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Fono na Paralisia Facial - Módulo IV - Ok! (1)

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Prévia do material em texto

AN02FREV001 
72 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
FONOAUDIOLOGIA NA 
PARALISIA 
FACIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001 
73 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
FONOAUDIOLOGIA NA 
PARALISIA 
FACIAL 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 AN02FREV001 
74 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
8 ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA PARALISIA FACIAL 
 
 
Vendo o sorriso das fotos abaixo fica fácil entender porque uma pessoa 
acometida de uma paralisia facial procura atendimento. Nem sempre o 
fonoaudiólogo é o primeiro profissional a ser procurado, às vezes, nem mesmo é 
procurado, mas, o trabalho fonoaudiológico é importante, pois não trabalhamos 
somente a musculatura, a mobilidade e 
tônus dessa musculatura, mas também 
com a função que essa musculatura 
exerce no sistema estomatognático. 
Além de que, a expressão facial é um 
meio de comunicação, enriquece o que 
estamos falando. E como Gomez, 
Vasconcelos e Morais (1999, p. 1) citam 
“É como nos apresentamos ao mundo e 
como os outros distinguem nossas 
emoções. Por meio das máscaras 
fisionômicas, temos como resposta a justa 
inflexão da palavra”, complementa Fouquet 
(2006, p. 100) “a mímica facial é um 
instrumento importante na comunicação e na expressão de nossos sentimentos: 
sabemos dizer se alguém está alegre, irritado, pensativo, somente observando sua 
expressão facial. Quando vamos conversar com alguém, olhamos primeiramente 
para o rosto da pessoa. Portanto, a paralisia ou paresia facial gera um impacto 
estético, emocional e social para o portador, que se percebe tolhido na sua 
autoimagem e na sua expressão”. 
 
 AN02FREV001 
75 
Para Fouquet (2006) existem três dificuldades principais que afetam o 
paciente com paralisia facial: 
 Somático: dificuldade de fechar os olhos, assimetria, diminuição da 
função, sialorreia e lacrimejamento; 
 Social: impedimento na comunicação, isolamento social e inabilidade 
para trabalhar; 
 Psicológico: alteração da identidade, medo e vergonha. 
Podemos dizer que esse paciente requer o atendimento de uma equipe 
multiprofissional em que o fonoaudiólogo deve estar inserido, pois é o profissional 
que lida diretamente com a comunicação, verificando o prejuízo que a musculatura 
da face teve devido à paralisia como também, verificando os déficits das funções a 
ela relacionadas. Sabemos que os movimentos e o tônus da musculatura facial, 
principalmente da boca, são importantes na alimentação, na ingestão de líquidos e 
na articulação dos sons. A perda dessas funções gera dificuldades constrangedoras 
no processo alimentar e na comunicação (Gomez, Vasconcelos e Morais, 1999; 
Barros, Melo e Gomes, 2004). 
O ideal é o fonoaudiólogo atuar desde o aparecimento das primeiras 
manifestações, com isto agiliza os resultados positivos ainda durante o período de 
melhora espontânea, ou seja, nos primeiros seis meses (Barros, Melo e Gomes, 
2004). Gomez, Vasconcelos e Bernardes (2004, p.524) salientam que todos os 
casos de paralisia facial, guardados os devidos prognósticos, têm indicação para 
acompanhamento fonoaudiológico. Independentemente da causa da paralisia facial, 
a conduta terapêutica será determinada, principalmente, pelo estado (lesão) do 
nervo e pelas cirurgias reparadoras realizadas. 
A intervenção precoce é fundamental, mas nem sempre os resultados serão 
aqueles que o paciente espera. Um fator limitante é degeneração nervosa, pois a 
partir do oitavo mês a musculatura estriada atrofia rapidamente. É importante ter em 
mente que o grau de recuperação depende de vários fatores Gomez, Vasconcelos e 
Bernardes (2004, p. 515): 
 Tipo de lesão: neuropraxia, axonotmese ou neurotmese; 
 Duração do período de desnervação; 
 Conexões motoras e sensoriais: direcionamento do crescimento das 
fibras nervosas; 
 
 AN02FREV001 
76 
 Grau de reinervação: quantos axônios regeneraram; 
 Estado do músculo: flácido, atrofiado. 
 
 
8.1 ANAMNESE 
 
 
A primeira consulta fonoaudiológica é realizada com anamnese, momento 
em que vai se conhecer o paciente. Anamnese deve englobar os seguintes 
aspectos: 
 Dados da identificação do paciente; 
 História pregressa da queixa; 
 Início da paralisia facial; 
 Sintomatologia; 
 Tempo de instalação; 
 Se a perda dos movimentos foi gradual ou súbita; 
 Ocorrência de melhora espontânea; 
 Providências tomadas pelo paciente; 
 Dados médicos (medicação, exames, cirurgias realizadas). 
A coleta desses dados ajuda a traçar o prognóstico, nortear os 
esclarecimentos que devem ser dados ao paciente, determinar a conduta e 
estabelecer os objetivos terapêuticos (Gomez, Vasconcelos e Bernardes, 2004; 
Fouquet, Massom, Guimarães e Pires, 2006). 
 
 
8.2 AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA 
 
 
A avaliação dos aspectos anatômicos e funcionais das estruturas da face e 
da cavidade oral é fundamental para a definição do planejamento terapêutico. Na 
avaliação deve-ser observar a mobilidade da musculatura facial, tônus da 
musculatura afetada, quais segmentos musculares estão envolvidos e identificar a 
fase em que o paciente está: fase flácida ou fase de sequelas (sincinesias ou 
 
 AN02FREV001 
77 
contraturas). A fase de sequelas ocorre após a reinervação (Altmann e Vaz, 2004; 
Gomez, Vasconcelos e Bernardes, 2004; Fouquet, Masson, Guimarães e Pires, 
2006). 
A avaliação proposta por Gomez, Vasconcelos e Bernardes (2004, p. 516-
517) deve seguir a sequência abaixo: 
1. Observação da musculatura em repouso – com a face em repouso, 
observar: 
o Continuidade de linhas de expressão na testa; 
o Posição do supercílio; 
o Posição da pálpebra inferior; 
o Desvio de filtro labial; 
o Rima nasolabial; 
o Posição da comissura labial. 
 
2. Avaliação da musculatura em movimento – solicitar ao paciente que 
realize as seguintes manobras: 
o Elevação e contração da testa; 
o Fechamento natural e forçado dos olhos; 
o Elevação do nariz; 
o Elevação do lábio superior; 
o Protrusão dos lábios fechados; 
o Retração dos lábios fechados; 
o Protrusão dos lábios abertos; 
o Retração dos lábios abertos; 
o Preensão dos lábios com ar nas bochechas; 
o Sucção das bochechas. 
 
Fouquet, Masson, Guimarães e Pires (2006, p. 65-71) relatam que existem 
várias propostas de avaliação dos movimentos faciais, sendo que o protocolo 
utilizado no Setor de Reabilitação Fonoaudiológica a Pacientes Oncológicos de 
Cabeça e Pescoço da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, 
apresentado abaixo, foi adaptado da proposta de Chevaler (1987). Nesta avaliação 
cada músculo da expressão facial é analisado individualmente, com isso, o 
 
 AN02FREV001 
78 
fonoaudiólogo tem uma visão mais detalhada e ideal para o acompanhamento 
terapêutico. Em anexo, no final do módulo, está o modelo de protocolo de avaliação 
utilizado pelos autores (ANEXO 1). 
 
 
8.2.1 Avaliação da Face em Repouso 
 
 
Com o paciente sem fazer nenhum movimento, observar os sinais 
relacionados abaixo, classificando-os como normal (ausência dos sinais descritos), 
alteração parcial ou total. A avaliação em repouso deve ser feita somente na 
primeira avaliação, figura abaixo. 
 
 
PACIENTE COM PFP À ESQUERDA, EM REPOUSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Fouquet, Massom, Guimarães e Pires, 2006, p. 66. 
 
 
 Abolição das rugas frontais (testa); 
 Rebaixamento da ponta da sobrancelha; 
 Olho mais aberto ou pálpebra inferior caída do lado afetado; 
 Nariz desviadoem vírgula para o lado sadio; 
 Abolição do sulco nasolabial; 
 
 AN02FREV001 
79 
 Desvio e depressão da comissura labial; 
 Lábio superior “desabado”; 
 Lábio inferior “desabado”; 
 Bochecha flácida pendendo em saco. 
Na avaliação, os autores utilizam os seguintes graus de mobilidade e 
fechamento de olhos. 
 
GRAUS DE MOBILIDADE 
Grau (0) A contração não é visível a olho nu, nem com luz rasante; 
Grau (1) Pequena mobilidade da pele; 
Grau (2) A pele move-se mais, neste grau percebem-se levemente as rugas, mas o 
músculo entra em fadiga após algumas repetições; 
Grau (3) Observa-se movimentação mais clara da pele, o número de rugas 
aumenta, assim como sua profundidade. Após algumas repetições do 
movimento, percebe-se diferença de sincronia entre o lado saudável e o 
paralisado. 
Grau (4) Movimento realizado de maneira ampla, sincrônica e simétrica em relação 
ao lado sadio. 
GRAUS DE FECHAMENTO DE OLHOS 
Grau (0) Não há nenhum movimento de fechamento da pálpebra superior ou 
inferior. O gap é de cerca de 8 a 10 mm. 
Grau (1) Pouco movimento de oclusão de pálpebra, metade do olho fica exposta, o 
gap é grande. 
Grau (2) Movimento maior de fechamento e menos da metade do olho fica 
exposta. O gap aparece em toda sua extensão. 
Grau (3) Pode haver fechamento da pálpebra com pequeno gap na parte interna 
do olho (até 3 mm), ou o fechamento pode ser completo, mas o olho do 
lado da lesão fecha lentamente, ou, no fechamento com força,os cílios 
estão mais expostos do lado lesado do que do lado saudável e não se 
observa a formação de rugas geradas pelo fechamento do olho com força 
– figura ao lado. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001 
80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Fouquet, Massom, Guimarães e Pires, 2006, p. 68. 
 
Grau (4) Observa-se simetria e sincronia no fechamento dos olhos, tanto no suave 
como no com força. 
FONTE: FOUQUET, ML, MASSON, AC, GUIMARÃES, MF E PIRES CA. Avaliação fonoaudiológica 
na paralisia facial periférica. In LAZARINI, PR, FOUQUET, ML. Paralisia facial – avaliação, tratamento 
e reabilitação. São Paulo : Lovise, 2006, p. 65-74. 
 
 
8.2.2 Avaliação da Mobilidade da Musculatura da Mímica Facial 
 
 
Nesta etapa observa-se a mobilidade da musculatura em uma escala de 
cinco graus, apresentada acima. Para a graduação dos movimentos solicitam-se ao 
paciente alguns comandos conforme veremos na tabela abaixo: 
 
COMANDO DESCRIÇÃO DO MOVIMENTO MÚSCULO 
AVALIADO 
“Cara de 
assustado” 
Elevar as sobrancelhas para formar rugas horizontais na testa. 
Deve-se inibir o movimento do lado saudável, aplicando 
pressão com a mão no sentido contrário ao movimento, assim 
evita que o movimento do lado não paralisado puxe a pele do 
lado paralisado, dando uma falsa impressão de que há 
movimento. 
 
Occipitofron
tal 
 
 AN02FREV001 
81 
“Cara de bravo” 
 
Aproximação medial das sobrancelhas, formando rugas 
verticais entre elas. Também se deve inibir o movimento do 
lado saudável, aplicando força com o dedo indicador no 
sentido contrário ao movimento. 
Corrugador 
do 
supercílio 
“Cara de cheiro 
ruim” 
Elevar e franzir a pele do nariz. Para que não ocorra o 
tracionamento da pele do lado paralisado, o avaliador deve 
colocar o dedo indicador sobre o ápice do nariz, realizando 
uma leve pressão para baixo. 
Piramidal, 
transverso 
do nariz e 
elevador do 
lábio 
superior e 
da asa do 
nariz 
“Raspar o bigode” Solicita-se ao paciente que alongue o lábio inferior, cobrindo 
os dentes superiores, como se fosse raspar o bigode. 
Observa-se que quanto maior for o grau da paralisia, mais o 
filtro estará desviado para o lado saudável. Com o dedo 
indicador sobre o lado saudável do lábio superior, o avaliador 
deve fazer uma pressão em direção à linha mediana da face e 
então solicitar o movimento para o paciente. 
mirtiforme 
Fechar os olhos 
suavemente 
Deve-se observar se existe diferença na velocidade do 
fechamento, em relação ao lado não paralisado; observar se o 
fechamento é completo ou não, com presença de um gap 
(espaço) no fechamento do olho do lado lesado, medir o gap 
com paquímetro, no ponto maior. 
Orbicular 
dos olhos, 
porção 
palpebral 
Fechar os olhos 
com força 
Observar se existe gap e medi-lo. 
Obs.: classificação do grau de fechamento dos olhos segue 
abaixo 
Orbicular 
dos olhos – 
porção 
orbitária 
“Sorriso aberto” Solicitar ao paciente que dê um sorriso amplo, mostrando os 
dentes superiores. 
Elevador do 
lábio 
superior e 
zigomáticos 
maior e 
menor 
“Sorriso fechado” Com os lábios fechados, levar as comissuras labiais para trás 
e para fora. 
Risório 
Comprimir 
bochecha 
Pressionar a bochecha contra os dentes; neste movimento o 
avaliar, com luva, coloca o dedo indicador ou uma espátula na 
boca do paciente para sentir a pressão utilizada, comparando 
os dois lados. Para evitar compensação do lado sadio, o 
avaliador comprime a bochecha e os lábios do lado não 
paralisado, imobilizando-os, com isso o lado que deve ser 
testado fica em posição de encurtamento. 
Bucinador 
Mostrar os dentes 
inferiores 
Solicitar ao paciente que abaixe o lábio inferior, mostrando os 
dentes da arcada inferior. O avaliador deve imobilizar o lado 
saudável, aplicando pressão com os dedos sobre o músculo, 
Abaixador 
do lábio 
 
 AN02FREV001 
82 
no sentido do queixo para o lábio e medial, no sentido 
contrário ao movimento do músculo. 
inferior 
Empurrar o queixo 
para cima 
Elevar e protrair o lábio inferior, contraindo o músculo mentual. 
O avaliador deverá aplicar pressão digital sobre o lado 
saudável do músculo mentual, empurrando-o para baixo. 
Mentual 
Contrair o músculo 
do pescoço 
Contrair a musculatura extrínseca do pescoço. Platisma e 
abaixador 
do ângulo 
da boca 
“Fazer bico” 
 
Protrusão e arredondamento de lábios. O avaliador, antes 
de solicitar o movimento, exerce pressão digital do lado 
saudável da face, acima e abaixo dos lábios, com o dedo 
médio e o indicador, deslocando-os medialmente. Além de 
dar o grau de mobilidade, pode-se registrar com o 
paquímetro as medidas da comissura direita até o centro 
do filtro (figura 10), comissura esquerda até o centro do 
filtro (figura 11) e medida do desvio do centro do filtro em 
relação à ponta do nariz (figura 12). 
 
Orbicular da 
boca 
FONTE: Fouquet, ML, MASSON, AC, GUIMARÃES, MF E PIRES CA. Avaliação fonoaudiológica na 
paralisia facial periférica. In LAZARINI, PR, FOUQUET, ML. Paralisia facial – avaliação, tratamento e 
reabilitação. São Paulo: Lovise, 2006, p. 65-74. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001 
83 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Fouquet, Massom, Guimarães e Pires, 2006, p.69-70. 
 
 
 
Obs.: Os autores salientam que cada movimento deve ser executado 10 vezes, para 
ter-se uma avaliação mais fidedigna, pois o lado com paralisia acompanha o lado 
sem paralisia até um determinado número de repetições, entrando em fadiga, 
cessando a movimentação. 
 
 
 
 AN02FREV001 
84 
Basicamente os movimentos da avaliação são os que são apresentados na 
figura abaixo: 
 
 
FONTE: Disponível em: <www.sarah.br/.../po/p_09_paralisia_facia_05.gif>. Acesso em: 03 mar. 2010. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001 
85 
 
 
8.2.3 Avaliação Fonoaudiológica após a Reinervação do Nervo Facial – Fase de 
Sequelas 
 
 
As sequelas aparecem quando não ocorre regeneração em três meses. São 
caracterizadas por sincinesia ou contratura1. A avaliação das sequelas compreende 
(Gomes, 2006, p.164): 
 Avaliação da presença da contratura/identificação das sincinesias; 
 Identificação da queixa do paciente, do grau de conscientização em 
relação às sequelas e da insatisfação relacionada a elas; 
 
Identificando as sincinesias 
 
O avaliador deve observar na execução dos movimentos faciais do paciente 
como estão os outros músculos (Gomez, Vasconcelos e Bernardes, 2006; Gomes, 
2006, p. 164): 
 Como estãoos olhos, o nariz, os lábios, durante a movimentação da 
testa; 
 Como estão a testa, o nariz, os lábios, durante a movimentação dos 
olhos; 
 Como estão a testa, os olhos, os lábios, durante a movimentação do 
nariz; 
 Como estão a testa, os olhos, o nariz, durante a movimentação dos 
lábios na mastigação; 
 Como estão a testa, os olhos, o nariz, durante a movimentação dos 
lábios no sorriso; 
 Como estão a testa, os olhos, o nariz, durante a movimentação dos 
lábios durante a fala. 
 
1 Sincinesias são movimentos involuntários que aparecem associados a movimentos voluntários de 
grupos independentes e a contratura é a rigidez observada na hemiface comprometida (Gomes, 
2006, p.164). 
 
 AN02FREV001 
86 
Na avaliação das sincinesias Fouquet, Masson, Guimarães, Pires (2006, p. 
71) sugerem a classificação em quatro graus, conforme segue abaixo: 
 
Grau (0) Ausência de sincinesia. 
Grau (1) O paciente consegue inibir a sincinesia 
voluntariamente. 
Grau (2) Inibição da sincinesia sob pressão digital 
no sentido contrário ao movimento 
patológico. 
Grau (3) Sincinesia incontrolável. 
 
Análise das contraturas 
 
Geralmente, observa-se que a musculatura está mais contraída do lado com 
paralisia facial do que do lado sem paralisia. Observa-se com mais frequência 
contratura no zigomáticos maior e menor e no elevador do lábio superior, 
apresentando um sulco nasolabial mais profundo do lado lesado. Avalia-se 
observando o tônus da musculatura em repouso, classificando-o como hipotônico, 
normal ou hipertônico (Fouquet, Masson, Guimarães, Pires, 2006, p. 71). 
 
Hipotonia Tônus menor no lado paralisado do que no 
lado sem paralisia. 
Normal Ambos os lados da face apresentam a 
mesma tonicidade. 
Hipertrofia A musculatura do lado paralisado apresenta 
uma contração maior em repouso do que a 
musculatura do lado saudável. 
 
A reavaliação da mobilidade, bem como a presença de sincinesias e 
contraturas deve ser realizada em todas as sessões, para observar a evolução do 
tratamento e definir novas orientações e exercícios (Fouquet, Masson, Guimarães, 
Pires, 2006). 
Altmann e Vaz (2004) salientam a importância da avaliação da sensibilidade 
das diferentes estruturas faciais e de como está a produção de lágrimas e de saliva. 
 
 AN02FREV001 
87 
A avaliação do lacrimejamento, da produção de saliva e a sensibilidade aos sons vai 
nos auxiliar no topodiagnóstico da paralisia. Já vimos esta avaliação no módulo II. 
 
 
8.2.4 Características da Avaliação da Fase Flácida 
 
 
Como vimos no módulo II, à paralisia facial periférica divide-se didaticamente 
em três fases – flácida, regeneração do nervo facial e das sequelas. Veremos aqui a 
avaliação da fase flácida sugerida por Gomez, Vasconcelos e Bernardes (2004, p. 
517), estas características podem aparecer em conjunto ou isoladamente. 
 Observação do repouso do lado com paralisia comparando-se com o 
lado não paralisado, observar se o paciente apresenta: 
o Ausência ou interrupção de rugas na testa no lado paralisado; 
o Queda do supercílio; 
o Olho mais alargado e/ou pálpebra inferior caída do lado afetado; 
o Queda da asa do nariz no lado paralisado; 
o Rima nasolabial apagada ou ausente do lado lesado; 
o Queda da comissura labial do lado paralisado; 
o Filtro labial desviado para o lado saudável. 
 
 Observação dos movimentos do lado com paralisia comparado ao lado 
normal, observar: 
o Testa: diminuição ou ausência do movimento tanto na elevação quanto 
na contração; 
o Olhos: fechamento natural (sem fazer esforço) e forçado incompleto 
com presença de gap e piscadas assincrônicas, medir o gap ao fechamento natural 
e ao fechamento forçado; 
o Nariz: elevação ausente ou incompleta; 
o Lábios: protrusão – desviada para o lado não afetado com diminuição 
ou ausência do movimento do lado paralisado; retração – diminuição ou ausência do 
movimento do lado afetado; vedamento labial – incompetência do lado afetado com 
escape de ar ao inflar as bochechas. 
 
 AN02FREV001 
88 
 
 
8.2.5 Características da Avaliação da Fase Após a Regeneração do Nervo Facial 
 
 
Nesta fase a avaliação tem como objetivo verificar a simetria e a amplitude 
dos movimentos, bem como a presença de sincinesias e o grau de contratura 
(Gomez, Vasconcelos e Bernardes, 2004, p. 517-518). 
 Observação da musculatura afetada em repouso, observar: 
o Presença de contratura, isolada ou em conjunto; 
o Observa-se geralmente ausência de linhas de expressão na testa no 
lado afetado; 
o Os olhos estão mais estreitos ou contraídos do lado paralisado; 
o A rima nasolabial está mais pronunciada do lado afetado; 
o O filtro labial está desviado pra o lado com paralisia; 
o Elevação da comissura labial e da asa nasal do lado paralisado. 
 
 Observação dos movimentos, verificar: 
o Testa: se apresenta movimento incompleto com presença eventual de 
sincinesia em outros segmentos faciais; 
o Olhos: verificar se o fechamento natural é completo; no fechamento 
forçado se é assimétrico com presença de sincinesia; 
o Nariz: verificar se apresenta movimento incompleto com presença de 
sincinesia em outros segmentos faciais; 
o Lábios: se na protrusão está desviado para o lado comprometido, se na 
retração apresenta assimetria com sincinesias; 
o Bochechas: se ao encher com ar, o lado comprometido se enche 
menos com espace pela incompetência persistente do vedamento labial. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001 
89 
 
 
9 REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA 
 
 
A intervenção fonoaudiológica na paralisia facial, para Fouquet, Serrano e 
Abbud (2006) tem por objetivos: 
 Quando ocorre secção do nervo facial – manter algum grau de tônus 
muscular e sua simetria em repouso; 
 Quando não ocorre secção do nervo facial – nos casos de paralisia de 
Bell, facilitar o retorno dos movimentos dos músculos responsáveis pela mímica 
facial, possibilitando a recuperação das imagens física e emocional e a reintegração 
social. 
Devemos nos lembrar que nas paralisias faciais com lesão muito extensa, o 
paciente passa por duas fases no processo de recuperação: a fase flácida ou fase 
de desnervação e posteriormente a fase de reinervação, quando podem aparecer 
sequelas. Na avaliação, o fonoaudiólogo deve identificar em que fase o paciente 
está, para assim realizar o planejamento terapêutico. 
 
 
9.1 REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA PFP: FASE FLÁCIDA 
 
 
Esta fase ocorre quando a regeneração axonal ou reinervação do nervo 
facial ainda não aconteceu, é a fase inicial da paralisia (Gomez, Vasconcelos e 
Bernardes, 2004, p. 519-521; Fouquet, Serrano, Abbud, 2006, p. 149-159). 
Objetivos: 
 Manter o metabolismo muscular ativo no lado paralisado, evitando 
atrofia da musculatura lesada; 
 Manter o esquema corporal facial preservado; 
 Direcionar ou organizar o crescimento axonal. 
 
 
 AN02FREV001 
90 
Apresentaremos a seguir a proposta terapêutica compilada de Gomez, 
Vasconcelos, e Bernades (2004, p. 512-526) e Fouquet, Serrano e Abbud (2006, p. 
149-159): 
 Início da sessão – “despertar”/aquecer a musculatura – os autores 
recomendam que ao iniciar a sessão utilize estratégias para aquecimento da 
musculatura. 
o Compressas frias – pano umedecido com água fria sobre a face 
paralisada para estimular a contração muscular. Repetir 3-4 vezes, 2-3 minutos cada 
aplicação. 
o Gelo envolvido em pano – aplicar o gelo sobre o músculo, deslizando-o 
no sentido do movimento da contração para estimular individualmente cada 
músculo. Repetir três vezes. Orientar o paciente a não fazer em casa, pois ele pode 
fazer de maneira errada, estimulando outras fibras musculares. 
 
Obs.: O uso da compressa fria ou o gelo visa por intermédio do arco reflexo de 
propriocepção e exterocepção, que ocorra a contração da musculatura paralisada, 
pois o frio é percebido pelas fibras aferentes somáticas gerais do nervo trigêmeo,existindo conexão do núcleo sensitivo do V par craniano com o núcleo motor do 
facial, no tronco encefálico. A contração também ocorre devido aos estímulos das 
fibras eferentes viscerais especiais do nervo facial (Fouquet, Serrano, Abbud, 2006, 
p. 150). 
 
o Batidas rápidas com as pontas dos dedos – para aumentar a tonicidade 
da musculatura relaxada e melhorar a vascularização sanguínea da região. Realiza-
se o movimento na face paralisada, do queixo em direção à testa, durante dois 
minutos. 
o “Tapinhas” – podem ser realizados com as duas mãos espalmadas, 
primeiramente em direção ascendente e depois descendente, iniciando no queixo, 
lábios seguindo pelas bochechas até a testa, fazer durante um a dois minutos. 
 
 
 AN02FREV001 
91 
 Exercícios miofuncionais – nessa fase esses exercícios são 
isométricos2 com o objetivo de adequação do tônus muscular. Solicita-se ao 
paciente a contração do músculo que vai ser trabalhador, por exemplo, contrair o 
orbicular dos olhos, em ambos os lados da face e manter a contração. A terapeuta 
realiza junto com o exercício a massagem indutora, de maneira lenta e com pressão 
profunda. As ilustrações das manobras estão no anexo II. Apresento abaixo na 
tabela a descrição dos músculos exercitados. 
 
MÚSCULO ORIENTAÇÃO 
OCCIPITOFRONTAL O paciente deve contrair o músculo, fazendo “cara de assustado”– 
manter a contração e realizar massagem com três dedos no sentido 
da sobrancelha para o couro cabeludo. 
CORRUGADOR DO 
SUPERCÍLIO 
Contrair o músculo fazendo “cara de bravo”, manter a contração, 
realizar a massagem digital com o dedo indicador no sentido 
sobrancelha em direção à glabela. 
ORBICULAR DOS 
OLHOS 
Solicitar ao paciente fechar os olhos com força, manter o 
fechamento, inicialmente realizar um movimento de pinçamento com 
os dedos polegar e indicador. O polegar direciona a pálpebra inferior 
em direção à superior e o dedo indicador aproxima a pálpebra 
superior na direção da inferior, promovendo assim o fechamento 
total das pálpebras. Após o pinçamento ou varredura, o paciente 
deve ficar com os olhos fechados de cinco a 10 segundos. 
Obs.: se o gap não for grande, o fechamento pode ser suave; 
quando somente a parte do meio para o canto interno do olho 
permanece com gap, o fechamento também deve ser suave e a 
massagem é a varredura com os dedos, indicador e médio no 
sentido do canto externo do olho para o interno. 
MIRTIFORME OU 
ABAIXADOR DO 
SEPTO NASAL 
Contrair o músculo, como “raspar o bigode”, manter a contração e 
realizar a massagem digital com o dedo polegar na direção do nariz 
para o lábio superior, sobre o filtro labial 
PRÓCERO, NASAL 
E LEVANTADOR 
DO LÁBIO 
SUPERIOR E DA 
ASA DO NARIZ 
Contrair os músculos, fazendo cara de “cheiro ruim”, manter a 
contração e fazer a massagem digital com o dedo indicador no 
sentido da asa do nariz em direção ao canto interno do olho. 
ZIGOMÁTICO 
MAIOR E MENOR, 
LEVANTADOR DO 
LÁBIO SUPERIOR 
Contrair os músculos fazendo “sorriso aberto” mostrando os dentes 
superiores, manter a contração e realizar massagem digital com três 
dedos, no sentido do movimento. 
 
2 EXERCÍCIOS ISOMÉTRICOS – exercícios com contração muscular sem modificação, no tamanho 
da fibra muscular (Comitê de Motricidade Orofacial, SBFa, 2007, p. 30). 
 
 AN02FREV001 
92 
BUCINADOR O paciente deve colocar uma espátula ou seu dedo na cavidade 
oral, na face interna da bochecha e empurrá-la, ao mesmo tempo, 
deve fazer força contrária a este movimento. 
RISÓRIO O paciente deve contrair o músculo fazendo “sorriso fechado”, 
manter a contração e realizar a massagem digital com o dedo 
indicador no sentido da comissura do lábio em direção à orelha. 
ABAIXADOR DO 
LÁBIO INFERIOR 
O paciente deve contrair o músculo, mostrando os dentes inferiores, 
abaixando somente o lábio inferior, manter a contração e realizar 
massagem como dedo polegar no sentido do lábio inferior para 
baixo. 
MENTUAL Paciente contrai o músculo fazendo cara de “magoado”, faz a 
massagem com o dedo polegar de baixo para cima. 
ORBICULAR DA 
BOCA 
Fazer bico, ao realizar este movimento pode ocorrer desvio do bico 
para o lado não paralisado, sendo necessário centralizar o bico, 
manter a contração e fazer massagem do lado paralisado no sentido 
da comissura labial para o meio dos lábios. 
ABAIXADOR DO 
ÂNGULO DA BOCA 
Contrair o músculo, fazendo cara de “palhaço triste”, manter a 
contração, realizar massagem com o dedo indicador da comissura 
do lábio para baixo. 
 
 
O movimento de contração deve ser realizado de ambos os lados da face, 
para melhor efetividade dos exercícios. O movimento deve ser realizado de uma a 
três vezes, e, em cada repetição a massagem é realizada 10 vezes. Realizar a 
sequência toda dos exercícios de duas a três vezes por dia. 
Gomez, Vasconcelos e Bernardes (2004) salientam que na fase flácida, 
quando o paciente apresenta pouco ou nenhum movimento, a fonoterapia consiste 
na realização dos mesmos movimentos da avaliação, acrescentando-se outros, 
feitos isometricamente, massagens indutoras do movimento desejado na face 
paralisada no sentido do movimento. As massagens podem ser manuais, de 
maneira lenta, com pressão profunda ou com massageador facial suave. A 
massagem é altamente eficaz, pois a pressão realizada afeta o músculo enrijecido 
que está sob a pele, com isto o músculo é relaxado, diminuindo a tensão, o sangue 
a linfa tem uma circulação melhor, consequentemente o músculo fica melhor e mais 
fácil de ser trabalhado nos exercícios. 
Nesse período existe a preocupação quanto ao processo da alimentação. É 
comum ouvir o paciente dizer que mordeu a bochecha durante a mastigação, tem 
 
 AN02FREV001 
93 
dificuldade de manter o alimento entre as arcadas dentárias. Isso ocorre, pois o 
bucinador está paralisado, além da incompetência labial com vedamento insuficiente 
em função da flacidez do lado paralisado. O fonoaudiólogo deve orientar o paciente 
a lateralizar o alimento durante as refeições, tentando manter uma mastigação 
bilateral. A lateralização pode ser feita com o auxílio da mão colocada sobre a 
bochecha, elevando-a. Quando a paralisia perdura, outras manobras precisarão ser 
realizadas para melhorar a identidade intraoral e adequar a função. Importante 
lembrar que o masseter e o temporal não são inervados pelo facial, portanto não 
estão paralisados, somente o bucinador, com isso a força mastigatória está mantida. 
 
 
9.2 REABILITAÇÃO NA RECUPERAÇÃO DO MOVIMENTO/FASE DE 
REINERVAÇÃO 
 
 
Quando a musculatura começa a se movimentar, o paciente entra na fase de 
recuperação do movimento, pois inicia a reinervação, marcando o final da fase 
flácida. Nesta fase os exercícios a serem realizados são isotônicos3, indicados para 
melhorar a oxigenação muscular, coordenação da musculatura e aumentar a 
amplitude dos movimentos. Orienta-se o paciente a realizar os exercícios 
repetidamente, trabalhando a mobilidade muscular. Os exercícios são os mesmos 
descritos acima, porém aqui o paciente deve realizar o movimento de contração e 
relaxamento de 10 a 20 vezes, três vezes ao dia, sem a massagem indutora. 
 Trabalho com o bucinador – sucção das bochechas, o paciente deve 
sugar com canudo e/ou seringa líquidos, aumentando para uma consistência 
pastosa. Encher a boca de ar ou de líquido, passando de um lado para o outro. 
 Orbicular da boca – realização de movimentos de bico, variando para 
beijos estalados ou manter a protrusão dos lábios, fazendo a “boca de peixe”. 
 
 
 
3 EXERCÍCIOS ISOTÔNICOS – Exercícios com ocorrência de tensão muscular acompanhada de 
modificação do tamanho da fibra muscular. (Comitê de Motricidade Orofacial, SBFa, 2007, p. 31). 
 
 
 AN02FREV001 
94 
Obs.: É importante solicitar ao paciente que na fase de recuperação utilize um 
espelho como recurso de feedback, para maior controledo movimento. Também é 
necessária a conscientização e a concentração do paciente durante a realização dos 
exercícios, para que ocorra controle voluntário, promovendo a conexão do SNC com 
o exercício, ocasionando a reprogramação neural. 
 
 
9.3 REABILITAÇÃO APÓS REINERVAÇÃO – FASE DAS SEQUELAS 
 
 
Quando ocorre degeneração do nervo facial, não ocorre uma recuperação 
completa da musculatura facial, e a recuperação do movimento voluntário e 
involuntário (emocional) não é completa, aparecendo as sequelas, significando que 
a expressão facial terá limitações para sempre. As sequelas vão variar de acordo 
com a causa. 
A degeneração do nervo facial leva à degeneração da musculatura, 
ocorrendo uma subsequente modificação cortical com a perda da informação neural. 
Quando ocorre a reinervação a musculatura facial retoma a função, os movimentos. 
O que se observa nesse momento é que o mapeamento cortical pode não retornar a 
situação anterior à lesão, e uma reeducação neuromuscular é necessária para 
recrutar a correta musculatura e assegurar um mapeamento cortical satisfatório 
(Novak, 2004 apud Goffi-Gomes, 2006, p. 161). 
Nessa fase é necessária uma nova avaliação para identificar a presença de 
contratura, identificar sincinesias, avaliar os movimentos, identificar as queixas do 
paciente, do grau de conscientização das sequelas e da insatisfação em relação às 
sequelas. Após a realização da avaliação, estabelecem-se as condutas necessárias 
(Goffi-Gomes, 2006, p. 162): 
 Orientações quanto ao tempo transcorrido desde a instalação da 
paralisia até o aparecimento dos primeiros sinais de reinervação e sua implicação no 
grau de lesão do nervo; 
 Esclarecer a origem dos novos sintomas; 
 Estabelecer os objetivos da reabilitação miofuncional nesta nova fase. 
 
 
 AN02FREV001 
95 
 
 
10 ACOMPANHAMENTO FONOAUDIOLÓGICO DAS SEQUELAS 
 
 
Nessa fase, o acompanhamento fonoaudiológico abrange dois aspectos: 
melhorar a função dos músculos e diminuir as contraturas e as sincinesias, e, a 
orientação ao paciente. 
 Melhora da função – os exercícios são realizados de forma isotônica, 
estimulando-se o maior aproveitamento dos segmentos reinervados. 
 Orientações ao paciente – explicar que a recuperação do nervo já está 
ocorrendo e que movimentos inadequados vão ocorrer. Esses movimentos serão 
trabalhados nessa fase. 
 Treinamento neuromuscular – exercícios para diminuir as contraturas e 
dissociar e controlar as sincinesias. 
 Estratégias para diminuir contraturas: 
o Exercícios de alongamento passivo e ativo, relaxamento e calor úmido 
no local por pelo menos cinco minutos; 
o Massagem intra e extraoral (raios de sol) com os dedos em pinça – 
com o dedo polegar colocado dentro da boca, na bochecha, na altura da ATM e os 
outros dedos no mesmo ponto, porém fora da boca, deslizá-los com movimento 
descendente até a comissura labial. Veja na figura abaixo a representação 
esquemática em todos os sentidos do alongamento em “raios de sol”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Goffi-Gomes, 2006, p. 165. 
 
 
 AN02FREV001 
96 
o Fazer um rolinho de gaze e colocar no vestíbulo oral lateralmente, 
entre a bochecha e arcada dentária em ambos os lados da face, fazendo um 
estiramento passivo dessa região. Deixar o rolinho na boca aproximadamente cinco 
minutos. Esse exercício proporciona um estiramento passivo da musculatura e pode 
ser realizado enquanto o paciente está assistindo TV ou lendo. Também pode ser 
realizado colocando-se uva do tipo Itália; 
o Manter calor úmido no local da contratura por cinco a 10 minutos. 
o Emitir o som do ‘m’ com abaixamento de mandíbula, durante 10 
segundos. Repetir de seis a oito vezes. 
 
 Estratégias para trabalhar as sincinesias: após a avaliação e 
identificação dos grupos musculares que estão associados, é determinada as 
estratégias que exercitem a independência dos grupos específicos. A sincinesia 
mais observada é a do orbicular dos olhos e do orbicular dos lábios. Segue abaixo 
alguns exemplos para trabalhar a dissociação das sincinesias. 
 Exercícios da sincinesia de movimento dos lábios junto com 
movimentos dos olhos: 
o Manter os lábios em protrusão e piscar os olhos três vezes, 
alternadamente, solicitar que o paciente retraia os lábios enquanto pisca 
suavemente por três vezes, vai realizar o movimento bico sorriso piscando, repetir 
de seis a oito vezes a sequência; 
o Mastigar lentamente com os olhos arregalados, com isso o paciente 
mantém os olhos sob controle, repetir entre seis e oito vezes; 
o Esconder os lábios entre os dentes (boca de sapo) e piscar repetidas 
vezes. Realizar de seis a oito vezes. 
 Exercícios para sincinesia de olhos com testa (contração dos olhos ao 
elevar ou contrair a testa ou vice-versa): 
o Elevar a testa enquanto pisca três vezes lentamente, repetir seis a oito 
vezes; 
o Fechar os olhos sem força enquanto eleva e solta a testa três vezes, 
repetir em frente ao espelho seis a oito vezes. 
O fonoaudiólogo deve a princípio estimular o controle voluntário e atento da 
ocorrência desses movimentos, posteriormente, com a repetição persistente dos 
 
 AN02FREV001 
97 
movimentos, o controle torna-se cada vez mais automático e menos consciente 
(Goffi-Gomes, 2006). O autor recomenda muita cautela nessa fase do trabalho, pois 
a musculatura reinervada tem um limiar de fatigabilidade mais baixo do que a 
musculatura normal, portanto, deve-se orientar muito bem o paciente a não 
extrapolar o número de repetições de cada exercício. 
O prognóstico nesta fase, não está relacionado ao tempo de evolução da 
paralisia, mas sim ao grau de conscientização e colaboração do paciente. Mesmo 
assim, em alguns casos o prognóstico é reservado devido ao grau avançado de 
contratura e limitação da reinervação, ou seja, sempre devemos pensar que o 
prognóstico depende do grau e tipo de lesão, tempo da paralisia, e sim, a 
colaboração e conscientização do paciente. 
 
 Biofeedback – falamos acima do uso do espelho, para o paciente ter 
um feedback, mas também pode-se usar o biofeedback, que seria o uso de sinais 
eletromiográficos de superfície para reeducação muscular. Para Goffi-Gomes (2006, 
p. 166), é a técnica que permite uma medição via instrumental e mostra variáveis 
quantificáveis de atividades fisiológicas alteradas que estão de alguma forma 
encobertas. Pode ser considerado um processo de aprendizagem em que o 
indivíduo é estimulado a observar os sinais originados de seu próprio corpo, por 
meio dos dados em um monitor, enquanto realiza seus exercícios (Cury, Fouquet e 
Lazarini, 2006). É um treino com monitoramento. Com as informações, o paciente 
aprende a regular as atividades fisiológicas alteradas, pois adquire controle sobre 
suas próprias respostas. O que vem sendo utilizado é a eletromiografia de superfície 
em que os eletrodos são posicionados de acordo com a figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001 
98 
 
POSICIONAMENTO DOS ELETRODOS NOS MÚSCULOS DA FACE 
 
 
FONTE: Bernardes, Gomes e Bento, 2009, p. 09. 
 
 
 AN02FREV001 
99 
Bernardes, Gomes e Bento (2009, p. 2) salientam que a utilização deste 
método é recente na fonoaudiologia e tem como objetivo “auxiliar no diagnóstico e 
tratamento dos distúrbios motores orais, nas alterações da deglutição, mastigação e 
fala.” A colocação do eletrodo de superfície é sobre a pele, com isso o exame é 
indolor e não invasivo, permitindo que o paciente execute o movimento ou função 
solicitada de maneira relaxada, podendo realizá-la repetidas vezes, sendo de grande 
valia nas avaliações miofuncionais orofaciais. Este método demonstrou ser prático 
para avaliar os movimentos faciais e também permite acompanhar a evolução do 
paciente de forma inócua e sem riscos. Para quem gostaria de mais informações 
sobre a reabilitação por biofeedback eletroneuromiográfico, o capítulo 18 do livro 
Paralisia facial de Lazarini e Fouquet,2006 e o artigo Eletromiografia de superfície 
em portadores de PFP de Bernardes, Gomes e Bento, publicado pela revista 
CEFAC, disponível em http://www.scielo.br/pdf/rcefac/2009nahead/152-08.pdf, 
podem complementar as informações. 
Matos e Oliveira salientam que a fonoterapia visa dar funcionalidade à 
musculatura facial afetada na paralisia facial e contribui pra diminuir o tempo de 
recuperação da paralisia, sendo fundamental para que o paciente restabeleça sua 
expressão facial o mais rápido possível. Já Bernardes, Gomes e Bento (2009) 
afirmam que muitos trabalhos na área fonoaudiológica abordam a terapia 
fonoaudiológica para tratar os pacientes acometidos pela PFP, e que, o trabalho 
miofuncional antes da regeneração neural, na fase flácida, auxilia significantemente 
a recuperação funcional final. 
De acordo com Barros, Melo e Gomes (2004) geralmente a regeneração 
normal do nervo ocorre numa média de um milímetro por dia, considerado um 
crescimento lento, porém a melhora pode ser ajudada com a reabilitação 
neuromuscular que o fonoaudiólogo apresenta. É um tratamento que exige muita 
dedicação por parte do paciente, sendo necessários exercícios diários, que 
geralmente são repetitivos e cansativos, que podem desestimular o paciente a 
continuar com o tratamento, mas a utilização de técnicas de feedback, mostrando ao 
paciente seu progresso, contribui para sua melhora. Também sugerem que o 
paciente aprenda sobre as estruturas e a fisiologia da face, com isso, compreenderá 
a produção dos movimentos, ajudando-o a entender melhor tanto os exercícios, as 
massagens e a recuperação dos movimentos. 
 
 AN02FREV001 
100 
Para o fonoaudiólogo disposto a trabalhar na reabilitação das paralisias 
faciais, é fundamental o conhecimento da musculatura orofacial, neurofisiologia do 
movimento e anatomia e fisiologia do nervo facial. Para complementar a leitura, 
segue, em anexo, o artigo de TESSITORE, PFELSTICKER E PASCHOAL (2008) 
sobre aspectos neurofisiológicos da musculatura facial visando à reabilitação 
na paralisia facial. 
 
 
11 RESULTADOS TERAPÊUTICOS 
 
 
Quando o atendimento fonoaudiológico é iniciado logo após a paralisia, o 
treinamento for efetuado corretamente e seguidamente, o resultado da reabilitação 
pode levar à simetria ou praticamente simetria em repouso, também se observa o 
controle do fechamento dos olhos; controle da retenção dos alimentos e líquidos, 
melhor uso da face reinervada, proporcionando uma melhora na expressividade e 
melhora da contratura e redução da sincinesia (Goffi-Gomes, 2006). Fouquet citando 
ROSS et al. (1991) salienta que o treino neuromuscular pode melhorar a função 
facial, mesmo em casos de paralisia crônica há mais de 20 anos. Goffi-Gomez, 
Bogar, Bento e Miniti (1996) apresentaram pesquisa realizada com pacientes com 
PFP atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo. Constataram na pesquisa que os exercícios 
miofuncionais efetivamente contribuem na aceleração do processo de recuperação 
dos movimentos faciais. De acordo com Goffi-Gomez (1999) a realização de 
exercícios miofuncionais acelera o retorno dos movimentos e da função da 
musculatura facial, evitando com isso que haja a atrofia destes músculos, 
dificultando assim a recuperação deste paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001 
101 
 
 
12 ALGUNS QUESTIONAMENTOS SOBRE PARALISIA FACIAL 
 
 
Quando chega ao consultório um paciente com paralisia facial, ele muitas 
vezes chega com dúvidas, inclusive sobre a funcionalidade do tratamento 
fonoaudiológico. Neste momento, é importante que o fonoaudiólogo saiba responder 
seus questionamentos, principalmente no que diz respeito ao processo terapêutico e 
aos fatores que interferem na recuperação após a paralisia facial. 
 
 Por que em alguns casos o movimento volta ao normal? Deve-se 
esclarecer o paciente que a recuperação depende de vários fatores, inclusive da 
cooperação do próprio paciente. Os fatores são: a causa da paralisia; se o nervo foi 
seccionado ou nos casos de edemas/infecções a continuidade da inervação foi 
interrompida e restabelecida; do grau de lesão no nervo, se houve ou não 
degeneração walleriana; do número de fibras que morreram/degeneraram e 
conseguiram crescer; do número de fibras que cresceram e foram para o lugar certo 
e do estado da musculatura após a reinervação (Goffi-Gomes, 2006). 
 
 Quanto tempo leva o tratamento? Como o prognóstico, o tempo de 
tratamento também varia de acordo com o grau e tipo de lesão, mas, geralmente por 
volta do 6º mês de terapia, observam-se bons resultados. Goffi-Gomes (2006) 
salientam que o tratamento em consultório pode variar de meses a anos, 
dependendo do grau de conscientização e percepção do paciente. 
 
 Quando termina o tratamento na fase de sequelas? Outra dúvida 
muitas vezes até do fonoaudiólogo. O fim do tratamento geralmente é determinado 
entre o paciente e a terapeuta, ocorrendo por volta do 6º mês de acompanhamento. 
Pode ser sugerido o atendimento em grupo, se houver necessidade. A alta do 
paciente após a reinervação, ou seja, após a fase de sequelas é supervisionada pelo 
terapeuta semestralmente, sempre que possível. Os exercícios de alongamento 
podem ser feitos em casa ainda por um tempo duas vezes por semana. Geralmente 
 
 AN02FREV001 
102 
a alta supervisionada é dada somente quando o paciente tem controle voluntário 
sobre as sincinesias (Goffi-Gomes, 2006). 
 
 O paciente precisa fazer os exercícios em casa? Sim, é 
fundamental que ele se acostume a fazer os exercícios em casa, duas ou três vezes 
ao dia, conforme recomendado pelo terapeuta. Da realização destes exercícios em 
casa, muitas vezes depende o sucesso da reabilitação. 
 
 Aceitação da perda – uma das expressões que o paciente com 
paralisia facial geralmente não recupera é o sorriso, e muitas vezes, fica difícil 
conviver com um novo rosto para o resto da vida. Trabalhar com esta aceitação, 
muitas vezes é necessário um acompanhamento psicológico, que a fonoaudióloga 
pode encaminhar. 
Termino esta apostila com uma citação de Gomes, Vasconcelos e Bernardes 
(2004, p. 519), quando afirmam que: 
 
A reabilitação do paciente com paralisia facial periférica requer do 
terapeuta, antes de tudo muita sensibilidade. É preciso levar em 
consideração que o paciente é um indivíduo fragilizado, posto que se 
encontra com uma face que ele próprio não reconhece como sendo 
verdadeiramente sua e qual tal transformação ocorreu, via de regra, de 
maneira súbita. 
 
Portanto, o trabalho muitas vezes é árduo, porém gratificante, então, vamos 
estudar e mostrar a importância do nosso trabalho. 
 
 
12.1 QUESTÕES PARA ESTUDO 
 
 
1- Quanto tempo após a paralisia facial deve iniciar a fonoterapia? 
2- Quando termina o tratamento na fase de sequelas? 
3- Qual a importância da avaliação dos movimentos faciais em cada etapa 
do tratamento – na fase flácida e na fase de sequelas? 
4- Discorra sobre a importância da massagem e do relaxamento no 
processo terapêutico. 
 
 AN02FREV001 
103 
ANEXO I – PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO 
 
ANAMNESE E AVALIAÇÃO DE PARALISIA FACIAL 
Avaliação baseada no livro de Lacôte M, Chevalier AM, Miranda A, Bleton JP, 
Stevenin, P. Avaliação clínica da função muscular. São Paulo: Manole, 1987 
FONTE: Fouquet, ML, Masson, AC, Guimarães, MF, Pires, CA. Avaliação 
fonoaudiológica na paralisia facial periférica. In LAZARINI, PR, FOUQUET, ML. 
Paralisia facial – avaliação, tratamento, reabilitação. São Paulo: Lovise, 2006, p. 73. 
 
Identificação 
Data 
1. Nome 
2. RG do hospital: 
3. D/N: Idade atual: 
4. Estado civil: 
5. Profissão: 
6. Escolaridade: 
7. Endereço 
Telefone: 
 
História pregressa da queixa 
1. Quando começou o problema? 
2. Quais foram os sintomas? 
3. Quais foram as providências tomadas? 
4. Realizou alguma cirurgia? Sentiu algumadificuldade após a cirurgia? 
5. A perda dos movimentos foi gradual ou súbita? Se fez cirurgia, foi antes ou 
após esta? 
6. Apresentou alguma melhor desde então? 
7. Consegue fechar os olhos? Está realizando acompanhamento oftalmológico? 
Quais os cuidados com os olhos? 
8. Tem alguma dificuldade para alimentação? Se fez cirurgia, antes ou após a 
cirurgia? Com que tipo de alimento tem dificuldade? 
 
 AN02FREV001 
104 
9. Observou perda ou modificação no paladar? 
10. Dados complementares 
11. Dados médicos (tipo de paralisia, escala House, realização de cirurgia e 
tratamento complementares). 
 
AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA 
Em repouso 
Paralisia facial flácida total parcial normal 
Abolição das rugas frontais. 
Rebaixamento da ponta da sobrancelha. 
Olho mais aberto/pálpebra inferior caída. 
Nariz desviado em vírgula para o lado são. 
Abolição do sulco nasolabial. 
Desvio e depressão da comissura labial. 
Lábio superior “desabado”. 
Lábio inferior “desabado”. 
Bochecha flácida pendendo em saco. 
 
Avaliação com movimentação 
Comando Músculo avaliado Data Data Data 
M T S M T S M T S 
Cara assustado occipitofrontal 
Cara de bravo Corrugador do 
supercílio 
 
Cara de cheiro 
ruim 
Piramidal do 
nariz/transverso 
do nariz e 
MLLSAN 
 
Raspar o bigode Mirtiforme 
Fechar os olhos 
suavemente 
Orbicular dos 
olhos (porção 
 
 
 AN02FREV001 
105 
palpebral) 
Medir GAP 
Fechar os olhos 
com força 
Orbicular dos 
olhos (porção 
orbitária) 
 
Medir GAP 
Sorriso aberto Levantador do 
lábio sup., 
zigomático maior 
e menor 
 
Sorriso fechado Risório 
Comprimir a 
bochecha 
Bucinador 
Fio dental na 
arcada inf. 
Abaixador do 
lábio inf. 
 
Empurrar o 
queixo para cima 
Mentual 
Comissura labial 
para fora e para 
baixo 
Platisma, 
abaixador do 
ângulo da boca 
 
Fazer bico Orbicular dos 
lábios 
 
Medida 
paquímetro 
Comissura D 
versus filtro 
 
Medida 
paquímetro 
Comissura E 
versus filtro 
 
Medida 
paquímetro 
Ponta do nariz 
versus filtro 
 
LEGENDA: 
M –mobilidade 
T – tônus 
S – sincinesia 
D – direita 
E – esquerda 
Legenda para avaliação com movimentação: 
Cotação: 
 
 AN02FREV001 
106 
0 Contração não visível nem a olho nu nem à luz rasante. 
1 Pequena mobilidade de pele. 
2 A pele move-se mais. Percebem-se levemente as rugas. 
3 A pele move-se mais claramente. O número de rugas aumenta, 
assim como sua profundidade. 
4 O movimento é efetuado de maneira ampla, sincrônica e simétrica, 
em relação ao lado são. 
 
Avaliação do tônus: hiper, hipo e normal 
 
Sincinesias: boca/olho, olho/boca, outras 
0 Ausência de sincinesia. 
+1 Inibição voluntária da sincinesia (paciente/espelho.) 
+2 Inibição da sincinesia por pressão digital (pressão digital no sentido 
contrário ao patológico). 
+3 Sincinesia incontrolável. 
 
 
ANEXO 2 - EXEMPLIFICANDO OS EXERCÍCIOS 
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/media/paralisia_exemplificando.pdf 
 
ANEXO 3 – ARTIGO: ASPECTOS NEUROFISIOLÓGICOS DA MUSCULATURA 
FACIAL VISANDO A REABILITAÇÃO NA PARALISIA FACIAL. 
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/media/aspectos_neurofisiologicos.pdf 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001 
107 
 
 
 
 
 
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FIM DO CURSO!

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