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Jean Piaget
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
A obra piagetiana é qualificada como sendo de Epistemologia Genética. Epistemologia é a ciência que estuda como o conhecimento é adquirido. Genética diz respeito à evolução e desenvolvimento. 
No sistema piagetiano, a inteligência, independentemente de seu conteúdo e nível de desenvolvimento, é definida por dois aspectos interdependentes: organização e adaptação. Para Piaget, a inteligência não é herdada. O que herdamos é uma capacidade para adaptar-nos, são predisposições para adaptar-nos. O que estamos dizendo? Que é no processo de nos adaptarmos ao mundo que a nossa inteligência se desenvolverá.
O QUE PROMOVE O DESENVOLVIMENTO DA INTELIGÊNCIA?
 1. Maturações internas do organismo, complexificação biológica ligada à maturação do sistema nervoso.
 2. Aquisições vinculadas à experiência 
3. Estimulação ou imposição do meio externo social (regras, valores, símbolos, etc)
EGOCENTRISMO
 O ego - ou eu - como centro. 
Assim para a criança, até os cinco ou seis anos de idade, o centro do mundo é ela mesma. O mundo existe a partir dela e para ela. Ainda não há uma distinção nítida entre o eu e o tu, entre o eu e o nós, ou seja, não há uma distinção entre o eu e o não-eu. Piaget concluiu que a construção do mundo objetivo e a elaboração do raciocínio lógico consistem na redução gradual do egocentrismo, em favor de uma socialização progressiva do pensamento, o desenvolvimento da responsabilidade individual e coletiva -independente da autoridade ou da sanção imposta. Em suas palavras, “devido a um mecanismo aparentemente paradoxal (...) o sujeito se conhece menos no momento em que está mais centrado em si mesmo.”
ESTRUTURA, EQUILÍBRIO, AUTO- REGULAÇÃO
 	Os conceitos de estrutura, equilíbrio e auto-regulação formam um anel cujos aros entrelaçados vinculam as dimensões biológica, psicológica e filosófica na teoria de Piaget. 
ESTRUTURA
"(...) é um sistema com leis ou propriedades totalizantes (...) um sistema de transformações que, enquanto possui leis próprias, precisamente em razão de suas transformações se conserva ou enriquece (...).” Então fica combinado: estruturas são constructos teóricos ou hipotéticos.
As estruturas cognitivas de que trata Piaget são extremamente móveis e estão em permanente processo de adaptação. É preciso pensá-las mais como unidades organizativas, isto é, como sendo uma base que estabelece uma disposição, uma ordem das partes formando um todo.
Seria um conjunto das partes de uma construção. Elas ordenam no sentido de classificar e distribuem as partes de acordo com os tipos específicos de problemas, estimulações que implicam níveis diversos de organização. 
EQUILÍBRIO
 	 Imagine, por exemplo, alguém andando de bicicleta: essa pessoa está sempre a um minuto do desequilíbrio. Todo o tempo está equilibrada, mas à beira do desequilíbrio: é preciso, por exemplo, desviar-se de obstáculos, ou, tendo que enfrentá-los, re-equilibrar-se. Pois então, o equilíbrio cognitivo identifica antecipadamente possíveis perturbações, estimulações e organiza-se em termos de estrutura para fazer frente a elas.
A inteligência desenvolve-se em razão de uma tendência interna de melhorar permanentemente as condições de equilíbrio. O desenvolvimento cognitivo é um processo de eqüilibração. Organismo e inteligência constituem sistemas abertos ao meio e em permanente intercâmbio com o mesmo.
ESQUEMA
Esquemas(...) são as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos intelectualmente se adaptam e organizam o meio. (...) esquemas são estruturas que se adaptam e se modificam com o desenvolvimento mental. 
O esquema, tal como a estrutura é, assim, uma disposição mental que permite ao homem adaptar-se e, ao mesmo tempo, organizar e transformar o ambiente em que vive. O termo adaptação em Piaget é essencialmente dinâmico. Ao adaptar-se o ser humano muda, transforma a si e ao meio ambiente.
Pense agora o esquema dentro da estrutura. Ambos são dispositivos mentais, isto é, capacidades mentais. Havendo estimulação quer interior, quer exterior, há uma mobilização da estrutura, através do esquema, para responder à estimulação. À medida em que vão respondendo, a estrutura e o esquema se modificam e enriquecem. Por isso se fala em mobilidade do esquema que nada mais é do que a capacidade do homem para responder às estimulações. Quanto mais rico de informações é um esquema, maior capacidade de resposta. 
Os esquemas são, portanto, flexíveis e capazes de transformação, sendo que um esquema poderá ser utilizado em variadas situações e de modos diferentes. Do esquema faz parte, por outro lado uma organização interna que lhe confere relativa estabilidade, impedindo que a cada momento e de qualquer maneira esse esquema se transforme. 
ADAPTAÇÃO = ASSIMILAÇÃO + ACOMODAÇÃO
 	 A adaptação envolve um equilíbrio entre dois processos complementares: acomodação e assimilação. 
ASSIMILAÇÃO
 	O processo de assimilação visa integrar, incorporar um elemento, estímulo novo, desconhecido, aos esquemas já existentes. É um processo contínuo e diversificado. Seria uma simplificação pensar que o ser humano processa um estímulo por vez. 
ACOMODAÇÃO
Através de progressiva exercitação, os esquemas se amoldam a situações mutantes, o que Piaget designava como acomodação. Assim, acomodação é a criação de novos esquemas ou a modificação de velhos esquemas. Ambas as ações resultam em uma mudança na estrutura cognitiva (esquemas) ou no seu desenvolvimento. Nenhum comportamento é só assimilação ou só acomodação. Todo comportamento reflete ambos os processos, embora alguns comportamentos expressem, relativamente, mais um processo do que outro. Na acomodação o organismo se transforma para poder lidar com o ambiente. A assimilação refere-se ao processo em que não o organismo, mas o objeto é que é transformado e se torna parte do organismo.
OS ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
Ao dividir o desenvolvimento cognitivo em estágios é importante alertar para o fato de que tal divisão não é rígida em termos da idade das crianças. Pelo contrário, há uma flexibilidade quanto a essa divisão, e é oportuno lembrar que o ambiente sócio cultural é uma variável a ser levada em conta quando se trata desta questã. Piaget afirmou que o conhecimento resulta da interação do indivíduo com o meio. É possível inferir, a partir daí, que quanto mais rico é o meio em termos de estimulações, maior será o desenvolvimento da inteligência.
O desenvolvimento é contínuo, gradual. Não há saltos entre períodos. Contudo, algumas crianças apresentam uma aceleração no desenvolvimento e ultrapassam períodos, estágios, em idades mais precoces. Pode também acontecer o contrário. A continuidade, porém, é mantida. Em resumo, todas as crianças passam por todos os estágios. O que pode mudar é a idade em que estará percorrendo um ou outro. 
ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR (0 a 2 ANOS)
1. REFLEXO (0 a 1 mês)
No estágio sensório-motor a criança desenvolve comportamentos adaptativos que não são acompanhados por representações mentais. Este estágio é marcado inicialmente por comportamentos reflexos, hereditários, que vão preparando a criança para adaptar-se ao meio.
2. REAÇÕES CIRCULARES PRIMÁRIAS (01 a 04 MESES )
 	Quando casualmente um comportamento da criança leva a um resultado interessante, prazeroso, há uma tendência à repetição. É também nesta fase que a criança começa a demonstrar curiosidade e imitação. Começam também a ser elaboradas as primeiras noções de realidade, como as de espaço, tempo, causalidade e permanência do objeto.
3. REAÇÕES CIRCULARES SECUNDÁRIAS (04 a 08 MESES)
Diferentemente da reação circular primária em que o próprio corpo é o centro do mundo ou realidade exterior, as reações circulares secundárias englobam objetos externos. A criança começa a manipulá-los. Nesta fase, objetos pendurados no berço em altura conveniente para serem tocados pela criança são fontes estimuladoras para que ela, uma vez tocando-os por um movimento acidental, venha a repetir o movimento.4. COORDENAÇÃO DE ESQUEMAS SECUNDÁRIOS 
( 08 a 12 MESES )
 	Nesta fase é possível observar atos mais completos da inteligência, ou os primeiros atos propriamente inteligentes. Há uma coordenação entre fim e meio. A criança também está ativamente trabalhando para formar uma noção de eu, distinguir-se dos demais. Ela é capaz de procurar e achar objetos escondidos.
 	 É também uma fase de intensa imitação como: acenar com a mão, fazer caretas, bater palmas, etc. Após observar alguém ela tenta imitar o comportamento que chamou sua atenção. Há o desenvolvimento da capacidade da criança de combinar, utilizar esquemas antigos para obter resultados desejados
 	Não há invenção de esquemas, mas uma assimilação generalizadora. Esquemas antigos são utilizados em novas situações, mostrando generalização de esquemas
5. REAÇÕES CIRCULARES TERCIÁRIAS ( 12 a 19 MESES ).
A criança, nesta fase, começa a experimentar de forma ativa novos comportamentos. A imitação anterior é substituída por um novo tipo de imitação, na qual o modelo não está presente. É como se o modelo já existisse no repertório de esquemas da criança. Nesta fase ela experimentará novos atos completos de inteligência a que se pode chamar de descoberta de novos meios por experimentação ativa.
ESTÁGIO PRÉ-OPERACIONAL (DOIS A SETE ANOS)
A principal característica deste estágio é o desenvolvimento da capacidade simbólica da criança. Ela é capaz de representar uma coisa por outra, isto é, formar esquemas simbólicos. Ela já não depende só de suas sensações e movimentos, mas utiliza a imagem, a palavra. 
Neste estágio ela também estará desenvolvendo, de forma ativa, a linguagem que lhe abre um universo ilimitado no campo das representações. O jogo simbólico, a imitação, as brincadeiras são fontes riquíssimas para o desenvolvimento da linguagem que, neste estágio, sofre uma verdadeira explosão
EGOCENTRISMO - se caracteriza por uma visão de realidade que parte do próprio eu. A criança não diferencia entre o eu e o meio exterior. Ambos se confundem. 
CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO Segundo Piaget, a criança pré-operacional caracteriza-se por uma centralização, isto é, focaliza apenas uma dimensão do estímulo, sendo incapaz de levar em conta mais de uma dimensão ao mesmo tempo. A criança pré-operacional é dependente da percepção imediata, unidimensional e, portanto, sujeita a erros, enganos, distorções da percepção. Ela ainda não possui esquemas suficientes para guiar-se ao mesmo tempo por dimensões de largura e comprimento. 
3. ESTADOS E TRANSFORMAÇÕES - No estágio pré-operacional a criança necessita manipular objetos concretos e que estejam fisicamente presentes. Há fixação de impressões momentâneas e a criança não consegue juntar totalidades nem perceber transformações que unificam partes isoladas. Por exemplo: tem dificuldade em reconhecer que o vapor que sai de uma chaleira de água fervendo é uma transformação da água que ali estava, ou que o cubo de gelo é a mesma água que colocamos no congelador.
4. IRREVERSIBILIDADE - A criança não compreende que quando fazemos uma transformação, por exemplo a da massinha transformada em bola ou lingüiça, ou no exemplo da água transformada em gelo, que nós também podemos também desfazê-la.Ela ainda não consegue entender que certos fenômenos são reversíveis, que se pode fazer, desfazer e até refazer alguma coisa. A criança é incapaz de rearranjar mentalmente objetos ou de concebê-los em alguma outra disposição. Um dos conceitos ligados à reversibilidade é o de invariância, que se refere à noção de que certas coisas não se alteram quando mudamos suas formas. Por exemplo, a quantidade de massa não se altera quando mudamos a sua forma.
ESTÁGIO DE OPERAÇÕES CONCRETAS
 (SETE A DOZE ANOS)
 	Neste estágio, das operações concretas, a criança já possui um tipo de assimilação mais rica, integrada e articulada com o mecanismo de acomodação. Os processos eqüilibrativos entre assimilação e acomodação se apresentam dentro, ou sob o comando, de um sistema cognitivo coerente e integrado. A inteligência se torna representativa, o que quer dizer que cada objeto pode ser evocado em imagem. Não há mais a necessidade da presença do objeto. Há uma imagem mental que permite à criança evocar esse objeto em sua ausência. 
 	Na fase das operações concretas, uma criança usa a lógica e o raciocínio de um modo elementar, mas unicamente os aplica na manipulação de objetos concretos, não em proposições verbais.
 	Entretanto, outros tipos de expressão verbal que requeiram o uso de operações formais, ou seja, relações lógicas, abstratas [1], só serão possíveis a partir dos onze ou doze anos. Essas proposições referentes a relações lógicas dependem do progresso e do desenvolvimento das capacidades intelectuais.
 	Neste estágio ocorre uma regressão do egocentrismo e a criança alcançará progressos significativos em suas relações sociais, percebendo que as pessoas têm pensamentos, sentimentos, e necessidades diferentes dos seus. 
ESTÁGIO DAS OPERAÇÕES FORMAIS
 (DOZE ANOS EM DIANTE)
 	 O estágio das operações formais, que corresponde ao início da adolescência, se caracteriza, sobretudo, por um grande desenvolvimento da inteligência, tanto na sua capacidade assimilativa quanto acomodativa. O adolescente é capaz de desempenhar operações mentais não só a partir de objetos concretos, mas também com símbolos.
 Nesta fase, o adolescente desenvolve capacidades para pensar em termos de hipóteses, probabilidades e o raciocínio científico emerge em sua forma mais sistemática e refinada.O desenvolvimento intelectual, neste período, é acompanhado por profundas mudanças sócio-emocionais.

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