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Jurisprudencias funtademantas de acordo com os casos em comento.

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JURISPRUDÊNCIAS FUNDAMENTADAS DE ACORDO COM O CÓDIGO CIVIL PARA OS CASOS CONCRETOS EM COMENTO. 
WENDELL SODRÉ
Graduando em Direito pela Universidade Estácio da Bahia 
Legislação direta
Artigo 1245 da Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.
§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.
TJ-SC - Apelação Cível : AC 20090169545 SC 2009.016954-5 (Acórdão)
AC 20090169545 SC 2009.016954-5 (Acórdão)
Orgão Julgador
Segunda Câmara de Direito Público Julgado
Partes
Julgamento
10 de Março de 2014
Relator
Cid Goulart
Andamento do Processo
TRIBUTÁRIO - APELAÇÃO CÍVEL EM EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - IPTU - COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DO ÍMÓVEL - SEM COMPROVAÇÃO DE REGISTRO DE TRANSFERÊNCIA POR ESCRITURA PÚBLICA - EXECUTADO CONTINUA A SER HAVIDO COMO DONO DO IMÓVEL - LEGITIMIDADE PASSIVA - ART. 1245, DO CÓDIGO CIVIL - PRESCRIÇÃO PARCIAL DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - RECONHECIMENTO DE OFÍCIO - RECURSO DESPROVIDO.
Processo AC 20090169545 SC 2009.016954-5 (Acórdão) 
Orgão Julgador Segunda Câmara de Direito Público Julgado 
Partes Apelante: Nascione Amaro Machado, Advogados:  Fabrício Mendes dos Santos (9683/SC) e outro, Apelado: Município de Florianópolis, Advogado:  Gilberto da Silva de Montalvão (5899/SC) 
Julgamento 10 de Março de 2014 
Relator Cid Goulart 
Andamento do Processo Ver no tribunal 
Ementa
TRIBUTÁRIO - APELAÇÃO CÍVEL EM EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - IPTU - COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DO ÍMÓVEL - SEM COMPROVAÇÃO DE REGISTRO DE TRANSFERÊNCIA POR ESCRITURA PÚBLICA - EXECUTADO CONTINUA A SER HAVIDO COMO DONO DO IMÓVEL - LEGITIMIDADE PASSIVA - ART. 1245, DO CÓDIGO CIVIL - PRESCRIÇÃO PARCIAL DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - RECONHECIMENTO DE OFÍCIO - RECURSO DESPROVIDO.
"Quando existente contrato de compromisso de compra e venda, é legitimado para figurar como polo passivo em execução fiscal, visando-se a cobrança de IPTU, tanto o possuidor a qualquer título como o proprietário inscrito no registro de imóveis". (TJSC, Apelação Cível n. 2009.029096-7, de Joinville, rel. Des. Wilson Augusto do Nascimento , j. 20-04-2010) 
Inteiro Teor
Apelação Cível n. 2009.016954-5, da Capital
Relator: Des. Cid Goulart
TRIBUTÁRIO - APELAÇÃO CÍVEL EM EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - IPTU - COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DO ÍMÓVEL - SEM COMPROVAÇÃO DE REGISTRO DE TRANSFERÊNCIA POR ESCRITURA PÚBLICA - EXECUTADO CONTINUA A SER HAVIDO COMO DONO DO IMÓVEL - LEGITIMIDADE PASSIVA - ART. 1245, DO CÓDIGO CIVIL - PRESCRIÇÃO PARCIAL DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - RECONHECIMENTO DE OFÍCIO - RECURSO DESPROVIDO.
"Quando existente contrato de compromisso de compra e venda, é legitimado para figurar como polo passivo em execução fiscal, visando-se a cobrança de IPTU, tanto o possuidor a qualquer título como o proprietário inscrito no registro de imóveis". (TJSC, Apelação Cível n. 2009.029096-7, de Joinville, rel. Des. Wilson Augusto do Nascimento , j. 20-04-2010)
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n. 2009.016954-5, da comarca da Capital (Vara de Execuções Fiscais Municipais e Estaduais), em que é apelante Nascione Amaro Machado, e apelado Município de Florianópolis:
A Segunda Câmara de Direito Público decidiu, por votação unânime, reconhecer de ofício a extinção dos débitos de IPTU do ano de 1991; e negar provimento ao recurso de apelação. Custas na forma da lei.
O julgamento, realizado no dia 11 de março de 2014, foi presidido pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Sérgio Roberto Baasch Luz, com voto, e dele participou o Excelentíssimo Senhor Desembargador João Henrique Blasi.
Florianópolis, 11 de março de 2014.
Cid Goulart
Relator
RELATÓRIO
O Município de Florianópolis propôs execução fiscal em face de Nascione Amaro Machado para cobrança de crédito tributário referente a IPTU, dos anos de 1991, 1992 e 1993.
Citado (fl. 31 verso), o executado opôs embargos à execução fiscal sustentando que não é mais proprietário do imóvel, conforme "arras de compra e venda" datado de 17/04/1995 (fls. 02-05).
Ato contínuo, o Município manifestou-se, aduzindo que a transferência da propriedade apenas se concretiza com a averbação no Cartório de Registro de Imóveis ; e que os fatos geradores que originaram a dívida ativa ocorreram antes da alienação (fls. 41-43)
A sentença foi prolatada, a fls. 44-47, julgando improcedentes os pedidos dos embargos à execução fiscal.
Irresignada, a executada apresentou recurso de apelação reiterando as alegação da inicial (fls. 50-54).
O recurso foi recebido apenas no efeito devolutivo (fl. 57) e as contrarrazões apresentadas a fls. 58-61.
É a síntese do essencial.
VOTO
Trata-se de recurso de apelação de Nascione Amaro Machado em face de sentença que julgou improcedentes os pedidos dos embargos à execução fiscal ajuizada pelo Município de Florianópolis.
Preliminarmente, insta ressaltar que foi dispensado o parecer da douta Procuradoria-Geral da Justiça ante a orientação contida na Súmula n. 189, do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que "é desnecessária a intervenção do Ministério Público nas execuções fiscais"; e também em virtude da edição do Ato 103/04/MP, daquela Procuradoria, no sentido de racionalizar a participação do Ministério Público, nas ações em geral, somente nos casos em que se evidencia o interesse público.
Dispõe o artigo 1.245, do Código Civil:
"Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.
§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel".
In casu, o executado apenas apresentou "arras de compra e venda", o qual não comprova que a propriedade foi efetivamente transferida ao suposto adquirente.
Mesmo que houvesse a comprovação, o referido documento foi assinado em 17/04/1995, ou seja, após os fatos geradores que originaram a dívida (1991, 1992 e 1993).
Desta feita, o executado, ora apelante, era proprietário do imóvel que originou a cobrança de IPTU nos anos de 1991, 1992 e 1993.
É sabido que o IPTU tem como hipótese de incidência a propriedade, a posse e o domínio útil de imóvel localizado na zona urbana do Município de modo que o executado, como proprietário, é legítimo sujeito passivo desta execução fiscal.
Neste sentido, a jurisprudência do Tribunal de Justiça de Santa Catarina:
EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. IPTU. ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE PASSIVA ANTE A VENDA DO IMÓVEL OBJETO DA EXAÇÃO ANTES DOS FATOS GERADORES DO TRIBUTO. IRRELEVÂNCIA. AUSÊNCIA DE ESCRITURA PÚBLICA REGISTRADA NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. RECURSO IMPROVIDO. "1. O art. 34 do CTN estabelece que contribuinte do IPTU 'é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título'. 2. Deveras, a existência de possuidor apto a ser considerado contribuinte do IPTU não implica a exclusão automática, do pólo passivo da obrigação tributária, do titular do domínio (assim entendido aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis). 3. O possuidor, na qualidade de promitente-comprador, pode ser considerado contribuinte do IPTU, conjuntamente com o proprietário do imóvel, responsável pelo seu pagamento. Precedentes: REsp 475078SP Relator Ministro Teori Albino Zavascki DJ 27.09.2004; AgRg no REsp 754278Relator Ministro Francisco Falcão DJ 28.11.2005 ;REsp 793073Relator Ministro Castro Meira DJ 20.02.2006 ;REsp 774720 RJ; Relator Ministro Teori Albino Zavascki DJ 12.06.2006. 4. Ao legislador municipal cabe
eleger o sujeito passivo do tributo, contemplando qualquer das situações previstas no CTN. 5. In casu, a legitimação passiva da arrecadação do tributo não foi excepcionada por lei municipal, circunstância que atrai a aplicação das regras constantes no Código Tributário Nacional. 6. Recurso especial provido" (RESP n.º 784.10, Rel. Ministro Luiz Fux, DJ de 30.10.2006). [...] (AC n. 2004.032253-7, Rel. Des. Newton Trisotto). (TJSC, Agravo de Instrumento n. 2010.066090-0, da Capital, rel. Des. Sérgio Roberto Baasch Luz , j. 25-10-2011)
APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA FIRMADO PELO EXECUTADO. LEGITIMIDADE PASSIVA CONCORRENTE DO PROPRIETÁRIO E DO POSSUIDOR. EXEGESE DO ART. 34 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL REPRODUZIDO NA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. "[...] A jurisprudência do STJ é no sentido de que tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. 'Ao legislador municipal cabe eleger o sujeito passivo do tributo, contemplando qualquer das situações previstas no CTN. Definindo a lei como contribuinte o proprietário, o titular do domínio útil, ou o possuidor a qualquer título, pode a autoridade administrativa optar por um ou por outro visando a facilitar o procedimento de arrecadação' (REsp 475.078/SP, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, DJ 27.9.2004). [...]. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08" (AgRg no Ag 1126870 / PR, Rel. Min. Herman Benjamin, j. em 18.8.09). (TJSC, Apelação Cível n. 2010.039453-7, de Joinville, rel. Des. Rodrigo Collaço , j. 26-05-2011)
APELAÇÃO CÍVEL - EXECUÇÃO FISCAL - IPTU - EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE - EXTINÇÃO ANTE O RECONHECIMENTO DA ILEGITIMIDADE PASSIVA - INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 32 E 34 DO CTN - CONTRATO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA - LEGITIMIDADE TANTO DO PROPRIETÁRIO QUANTO DO POSSUIDOR - SENTENÇA ALTERADA - RECURSO PROVIDO. Quando existente contrato de compromisso de compra e venda, é legitimado para figurar como polo passivo em execução fiscal, visando-se a cobrança de IPTU, tanto o possuidor a qualquer título como o proprietário inscrito no registro de imóveis. (TJSC, Apelação Cível n. 2009.029096-7, de Joinville, rel. Des. Wilson Augusto do Nascimento , j. 20-04-2010)
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. PROPRIETÁRIO, PROMITENTE VENDEDOR. CABE AO ADMINISTRADOR OPTAR CONTRA QUAL CONTRIBUINTE LANÇA O IMPOSTO: PROPRIETÁRIO, TITULAR DO DOMÍNIO ÚTIL, OU POSSUIDOR. VÍCIOS NO CONTRATO DE COMPRA E VENDA. IRRELEVÂNCIA PERANTE A FAZENDA PÚBLICA. INTELIGÊNCIA DO ART. 118, I, DO CTN. RECURSO IMPROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 2008.054277-7, da Capital, rel. Des. Cesar Abreu , j. 07-07-2009)
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA FIRMADO PELA EXECUTADA. LEGITIMIDADE CONCORRENTE DO PROPRIETÁRIO E DO POSSUIDOR. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 34 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL, REPRODUZIDO NA LEI COMPLEMENTAR N. 018/99, DO MUNICÍPIO DE PIÇARRAS. PRECEDENTES. REFORMA DA SENTENÇA QUE RECONHECE A ILEGITIMIDADE PASSIVA DA PROPRIETÁRIA QUE SE IMPÕE. RECURSO PROVIDO. "[....] o possuidor, na qualidade de promitente-comprador, pode ser considerado contribuinte do IPTU, conjuntamente com o proprietário do imóvel, responsável pelo seu pagamento. (Precedentes: RESP n.º 784.101/SP, deste relator, DJ de 30.10.2006; REsp 774720 /RJ; Relator Ministro Teori Albino Zavascki DJ 12.06.2006; REsp 793073/RS Relator Ministro Castro Meira DJ 20.02.2006; REsp 712.998/RJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, DJ 08.02.2008; REsp 774720 /RJ, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, DJ 12.06.2006) 5. O art. 34 do CTN estabelece que contribuinte do IPTU 'é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título'. 6. A existência de possuidor apto a ser considerado contribuinte do IPTU não implica a exclusão automática, do pólo passivo da obrigação tributária, do titular do domínio (assim entendido aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis)" (REsp n. 979.970, rel. Min. Luiz Fux). (TJSC, Apelação Cível n. 2008.064536-5, de Balneário Piçarras, rel. Des. Vanderlei Romer , j. 02-12-2008)
Por fim, registra-se, que questões de ordem pública, como decadência e prescrição, podem ser conhecidas de ofício em qualquer grau de jurisdição.
"As questões de ordem pública referentes às condições da ação e aos pressupostos processuais da execução podem e devem ser conhecidas de ofício pelos tribunais de segundo grau.' Precedentes [...]' (REsp. n. 699406/MG, rel. Min. Teori Albino Zavascki, 1a T., DJ de 3-3-2008)" (AC n. 2010.045964-4, rel. Des. Vanderlei Romer, j. 14.9.2010).
A prescrição dos créditos tributários, conforme dispõe o artigo 174, do Código Tributário Nacional, deve ser contada a partir da constituição definitiva do crédito.
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.
Com relação a prescrição dos créditos tributários de IPTU, cumpre ressaltar que se trata de tributos municipais anuais, sucessivos e amplamente divulgados pelas Prefeituras, que, por suas peculiaridades, são objeto de notificação pelo envio do carnê (Súmula 397, Primeira Seção, DJe 07/10/2009). Sendo "o encaminhamento do carnê de recolhimento ao contribuinte é suficiente para se considerar o sujeito passivo como notificado, cabendo a este o ônus da prova do não recebimento" (REsp n. 984.659, Min. Luiz Fux).
Neste sentido, Desembargador Pedro Manoel Abreu corrobora: "Quando incerta a data da notificação, viável considerar a data do vencimento da dívida como março inicial à contagem do prazo de prescrição. É que nessa data se subentende perfectibilizada a notificação do devedor, uma vez que ela deve ocorrer no período compreendido entre o lançamento e o vencimento do crédito tributário, estando este, assim, definitivamente constituído" (ACV n. 2009.000108-5, j. em 14.04.09)
O Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de recurso especial na sistemática do artigo 543-C, do Código de Processo Civil, definiu que a constituição do crédito ocorre com a entrega do carnê:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. LANÇAMENTO. NOTIFICAÇÃO MEDIANTE ENTREGA DO CARNÊ. LEGITIMIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. DEMORA NA CITAÇÃO NÃO IMPUTÁVEL AO EXEQÜENTE. SÚMULA 106/STJ.
1. A jurisprudência assentada pelas Turmas integrantes da 1ª Seção é no sentido de que a remessa, ao endereço do contribuinte, do carnê de pagamento do IPTU é ato suficiente para a notificação do lançamento tributário.
2. Segundo a súmula 106/STJ, aplicável às execuções fiscais, "Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da argüição de prescrição ou decadência."
3. Recurso especial a que se nega provimento. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08 (STJ, Resp 1.111.124/PR, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2009 - grifos nossos)
O entendimento acima esposado foi aplicado recentemente em Recurso Especial proveniente deste Tribunal, conforme ementa e íntegra da decisão:
"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. PRESCRIÇÃO. PRAZO QUINQUENAL. TERMO INICIAL. NOTIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ENTREGA DO CARNÊ. RECONHECIMENTO. TEMA JÁ JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLUÇÃO STJ 08/08.
"Trata-se de recurso especial interposto por Elizênia Prado Becker, com fundamento nas alíneas a e c do inciso III do art. 105 da Constituição Federal, contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, cuja ementa é a seguinte (fls. 87):
"APELAÇÃO CÍVEL - EXECUÇÃO FISCAL - IPTU - PRESCRIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - TERMO A QUO - DATA DA CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA
- ART. 174 DO CTN - POSSIBILIDADE DE ESCOLHER ENTRE O PAGAMENTO DE FORMA INTEGRAL OU PARCELADA - TRIBUTO QUE PODE SER PAGO ATÉ O DIA DA ÚLTIMA PARCELA, JUNTAMENTE COM OS ENCARGOS LEGAIS - DATA EM QUE SE CONSTITUI DEFINITIVAMENTE O CRÉDITO - INÍCIO DO PRAZO PRESCRICIONAL - DEMANDA EXECUTIVA PROTOCOLIZADA ANTES DO DECURSO DO PRAZO QÜINQÜENAL - INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO PELO DESPACHO QUE ORDENA A CITAÇÃO - PRESCRIÇÃO NÃO CONFIGURADA - PROVIMENTO DO RECURSO. O prazo prescricional da ação para a cobrança do crédito tributário relativo ao IPTU é de cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva, esta que se dá no dia do pagamento da última parcela e se interrompe pelo despacho do juiz que ordenar a citação. O § 4º do art. 40 da Lei de Execução Fiscal é claro ao disciplinar que"§ 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004). Não verificado o transcurso de cinco anos sem que se desse impulso no procedimento executório e ante a ausência de prévia intimação da Fazenda Pública a respeito, não há que se falar em prescrição intercorrente"(Apelação Cível n. 2007.004513-9, de Maravilha. Rel. Des. Luiz Cézar Medeiros).
"No apelo nobre, a parte recorrente requer, -"uma vez suprido os vícios de aplicação e interpretação da Lei Federal, com a correta aplicação do art. 174, parágrafo único, I, do CTN com o texto anterior À redação dada pela Lei Complementar 118/2005, bem como com a devida adequação do presente caso, para ser julgado em conformidade com os acórdãos paradigmas apresentados neste recurso, considerando como data da constituição definitiva do crédito tributário o momento do lançamento do IPTU (in casu, fevereiro de 1990)" (fl. 121) -,o provimento do recurso para determinar a prescrição do crédito tributário exigido referente ao exercício de 1990.
"Foram apresentadas contra-razões.
"É o relatório. Passo a decidir.
"1O recurso merece acolhida.
"Esta Corte possui entendimento pacífico no sentido de que o prazo a que alude o art. 174 do CTN tem como março inicial a constituição definitiva do crédito tributário que, no caso do IPTU, se dá com a notificação ao contribuinte por meio da entrega do carnê no seu endereço. A propósito:
"AGRAVO REGIMENTAL - PROCESSUAL CIVIL - IPTU - PRETENSÃO DE ANULAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - PRESCRIÇÃO QUINQUENAL A PARTIR DA NOTIFICAÇÃO - ART. 1º DO DECRETO N. 20.910/32. [...] 2. O termo a quo para se questionar a constitucionalidade e legalidade do IPTU, e das taxas a ele vinculadas, é a notificação fiscal do lançamento, que, no presente caso, deu-se em período anterior a cinco anos, contados do ajuizamento da ação. Agravo regimental provido. (AgRg no AgRg no REsp 1025893/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe 24/03/2009)
"TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. LANÇAMENTO. NOTIFICAÇÃO DO CONTRIBUINTE. ENVIO DO CARNÊ DE COBRANÇA. PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. CITAÇÃO. PROPOSITURA DA AÇÃO ANTERIORMENTE À VIGÊNCIA DA LC 118/2005. 1. Entendimento pacífico desta Corte no sentido de que em se tratando de débitos de IPTU, o simples envio do carnê de recolhimento ao contribuinte é suficiente para considerá-lo como notificado. 2. Em processo de execução fiscal ajuizado anteriormente à Lei Complementar 118/2005, é pacífico no STJ o entendimento segundo o qual o despacho que ordena a citação não interrompe o prazo prescricional, pois somente a citação produz esse efeito, devendo prevalecer o disposto no artigo 174 do CTN sobre o artigo 8º, § 2º, da Lei 6.830/80. 3. Recurso especial provido. (REsp 1062061/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe 25/03/2009)
"TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. IPTU. NOTIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ENTREGA DO CARNÊ. PRESCRIÇÃO. PRAZO. TERMO INICIAL. DECLARAÇÃO DE OFÍCIO. VIABILIDADE. 1. A jurisprudência do STJ firmou o entendimento segundo o qual a entrega do carnê do IPTU no endereço do contribuinte é meio juridicamente eficiente para notificar a constituição do correspondente crédito tributário. 2. Transcorridos mais de cinco anos entre a constituição do crédito tributário e a propositura da execução fiscal, configura-se a prescrição da pretensão à cobrança do tributo. 3. O § 4º do art. 40 da Lei 6.830/80 disciplina hipótese específica de declaração de ofício de prescrição: é a prescrição intercorrente contra a Fazenda Pública na execução fiscal arquivada com base no § 2º do mesmo artigo, quando não localizado o devedor ou não encontrados bens penhoráveis. Nos demais casos, a prescrição, a favor ou contra a Fazenda Pública, pode ser decretada de ofício com base no art. 219, § 5º, do CPC. 4. Não se conhece de recurso especial pela alínea a quando o dispositivo apontado como violado não contém comando capaz de infirmar o juízo formulado no acórdão recorrido. Incidência, por analogia, a orientação posta na Súmula 284/STF. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido. (REsp 983293/RJ, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 29.10.2007).
"Ademais, no REsp 1.111.124/PR, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 04/05/2009, submetido ao Colegiado pelo regime da Lei nº 11.672/08 (Lei dos Recursos Repetitivos), que introduziu o art. 543-C do CPC, reafirmou-se o posicionamento acima exposto. Calha reproduzir o teor da ementa do julgado que bem explicita a questão:
"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. LANÇAMENTO. NOTIFICAÇÃO MEDIANTE ENTREGA DO CARNÊ. LEGITIMIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. DEMORA NA CITAÇÃO NÃO IMPUTÁVEL AO EXEQÜENTE. SÚMULA 106/STJ. 1. A jurisprudência assentada pelas Turmas integrantes da 1ª Seção é no sentido de que a remessa, ao endereço do contribuinte, do carnê de pagamento do IPTU é ato suficiente para a notificação do lançamento tributário. 2. Segundo a súmula 106/STJ, aplicável às execuções fiscais,"Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da argüição de prescrição ou decadência."3. Recurso especial a que se nega provimento. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08".
"Na espécie, constatado o decurso de mais de cinco anos entre a notificação do lançamento e o ajuizamento da ação (31.7.1995), há de se reconhecer a prescrição em relação ao lançamento do IPTU referente ao exercício de 1990. Isso posto, com esteio no art. 557, § 1º-A, do CPC, DOU PROVIMENTO ao recurso especial para considerar prescrito o lançamento referente ao exercício de 1990. Inversão dos ônus sucumbenciais". (STJ, REsp 1.126.910/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell, DJe 03/12/2009 - grifos nossos)
A data do lançamento do IPTU no Município de Florianópolis, conforme artigo 244 da Lei n. 805/1966, é o último dia do mês de janeiro. Sendo a data do pagamento não informada pela legislação municipal, de modo que deve ser aplicado o artigo 160, do Código Tributário Nacional
"Código Tributário Municipal, art. 244 - O lançamento do imposto sobre a propriedade predial será feito pelo órgão encarregado do Cadastro Imobiliário até o último dia útil do mês de janeiro de cada exercício, e dele se dará conhecimento ao contribuinte pela entrega de uma via do talão próprio".
"Código Tributário Nacional, art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento".
Considerando que a execução fiscal visa a cobrança da integralidade do tributo, o dia em que teve início a contagem do prazo prescricional de 05 (cinco) anos é a data de vencimento da primeira parcela ou parcela única do tributo indicada na lei, ou seja, 30 dias após a notificação do lançamento. In casu, 01/03/1991, 01/03/1992 e 01/03/1993.
A prescrição pode ser interrompida, como apregoa o parágrafo único do art. 174 do Código Tributário Nacional: "I
- pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal [vigente após 09.06.2005]; II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor".
Ocorre que, para as execuções em que o ajuizamento ou despacho de citação são anteriores a vigência da Lei Complementar 118/05 (vigência a partir de 09.06.2005), o que é o caso dos autos (fl. 18 - 23/05/1996), somente a citação pessoal do devedor interrompe a prescrição em matéria tributária.
Neste sentido, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. FEITO AJUIZADO ANTES DA VIGÊNCIA DA LC N. 118/2005. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO. CITAÇÃO. PRECEDENTE DO RECURSO ESPECIAL REPETITIVO N. 999.901/RS. SÚMULA N. 106/STJ. REEXAME DE PROVA. SÚMULA N. 7/STJ. 1. A Primeira Seção desta Corte, ao apreciar o REsp 999.901/RS (Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 10.6.2009 - recurso submetido à sistemática prevista no art. 543-C do CPC, c/c a Resolução 8/2008 - Presidência/STJ), confirmou a orientação no sentido de que: 1) no regime anterior à vigência da LC 118/2005, o despacho de citação do executado não interrompia a prescrição do crédito tributário, uma vez que somente a citação pessoal válida era capaz de produzir tal efeito; 2) a alteração do art. 174, parágrafo único, I, do CTN, pela LC 118/2005, o qual passou a considerar o despacho do juiz que ordena a citação como causa interruptiva da prescrição, somente deve ser aplicada nos casos em que esse despacho tenha ocorrido posteriormente à entrada em vigor da referida lei complementar. 2. É assente neste Tribunal que, com o advento da Lei n. 11.280/2006, que acrescentou o § 5º ao art. 219 do CPC, o juiz poderá decretar de ofício a prescrição, mesmo sem a prévia oitiva da Fazenda Pública. (REsp n. 1.100.156/RJ, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe 18.6.2009, julgado sob a sistemática prevista no art. 543-C do CPC c/c a Resolução 8/2008 - Presidência/STJ). 3. Constou expressamente no acórdão que negou provimento ao embargos de declaração ser "inaplicável (...) à hipótese o disposto na Súmula nº 106 do STJ, pois a demora da citação do executado não se deu por morosidade a Justiça e sim por inércia da fazenda, que abandonou a execução fiscal ajuizada". Nesse contexto, é inviável a rediscussão do tema, pois "a verificação de responsabilidade pela demora na prática dos atos processuais implica indispensável reexame de matéria fático-probatória, o que é vedado a esta Corte Superior, na estreita via do recurso especial, ante o disposto na Súmula 07/STJ" (REsp 1.102.431/RJ, 1ª Seção, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 1º.2.2010 - recurso submetido à sistemática prevista no art. 543-C do CPC, c/c a Resolução 8/2008 - Presidência/STJ). 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 147.751/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/05/2012, DJe 23/05/2012 - grifos nossos)
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. QUESTÕES DECIDIDAS PELA SISTEMÁTICA DE JULGAMENTO DE RECURSOS REPETITIVOS (REsp 1.102.431/RJ e REsp 999.901/RS). AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Segundo o art. 174, parágrafo único, I, do CTN, em sua redação original, a prescrição, que começa a correr da data de constituição definitiva do crédito tributário, interrompia-se mediante a citação pessoal do devedor nos autos da execução fiscal. Sobreveio a Lei Complementar 118, de 9/2/05, que entrou em vigor após 120 (cento e vinte) dias de sua publicação, alterando o dispositivo, e passou a estabelecer que a prescrição se interrompe pelo despacho do juiz que ordenar a citação. 2. De acordo com o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, em recurso especial representativo de controvérsia, processado e julgado sob o rito do art. 543-C do CPC, por ser norma processual, a Lei Complementar 118/05 é aplicável aos processos em curso. No entanto, somente quando o despacho de citação é exarado após sua entrada em vigor há interrupção do prazo prescricional (REsp 999.901/RS, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Seção, DJe 10/6/01). 3. A questão referente às circunstâncias que levaram à culpa da demora na citação por parte do exequente foi apreciada pela Primeira Seção desta Corte no julgamento do REsp 1.102.431/RJ, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe 1º/2/10, submetido à norma do art. 543-C do CPC, decidindo que "a verificação de responsabilidade pela demora na prática dos atos processuais implica indispensável reexame de matéria fático-probatória, o que é vedado a esta Corte Superior, na estreita via do recurso especial, ante o disposto na Súmula 07/STJ" 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1264799/RJ, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2011, DJe 25/05/2011 - grifos nossos)
Desta feita, considerando que o despacho citatório ocorreu antes da vigência da Lei Complementar 118/2005, a interrupção do prazo prescricional ocorre apenas com a citação do executado ou com uma das outras hipóteses do artigo 174, parágrafo único, do Código Tributário Nacional.
Porém, pelo exposto na súmula 106 do Superior Tribunal de Justiça a interrupção do prazo prescricional retroage à data da propositura da ação. In verbis:
"Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência" (Súmula 106, CORTE ESPECIAL, julgado em 26/05/1994, DJ 03/06/1994 p. 13885)
Neste norte, o entendimento das Câmaras de Direito Público deste Tribunal:
Agravo de instrumento. Execução fiscal. Exceção de pré-executividade. IPTU. Alegada prescrição do crédito tributário. Inocorrência. Lustro prescricional não ultrapassado. Interlocutória irrepreensível. Recurso desprovido. Se ainda não estava prescrito o crédito tributário no momento da propositura da execução fiscal, não pode o exeqüente ser prejudicado pela mora imputável ao Poder Judiciário (STJ, Súmula 106). Há de se aplicar a regra de que, se é certo que a prescrição se interrompe com a citação do devedor, também o é que uma vez procedida esta, a data da interrupção retroage à propositura da ação (CPC, art. 219, § 1º) (TJSC, Ap. Cív. n. 2008.040380-8, da Capital, rel. Des. Luiz Cézar Medeiros, j. 4.12.2008). (Agravo de Instrumento n. 2011.071653-0, da Capital, rel. Des. Pedro Manoel Abreu, j.08/10/2012)
APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO FISCAL. ICMS. PRESCRIÇÃO DECRETADA DE OFÍCIO. INOCORRÊNCIA. DEMONSTRAÇÃO DE IMPULSO E MOVIMENTAÇÃO DO PROCESSO PELO APELANTE. MORA QUE DEVE SER IMPUTADA AO JUDICIÁRIO. SUMULA 106 DO STJ. SENTENÇA CASSADA. RETORNO DOS AUTOS À COMARCA DE ORIGEM PARA REGULAR PROSSEGUIMENTO DO FEITO. RECURSO PROVIDO. (Apelação Cível n. 2010.085242-4, de São José, rel. Des. José Volpato de Souza, j. 02/08/2012).
AGRAVO DE INSTRUMENTO - JULGAMENTO TAMBÉM DA APELAÇÃO CÍVEL - EXECUÇÃO FISCAL - ICMS - REDIRECIONAMENTO CONTRA O SÓCIO-GERENTE - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE - INOCORRÊNCIA - DEMORA NA CITAÇÃO PROVOCADA PELO JUDICIÁRIO APÓS O PEDIDO DE REDIRECIONAMENTO - EXEQUENTE QUE DEU ANDAMENTO REGULAR AO FEITO - SÚMULA 106 DO STJ. "Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência." (Súmula 106 do Superior Tribunal de Justiça). (Agravo de Instrumento n. 2010.017226-1, de Rio do Sul, rel. Des. Jaime Ramos, j. 28/03/2012).
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FALTA DE INTIMAÇÃO DA AGRAVADA. DESNECESSIDADE. RELAÇÃO PROCESSUAL AINDA NÃO ESTABELECIDA NO PROCESSO QUE ORIGINOU O RECURSO. [...] EXECUÇÃO FISCAL. REDIRECIONAMENTO DO FEITO. PRAZO PRESCRICIONAL DE 5 (CINCO) ANOS DECORRIDO ENTRE A CITAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA E O PEDIDO DE INCLUSÃO DA SÓCIA-GERENTE NO POLO PASSIVO. DEMORA, NO ENTANTO, IMPUTÁVEL AO PODER JUDICIÁRIO (SÚMULA 106 DO STJ). IMPOSSIBILIDADE DE DECRETAÇÃO DA PRESCRIÇÃO.
REFORMA DA DECISÃO AGRAVADA. "O redirecionamento da execução contra o sócio deve dar-se no prazo de cinco anos da citação da pessoa jurídica, sendo inaplicável o disposto no art. 40 da Lei n. 6.830/80 que, além de referir-se ao devedor, e não ao responsável tributário, deve harmonizar-se com as hipóteses previstas no art. 174 do CTN, de modo a não tornar imprescritível a dívida fiscal (Precedentes: REsp n. 205.887, DJU de 01/08/2005; REsp n. 736.030, DJU de 20/06/2005; AgRg no REsp n. 445.658, DJU de 16.05.2005; AgRg no Ag n. 541.255, DJU de 11/04/2005)."[...] Desta sorte, não obstante a citação válida da pessoa jurídica interrompa a prescrição em relação aos responsáveis solidários, decorridos mais de 05 (cinco) anos após a citação da empresa, ocorre a prescrição intercorrente inclusive para os sócios."[...] A aplicação da Teoria da Actio Nata requer que o pedido do redirecionamento seja feito dentro do período de 5 anos que sucedem a citação da pessoa jurídica (REsp 975.691/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/10/2007, DJ 26/10/2007 p. 355) [...]"(EDcl no AgRg no Ag n. 1.237.388/SP, rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, j. em 22-6-2010, DJ de 3-8-2010). No caso, entretanto, impossível é o reconhecimento da prescrição, nos termos da Súmula 106 do STJ, uma vez que a demora no curso processual deu-se sobretudo por falha do Juízo, que tardou em cumprir as diligências requeridas. [...] (Agravo de Instrumento n. 2011.038017-7, de Jaraguá do Sul, rel. Des. Vanderlei Romer, j. 19/01/2012).
Considerando que os créditos tributários inscritos na certidão executada tem como termo inicial da contagem do prazo prescricional a data do vencimento da primeira parcela ou parcela única, 01/03/1991, 01/03/1992 e 01/03/1993, e como termo final a data do ajuizamento da execução fiscal, ou seja, dia (fl. 18 verso - 21/05/1996), os débitos tributários de 1991 foram atingidos pela prescrição.
Ante o exposto, reconheço de ofício a extinção dos débitos de IPTU do ano de 1991; e nego provimento ao recurso de apelação do município para que a execução fiscal prossiga com relação aos débitos de 1992 e 1993.
Este é o voto.
Gabinete Des. Cid Goulart
TJ-MS - Apelação : APL 08000679020138120025 MS 0800067-90.2013.8.12.0025
Processo APL 08000679020138120025 MS 0800067-90.2013.8.12.0025 Orgão Julgador 1ª Câmara Cível 
Publicação 30/03/2016 
Julgamento 29 de Março de 2016 
Relator Desª. Tânia Garcia de Freitas Borges 
Ementa
APELAÇÃO – AÇÃO REIVINDICATÓRIA – PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA – AFASTADA – EXCEÇÃO DE USUCAPIÃO – REQUISITOS NÃO CONFIGURADOS – GEORREFERENCIAMENTO – NÃO ATENDIMENTO À FORMA PRESCRITA EM LEI – RETENÇÃO POR BENFEITORIAS – IMPOSSIBILIDADE – BOA-FÉ NÃO DEMONSTRADA – ART. 1.201, DO CÓDIGO CIVIL – DELIMITAÇÃO DA ÁREA LITIGIOSA – DESNECESSIDADE – RECURSO NÃO PROVIDO.
I - não se verifica a ocorrência de cerceamento de defesa, na medida em que o magistrado indefere as provas que julga ser inúteis ao deslinde da controvérsia, agindo de forma a prestigiar a economia e celeridade processual.
II - não há que se falar em aquisição da propriedade pela usucapião, quando não preenchidos todos os requisitos necessários para a aquisição prescritiva.
III – O georreferenciamento produzido sem a anuência de todos os confrontantes terrestres do imóvel é nulo por desrespeitar os ditames do Decreto n. 4.449/2002, ensejando a nulidade da matrícula dele originada.
IV – Não assiste direito de retenção por benfeitorias ao possuidor que não demonstrou a sua realização, bem como tinha ciência do vício envolvendo a coisa litigiosa, impedindo sua aquisição (art. 1201, do CC/02).
V – Não há vícios na sentença que, ao julgar totalmente procedentes os pedidos iniciais, determina a desocupação da área litigiosa, sem delimitar expressamente o total da área a ser restituída, quando a área reivindicada corresponde exatamente ao total que os requeridos/apelantes pretendem que seja delimitado.

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