dar-se-á o valor da causa em R$ 6.000,00 (seis mil reais).
	
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
Fortaleza-Ce, segunda-feira, 21 de abril de 2017.
MAXSUEL GOMES
OAB/CE XX.XXX-X

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