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PRINCÍPIOS GERAIS NO ESTUDO DE FISIOLOGIA-1

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PRINCÍPIOS GERAIS NO ESTUDO DE FISIOLOGIA
Fisiologia: Estuda as características e mecanismos de funcionamento do organismo.
Célula: É a unidade básica do corpo. Exerce função específica (glóbulos vermelhos transportam O2). Possuem características comuns: o oxigênio reage com os carboidratos, gorduras e proteínas para produzir a energia necessária para o funcionamento celular; os produtos finais de suas reações químicas são liberados para o líquido que as banham; quase todas as células apresentam capacidade de reprodução.
Órgãos e Sistemas: Agregados de células especializadas mantidas por tecido de sustentação.
Composição do Organismo: As células existem em um “mar interno”, líquido extracelular (LEC). O LEC está em constante movimento, é rapidamente transportado pelo sangue circulante e em seguida misturado entre o sangue e os líquidos teciduais por difusão, através das paredes capilares. Fornece 02 e nutrientes (glicose, íons, aminoácidos) e elimina produtos finais do metabolismo. O LEC é composto pelo fluido intersticial (banha células e tecidos) e plasma sangüíneo (preenche o sistema vascular). O líquido intracelular (LIC) é o líquido no interior das células.
No corpo humano: 
60% líquidos (40% LIC, 20% LEC)
18%, proteínas e substâncias relacionadas
15%, gordura
 8%, minerais
Composição do LEC e LIC
	
 LEC
	
 LIC
	Na+ 140mEq/l
	 15mEq/l
	K+ mEq/l
	 135mEq/l
	Ca++ 2,4mEq/l
	0,0001mEq/l
	Cl- 103mEq/l
	 4mEq/l
	Proteínas 5mEq/l
	 40mEq/l
Homeostasia: O organismo vivo depende de um grande número de processos regulatórios para manter constantes as condições de seu meio interno, o milieu intérieur, de Claude Bernard. Este meio interno no qual estão imersas todas as células do organismo, corresponde no mamífero ao líquido extracelular que é basicamente uma solução de cloreto de sódio com pequenas concentrações de outros íons. Uma série de propriedades deste fluido, incluindo pressão, volume, osmolaridade, pH, concentrações iônicas e de outros componentes, deve ser mantida dentro de faixas estreitas de variação, para permitir que as células sobrevivam em condições normais de funcionamento. Estas propriedades, em seu conjunto, são denominadas de homeostase, e define as condições normais de vida de um organismo. Todos os órgãos participam. Por ex.: os pulmões fornecem oxigênio para o LEC, a fim de repor o oxigênio que é consumido continuamente pelas células e os rins mantêm constantes as concentrações iônicas.
Membrana Celular: Todas as células animais são envolvidas por uma membrana, chamada de membrana plasmática, composta de lipídeos (fosfolipídeos, colesterol e glicolipídeos), formando uma camada dupla; e proteínas entremeando a camada lipídica (modelo do mosaico fluido). Existem 5 tipos de proteínas de membranas que exercem funções específicas:
proteínas estruturais ou integrais
proteínas que funcionam como bombas, para o transporte de íons através da membrana
proteínas que funcionam como canais,para difusão de substâncias solúveis em água
proteínas que funcionam como receptores, para ligação de neurotransmissores e hormônios
proteínas que funcionam como enzimas, para catálise de reações na superfície da membrana.
As proteínas estruturais ou integrais, as proteínas que funcionam como bombas e as proteínas que funcionam como canais atravessam toda a camada lipídica da membrana; as proteínas que funcionam como receptores estão localizadas na superfície externa da membrana e as proteínas que funcionam como enzimas são encontradas na superfície interna da membrana.
Transporte através da membrana plasmática: Íons, nutrientes e restos metabólicos são transportados através da membrana por difusão e outros processos de transporte.
·	Difusão Simples: Difusão simples é a movimentação cinética das moléculas através de orifícios da membrana ou espaços intermoleculares. Depende:
·	da permeabilidade da membrana - lipossolubilidade: oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono e álcool se difundem rapidamente pela membrana;
·	da área da membrana: quanto maior a superfície mais rápida a difusão;
·	diferença de concentração da substância: que se difunde entre as duas faces da membrana;
·	diferença de pressão;
·	diferença de potencial elétrico (íons) entre as duas faces da membrana; e
·	tamanho da molécula: partículas muito grandes (>0,8 nm) não podem atravessar a membrana da célula por difusão simples.
·	Difusão Facilitada: necessita de um carreador. A molécula de glicose é muito grande para se difundir através dos canais da membrana; ela se liga a um carreador de um lado da membrana e é, então, transportada para o outro lado, aonde se dissocia do carreador. Difusão simples e difusão facilitada não requerem energia.
·	Transporte Ativo: requer energia fornecida pelo ATP (tri-fosfato de adenosina) pois as moléculas se movem contra um gradiente de concentração. O mais conhecido deste sistema de transporte é a bomba de sódio-potássio (Na+-K+) ou Na+-K+ATPase. Neste sistema a enzima ATPase que está ligada à membrana plasmática funciona como um carreador e é responsável pela manutenção da alta concentração de K+ e baixa concentração de Na+ no LIC. A operação da bomba pode ser dividida em três etapas:
·	Três íons Na+ se ligam à enzima (ATPase) do lado de dentro da célula
·	Dois íons K+ se ligam à enzima (ATPase) do lado de fora da célula
·	A enzima ATPase (carreador) utiliza a energia de uma molécula de ATP para transportar dois íons K+ para o interior da célula e três íons Na+ para fora da célula.
Bomba de Na+-K+-: 
Bombeia os íons Na+ de dentro para fora das células e os íons K+ de fora para dentro
Presente em todas as células do corpo
Responsável pela manutenção das diferenças de concentração do Na+ e K+ entre as duas faces da membrana
Gera um potencial elétrico negativo no interior das células
A Célula em Repouso: Qualquer célula pode ser considerada como uma solução aquosa diluída (o citoplasma), separada por uma membrana (a membrana celular) de outra solução aquosa, também diluída, que é o líquido extracelular. Quando não estimulada, apresenta diferença de potencial elétrico através de sua membrana, com o interior (citoplasma) negativo em relação ao exterior (meio extracelular). Se a célula for mantida em condições adequadas, essa diferença de potencial não se altera com o passar do tempo, mas desaparece quando a célula morre. Essa diferença é chamada de potencial de repouso ou potencial de membrana. Existe diferença de potencial elétrico entre as duas faces da membrana de praticamente todas as células do corpo, e algumas células tais como as neurais e musculares são excitáveis, isto é, capazes de gerar impulso eletroquímicos que se propagam. Em outros tipos de células, como as glandulares, os macrófagos e as células ciliadas, outros tipos de alterações dos potenciais de membrana têm participação importante no controle de muitas das funções celulares. Quando um tecido é estimulado, ele passa de uma condição de repouso (polarizado) para uma de atividade (despolarizado).
Potencial de Membrana ou Repouso: A Fig. 1 mostra um desenho esquemático de uma célula em repouso (polarizada). A concentração de K+ é bastante elevada no interior da mesma, ao passo que no lado externo é muito baixa. A concentração de Na+ é muito elevada no lado externo da célula e muito baixa no interior. Devido ao gradiente de concentração do K+, de dentro para fora, e ao tamanho da molécula, ele se difunde mais facilmente do interior para o exterior. À medida que isto acontece cria-se um estado de eletropositividade por fora da membrana da célula e eletronegatividade no interior. Os ánions com cargas negativas (proteínas), por serem moléculas grandes, não atravessam a membrana. A eletronegatividade gerada no interior da célula atrai os íons com cargas positivas de voltapara o interior da célula.
Em resumo, o potencial de membrana é a diferença de concentração iônica entre o interior e o exterior da membrana celular; é criado pela bomba de Na+K+ e pela alta permeabilidade da membrana ao K+. 
Nas células nervosas e musculares esqueléticas o potencial de membrana é de -90mV. Isto é, o potencial no interior da célula é 90mV mais negativo do que no líquido intersticial por fora da fibra. Em células não excitáveis o potencial de repouso varia entre -20 a -40 mV (células sangüíneas, epiteliais, macrófagos).
Potencial de Ação: Quando as células excitáveis são estimuladas (estímulos elétricos, químicos, mecânicos), um potencial de ação é gerado, durante o qual o potencial de membrana varia de -90mV a +45mV e retorna ao potencial de membrana. O potencial de ação resulta de mudanças seqüenciais na condutância (permeabilidade) da membrana ao Na+ e K+. 
Etapas do Potencial de Ação:
Etapa de Repouso, célula polarizada.
Etapa de Despolarização, após um estímulo limiar (estímulo mínimo capaz de desencadear um potencial de ação), a membrana torna-se muito permeável aos íons Na+, permitindo que grande quantidade do íon flua rapidamente na direção da positividade (interior da célula fica positivo).
Etapa de Repolarização, logo após a membrana ter ficado muito permeável aos íons Na+, os canais de sódio começam a fechar, enquanto que os canais de K+ se abrem mais do que o normal. A rápida difusão do K+ (efluxo) para o exterior estabelece o potencial de repouso anormal (íons Na+ em excesso no interior da célula). Nesta fase a bomba de Na+K+ é acionada para restabelecer o potencial de repouso normal.
·	Hiperpolarização: A excessiva saída de K+ da célula aumenta a negatividade no interior, logo após a etapa de repolarização.
·	Período Refratário: Refere-se a um intervalo durante o qual é mais difícil provocar um potencial de ação. Existem dois períodos refratários:
·	Período Refratário Absoluto: durante este período nenhum potencial de ação poderá ser produzido qualquer que seja o estímulo. Corresponde à etapa da despolarização e a dois terços da repolarização.
·	Período refratário Relativo: durante este período, um segundo potencial de ação poderá ser produzido, com um estimulo supralimiar. Corresponde ao terço final da repolarização.
Princípio Tudo-ou-Nada: Este princípio refere-se ao caráter explosivo do potencial de ação, uma vez que um estímulo limiar ou supralimiar seja aplicado à célula.
NERVOS E MÚSCULOS
A contração coordenada de milhares de células musculares esqueléticas nos movimenta no ambiente, nos permite reagir à suas mudanças e é o mecanismo através do qual cantamos, sorrimos, sentamos, andamos e comemos. As células musculares cardíacas propelem o sangue para os pulmões e os demais tecidos corporais, as células musculares lisas movimentam o alimento através do sistema digestivo, bem como geram forças uterinas para a expulsão do feto. Todas estas ações requerem a contração de células musculares. Elas devem ser coordenadas entre si. Um sistema de comunicação rápido é provido pelo sistema nervoso (grupo de células especializadas para transmissão de informação). As células nervosas com seus axônios penetram os tecidos corporais interconectando órgãos dos sentidos, músculos e glândulas. Alterações em um ponto do organismo são prontamente enviadas a outras estruturas. A redistribuição de informações é altamente elaborada em organismos complexos, onde bilhões de células nervosas asseguram que um simples reflexo muscular seja coordenado com a postura, outros reflexos, condições viscerais, mudanças ambientais e experiência.
Organização do Sistema Nervoso
Existem mais de 100 bilhões de células nervosas (neurônios) no sistema nervoso. Os neurônios estão normalmente agrupados em feixes (fora do SNC) e tratos (dentro do SNC) os quais designam suas origens e destino. Os feixes podem conter apenas alguns neurônios ou milhões deles. O sistema nervoso pode ser anatomicamente dividido em sistema nervoso periférico (SNP; todos os neurôniios fora da coluna vertebral e crânio) e sistema nervoso central (SNC; neurônios dentro da coluna e crânio). Esta divisão é apenas anatômica já que os neurônios são contínuos da periferia ao centro. Neurônios que conduzem impulsos para o SNC são neurônios aferentes; neurônios que conduzem impulsos do SNC são neurônios eferentes.
Medidas da Atividade do Sistema Nervoso: A atividade elétrica do cérebro é produzida por bilhões de neurônios. As células nervosas estão sempre ativas no cérebro vivo, no indivíduo dormindo ou acordado, ativo ou passivo, durante meditação ou hipnose. As medidas fisiológicas para avaliação da atividade cerebral são dadas pelo:
eletroencefalograma (EEG) 
eletromiograma (EMG, medida da atividade muscular) 
pupilometria (medida de alteração do tamanho da pupila) eletroculografia (EOG, medida dos movimentos dos olhos) 
atividade eletrodérmica (EDA, medida da atividade elétrica na superfície da pele). 
Outras medidas fisiológicas sob controle do sistema nervoso e relacionadas à sua atividade incluem: resposta cardíaca, volume sangüíneo, pressão sangüínea, respiração,consumo de oxigênio, salivação, temperatura da pele, motilidade gástrica, etc.
Excitação Neuronal e Transmissão Sináptica: Em termos das funções comunicativas um neurônio pode estar em um dos seguintes estados: 1) em repouso;não recebe nem transmite sinais 2)recebendo sinais de outro neurônio ou receptor sensorial 3) transmitindo sinais para outro neurônio. Tais atividades são descritas como sinais químicos e elétricos os quais são utilizados pelas células quando estas recebem e passam informações para outras células. Neurônios são estimulados efetivamente por estímulos naturais dos órgãos receptores (ex: olhos e ouvidos) ou por impulsos vindos de outros nervos. Eles respondem também a estímulos químicos, elétricos, térmicos e mecânicos. O impulso elétrico na terminação nervosa periférica percorre toda a extensão do axônio e possivelmente os dendritos de outro neurônio, e assim o estímulo se propaga. A transmissão do estímulo para outro neurônio ocorre na sinapse.
Sinapse: É a junção entre um neurônio e outra célula (neurônio, glândula ou músculo=placa terminal). O potencial de ação é sempre transmitido do terminal pré-sináptico para o pós-sináptico. A transmissão sináptica é na sua grande maioria química. Quantidades de uma substância (neurotransmissor sináptico) são armazenadas em vesículas no terminal pré-sináptico. Quando um potencial de ação atinge a região pré-sináptica, ocorre a liberação do neurotransmissor para a fenda sináptica o qual se difunde para a célula pós-sináptica, onde é produzida a resposta pós-sináptica. A resposta será um potencial de ação se a célula pós-sinaptica for um neurônio, contração se a célula pós-sináptica for muscular ou secreção se a célula pós-sináptica for glandular. As moléculas do neurotransmissor se difundem e combinam com receptores localizados na membrana pós-sináptica. O neurotransmissor pode ser inibitório, neste caso a atividade da célula pós-sináptica será inibida.
Tipos de Sinapses:
elétricas, ocorre através de “gap junctions”
químicas, impulso no axônio pré-sináptico causa a secreção de um neurotransmissor na fenda sináptica (ex.: acetilcolina, serotonina, ácido gamaaminobutírico).
Mecanismo de Ação do Neurotransmissor: Mediador liga-se ao receptor na superfície da célula pós-sináptica, acionando a abertura ou fechamento de canais iônicos.
Anatomia Fisiológica da Sinapse: Ex.: Um neurônio motor típico possui:
soma - corpo do neurônio; 
axônio único - se estende do corpo até a estrutura que vai inervar;
dendritos - projeções do corpo que se estendem nas áreas adjacentes;
pés terminais ou botões sinápticos - fazem contato da fibra nervosa com a estrutura de contato; os pés terminais são separados da estrutura terminal pela fenda sináptica e nos pés terminais estãolocalizadas as vesículas sinápticas que contêm os neurotransmissores.
Modalidades de transmissão sináptica: Existem três tipos transmissão: neuromuscular, autonômica e central.
Transmissão sináptica neuromuscular: Refere-se à comunicação sináptica entre um motoneurônio alfa e fibras musculares esqueléticas. O motoneurônio alfa ramifica-se ao se aproximar do músculo, emitindo axônios terminais para as fibras musculares esqueléticas. Cada fibra muscular recebe apenas um axônio terminal. Se o motoneurônio inervar um grande músculo (postural ou músculo de força), então ele se ramificará centenas ou milhares de vêzes. Motoneurônios alfa que inervam músculos de movimentos precisos ramificam-se pouco para inervar apenas poucas fibras musculares. O neurotransmissor na sinapse neuromuscular é a acetilcolina (ACh), que é sintetizada no nervo terminal a partir da colina e acetilcoenzima A pela enzima colina acetiltransferase. Uma vez sintetizado o neurotransmissor é armazenado nas veículas sinápticas.
Etapas da transmissão sináptica neuromuscular:
a)Liberação do neurotransmissor; após o potencial de ação ter atingido o nervo terminal ocorre a abertura dos canais de Ca2+. Os íons Ca2+ são liberados dentro da célula provocando a liberação da acetilcolina na fenda sináptica.
b)Resposta pós-sináptica; a acetilcolina liberada na fenda sináptica, liga-se aos receptores da acetilcolina (proteinas transmembranas), na membrana da placa terminal onde causa a resposta pós-sináptica chamada de potencial da placa terminal. 
c)Despolarização da fibra muscular pelo potencial de placa terminal; o potencial de placa terminal é uma resposta gradual, não-propagada que atua como um estímulo para a produção de um potencial de ação na membrana da célula muscular a qual é contígua com a membrana da placa terminal. Portanto, um potencial de ação no motoneurônio alfa promove a contração do músculo por ele inervado.
d)Degradação da acetilcolina; a acetilcolina é rapidamente degradada pela enzima acetilcolinesterase após sua ligação no receptor. Este é o mecanismo para evitar contrações musculares repetitivas.
Transmissão sináptica autonômica: O sistema nervoso autônomo é dividido em sistemas simpático e parassimpático. Cada uma das duas divisões tem um neurônio pré-ganglionar no sistema nervoso central (SNC) e um neurônio pós-ganglionar no sistema nervoso periférico (SNP). Nas duas divisões a acetilcolina é o neurotransmissor usado na comunicação entre as fibras pré e pós-ganglionares. A acetilcolina é também o neurotransmissor das fibras pós-ganglionares parassimpáticas, enquanto que a norepinefrina (noradrenalina) é o neurotransmissor da maioria das fibras pós-ganglionares simpáticas. Muitas fibras pós-ganglionares, especialmente aquelas dentro do gânglio do trato gastrointestinal (sistema nervoso entérico) utilizam outros mediadores chamados neurotransmissores não-colinérgicos, não-adrenérgicos. A transmissão sináptica autonômica é semelhante à transmissão sináptica neuromuscular, isto é, a acetilcolina é liberada da fibra pré-ganglionar (pré-sináptica) difunde-se através da fenda sináptica, liga-se ao receptor na fibra pós-ganglionar, causando a despolarização. As fibras pós-ganglionares parassimpáticas e simpáticas podem exercer atividades excitatórias e inibitórias dependendo do receptor pós-sináptico ativado.
Efeito excitatório parassimpático pós-ganglionar da acetilcolina: é produzido na musculatura do trato gastrintestinal, brônquios e glândulas por vários mecanismos:
a) ACh liga-se aos receptores da membrana pós-sináptica causando o potencial de ação
b)ACh liga-se aos receptores que aumentam a condutância da membrana aos íons Ca2+. Os íons Ca2+ entram na célula iniciando a contração dos músculos lisos.
c)ACh liga-se aos receptores que ativam uma proteína de membrana (guanosina trifosfato,GTP) ou proteina G. Quando a proteina G é ativada uma série de eventos celulares acontecem produzindo a contração de músculos lisos. 
Efeito inibitório parassimpático pós-ganglionar da acetilcolina:
é produzido no coração, diminuindo a frequência (batimentos) cardíacos. Quando a ACh liga-se a um receptor cardíaco, ocorre a abertura dos canais de K+; o efluxo (saída) de K+ de dentro da célula causa hiperpolarização, diminuindo a atividade do marca passo.
Efeito excitatório simpático pós-ganglionar da norepinefrina:
é produzido no coração quando o neurotransmissor liga-se ao receptor ( (beta) ativando a proteina kinase A, a qual aumenta a entrada de Ca2+ com cada potencial de ação aumentando a força e a frequência das contrações do músculo cardíaco.
Efeito inibitório simpático pós-ganglionar da norepinefrina: 
é produzido nos bronquíolos quando o neurotransmissor liga-se ao receptor (, desta vez removendo íons Ca2+ do citoplasma diminuindo a força de contração da célula muscular lisa.
O SNA será discutido no capítulo correspondente.
Transmissão sináptica no SNC: Grandes variedades de conexões sinápticas ocorrem no SNC, com poucas exceções o mecanismo de transmissão é quimica. Na retina e bulbo olfatório a transmissão é elétrica através de junções especializadas (gap junctions) entre as células. Gap junctions são formadas por pontes membranosas estabelecendo continuidade citoplasmática das células o que facilita a comunicação e a propagação do potencial de ação. Este tipo de junção é importante no coração e nas vísceras permitindo a contração coordenada destes tecidos.
A transmissão sináptica química no SNC ocorre por um mecanismo similar aquele da junção neuromuscular:
a)O neurotransmissor é sintetizado no nervo terminal, armazenado em vesículas e liberado quando o potencial de ação atinge o nervo terminal
b)Após ser liberado na fenda sináptica, liga-se a um receptor pós-sináptico causando abertura de canais iônicos excitatórios ou inibitórios. 
A Resposta Pós-Sináptica: Qualquer neurotransmissor liberado na fenda sináptica difunde-se para a membrana pós-sináptica aumentando a condutância da membrana aos íons. Se o transmissor liberado aumentar a condutância ao Na+ ou Ca++, o potencial é excitatório (PPSE: potencial pós-sináptico excitatório). A acetilcolina, glutamato, aspartato são neurotransmissores excitatórios. Se o transmissor liberado aumentar o influxo de Cl- para o interior da célula ou o efluxo de K+ para fora da célula, causando hiperpolarização (aumento da negatividade no interior da célula), o potencial é inibitório (PPSI: potencial pós-sináptico inibitório). Ácido gamaminobutírico, glicina são neurotransmissores inibitórios.
Importância das sinapses inibitórias; em muitas situações a resposta apropriada é inibição e não excitação; retirada em vez de ataque, relaxamento em vez de ativação. Por exemplo; a musculatura é geralmente organizada em agonistas e antagonistas. Se a musculatura extensora está ativada, a musculatura flexora deverá estar relaxada.
MECANISMOS SENSORIAIS
Informações sobre o ambiente interno e externo chegam ao SNC através dos receptores sensoriais. Estes receptores são parte de um neurônio ou uma célula especializada que geram potenciais de ação nos neurônios. Um receptor está freqüentemente associado a células não-neurais, formando os órgãos dos sentidos; audição, olfação, visão, gustação. Além disso, grande número de receptores sensoriais estão constantemente enviando informações sobre posição das articulações, tensão e comprimento muscular, temperatura ambiental, dor, pressão arterial, nível de glicose sanguínea, etc. 
Receptores Sensoriais: A estimulação do sistema nervoso é dada pelos receptores sensoriais que detectam estímulos como tato, som, luz, calor, frio, dor, etc.
Tipos de receptores sensoriais e o estímulo sensorial detectado por eles:
Mecanorreceptores: detectam deformações mecânicas do receptor
Termorreceptores: detectam alterações de temperatura
Nociceptores: detectam lesões teciduais
Receptores eletromagnéticos: detectamluz
Quimiorreceptores: detectam nível de oxigênio e gás carbônico no sangue; detectam sabor e odor.
Sensibilidade diferencial dos receptores: Cada tipo de receptor é sensível a um tipo específico de estímulo. Os receptores de tato não respondem a estímulos luminosos.
Receptores e suas conexões centrais: As fibras aferentes cutâneas dos receptores cutâneos são células bipolares: seus corpos celulares localizam-se no gânglio da raiz dorsal, próximo à medula espinhal, os axônios se estendem das terminações sensoriais na pele até suas terminações no sistema nervoso central.
Transmissão de estímulos sensoriais em impulsos nervosos: Estímulo no receptor altera o potencial de membrana (Potencial Receptor), produzindo potencial de ação. O potencial de ação é transmitido ao longo da fibra nervosa até a medula e centros superiores.
Adaptação dos receptores: Quando um estímulo de magnitude constante é aplicado a um receptor a freqüência do potencial de ação diminui com o tempo. Este fenômeno é conhecido como adaptação. Adaptação pode ser: 
Parcial: receptores de dor
Completa: receptor piloso e de tato
Transmissão de sensações táteis pelas fibras nervosas periféricas: 
Sinais sensoriais finos, tato discriminativo são transmitidos por fibras nervosas mielinizadas;
Sensações grosseiras são transmitidas por fibras amielínicas.
As sensações são transmitidas ao sistema nervoso central até o giro pós-central através de dois feixes de fibras nervosas do lado contra-lateral:
sistema da coluna dorsal lemnisco, que leva sensações de trato fino e discriminativo:
sistema antero-lateral, que leva sensações grosseiras: prurido, dor, sensações sexuais.
Propriocepção
Essa modalidade de sensação, dada por mecanorreceptores, refere-se às posições e movimentos dos membros inferiores, superiores, cabeça e pescoço; as forças geradas pelos músculos esqueléticos e a atitude e movimentação do corpo no espaço. 
Proprioceptores musculares- Existem dois tipos de receptores localizados nos músculos esqueléticos responsáveis por detectar alterações no comprimento e variação na velocidade do comprimento do músculo (fusos musculares) e tensão da fibra muscular (órgão tendinoso de Golgi). Estes receptores são terminaçoes nervosas especializadas. 
As representações corticais ou “mapas da periferia” homúnculo sensorial ou homúnculo motor
Para cada sentido, as vias aferentes são altamente organizadas, preservando as relações de vizinhança das regiões periféricas, de modo que ao nível da área cortical primária existe uma representação topográfica, ou “mapa”. Ex : mapa somestésico (repres. das partes do corpo), mapa visual (repres. do campo visual), mapa auditivo (repres. das freqüências dos sons). Obs: devido ao cruzamento das fibras aferentes, cada hemisfério contém apenas a representação da metade oposta do corpo, bem como da metade oposta do campo visual. Já nos outros sentidos, essa divisão esquerda/direita é menos clara porque existem fibras que não cruzam (Cf. sist. auditívo). A via descendente, motora, também é altamente organizada. No caso, existe ao nível do córtex motor primário uma organização topográfica dos neurônios de comando que vão ativar os neurônios motores localizados no corno ventral da medula espinhal. Obs : as duas representaçãoes (sensorial e motora)
ficam espelhadas, respectivamente posterior- e anteriormente ao sulco central.
Obs: os mapas podem mudar de acordo com o uso (ex.: violinista) ou desuso (ex.: amputação).
Reflexos medulares e do tronco cerebral
Características da informação sensorial-
Toda informação sensorial é integrada em todos os níveis do sistema nervoso 
Causa respostas motoras apropriadas
Respostas mais simples são processadas na medula; respostas mais complexas em níveis mais altos. 
Neurônios medulares- São de 3 tipos: neurônios sensitivos; motoneurônios anteriores; interneurônios (neurônios de associação).
Motoneurônios estão localizados na coluna anterior da medula; são de dois tipos alfa e gama. As fibras dos motoneurônios alfa são fibras nervosas, tipo A-alfa que inervam grandes fibras musculares. Uma fibra nervosa pode excitar de 3 a 100 fibras musculares esqueléticas. O conjunto de uma fibra nervosa e as fibras esqueléticas inervadas por ela é chamado de Unidade Motora. As fibras dos motoneurônios gama formam fibras nervosas tipo A-gama que inervam fibras intrafusais do fuso muscular.
Interneurônios existem em todas as áreas da substância cinzenta da medula; integram os sinais sensoriais. 
Reflexo é uma resposta automática a um estímulo produzida por uma rede neuronal simples que consiste de um receptor, uma via aferente, um centro integrador, uma via eferente e um órgao efetuador. 
Reflexos medulares são classificados de acordo com a origem dos receptores: cutâneos ou musculares.
Reflexos cutâneos: O mais importante dos reflexos cutâneos é o reflexo de retirada (também chamado reflexo flexor ou dor). Várias vias reflexas dentro da medula atuam em conjunto para coordenar a atividade de todos os músculos para a execução dos movimentos. O reflexo de retirada é polissináptico (envolve várias sinapses). 
Receptores do reflexo de retirada- São receptores localizados nas terminações nervosas livres. Depois de entrar na medula pelo corno posterior, as fibras sensitivas fazem sinapse com muitos interneurônios. Algumas dessas fibras levam a informação sensorial até o córtex sensorial (lobo parietal), outras formam vias reflexas que coordenam o movimento de retirada dos membros. 
A organização anatômica do reflexo de retirada produz as seguintes características comportamentais:
Tem latência longa devido a condução lenta das fibras aferentes e o número de sinapses envolvidas;
Uma vez deflagrado o reflexo, a resposta de retirada é mantida. Assim o membro afetado fica longe do estímulo doloroso enquanto o cérebro determina aonde colocá-lo. Na vida diária o reflexo de retirada ocorre, por exemplo, quando inadivertidamente tocamos um objeto quente, pisamos em um prego, etc.
Quando o estimulo doloroso é muito intenso, ocorre propagação do impulso para a musculatura extensora contralateral. Isto permite que o membro contralateral estendido suporte o corpo enquanto o outro membro permanece fletido.
Reflexos musculares - dois reflexos importantes são originados nos músculos. O reflexo extensor (estiramento, miotático) e o reflexo tendinoso de Golgi. 
O reflexo extensor causa a contração reflexa de um músculo que é distendido.Por ex: quando o tendão patelar é percutido com o "martelo neurológico" o músculo quadríceps é distendido e contrai.
Receptores do reflexo extensor- Fusos musculares. São receptores sensoriais distribuídos por toda a massa muscular e enviam informações para o sistema nervoso sobre o comprimento muscular ou a velocidade de alteração desse comprimento. 
Estrutura do fuso- É uma estrutura encapsulada que contém fibras musculares (intrafusais) que se fixam as fibras extrafusais. As fibras intrafusais são inervadas pelas fibras nervosas eferentes gama. As fibras extrafusais são inervadas por fibras eferentes alfa.
Receptores do reflexo tendinoso de Golgi - São receptores sensoriais localizados nos tendões dos músculos e enviam informações sobre alterações na tensão muscular. Quando os órgãos tendinosos de Golgi de um músculo são estimulados por aumento da tensão muscular, sinais são transmitidos para a medula, para causar inibição reflexa no músculo respectivo. Esse reflexo representa um mecanismo de “feedback”negativo que impede o desenvolvimento de tensão excessiva no músculo. 
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PAPEL DO TRONCO CEREBRAL NO CONTROLE DA FUNCAO MOTORA- FUNCAO DO APARELHO VESTIBULAR
O tronco cerebral é formado pelo bulbo, ponte e mesencéfalo. Contém núcleos motores e sensoriais responsáveis por funções motoras e sensoriais da face e pescoço.Funciona também como um centro de comando de funções vitais:
Controle da respiração;
Controle do sistema cardiovascular;
Controle da função gastrintestinal;
Controle de vários movimentos esteriotipados do corpo;
Controle do equilíbrio;
Controle do movimento ocular.
Controle da postura e movimento- Na maior parte do tempo, o sistema motor não desempenha atividade ou movimentação e sim estabilidade (ausência de movimentação); especialmente no ser humano para mantê-lo de pé contra a força da gravidade. A posição bípede não é uma estabilidade passiva. Envolve contrações constantes da musculatura extensora através de informação proprioceptiva. Os receptores de pressão na planta do pé informam sobre a distribuição do peso corporal. Receptores sensoriais localizados na cabeça e pescoço informam a posição e movimentação dos mesmos em relação ao ambiente.Estes receptores formam o sistema(aparelho) vestibular e visual.
Aparelho vestibular- O aparelho vestibular é o órgão que detecta as sensações de equilíbrio. É composto de um sistema de tubos e câmaras ósseas na porção petrosa do osso temporal denominada labirinto ósseo. Dentro do sistema ósseo existe um sistema membranoso chamado labirinto membranoso, que é a parte funcional do aparelho. Este consiste da cóclea (área sensorial da audição; não relacionada ao equilíbrio), 3 canais semicirculares e duas câmaras grandes chamadas de utrículo e sáculo.Estas estruturas são as partes integrantes do mecanismo de equilíbrio. 
Função vestibular 
O sistema vestibular participa de numerosos reflexos. O mais importante deles é aquele que mantém a fixação visual durante o movimento da cabeça. 
Movimentos de rotação estimulam os canais semicirculares, através da endolinfa (líquido contido no interior dos canais). Sinais são transmitidos para os nervos vestibulares que contraem os músculos.
Aceleração linear (horizontal) estimula o utrículo.
Aceleração vertical (para cima e para baixo) estimula o sáculo; ajustes posturais são feitos de acordo com o movimento.
O utrículo e o sáculo são os principais responsáveis pela manutenção da posição ereta da cabeça.
Nistagmo ocular - Se uma pessoa estiver sentada em uma cadeira rotatória e a rotação for para a esquerda os olhos movem-se lentamente para a direita. Imediatamente após o término do movimento para a direita os olhos voltam rapidamente para a posição central. A combinação desses dois tipos de movimentos (lentos em direção oposta a rotação e rápidos na direção da rotação) é chamada nistagmo. Por convenção, a direção do movimento no nistagmo é identificada pela direção do componente rápido. A direção do componente rápido é a mesma da rotação. 
Embora o movimento de rotação da cabeça em uma só direção não seja comum nas atividades cotidianas, em condições laboratoriais tem sido usada para demonstrar resposta de adaptação à velocidade. Quando o indivíduo é girado em uma cadeira rotatória com velocidade constante, gradualmente ele relata a sensação de que estar parado; os receptores se adaptaram àquela aceleração. Se a cadeira parar rapidamente, ele terá a forte impressão de que, ele continua girando e em direção contrária. Neste caso, a parada do movimento deslocará a endolinfa em sentido contrário. 
Outro reflexo importante do sistema vestibular ocorre quando o indivíduo desce escadas ou pula. Nestes movimentos os músculos da perna começam a contrair antes que o pé alcance o chão, o que amortece o impacto da descida. Os receptores são estimulados pela aceleração linear. A ausência desse reflexo leva à lesões dos membros inferiores decorrentes da falta de amortecimento na queda. 
FISIOLOGIA MUSCULAR
Cerca de 40% do corpo são formados por músculos esqueléticos e quase outros 10% são de músculo liso e cardíaco.Os músculos esqueléticos e o cardíaco são chamados músculos estriados pois apresentam,quando analizados ao microscópio, faixas claras e escuras (estriações).
Músculo esquelético - A fibra muscular esquelética varia em diâmetro de 10( a 100( e pode medir vários centímetros de comprimento.
Fascículos - Cerca de 20 fibras musculares são envolvidas pelo perimísio (capa de tecido conjuntivo contínua com o tecido conjuntivo que envolve todo o músculo); endomísio, envolve cada fibra muscular. O endomísio é contínuo com o sarcolema, a membrana da célula muscular.
As membranas celulares se prolongam e unem-se ao tecido conjuntivo para formarem os tendões que são presos aos ossos.
 
Características das células musculares
Excitadas química, elétrica e mecanicamente;
O potencial de ação se propaga pela membrana celular;
Contém proteínas contráteis;
O mecanismo contrátil é ativado pelo potencial de ação.
Fibra muscular esquelética
É uma célula única, multinucleada, longa;
Composta de miofibrilas, contendo proteínas contráteis (actina,filamentos finos; miosina,filamentos grossos; tropomiosina e troponinas I,T,C).As miofibrilas são separadas pelo retículo sarcoplasmático e pelas linhas Z (formadas de proteinas).
conjunto de duas linhas Z forma um sarcômero, que é a unidade funcional do músculo. 
Actina e miosina se interdigitam formando faixas claras e escuras; as faixas claras contém actina e as faixas escuras contém miosina e actina (apenas nas extremidades).
As estriações são devido as diferenças de refração e são identificads por letras.
Banda A- áreas escuras no centro do sarcômero formadas de filamentos grossos(miosina);
Banda I- áreas claras de cada lado da linha Z,formadas de filamentos finos (actina);
Sistema Sarcotubular- Formado pelos túbulos T e retículo sarcoplasmático.
Sistema T - Continuação do sarcolema (membrana celular); transversal as miofibrilas; contém líquido extracelular, responsável pela rápida transmissão do potencial de ação.
Reticulo sarcoplasmático - Rede de canais paralelos as miofibrilas (túbulos longitudinais); formam em suas extremidades cisternas terminais que estão em contato com os túbulos T. São responsáveis pelo movimento do cálcio e matabolismo do músculo. Contém grande quantidade de cálcio no interior.
Mecanismo da Contração Muscular- Processo de acoplamento-excitação-contração.
Inicia-se com um potencial de ação na fibra muscular;
Correntes elétricas se propagam para o interior da fibra através do sistema T;
Ocorre liberação dos íons cálcio do retículo 
sarcoplasmático;
Início dos eventos químicos contráteis;
Íons cálcio são liberados, se difundem até as miofibrilas e se fixam a troponina C;
Remoção dos íons cálcio pela bomba de cálcio (utilização de ATP).
Processo da Contração
Diminuição do sarcômero;
Deslizamento da actina sobre a miosina através de pontes cruzadas (projeções da miosina sobre a actina);
ATP fornece energia para o acoplamento(contração) e para o relaxamento.
Tipos de Contração
Isométrica- Contração muscular sem encurtamento do músculo. A contração isométrica não demanda alto grau de deslizamento entre as miofibrilas.
Isotônica- O músculo se encurta durante a contração. Existe deslizamento entre as miofibrilas.
Os músculos podem contrair-se tanto isométrica quanto isotonicamente no corpo, na verdade a maioria das contraçoes é uma mistura dos dois tipos. Quando fica de pé, a pessoa tensiona o músculo quadríceps, para fixar a articulação do joelho mantendo a perna estendida. Essa é uma contração isométrica. Por outro lado quando, quando a pessoa levanta um peso usando o bíceps, a contração é isotônica. Na caminhada e na corrida ocorrem contrações isométricas e isotônicas simultaneamente. A perna que apoia o corpo está em contraçao isométrica, enquanto que a perna que fica no ar está em contração isotônica.
Somação das contrações musculares
Somação por frequência ou tetanização- Quando um músculo é estimulado com frequências progressivamente maiores, o grau de sua contração também aumenta de modo crescente. Em altas frequências as contrações musculares sefundem e não são mais identificadas. Esse estado é chamado de tetanização e a menor frequência com que pode ser produzido é a frequência crítica. A tetanização se deve à propriedade de viscosidade do músculo e a liberação dos íons cálcio. O aumento da frequência impossibilita a remoção dos íons deixando-os livres para ativar o processo contrátil.
Fadiga muscular
A contração forte e prolongada do músculo leva a fadiga muscular, que resulta da incapacidade dos processos metabólicos e contráteis das fibras musculares de continuar a produzir a mesma quantidade de trabalho. Dois fatores podem estar envolvidos: depleção de glicogênio; diminuição da transmissäo sináptica ao nível da junção neuromuscular.
Hipertrofia e atrofia muscular
Hipertrofia muscular resulta do aumento em tamanho das fibras musculares individuais. Ocorre em resposta a contração com força máxima, em grau maior se houver estiramento muscular.Observa-se aumento da velocidade da síntese protéica e dos processos enzimáticos celulares.
Atrofia muscular- Quando um musculo permanece sem ser utilizado por muito tempo, a velocidade de degradação das proteinas aumenta reduzindo o número de miofibrilas o que resulta em atrofia muscular. A imobilização e a denervação do músculo levam a atrofia muscular. No caso da denervação o 
músculo não recebe sinais contráteis que são necessários para a manutenção de suas dimensões normais. Após dois meses começam aparecer lesões degenerativas. Em 1 ano o tecido muscular é substuído por tecido fibroso e adiposo. 
 
SISTEMA NERVOSO AUTONOMO (SNA)
O SNA regula e coordena atividades importantes do organismo incluindo; digestão, temperatura corporal, pressão arterial, batimentos cardíacos, respiração e muitos aspectos do comportamento emocional. Estas atividades são tradicionalmente descritas como automáticas ocorrendo sem controle consciente. No entanto, pesquisas na área de auto-regulação de respostas fisiológicas, através de técnicas de treinamento e condicionamento, mostram que é possível controlar alguns processos biológicos antes considerados de controle involuntário. A premissa básica é de que se o indivíduo for informado sobre suas atividades biológicas e mudanças em seus níveis, o indivíduo poderá aprender a regular suas atividades. Por exemplo, é possível voluntariamente alterar a frequência cardíaca.
A principal função do SNA é manter constante o meio interno (homeostase) diante mudanças internas ou externas que afetariam a constância do meio interno. O SNA inerva 3 tipos de células: musculares lisas, cardíacas e glandulares.
Organização geral do SNA
O SNA é ativado por centros localizados no SNC; medula, tronco encefálico, hipotálamo, córtex límbico. Sinais eferentes são transmitidos para o corpo por meio de duas subdivisões: Sistema Nervoso Simpático e 
Sistema Nervoso Parassimpático.
Nervos simpáticos tem origem na medula espinhal na 1a vértebra até a 2a. vértebra lombar (tóraco-lombar). Os neurônios pré-ganglionares localizam-se na coluna lateral da medula espinhal. Neurônios pós-ganglionares localizam-se nos gânglios pré-vertebrais; portanto a fibra pré-ganglionar é curta e a pós-ganglionar longa.
Nervos parassimpáticos tem origem nos nervos cranianos (III par,oculomotor;VII par,facial;IX par,glossofaríngeo;X par,vago)e 2 e 3 nervos espinhais sacrais (crânio-sacral).
O nervo oculomotor inerva- esfíncteres pupilares, músculos ciliares do olho; o nervo facial inerva- glândulas lacrimais, nasais e submandibulares; o nervo glossofaríngeo inerva a glândula parótida; o nervo vago inerva- coração, pulmão, estômago, intestino delgado, metade proximal do cólon, fígado, pâncreas. As fibras sacrais inervam- cólon descendente, reto, bexiga, ureteres, genitália externa.
As fibras pré-ganglionares são longas e as pós-ganglionares curtas (dentro do órgão).
Classificação farmacológica 
A acetilcolina é o neurotransmissor das fibras colinérgicas cujos neurônios são: 
todos os pré-ganglionares simpáticos e parassimpáticos;
todos os pós-ganglionares parassimpáticos;
fibras simpáticas pós-ganglionares para glândulas sudoríparas, músculo piloeretor e alguns vasos sanguíneos.
A norepinefrina (noradrenalina) é o neurotransmissor das fibras adrenérgicas cujos neurônios são os demais simpáticos pós-ganglionares.
O sistema simpático controla as atividades relacionadas a situações de emergência e estresse (luta ou fuga). As reações simpáticas incluem gasto de energia (catabolismo), aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial, da glicemia, do fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos também conhecidas como atividade ergotrópica. Por outro lado diminui o fluxo sanguineo dos órgãos internos, da pele e a atividade gastrointestinal. A organização anatômica do sistema símpático (fibras pós-ganglionares longas) favorece a resposta integrada; portanto em situações de estresse (medo, raiva, dor, atividade física, asfixia) as reações são generalizadas ocorrendo simultaneamente; taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese, palidez, etc.
O sistema parassimpático controla as atividades relacionadas ao repouso, ao prazer e a reposição energética; atividade trofotrópica (anabolismo). Ele é dominante durante a alimentação, o sono e a atividade sexual, estimulando a secreção salivar, as secreções digestivas, o peristaltismo intestinal, aumentando o fluxo sanguíneo para os órgãos genitais (ereção) e diminuindo a frequência dos batimentos cardíacos.
Transmissão sináptica autonômica: O sistema nervoso autônomo é dividido em sistemas simpático e parassimpático. Cada uma das duas divisões tem um neurônio pré-ganglionar no sistema nervoso central (SNC) e um neurônio pós-ganglionar no sistema nervoso periférico (SNP). Nas duas divisões a acetilcolina é o neurotransmissor usado na comunicação entre as fibras pré e pós-ganglionares. A acetilcolina é também o neurotransmissor das fibras pós-ganglionares parassimpáticas, enquanto que a norepinefrina (noradrenalina) é o neurotransmissor da maioria das fibras pós-ganglionares simpáticas. Muitas fibras pós-ganglionares, especialmente aquelas dentro do gânglio do trato gastrointestinal (sistema nervoso entérico) utilizam outros mediadores chamados neurotransmissores não-colinérgicos, não aderenérgicos. A transmissão sináptica autônomia é semelhante à transmissão sináptica neuromuscular, isto é, a acetilcolina é liberada da fibra pré-ganglionar (pré-sináptica), difunde-se através da fenda sináptica, liga-se ao receptor na fibra pós-ganglionar, causando a despolarização. As fibras pós-ganglionares parassimpáticas e simpáticas podem exercer atividades excitatórias e inibitórias, dependendo do receptor pós-sináptico ativado.
Efeitos autonômicos sobre vários órgãos do corpo
	
Órgão
	
Efeito da estimulação simpática
	
Efeito da estimulação parassimpática
	 Olho
 Pupila
 Músculo ciliar
Glândula
	Dilatada
Leve relaxamento (visão à distância)
Vasoconstrição e pequena secreção
	Contraída
Contraída (visão para perto)
Secreção copiosa (contendo várias enzimas para glândulas secretoras de enzimas)
	Glândulas sudoríparas
Coração
 Músculo
	Sudorese copiosa (colinérgica)
Aumento da frequência
Aumento da força de contração
	Sudorese nas palmas das mãos
Redução da frequência
Redução da força de contração (principalmente dos átrios)
	 Artérias coronárias
Pulmões
 Brônquios
Intestino
 Lúmen
Esfincter
Fígado
Rim
Bexiga
 Detrusor
 Trígono
Pênis
Arteriolas sistêmicas
 Vísceras abdominais
 Músculo
	Dilatadas ((); contraídas (()
Dilatados
Redução do peristaltismo e do tônus
Aumento do tônus (na maioria das vezes)
Liberação de glicose
Redução do débito e secreção de renina
Relaxado (ligeiramente)
Contraído
Ejaculação
Contraídas
Contraído (adrenérgico ()
Dilatado (adrenérgico ()
Dilatado (colinérgico)
	Dilatadas
ContraídosAumento do peristaltismo e do tônus
Relaxado (na maioria das vezes)
Pequena síntese de glicogênio
Nenhum
Contraído
Relaxado
Ereção
Nenhum
Nenhum
	 Pele
Sangue
 Coagulação
 Glicose
 Lipídios
Metabolismo basal
Secreção pela medula
 Supra-renal
Atividade mental
	Contraída
Aumentada
Aumentada
Aumentados
Aumentados até 100%
Aumentada
Aumentada
	Nenhuma
Nenhuma
Nenhuma
Nenhum
Nenhum
Nenhuma
Nenhuma
Resposta ao “estresse” do sistema nervoso simpático
Quando grande parte do sistema nervoso simpático dispara ao mesmo tempo – isto é, uma descarga maciça – isso aumenta, por muitas formas diferentes, a capacidade do corpo de realizar atividade muscular vigorosa. Vamos rapidamente resumir essas formas:
Aumento da pressão arterial
Aumento do fluxo sanguíneo para os músculos ativos concomitante à redução do fluxo sanguíneo para órgãos como o tubo gastrintestinal e os rins, que não são necessários para a tividade motora rápida
Aumento do metabolismo celular em todo o corpo
Aumento da concentração sanguínea de glicose
Aumento da glicólise no fígado e no músculo
Aumento da força muscular
Aumento da atividade mental
Aumento da coagulabilidade sanguínea
A soma desses efeitos permite que a pessoa realize atividade física muito mais extenuante do que a que seria possível de outro modo. Como é o estresse mental ou físico que geralmente excita o sistema simpático, diz-se com frequência que o objetivo do sistema simpático é o de proporcionar ativação extra do corpo em estados de estresse: isto muitas vezes é denominado resposta simpática ao estresse.
O sistema simpático é, de modo especial, fortemente ativado em vários estados emocionais. Por exemplo, no estado de raiva, produzido principalmente pela estimulação do hipotálamo, os sinais são transmitidos para baixo por meio da formação reticular e medula espinhal para produzir descarga simpática maciça, e todos os eventos simpáticos relacionados acima ocorrem imediatamente. Esta é a denominada reação de alarme simpática. Também é por vezes denominada reação de luta ou fuga porque o animal, nesse estado, decide quase instantaneamente se deve ficar e lutar ou fugir. Em qualquer caso, a reação de alarme simpática faz com que as atividades subsequentes do animal sejam vigorosas.
Integração da função autonômica 
Os fatores desencadeantes das respostas fisiológicas dependem de um conjunto de condições externas e internas que vão direcionar tais respostas. Por exemplo; fome, sede, medo, raiva, frio e apetite sexual dependem de atividade ergotrópica. Essa atividade física aumentada vai ser direcionada ao objetivo externo, percebido e identificado por seus mecanismos sensoriais; o que pode servir de alimento, onde existe água, o que o amedronta, o que o enraiveceu. Internamente o objeto vai ser analisado em termos de qualidade e de intensidade: sente fome? muita ou pouca? etc. Em função da conjunção desses processos, a atividade física vai se expressar por meio de um comportamento. Dois exemplos demonstram como isso acontece. Um animal faminto deixa de procurar alimento após receber glicose venosa; o comportamento sexual de um animal castrado é restaurado pela injeção do hormônio sexual adequado. Portanto, a condição interna é determinativa. Corrigiu-se, assim, a falta de alguma coisa que normalmente, estaria presente no interior do organismo. O comportamento adequado é a busca do que falta no ambiente interno, sua consequência será a normalização das condições homeostáticas.As reações que determinam o mecanismo efetuador são as reações ergo- e trofotrópicas o organismo se prepara para entrar em ação (ergotrópico) ou ficar em repouso (trofotrópico). 
 
Questões do sistema neuromuscular
Que é homeostasia?
Conceitue LEC e LIC. Quais são seus constituintes?
Descrever a composição da membrana celular.
Quais os fatores que determinam a difusão simples?
Descrever o funcionamento da bomba de Na+/K+.
Definir potencial de membrana. Quais os fatores determinantes?
Representar graficamente o potencial de ação. Correlacionar suas fases com o movimento iônico.
Qual a definição de: feixes, tratos, sistema nervoso periférico e central, neurônios aferentes e eferentes.
Quais os estímulos que excitam um neurônio?
Definir: sinapse. Quais os tipos e modalidades de transmissão?
Como se dá a transmissão sináptica química?
Como se dá a transmissão sináptica elétrica?
Descrever a resposta pós-sináptica.
Como é feita a estimulação do SN?
Citar 3 tipos de receptores sensoriais e a modalidade de sensação transmitida.
Como se processa a informação sensorial?
Como se dá a adaptação de receptores?
Que tipo de fibra e sistema de condução levam informações sobre tato discriminativo e sensações grosseiras?
Definir propriocepção. Quais os receptores responsáveis?
Quais os tipos de neurônios medulares e suas funções? Definir unidade motora.
Descreva e exemplifique um arco reflexo.
Dê exemplo de um reflexo cutâneo.
Dê exemplo de um reflexo muscular.
Quais os componentes do tronco cerebral? Que funções controla?
Como se dä o controle da postura e movimento?
Quais as funções do aparelho vestibular? Como está constituído?
Em que tipos de movimentos e reflexos está envolvido?
Descreva o músculo esquelético.
Descreva o processo acoplamento excitação-contração.
Qual a função do Ca++ e ATP na contração e relaxamento muscular?
Exemplifique e explique os tipos de contração muscular.
que é tetania?
Como ocorre hipertrofia e atrofia muscular?
Quais as atividades coordenadas pelo SNA? Exemplifique.
Quais os tipos de células inervadas pelo SNA?
Descrever a organização anatômica e farmácologica do SNA.
Como se dá transmissão sináptica autonônmica? 
Explique o efeito excitatório e inibitório pós-ganglionar do simpático e parassimpático exemplificando. 
Conceituar atividades ergotrópicas e trofotrópicas? Exemplique. 
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