Buscar

MONOGRAFIA - Alternativas Tecnológicas Sistema Mesoestrutura

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS 
ARQUITETURA E URBANISMO 
_____________________________________________________________________ 
 
Trabalho Final de Graduação – 1º semestre de 2003 
 
 
Aluno : Rafael Mantuano Netto 
 
Orientadora : Margarete Maria de Araújo Silva - Leta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alternativas Tecnológicas para Sistemas de Mesoestrutura 
 
 
- Análise, pesquisa, desenvolvimento e aplicação de sistemas de mesoestrutura; 
- Detalhes construtivos, interferências, estudos de viabilidade. 
 
 
 
Belo Horizonte – Minas Gerais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1
 
 
 
Rafael Mantuano Netto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alternativas Tecnológicas para Sistemas de Mesoestrutura 
 
 
- Análise, pesquisa, desenvolvimento e aplicação de sistemas de mesoestrutura; 
- Detalhes construtivos, interferências, estudos de viabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso pela disciplina Trabalho Final de Graduação, Faculdade de 
Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
1º Semestre/2003 
 
 
 
 
 
 
 2
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. O TEMA – DEFINIÇÕES GERAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 
 
2. A ÁREA – DIAGNÓSTICO PRELIMINAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05 
2.1 - Estrutura Físico-Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 
2.2 - Estrutura Físico-Funcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 
2.3 - Estrutura Sócio-Econômica e Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 
2.4 - Estrutura Morfológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 
2.5 - Legislação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 
2.6 - Projetos Existentes – Influência Direta na Área . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 
 
3. JUSTIFICATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 
3.1 - Pertinência do Projeto para a Cidade e o Local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 
3.2 - Pertinência do Projeto como Trabalho de Graduação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 
 
4. REFERÊNCIAS URBANÍSTICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 
 
5. A PROPOSTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 
 
6. APLICAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 
6.1 - Coleta, Armazenamento, Utilização, Condução e Destinação para Águas 
Pluviais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 
6.2 - Alteração e Adequação das Leis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 
6.3 - Vias e Passeios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 
6.4 - Vegetação: Usos e Características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 
 
BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3
 
 
1. O TEMA – DEFINIÇÕES GERAIS 
 
Este trabalho tem como parâmetro básico a idéia de sustentabilidade, 
conceito que vem sendo usado recentemente como elemento determinante para o 
desenvolvimento e sobrevivência das cidades e de nosso planeta. 
 Baseado nesse conceito, este trabalho visa pesquisar os sistemas de 
mesoestrutura urbana atualmente utilizados, analisando seu grau de 
sustentabilidade e funcionalidade enquanto um sistema integrado. A partir desta 
análise, serão propostas alternativas para estes sistemas, visando uma melhor 
adequação às particularidades do local, sua realidade sócio-econômica, e sua 
importância enquanto um sistema que afeta diretamente o funcionamento das 
cidades, o que evidencia a necessidade de se propor soluções que sejam 
sustentáveis. Estas soluções pesquisadas serão apresentadas através de detalhes 
construtivos, análises de viabilidade e custos, onde serão considerados, entre 
outros, os impactos ambientais gerados. Ao final desta pesquisa, as propostas serão 
aplicadas em uma situação urbana real. 
 Uma vez terminada esta etapa do trabalho, sua continuação torna-se 
inevitável, pois neste caso, somente através do desenvolvimento e pesquisa 
permanentes de alternativas tecnológicas, sustentáveis e viáveis, que se conseguirá 
um progresso humano adequado e responsável. 
Esse conceito de sustentabilidade, de desenvolvimento sustentável, vem 
sendo empregado com mais ênfase desde a ECO 92, realizada no Rio de Janeiro, 
conferência mundial na qual líderes de diversos países discutiram, entre outros, 
alternativas e parâmetros para um desenvolvimento que esteja “preocupado” com as 
questões ambientais, e que seja ao mesmo tempo sustentável. 
Já no segundo semestre de 2002, representantes de dezenas de países 
encontraram-se em Johanesburgo, na África do Sul, para a RIO + 10 – Conferência 
Mundial pelo Meio Ambiente, na qual foram discutidos os resultados da ECO 92, o 
que foi feito efetivamente até o momento, e novamente foram propostas alternativas, 
soluções e parâmetros para um desenvolvimento sustentável. 
Tal desenvolvimento só é possível através do domínio e vontade por parte 
dos governantes no uso de tecnologias mais adequadas. Ou seja, do conhecimento 
dos princípios da ciência aplicados, no nosso caso, à construção. Isto permite-nos 
 
 
 
 
 
 
 4
 
 
realizar a equação necessidades-disponibilidades-desempenho, com criatividade, 
dando às populações as melhores e mais adequadas soluções possíveis, com os 
menores custos operacionais, tendo em vista sempre o longo prazo. 
Porém, atualmente percebemos um distanciamento entre a tecnologia e 
técnica, e a maior parte da população, o que é percebido se analisarmos as 
construções, principalmente na periferia e nos interstícios das cidades. Contudo, não 
é somente nas construções (edificações) que se percebe este distanciamento, mas 
também em suas veredas, escadas, canais de esgoto, redes elétricas e de água, as 
pontes, os sistemas de drenagem, contenções e demais sistemas de mesoestrutura. 
Obras estas relevantes, pois estão contribuindo para a conformação (ou 
deformação) de cidades como São Paulo, Buenos Aires, Cidade do México, 
Caracas, entre outras, em um processo de crescimento urbano acelerado, sem o 
devido planejamento e uso adequado de soluções tecnológicas (MASCARO, L., 
1989). 
 Esse distanciamento também pode ser percebido se analisarmos a relação 
entre tecnologia, técnica e arquitetura, podendo ser traduzido como um 
distanciamento entre teoria e prática. O pesquisador, muitas vezes, não se preocupa 
com as etapas seguintes de seu trabalho, que seria sua assimilação por parte dos 
profissionais de execução. Em nosso caso, o arquiteto, submerso em seus projetos, 
esquece-se de que existem equipes de pesquisa que trabalham para desenvolver e 
melhorar muito daquilo que concerne à sua atuação. Por fim, existem poucos canais 
de conexão entre o mundo teórico e o mundo profissional. A própria universidade, 
entendida como centro de transmissão e desenvolvimento do conhecimento 
humano, deveria se responsabilizarpela formação de um profissional e de um 
pesquisador com uma nova mentalidade. 
Essa discussão sobre pesquisa teórica e aplicada é importante na medida em 
que a pesquisa acadêmica é muitas vezes considerada, por parte dos profissionais, 
como abstrata e inútil. Uma solução para este problema seria estabelecer, entre a 
pesquisa, referências diretas com a realidade do contexto produtivo e construtivo no 
qual está inserida, avaliando criticamente as atitudes e as posições assumidas por 
parte dos vários operadores que nela estão envolvidos, atingindo assim resultados 
mais aplicáveis. 
A pesquisa de uma nova relação entre tecnologia e arquitetura propõe, por 
um lado, a tornar comunicável a relação projeto / construção ou invenção / 
 
 
 
 
 
 
 5
 
 
execução. Portanto o enfoque tecnológico pode ser visto como a pesquisa de uma 
dimensão da arquitetura não mais coincidente só com as medidas físicas da 
construção, mas com o conjunto das operações a serem programadas para se 
construir uma outra natureza, alternativa àquela tradicional. 
No entanto, essa crença na tecnologia, que supõe que as mudanças se 
produzirão de modo quase automático, uma vez introduzidas as novas técnicas de 
produção relacionadas à tecnologia apropriada, não deve ser usada como regra 
geral. Portanto, é impossível pensar em termos de mudança tecnológica sem que se 
produza uma mudança social, política e cultural. Porém não se pode permanecer 
imóvel, ou simplesmente crítico, sem prática, no que se refere à elaboração e 
aplicação da tecnologia, rejeitando as alternativas tecnológicas existentes. É 
fundamental passar por uma etapa de elaboração teórico / crítica, para que os 
resultados almejados se apresentem adequados às características específicas que 
cada situação urbana impõe. 
Daí a necessidade de se criar alternativas que viabilizem o desenvolvimento 
das cidades, de modo que possam conviver em harmonia com o meio ambiente, e 
que as gerações futuras não sofram as consequências de um desenvolvimento 
irresponsável. 
Sendo assim, torna-se de extrema importância o compromisso de nós, 
Arquitetos e Urbanistas, e demais profissionais envolvidos, com a pesquisa e efetiva 
implementação de alternativas para o desenvolvimento sustentável das cidades. 
 
 
 
2. A ÁREA – DIAGNÓSTICO PRELIMINAR 
 
A área a ser trabalhada se localiza no Município de Belo Horizonte, no bairro 
Minas Brasil, Regional Noroeste (mapas 1 e 2). Está delimitada pela avenida 
Ressaca a oeste, avenida dos Esportes a sul, rua Professor Rafael Hardy a leste, e 
ruas Lorena e Carioca a norte. 
Em um contexto macro, podemos caracterizar a Regional Noroeste como um 
“lugar de passagem”, com a presença de diversos corredores viários importantes no 
contexto da cidade. Podemos destacar a Via Expressa, o Anel Rodoviário e a Rua 
Padre Eustáquio, os quais circundam a área em estudo. Esta, como dito 
 
 
 
 
 
 
 6
 
 
anteriormente, se localiza no bairro Minas Brasil – Unidade de Planejamento Padre 
Eustáquio (mapa 3), tendo como seu entorno imediato os bairros Padre Eustáquio, 
Dom Cabral e Coração Eucarístico. 
 
(Mapa 2) 
(Mapa 1) 
A Regional Noroeste possui uma 
população estimada de 337792 habitantes, sendo (Mapa 3) 
a mais populosa. A Unidade de Planejamento 
Padre Eustáquio, onde está inserida a área em estudo, possui uma população de 
50146 habitantes. (Fonte: IBGE. Censo Demográfico, 1991; Contagem Populacional, 1996. Org.: 
DITPL. 2000.). 
Estes dados refletem a importância que deve ser dada ao correto 
funcionamento dos sistemas de mesoestrutura, os quais estão diretamente 
relacionados à população beneficiada. Ou seja, quanto maior o número de usuários, 
mais bem planejados devem ser tais sistemas. Outro dado importante nesta análise 
 
 
 
 
 
 
 7
 
 
é o aumento da área total anual de baixa de construção na Regional Noroeste. 
Em 1995, esta área foi de 7.219,02 metros quadrados. Já em 2000, passou para 
80.089,96 metros quadrados (SMAU. 2000.). Este aumento é mais um fator que deve 
ser considerado ao se planejar e dimensionar tais sistemas. 
Apesar deste aumento da área construída e consequente demanda por infra-
estrutura, a prefeitura e órgãos públicos têm conseguido bons resultados. A tabela a 
seguir mostra a estrutura das vias na Unidade de Planejamento Padre Eustáquio 
(Tabela 1). 
 
(Tabela 1 – Estrutura das vias – Unidade de Planejamento Padre Eustáquio) 
TIPO DE ESTRUTURA (%) 
DISPONIB. 
ÁGUA TRATADA 
DISPONIB. 
REDE ESGOTO 
FORNECIMENTO 
ENERG. ELÉTRICA
POSSIBILIDADE 
DE ACESSO 
(Vias Pavimentadas)
REDE 
TELEFÔNICA 
ILUMINAÇÃO 
PÚBLICA 
 
(Fonte: PBH. SMFA. IPTU 1996. URBEL; CEURB/UFMG.1998.) 
 
Através destes dados procura-se evidenciar não a necessidade de dotar a 
região de infra-estrutura, mas pensar no que é feito hoje e o que pode ser melhorado 
visando soluções mais adequadas. 
Passaremos agora para uma análise mais detalhada da área. 
 
 
 
2.1 ESTRUTURA FÍSICO-AMBIENTAL 
 
O município de Belo Horizonte, segundo dados do Plano Diretor de Belo 
Horizonte de 1996 – Lei de Uso e Ocupação do Solo, está inserido na grande 
unidade geológica conhecida como cráton do São Francisco. Possui uma fisiologia 
diversificada e estreitamente vinculada às propriedades geológicas de seu substrato. 
Predominam as rochas arqueanas, integrantes do Complexo Belo Horizonte, e 
seqüências supracrustais. Caracteriza-se por ser uma zona de gnaisse recoberto por 
espesso manto de intemperismo bem desenvolvido. 
96,60 96,40 98,35 98,25 97,77 98,25
 
 
 
 
 
 
 8
 
 
O domínio do Complexo Belo Horizonte integra a unidade geomorfológica 
denominada Depressão de Belo Horizonte. Este representa cerca de 70% do 
território de Belo Horizonte e tem sua área de maior expressão a norte da calha do 
ribeirão Arrudas. Neste, predominam as rochas gnáissico-migmáticas em diferentes 
estágios de alteração. Seu relevo é caracterizado por colinas de topo plano a 
arqueado e encostas côncavas / convexas, de declividades variadas. Entre elas 
ocorrem com freqüência anfiteatros de encostas côncavas e drenagem convergente 
e nichos resultantes da estabilização de antigas voçorocas (Fonte: BELO HORIZONTE. 
PBH. Plano Diretor de Belo Horizonte. Lei de uso e ocupação do solo: estudos básicos, 1995.). 
 Esta porção do Município de Belo Horizonte situada a norte do ribeirão 
Arrudas, engloba as bacias do ribeirão do Onça, ribeirão do Isidoro, e parte da bacia 
do ribeirão Arrudas, na qual está inserida a área em estudo (mapas 4 e 5). 
 
(Detalhe da área em estudo) 
(Mapa 5 – sem escala) 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Mapa 4) 
 Segundo o Zoneamento geotécnico de Belo Horizonte – Acervo da 
SMPL/PBH, 1995, o terreno onde situa-se a área em estudo apresenta uma taxa de 
infiltração elevada em superfícies planas a moderadamente inclinadas, com 
 
 
 
 
 
 
 9
 
 
vegetação natural; erodibilidade mediana a elevada; e uma boa proteção contra a 
penetração de efluentes perigosos. Ascensão capilar pode ser elevada em áreas 
com baixa declividade em fundos de vale. 
A área em estudo possui uma topografia irregular, conformando uma vertente 
predominantemente convexa, porém, apresentando trechos em forma côncava. Está 
limitada por dois fundos de vale, compreendidos pelas avenidas Ressaca e dos 
Esportes, e pela rua Professor Rafael Hardy, onde ao norte percebe-se a 
conformação de um “anfiteatro fechado” (mapa 6).As declividades 
encontradas são 
bastante variáveis, 
ficando abaixo dos 
5% nos fundos de 
vale (Avenida 
Ressaca e Avenida dos Esportes), e ultrapassando os 30% na maior parte do 
terreno e seu entorno imediato, e podendo ainda atingir declividades acima dos 
Topografia – Área em estudo - (Mapa 6) 
 
 
 
 
 
 
 10
 
 
47%, o que impossibilita ou dificulta sua ocupação. Isto pode ser verificado devido à 
quantidade de vazios e áreas verdes ainda existentes no local, tendo em vista as 
áreas adjacentes, já densamente ocupadas. Porém, quando se observa o bairro 
Minas Brasil, assim como os bairros do entorno, verifica-se uma porcentagem 
pequena de vegetação (que possa contribuir com a área de permeabilidade), 
aparecendo de forma pontual, e em geral, nos locais de altas declividades. Podemos 
citar, como exceção, a região do Aeroporto Carlos Prates (implantado em 2000), e a 
mata da PUC/MG, entre outros poucos. Uma parte dessa área verde apresenta-se 
ao longo das calçadas, o que não contribui para o aumento da permeabilidade, já 
que a área de infiltração é mínima. 
Essa pouca cobertura vegetal, o que no nosso caso deve ser traduzida como 
uma porcentagem pequena de área permeável, contribui de forma prejudicial para a 
o meio ambiente e infra-estrutura local (Tabela 2 – OBS: Esta tabela considera toda 
e qualquer cobertura vegetal existente, o que em grande parte não representa a real 
porcentagem de área permeável.). Parte das águas, principalmente pluviais, que 
deveriam infiltrar na terra, não o fazem e acabam por sobrecarregar os sistemas de 
drenagem, que pode ocasionar inundações, entre outros. Além disso, quando se têm 
áreas de altas declividades, acima de 30% (situação em que se encontra uma 
grande parte da área em estudo e seu entorno), os riscos de deslizamento são 
consideráveis, e a presença de cobertura vegetal neste caso é fundamental. 
 
(Tabela2 - Área verde por unidade de planejamento em Belo Horizonte – 1994) 
UNIDADE DE 
PLANEJAMENTO 
ÁREA 
UP km² 
HAB. 
POR 
UP 
ÁREA 
VERDE 
km² 
ÁREA 
VERDE 
m²/hab. 
COBERTURA 
VEGETAL - % 
Padre Eustáquio 5,4590 50.146 1,7016 33,93 31,170 
(Fonte: IGC/UFMG. Centro de Sensoriamento Remoto do Instituto de Geociências. 1994. 
IBGE. Contagem populacional de 1996). 
Nota: Considerou-se Área Verde toda a cobertura vegetal da cidade detectada por imagem 
de satélite através de Sensoriamento Remoto e Cartografia Digital. Abrange todas e quaisquer 
áreas cobertas por vegetação, desde grandes áreas até jardins e gramados em áreas públicas e 
privadas. 
 
Esse aumento da área permeável, seja nas construções, seja através de 
soluções aplicadas diretamente nos espaços públicos afetados, deve interferir de 
forma a reduzir o volume de água a ser despejada nos córregos que limitam a área, 
 
 
 
 
 
 
 11
 
 
o que interfere no local e no contexto de toda a bacia do ribeirão Arrudas. Os cursos 
d’água encontram-se sob a avenida Ressaca e avenida dos Esportes, que limitam a 
área em estudo, e cujos nomes correspondem aos das avenidas. 
Ambos os córregos fazem parte da bacia do ribeirão Arrudas, sendo 
contribuintes diretos. O Córrego da avenida Ressaca possui uma área de 99 
hectares, e o comprimento do curso principal de 1604 metros. Já o Córrego da 
avenida dos Esportes possui uma área 37 hectares, com um comprimento do do 
curso principal de 1059 metros (Fonte: PBH. SUDECAP. Plano Diretor de Drenagem de Belo 
Horizonte. 2000. Elaboração e organização. DITPL. 2000.). Os dois cursos d’água 
encontram-se canalizados. 
Um outro fator que deve ser considerado no correto planejamento das redes 
de infra-estrutura e condução das águas, nos sistemas de coleta e armazenamento 
de água pluvial, e na destinação de locais adequados para intervenções, é a 
variação da precipitação pluviométrica em Belo Horizonte. Analisando a tabela 3, 
percebe-se uma grande diferença entre os índices de precipitação. 
 
(Tabela 3 – Variação da precipitação pluviométrica em Belo Horizonte – 1999) 
PERÍODO VARIAÇÃO 
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
MÉDIA 
DO ANO 
 
1999 
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA 
Altura Total (mm) 237,3 94,7 246,4 56,7 4 2,4 0 0 43,8 84 280,3 294,1 1343,7 
Máxima em 24 
horas 
(altura-mm) 
50,6 33,6 46,8 19 4 1,6 0 0 19,6 29,4 84,2 80,2 84,2 
EVAPORAÇÃO 
(mm) 
145 167,7 109,5 127,8 133 120,9 128,8 186 186,1 151,3 108,2 111,3 1675,6 
INSOLAÇÃO 
TOTAL 
223 209,6 187,8 224,7 244,6 218,7 226,5 260,5 211,5 157,1 158,4 168,6 2491
(Fonte: BRASIL. Ministério da Agricultura e Abastecimento. Instituto Nacional de Metereologia. 5º 
Distrito de Metereologia. 1999. Elaboração e Organização: DITPL/SMPL. 2000.) 
Essa diferença, principalmente no que se refere aos índices Altura Total 
(mm), e Máxima em 24 horas, tem uma variação tal que alterna, no caso da Altura 
Total, entre níveis nulos, e chegando a 294,1 mm de chuva total no mês. Sendo 
assim, tais fatores devem ser considerados ao se prever e dimensionar os sistemas 
de drenagem, captação, armazenamento e condução das águas. Além desses, 
 
 
 
 
 
 
 12
 
 
devem ser pensados outros sistemas que contribuam de forma a reduzir os 
possíveis efeitos das águas. 
 
 
 
2.2 ESTRUTURA FÍSICO-FUNCIONAL 
 
Belo Horizonte foi planejada inicialmente como área urbana apenas dentro 
dos limites da avenida do Contorno, e sua parte externa como área suburbana e 
rural, e uma população estimada em 200.000 habitantes. Porém, quase duas 
décadas após sua inauguração, por volta de 1915, a cidade já extrapolava seus 
limites e população estimada, o que ocorreu, entre outros motivos, pelo alto valor 
dos terrenos em sua área urbana, obrigando parte da população a iniciar 
aglomerados em áreas externas à avenida do Contorno (mapa 7). 
A ocupação da Regional Noroeste iniciou-se nesta época, em torno de 1915, 
principalmente nos bairros Carlos Prates, Bonfim, Santo André. A partir de então, a 
cidade começou a expandir-se de forma radial, com ênfase ao eixo leste-oeste. Até 
1935, podemos observar que a ocupação da regional já se dá de forma 
considerável, estendendo-se até os limites da área em estudo. Então, entre 1935 e 
1950, a ocupação se concretiza, porém de forma irregular. Algumas áreas eram 
remanescentes de chácaras, e não tinham ocupação até então, como o conjunto 
Santos Dumont, no bairro Padre Eustáquio. Outras, de forma pontual, se 
encontravam isoladas, como é o caso do antigo seminário, atual Universidade 
Católica (PUC/MG), no bairro Dom Cabral. Outras áreas no entanto, apesar de 
estarem mais próximas do centro que outras, tiveram seu processo de ocupação 
mais lento, como foi o caso da área em estudo, bairro Minas Brasil. Isto se deu 
devido principalmente à topografia desfavorável, com terrenos de altas declividades 
e forma irregular. 
 
 
 
 
 
 
 13
 
 
 (Mapa 7) 
 
Esse processo lento de ocupação da nossa área pode ser percebido até hoje, 
com a presença de diversos vazios, principalmente nas encostas mais íngremes, 
onde a construção torna-se mais onerosa, e o interesse do mercado imobiliário é 
menor. 
Essa topografia irregular e bastante acidentada encontrada no local, é um 
fator determinante quando se considera o parcelamento, uso e ocupação do solo. Ao 
analisarmos o mapa 8, podemos identificar um parcelamento bastante irregular, 
 
 
 
 
 
 
 14
 
 
onde os quarteirões e lotes possuem formas e dimensões muito diferentes. Além 
disso, identifica-se uma quantidade relativamente grande de vazios urbanos. 
 
 (Mapa 8) 
 
A área caracteriza-sepor uma ocupação predominantemente horizontal, até 3 
pavimentos, mas podendo ser encontrados edifícios mais altos em topografias 
menos acidentadas e declividades menores. Nos fundos de vale, ao longo da 
avenida Ressaca e avenida dos Esportes, onde as declividades são menores, a 
 
 
 
 
 
 
 15
 
 
presença de edifícios com mais de 3 pavimentos e de galpões, é maior, assim como 
sua densidade de ocupação. 
Ainda, ao longo dessas avenidas, predomina o uso comercial e residencial 
misto de atendimento local, como bares, lanchonetes, padarias, cabeleireiros, 
borracharias, oficinas, entre outros. Nas demais ruas, predominam o uso residencial, 
e em menor escala o residencial misto, onde bares e lanchonetes se destacam. 
O bairro Minas Brasil, onde se localiza a área em estudo, se estrutura 
basicamente em duas vias coletoras, sendo elas a avenida Ressaca e avenida dos 
Esportes, que absorvem principalmente veículos dos bairros Dom Cabral, Coração 
Eucarístico, Minas Brasil e uma pequena parte do bairro Padre Eustáquio. Ambas 
são de mão dupla, e apenas a avenida Ressaca possui canteiro central, apesar de 
ser em um pequeno trecho, além de possuir um fluxo de veículos mais intenso. 
Estas possuem baixa declividade e marcam os limites da área. As demais ruas 
possuem um traçado orgânico, acompanhando em parte as curvas de nível (vide 
mapa 8). 
Numa visão mais macro, a área situa-se entre dois dos principais corredores 
viários de Belo Horizonte, que são a Via Expressa (a sul) e o Anel Rodoviário (a 
norte e oeste). Além destes, a rua Padre Eustáquio desempenha papel importante 
como via de chegada ao bairro (mapa 9). 
 (Mapa 9:Fonte: Lista de Endereços 306, Belo Horizonte – Volume 2. Lista Classificada – 2001) 
 
 
 
 
 
 
 16
 
 
Apesar de não ser limitada, em seu entorno imediato, por vias de grande 
fluxo, é uma área bem servida pelo transporte público. Apenas uma linha de ônibus 
inclui em seu trajeto ruas internas do bairro, sendo esta a linha 9412 – Conjunto 
Taquaril / Padre Eustáquio. Apesar disso, devido à proximidade e fácil acesso à rua 
Padre Eustáquio, na qual passam mais de 35 linhas, e Via Expressa, com mais de 
15, esta deficiência é bastante reduzida. Além do transporte por ônibus, a 
possibilidade do uso do metrô se torna viável, devido à sua relativa proximidade com 
a estação da Gameleira. Atualmente este faz a ligação entre Contagem, o centro de 
Belo Horizonte, e as regiões leste e norte, chegando atualmente à avenida Vilarinho 
(região norte). 
Por fim, podemos identificar dois aspectos ao tratarmos da infra-estrutura que 
atende a área. Primeiramente a infra-estrutura urbana, na qual são considerados 
alguns ítens como os dispostos na tabela 4. 
 
(Tabela 4 – Estrutura das vias – Unidade de Planejamento Padre Eustáquio) 
TIPO DE ESTRUTURA (%) 
DISPONIB. 
ÁGUA TRATADA 
DISPONIB. 
REDE ESGOTO 
FORNECIMENTO 
ENERG. ELÉTRICA
POSSIBILIDADE 
DE ACESSO 
(Vias Pavimentadas)
REDE 
TELEFÔNICA 
ILUMINAÇÃO 
PÚBLICA 
 
(Dados: Fonte: PBH. SMFA. IPTU 1996. URBEL; CEURB/UFMG.1998.) 
 
De acordo com a tabela, podemos observar que a área, no caso a Unidade de 
Planejamento Padre Eustáquio, encontra-se bem atendida de infra-estrutura, apesar 
de não contar com 100% de disponibilidade. Uma parte das áreas não atendidas 
encontra-se próximo à área em estudo, concentrando-se na vila São Vicente e rua 
Lorena. 
Apesar disso, a mesoestrutura existente encontra-se em más condições de 
conservação e com várias interferências e soluções inadequadas em diversos 
aspectos, entre eles, pavimentação inadequada, calçada irregular, interferência 
entre árvore e passeio, tubulações de água pluvial aparentes e quebradas em 
conflito com o pedestre, deslizamentos de terra devido à não atenção a cuidados 
básicos, entre outros. 
96,60 96,40 98,35 98,25 97,77 98,25
 
 
 
 
 
 
 17
 
 
Portanto, observamos a necessidade não de dotar a área de infra-estrutura, 
mas pensar soluções que sejam mais adequadas às necessidades locais, que 
busquem sanar as interferências, que sejam viáveis e que possam compatibilizar-se 
com os atuais sistemas existentes. 
Um segundo aspecto para o item infra-estrutura são os serviços e 
equipamentos urbanos que atendem à área. Muitos deles são considerados pontos 
de referência, e alguns acabam tornando-se locais de convívio. Podemos citar 
alguns mais expressivos, como: SENAI – Unidade Professor Paulo de Tarso, o 
Juizado Especial Criminal Central, Garagem da Prefeitura, Grupo Escolar Pedro 
Dutra, Tropical Centro de Lazer e Orientação, COBAL - “Feira Coberta”, Centro de 
Saúde Padre Eustáquio, Colégio São Bento, Hospital Maternidade Renz Guimarães, 
Hospital Alberto Cavalcanti, PUC/MG, entre outros. 
 
 
 
 2.3 ESTRUTURA SÓCIO-ECONÔMICA E AMBIENTAL 
 
A população residente apresenta características bastante diferenciadas em 
relação ao nível sócio-econômico. Isto pode ser verificado ao observar o padrão de 
acabamento das edificações nos diversos locais da área. Encontram-se baixos 
padrões de acabamento ao longo das ruas Lorena, Professor Rafael Hardy, avenida 
dos Esportes, e em especial na vila São Vicente. Por outro lado, padrões mais 
elevados de acabamento podem ser encontrados ao longo da avenida Ressaca e 
demais ruas pertencentes à área. 
Em sua maioria, as edificações com baixo padrão de acabamento estão em 
locais onde a topografia é desfavorável ou onde o acesso é precário. Em geral são 
locais com altas declividades, como em parte da rua Lorena e Professor Rafael 
Hardy, ou em locais com risco de inundação como na vila São Vicente. Nestes 
locais, o valor do terreno é menor, e não há interesse de investimento por parte do 
mercado imobiliário. Desta forma, torna-se uma “opção” para famílias de renda mais 
baixa. 
 Sua população, assim como a média da população brasileira, apresenta um 
 
 
 
 
 
 
 18
 
 
elevado número de jovens e crianças, característica de países subdesenvolvidos ou 
em desenvolvimento, e em especial nas famílias de renda mais baixa (tabela 5). 
 (Tabela 5 – Pirâmide Etária – Regional Noroeste) 
 
Estes dados são fundamentais ao se planejar e pensar locais que possam 
absorver tamanho contingente populacional jovem que futuramente necessitará de 
moradias, adensando ainda mais nossas cidades. Dessa forma, torna-se prioritário 
pensarmos soluções, no nosso caso, de mesoestrutura que possam atender de 
forma mais adequada a esse aumento crescente de construções. 
Outro fator que deve ser considerado é a população idosa, que vem 
crescendo bastante nos últimos anos, e os indivíduos portadores de necessidades 
especiais, que possuem características e demandas bastante diferenciadas, e 
portanto, é imperativo propor soluções que se adequem a esta faixa populacional 
(tabela 6). 
Tabela 6 - Proporção da população acima de 65 anos de idade, 
segundo região administrativa Belo Horizonte - 1991/1996 
PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO 
COM MAIS DE 65 ANOS (%) REGIÃO ADMINISTRATIVA 
1991 1996 
Noroeste 4,71 6,42 
 (Fonte: IBGE. Censo Demográfico 1991. Contagem Populacional 1996. Org.: DITPL, 2000.) 
 
 
 
 
 
 
 19
 
 
A área, sob o aspecto econômico, caracteriza-se por atividades de 
atendimento local, principalmente ao longo das avenidas Ressaca e dos Esportes, 
como bar, lanchonete, padaria, cabeleireiro, borracharia, oficina, entre outros. Isto se 
deve ao fato desta área estar “interiorizada”, ou seja, não se limita diretamente com 
grandes corredores de tráfego, como a rua PadreEustáquio ou a Via Expressa. 
Além disso, verifica-se a presença de alguns galpões ou edifícios de maior porte em 
áreas com baixas declividades. 
Alguns desses locais acabam se tornando espaços valorizados, de convívio 
da população, devido ao seu caráter local de atendimento, e à falta de espaços 
abertos, vazios, que possibilitem tais encontros. Além disso, por não ser um bairro 
de “passagem”, ou seja, de grande fluxo de veículos, a apropriação da rua pelos 
moradores torna-se também uma opção, principalmente para crianças. Um outro 
local bastante usado pela população como lazer é a quadra na rua Humaitá, ao lado 
do SENAI, sendo esta aberta ao público. 
Como patrimônio ambiental urbano, podemos destacar a mata da PUC/MG, 
que, apesar de ser fechada ao público, tem papel importante no clima local. 
 
 
 
2.4 ESTRUTURA MORFOLÓGICA 
 
O traçado urbano existente caracteriza-se por acompanhar de certa forma as 
curvas de nível, dando um caráter orgânico ao traçado das vias. Desta forma, os 
quarteirões adquirem formas irregulares, as quais definem um espaço construído 
diferenciado, principalmente se comparado aos bairros adjacentes, como Padre 
Eustáquio e Coração Eucarístico, que seguem uma malha ortogonal rígida. 
A área em estudo possui uma topografia que não apenas define o traçado das 
vias e forma das quadras, mas gera situações construtivas diferenciadas, 
conformando um espaço construído que de certa forma “obedece” às dificuldades 
oferecidas pelo sítio. São geradas soluções e situações como escadarias íngremes, 
muros de contenção altos, taludes com altas declividades, edificações bem abaixo 
ou acima do graide da rua, andares compostos apenas de pilares, tipo “paliteiro”, de 
 
 
 
 
 
 
 20
 
 
modo a atingir o nível da rua, porém encarecendo a construção, ruas sem saída, 
entre outros. 
A construção de edifícios de múltiplos pavimentos é uma solução mais viável 
para áreas com altas declividades, pois a economia de estrutura é considerável, e 
que vem ocorrendo de fato. 
 
 
 
2.5 LEGISLAÇÃO 
 
A área encontra-se classificada , segundo a Lei 7166/96 - Uso e Ocupação do 
Solo de Belo Horizonte, como ZAP – Zona de Adensamento Preferencial, sendo que 
o trecho que tange a vila São Vicente está classificado como ZEIS-1 – Zona de 
Especial Interesse Social. Tais zoneamentos e relativos parâmetros servirão de base 
para futuras diretrizes relacionadas a este trabalho. 
Para uma análise e emprego de soluções que estejam em acordo com 
determinadas normas, assim como a proposta de novas soluções, faz-se necessário 
a observância das leis atualmente empregadas. A partir de sua análise, será 
possível compreender certos aspectos e propor soluções mais realistas. 
Algumas das leis as quais serão abordadas e pesquisadas no decorrer deste 
trabalho são: 
- Lei 7166/96, atualizada pela Lei 8137/00 – Lei de Uso e Ocupação do Solo 
de Belo Horizonte. Esta Lei estabelece as normas e as condições para 
parcelamento, ocupação e uso do solo urbano no Município de Belo Horizonte. 
- Lei Municipal 4253/85. Dispõe sobre a Política de Proteção, do Controle e da 
conservação do Meio Ambiente e da Melhoria da Qualidade de Vida no Município de 
Belo Horizonte. 
- Lei 2113/72. Dispõe sobre a construção e reforma de muros e passeios. 
- Lei 7119/96. Dispõe sobre a manutenção dos pisos das vias públicas do 
município. 
- Decreto 2262/72. Estabelece normas de proteção para a execução de obras 
e serviços em vias e logradouros públicos. 
 
 
 
 
 
 
 21
 
 
- Lei 6857/95. Dispõe sobre obrigatoriedade de plantio de árvores em 
passseios públicos. 
- Decreto 9280/97. Dispõe sobre instalação de mobiliário urbano em 
logradouro público. 
- Decreto 9468/97. Dispõe sobre parâmetros para a execução de passeios. 
- Lei 2805/77. Dispõe sobre o uso do passeio público em quarteirões 
fechados. 
- Lei 3150/79. Dispõe sobre medidas que visam facilitar a locomoção de 
pessoas portadoras de necessidades especiais. 
- Lei 6248/92. Dispõe sobre o plantio de árvores frutíferas em parques. 
- Lei 5939/91. Dispõe sobre alteração de zoneamento. 
- Lei 3753/84. Dispõe sobre pontos de coletivos com rampas destinadas a 
portadores de necessidades especiais. 
- Lei 3758/84. Dispõe sobre construção de equipamentos que facilitem o 
acesso de pessoas com dificuldades de locomoção. 
- Lei 8007/00. Dispõe sobre normas municipais relativas a portadores de 
necessidades especiais. 
- Lei 2240/73. Dispõe sobre a permissão de uso de passeios públicos. 
- Lei 6038/91. Dispõe sobre a arborização de logradouros públicos. 
- Decreto 9600/98. Dispõe sobre condições de instalação de mobiliário urbano 
em logradouro público. 
- Decreto 2839/76. Dispõe sobre o uso de saco plástico no acondicionamento 
de lixo. 
- Lei 7193/96. Dispõe sobre a instalação de coletores de lixo com suporte nos 
passeios públicos. 
- Lei 3115/79. Dispõe sobre alteração da declividade e construção de degraus 
em passeios públicos. 
- Lei 5934/91. Dispõe sobre especificações de pisos para passeios públicos. 
- Lei 0735/58. Dispõe sobre tapumes, andaimes e material de construção em 
via pública. 
Além destas, outras leis poderão vir a contribuir para um melhor desempenho 
das atividades propostas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22
 
 
2.6 PROJETOS EXISTENTES – INFLUÊNCIA DIRETA NA ÁREA 
 
Existe um projeto viário que propõe a ligação, através de uma avenida em 
mão dupla, entre a Via Expressa e a avenida Dom Pedro II. Este projeto seria uma 
continuação da nova avenida Tereza Cristina, recentemente finalizada, a qual faz a 
ligação entre o bairro Padre Eustáquio, a partir da Via Expressa, até contagem. O 
início desta nova avenida seria no terreno entre o Juizado Especial Criminal Central 
e a Garagem da Prefeitura. Estenderia-se pela rua Ernesto Carneiro Santiago, e em 
seguida pela rua Moema desembocando na avenida Dom Pedro II. Este fluxo 
atualmente é feito através de ruas internas dos bairros, que não possuem estrutura, 
ou não foram projetadas para tal. 
Esta nova avenida acarretaria um impacto grande na área, pois absorveria um 
fluxo mais intenso de veículos, favorecendo o aparecimento de edificações de uso 
não residencial e uma natural valorização da mesma, o que poderia acarretar na 
“expulsão” dos atuais moradores. Além disso, poderia vir a ocorrer um processo de 
revitalização, pois atualmente estas áreas apresentam-se bastante degradadas. 
Esta ligação entre a Via Expressa e a avenida Dom Pedro II faz parte de um 
projeto maior, que seria a ligação do Anel Rodoviário com a região da Pampulha 
através do prolongamento da avenida Dom Pedro II, a qual se chamaria avenida 
Presidente Tancredo Neves. 
 
 
 
3. JUSTIFICATIVA 
 
O espaço urbano não se constitui apenas pela combinação de áreas 
edificadas e áreas livres, relacionadas ou não entre si. Fazem parte também deste 
espaço urbano os sistemas de infra-estrutura, os quais se transformam em elemento 
de associação entre forma e estrutura. Além disso, constituem-se como fatores 
essenciais no correto funcionamento do espaço urbano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23
 
 
3.1 PERTINÊNCIA DO PROJETO PARA A CIDADE E O LOCAL 
 
A literatura técnica existente sobre cada um dos sistemas de infra-estrutura 
urbana atualmente usadas é bastante detalhada, no que diz respeito às partes que 
compõem tais sistemas, como cálculos, especificações, etc. Porém, são poucas as 
que fazem considerações sobre as tecnologias possíveis, além das tradicionais, 
para o emprego em seu desenho e execução. Muitasvezes seguem normas e 
padrões que não correspondem à realidade sócio-econômica, ambiental e cultural 
do local onde está sendo proposta. Com isso, o custo e os impactos gerados do 
emprego de tais soluções são altos, o que muitas vezes não atende à demanda 
local. 
Além disso, tem-se o costume de decidir entre um ou outro sistema de acordo 
com seu custo final de implantação, sem considerar seu custo de manutenção, ou 
seja, o seu custo em longo prazo. Um exemplo é a opção do uso do asfalto nas vias, 
principalmente em rodovias, em detrimento do concreto. Porém não somente estes 
itens são considerados. O custo e impactos ambientais gerados por soluções ditas 
baratas, como o asfalto, não são computados nos custos finais. 
Portanto, soluções alternativas que apresentam outras estruturas de custos, 
tanto de implantação, quanto de manutenção e impactos gerados, devem ser 
pesquisadas e divulgadas, para serem usadas quando necessário. O que não pode 
ser aceito é a restrição das possibilidades de soluções baseando-se em critérios 
muitas vezes equivocados ou imediatistas. 
O uso da tecnologia adequada, ou seja, aquela que responde aos requisitos 
funcionais, financeiros e estéticos, deve estar no topo da lista no momento em que 
forem avaliadas as soluções possíveis. Sendo assim, a tecnologia adequada é 
aquela que permite realizar uma obra com qualidade aceitável e ao melhor custo-
benefício possível, tanto imediato quanto a longo prazo. 
Porém não há dúvidas que, para produzir ou escolher uma tecnologia 
adequada, é necessário ter o domínio da tecnologia convencional, na sua versão 
mais avançada, se possível, pois será a partir desse conhecimento que a escolha 
poderá ser feita criteriosamente. 
Um outro fator que deve ser considerado é o caráter sustentável que 
determinada solução apresenta. Devemos priorizar sistemas de infra-estrutura que 
 
 
 
 
 
 
 24
 
 
funcionem realmente como um sistema. Ou seja, deve-se pensar tais sistemas de 
modo que se interajam da melhor forma possível, não havendo sobrecarga e/ou 
interferências entre os mesmos. 
Analisando agora especificamente o local a ser trabalhado, podemos 
identificar uma série de fatores que justificam este tipo de pesquisa. É um local onde 
se verificam diversas interferências entre sistemas, seja no passeio, no meio fio, na 
relação usuário / via, na compatibilidade entre sistemas, nas condições topográficas 
relativamente extremas, e o contexto sócio-econômico no qual se insere a área. 
Neste aspecto, percebemos uma mistura de níveis sócio-econômicos em uma área 
relativamente pequena. Este fato será importante no estudo de alternativas que se 
apliquem não somente em áreas com baixo nível sócio-econômico, mas em toda a 
cidade. 
 
 
 
3.2 PERTINÊNCIA DO PROJETO COMO TRABALHO DE GRADUAÇÃO 
 
Este trabalho tem como objetivo a pesquisa de soluções para sistemas de 
infra-estrutura, visando alternativas viáveis e que se adequem à realidade sócio-
econômica do local em que será empregada. Além disso, serão propostas soluções 
que visem a sustentabilidade do sistema. 
 Com isso, a investigação e o exercício de arquitetura serão extremamente 
amplos, ao ponto que as pesquisas e soluções encontradas serão algo contínuo, um 
processo e não um fim. Essa contínua investigação do tema é algo que não deve 
parar. 
 Esse trabalho propõe a investigação de diversas soluções onde o exercício de 
arquitetura se fará de diversas formas. Através da análise das características de 
cada material, estudos de viabilidade/custos e detalhes construtivos. Em uma 
segunda etapa, as soluções pesquisadas serão propostas em uma situação urbana 
real, onde serão representadas através de fotos, detalhes construtivos, e demais 
formas de representação. 
 Apesar de se tratar de um tema essencialmente urbano, a escala a ser 
trabalhada vai desde uma análise macro da área, suas características geológicas, 
 
 
 
 
 
 
 25
 
 
topográficas, até detalhes construtivos nos quais a escala empregada se aproxima 
da escala real. Com isso, este trabalho adquire tamanha complexidade, no qual 
diversos elementos e fatores deverão ser considerados. Fatores estes muitas vezes 
desconsiderados ou pouco divulgados no meio acadêmico, principalmente em 
cursos de arquitetura e urbanismo, porém de grande importância para o correto 
entendimento e compreensão do funcionamento dos sistemas de infra-estrutura e 
suas variáveis. 
 Meu interesse por este tema está muito relacionado com meu interesse pelas 
questões práticas, pelo funcionamento de cada parte componente de uma estrutura, 
de um sistema, de um objeto. Acredito que somente o profundo conhecimento sobre 
determinado assunto, possibilita o seu aprimoramento e sua evolução. Desta forma, 
pretendo aprofundar-me no tema proposto, de forma a buscar novas soluções que 
sejam mais adequadas ao contexto sócio-econômico e ao sítio em que se insere. 
Além de ser um objeto de pesquisa, o simples fato de estes temas estarem 
sendo divulgados e colocados, cada dia mais, como fatores determinantes no 
pensar e intervir arquitetônica e urbanisticamente nas cidades, também o torna 
relevante. É necessário estarmos cientes do nosso papel enquanto profissionais, 
dentro do que nos é cabível, responsáveis pela qualidade, funcionalidade, 
viabilidade e sustentabilidade dos espaços - públicos ou privados - , das edificações, 
enfim, de toda a cidade e respectivas leis que as regem. 
 
 
 
4. REFERÊNCIAS URBANÍSTICAS 
 
Por tratar-se de um tema de certa forma pouco divulgado, e por conseguinte, 
pouco estudado, a existência de projetos semelhantes ao proposto neste trabalho é 
escassa. Além disso, alguns dos projetos pertinentes são, de certa forma, pontuais, 
onde foi trabalhado apenas um ou outro elemento. A seguir, analisaremos alguns 
trabalhos. 
 
- PASSAGEM SUBTERRÂNEA EM PRÉ-FABRICADO DE CONCRETO – 
Fronteira / MG 
 
 
 
 
 
 
 26
 
 
Foi utilizada uma técnica de construção subterrânea que evita a destruição do 
pavimento ou a interrupção do tráfego de uma via. Este processo é indicado para 
pequenas obras como galerias de água pluvial e passagens subterrâneas para 
pedestres. Esta técnica mostra-se vantajosa nos casos citados acima. 
 (Fonte: Catálogo Cimento Hoje - Informativo da ABCP – Ano V, nº 41) 
 
Este processo consiste na escavação manual do terreno, sendo produzidas e 
instaladas peças pré-moldadas de concreto durante o processo. Neste caso, o 
comprimento da passagem foi de 21 metros. 
O processo utilizado ressalta o caráter simples e eficiente deste sistema, o 
qual pode ser feito sem maiores preocupações ou sistemas mais complexos. Desta 
forma, consegue-se uma obra de baixo custo e de fácil execução. 
 
- PISO-GRAMA NO PARQUE DO IBIRAPUERA – São Paulo / SP 
 
Parte do piso do Parque do Ibirapuera na cidade de São Paulo está alterando 
parte de seu piso para blocos de concreto intertravados. O pavimento é constituído 
por blocos pré-fabricados de concreto vazados, para o plantio de grama. Desta 
 
 
 
 
 
 
 27
 
 
forma, além de um aspecto mais agradável, o piso funciona como drenagem 
superficial de águas pluviais. 
 (Fonte: Catálogo Cimento Hoje - Informativo da ABCP – Ano IV, nº 27) 
 
Este recurso permite uma microdrenagem superficial, contribuindo para a 
acomodação temporária da água no terreno, reduzindo as possibilidades de 
possíveis inundações e enchentes. Pode ser associado a outros componentes para 
aumento da permeabilidade. 
 
- PAVIMENTAÇÃO DE RUAS – Brumadinho / MG 
 
A comunidade local, através de parceriascom empresários, associações e a 
Prefeitura de Brumadinho viabilizaram a pavimentação de 1050 metros de várias 
ruas da cidade, utilizando pavimento intertravado de concreto. Comparando-se com 
o pavimento tradicional (de asfalto), o sistema possibilitou uma economia de 56% 
(Catálogo Cimento Hoje, nº 28). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28
 
 
(Fonte: Catálogo Cimento Hoje - Informativo da ABCP – Ano IV, nº 28) 
 
O emprego de tal sistema oferece algumas vantagens sobre pavimentos de 
concreto rígido e pavimentos de asfalto. É um pavimento permeável, permitindo uma 
infiltração parcial das águas, além de reduzir sua velocidade. Outro fator favorável 
ao seu uso é sua facilidade de manutenção, no qual partes defeituosas podem ser 
removidas, consertadas e novamente preenchidas com o bloco. 
Ainda, um dos fatores que contribuíram para o custo reduzido da construção 
foi a possibilidade de trabalhar com materiais e mão-de-obra locais. 
 
- REURBANIZAÇÃO DA RUA DO MEIO – Ilha Bela / SP 
 
A obra de reurbanização da rua do Meio, área central da cidade de Ilha Bela, 
buscou renovar os espaços da cidade. O uso do pavimento intertravado de concreto 
foi determinado pelos aspectos ecológicos que este pavimento demonstra. 
Foram utilizados blocos de 35 Mpa, com 6 cm de espessura, em diversas 
tonalidades. As redes elétricas e as tubulações de água, telefone e gás foram 
embutidas no solo. Além da aparência e aspectos ecológicos, a prefeitura 
considerou também a resistência e execução rápida. 
 
 
 
 
 
 
 29
 
 
 (Fonte: Revista Prisma – Soluções Construtivas com Blocos de Concreto. Nº1, dezembro 2001) 
 
Por ser uma rua especialmente voltada ao pedestre, as antigas guias das 
calçadas foram rebaixadas e, nesse espaço nivelado, o projeto criou um ambiente 
propício para caminhadas. A área projetada foi de 8400 m2. 
 
 
 
5. A PROPOSTA 
 
O tema será abordado inicialmente através da pesquisa e análise dos 
sistemas de infra-estrutura atualmente empregados. Nesta parte, serão avaliadas 
questões como a viabilidade econômica, seus custos de implantação e manutenção, 
os custos e impactos ambientais gerados, o modo como tais sistemas se interagem 
 
 
 
 
 
 
 30
 
 
com os demais sistemas, com os pedestres e veículos, além do seu caráter 
sustentável. Estes aspectos serão abordados através de textos, fotos, detalhes 
pertinentes, e tabelas de comparação. 
Após esta etapa, serão pesquisadas soluções existentes para estes sistemas 
de infra-estrutura, porém não usualmente empregadas. Os mesmos processos de 
análises e comparações da etapa anterior também serão abordados nesta parte. 
Ao mesmo tempo, serão propostas novas alternativas e soluções para tais 
sistemas, onde serão considerados principalmente fatores como sustentabilidade e 
impactos ambientais. Estas soluções serão apresentadas através de textos, análises 
de custos, detalhes construtivos, materiais utilizados, e demais modos de 
representação. 
Por fim, finalizada esta etapa, as soluções pesquisadas serão propostas em 
projeto para a área já definida nesta pesquisa. Sua escala de representação se 
alternará entre detalhes construtivos e escalas de micro bacia. 
Pretende-se através deste trabalho, iniciar e incentivar a pesquisa e 
discussão a respeito deste tema. O objetivo é demonstrar e explicitar os problemas e 
impactos atualmente gerados pelo emprego de soluções de infra-estrutura 
inadequadas, e formas de se minimizar tais problemas. 
Os agentes envolvidos seriam o poder público, a iniciativa privada e 
universidades. Dessa forma, seria possível adequar as pesquisas vindas de 
universidades, a prática de empresas desse ramo de atividade, e a necessidade por 
parte do governo em promover melhorias para a população. 
Tais propostas poderiam ser implantadas através dessas parcerias entre 
iniciativa privada, universidades e poder público. Dessa forma, as universidades 
contribuiriam com a pesquisa de novas soluções; a iniciativa privada como 
acolhedora e patrocinadora de tais pesquisas, e o interesse em divulgar tal produto, 
resultando em preços mais competitivos; e o poder público em sua função de 
promover melhorias para a população. Dessa forma, pretende-se viabilizar tal 
proposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31
 
 
6. APLICAÇÕES 
 
6.1 – COLETA, ARMAZENAMENTO, UTILIZAÇÃO, CONDUÇÃO E 
DESTINAÇÃO PARA ÁGUAS PLUVIAIS. 
 
Tem como objetivos: 
- Redução e/ou retardamento do volume de água destinada às galerias pluviais; 
- Redução potencial do risco de inundação em áreas de baixas declividades; 
- Manutenção do funcionamento do sistema geológico, transferindo as águas 
pluviais do topo ao fundo de vale, sem provocar erosão ou enchentes, 
reabastecendo o aqüífero; 
- Através do reabastecimento dos aqüíferos, torna-se viável a utilização de água 
subterrânea para o abastecimento da população; 
- Possibilidade de utilização da água para diversas finalidades, tanto em 
residências quanto na indústria e comércio; desse modo, pode-se reduzir o 
consumo de água potável e tratada disponível pela concessionária local; 
- Redução da velocidade da água e carreamento de partículas superficialmente, 
através da alteração dos materiais empregados nas vias urbanas. 
 
Hipótese A: Coleta de água pluvial em residências 
 
Tabela 1 – Consumo mínimo de água nos diferentes usos domiciliares 
Usos da água Quantidade – Litros/dia/pessoa
Beber 1 
Lavagem e preparação de alimentos 3 
Lavagem de utensílios 6 
Lavagem de mão e face 10 
Ducha 50 
Descarga do vaso sanitário 25 
Lavagem de roupa 10 
Limpeza da habitação 5 
Total 110 
(MASCARÓ, 1991) 
 
 
 
 
 
 
 32
 
 
 De acordo com a Tabela 1, podemos observar que praticamente 80% (oitenta 
por cento) do consumo total de água em residências concentra-se no banheiro. Isto 
é relevante ao passo que, excetuando-se os 10 litros relativos à lavagem de mãos e 
face, o restante da água não precisa ser totalmente potável. Assim, do ponto de 
vista da qualidade da água, precisamos somente de 10 a 20% (dez a vinte por 
cento) de água potável. 
 Outro dado importante é o consumo da descarga com o vaso sanitário, que 
corresponde de 20 a 30% (vinte a trinta por cento) do consumo diário. 
 
 - COLETA E ARMAZENAMENTO – Uso apenas para o vaso sanitário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observações: 
- Altura total do reservatório = 3 metros; 
- Possibilidade de instalação de um segundo reservatório para uso externo; 
- Este sistema será de forma mista, ou seja, utilizando-se paralelamente o sistema 
tradicional de alimentação do vaso sanitário. Estes serão separados por registros 
independentes, um para cada sistema, instalados dentro do banheiro. 
 
Ladrão
Abastecimento da 
residêncioa
Registro
Tampa para inspeção em 
zinco ou amianto
Manilha de concreto ou 
argamassa armada - DN 120cm
Juntas vedadas por argamassa
Fundo do reservatório deve estar 
acima do nível de entrada de 
água da caixa de descarga do 
vaso sanitário
Tela com o mesmo diâmetro 
do reservatório, para reter 
impurezas macro (folhas, 
galhos, etc). As demais 
impurezas (areia, partículas, 
etc) serão depositadas no 
fundo.
Tubulação de saída para banheiro
Água excedente será conduzida 
para: reservatório subterrâneo, poço 
de infiltração ou sistema de 
drenagem.
 
 
 
 
 
 
 33
 
 
Tampa do reservatório em amianto
- removível para inspeção
Corte
Sem Escala
Vaso com caixa
acoplada
Tubulação que vem
da caixad'água,
tratada Capacidade do
Reservatório =
2000 litros
Telhado
Calha
Tela metálica, com o
mesmo diâmetro do
reservatório, retendo as
impuresas macro (folhas,
galhos, pedras). As demais
(areia, partículas, etc)
seriam depositadas no
fundo do reservatório,
sendo este limpo
regularmente.
Fundo do reservatório em concreto
armado
Fundo do reservatório em concreto
armado
Parede do reservatório em
argamassa armada - altura
= 50cm
Juntas preenchidas com argamassa
ou massa de calafetar
Ladrão
Encontro de tubulações dos
reservatórios de água de chuva e
água tratada
ReservatórioPlantaSem Escala
Registro de esfera -
controla fluxo do
reservatório
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34
 
 
Neste caso, optou-se por um reservatório com capacidade de 2000 litros, o 
que, considerando um gasto de 25 litros por pessoa/dia (com vaso sanitário), para 
uma família de 4 pessoas, possibilitaria seu uso durante 20 dias, gerando uma 
redução no consumo de água potável tratada de 20% (vinte por cento) em média. 
 
Hipótese B: Coleta de água pluvial em indústrias e galpões 
 
 - COLETA E ARMAZENAMENTO – Uso para vaso sanitário, lavagem de 
pátios, equipamentos, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juntas vedadas por argamassa
Tubo PVC DN variável com a 
área do telhado
Manilha de concreto ou 
argamassa armada - DN 120cmTravamento do 
reservatório
Tela com o mesmo diâmetro do 
reservatório, para reter 
impurezas macro (folha, 
galhos, pedras).
As demais impurezas (areia, 
partículas, etc,) seriam 
depositadas no fundo, sendo 
limpa periodicamente.
Pátio externo permeável (deve 
sr previsto a preperação do sub-
leito para tal finalidade) 
utilizando como revestimento: 
brita ou paralelepípedos.
Reservatório subterrâneo - 
paredes em blocos de 
concreto e lona plástica
Ladrão
Reservatório aéreo - volume 
total variável. Para um volume 
de 6000 litros para cada torre, 
temos uma carga total por 
torre de:
DN da manilha = 110cm
Espessura de parede = 5cm
Peso por manilha = (2R x 0,05m x 1m) x 2400Kg/m
 0,16m3 x 2400Kg/m3 = 400Kg
Peso por torre = 400 Kg x 6 = 2400Kg
Peso da água = 6000Kg
Carga total por metro quadrado = 8400Kg/m2
Carga no solo = 0,84Kg/cm2
cm2 = centímetro quadrado
m2 = metro quadrado
 M3 = metro cúbico 
 
 
 
 
 
 
 35
 
 
A tabela (Tabela 2) a seguir nos mostra os coeficientes de infiltração do solo 
em litros/m2/dia (litros por metro quadrado, por dia). Dessa forma é possível calcular 
o volume de água a infiltrar no solo. 
 
Tabela 2 – Coeficientes de infiltração do solo (L/m2/dia) 
Faixa Constituição do solo Coeficiente de infiltração
Em Litros/m2/dia 
1 Rochas e argilas muito compactas 20 
2 Argilas medianamente compactas 
e argila misturada com pequena 
porção de areia 
20 – 40 
3 Argilas arenosas 40 – 60 
4 Areia fina misturada com húmus ou turfa 60 – 90 
5 Areia pura fina ou grossa 90 
(GANDUR DACACH, 1984) 
 
Observação: Deve-se fazer uma avaliação prévia quanto a possíveis resíduos 
que possam contaminar a água, como óleos, graxa, etc. 
 
No caso de pátios de galpões ou áreas impermeabilizadas, que sejam 
descobertas, pode-se coletar e armazenar a água pluvial em reservatórios 
subterrâneos, como indicado na hipótese anterior, através do caimento direcionado 
do piso e posterior coleta. 
Uma outra alternativa seria a infiltração forçada no terreno, através da 
construção de cisternas secas, reconduzindo as águas para o sistema geológico 
natural. Tal solução deve ser preferencialmente usada nos casos em que o lençol 
freático é profundo e o terreno seja relativamente permeável. 
Podemos então criar uma hipótese de execução de cisterna seca na área 
externa de um galpão. Considerando uma área de contribuição de 75 m2, para a 
cidade de Belo Horizonte - Minas Gerais, com uma média de precipitação 
pluviométrica mensal de 155 mm, utilizando uma cisterna com diâmetro interno de 1 
m (um metro) e revestimento lateral com tijolo maciço cerâmico de 10 x 10 x 20 cm, 
com o assentamento semelhante ao proposto abaixo. Considera-se ainda o fundo da 
 
 
 
 
 
 
 36
 
 
cisterna permeável, coberto apenas com uma camada de 10 cm de brita; o solo 
sendo uma argila medianamente compacta e coeficiente de infiltração de 30 
L/m2/dia (trinta litros por metro quadrado, por dia). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Belo Horizonte – Média pluviométrica mensal = 155 mm, ou 15,5 cm/m2 de 
lâmina d’água. 
 Por dia = 15,5cm = 0,52 cm/m2/dia, ou 5,2 L/m2/dia 
 30 dias 
 - Área de pátio (área de contribuição) = 75m2 
 - Contribuição do pátio = 75m2 x 5,2L/m2/dia = 390L/dia 
- O assentamento dos blocos será feito 
da seguinte forma:
Diâmetro mínimo do fosso de 
60 cm, possibilitando o corte 
manual
Revestimento interno com 
tijolo maciço cerâmico, 
servindo como contenção 
lateral.
Cascalho, brita e areia
Grelha
Cisterna seca
(Corte)
Vazio, possibilita o contato direto 
da água com o solo.
Projeção cilíndrica do interior da cisterna
Assentamento dos blocos
Tijolo maciço cerâmico, 
contenção lateral 
 
 
 
 
 
 
 37
 
 
 - Área útil necessária para infiltração da cisterna = ____390L/dia_______ 
 coeficiente de infiltração 
 = __390L/dia___ = 13m2 
 30L/m2/dia 
 - Área necessária para infiltração = Área do fundo da cisterna, somado à 
metade do comprimento de circunferência da cisterna multiplicada pela metade da 
profundidade da cisterna, sendo: 
 
 Área necessária p/ infiltração = área fundo cisterna + (2πr) x (profund. da cisterna) 
 2 2 
 
Sendo assim: 13m2 = 0,785 + (3,14 x 0,5) x profund. da cisterna 
 2 
 13m2 = 0,785 + 0,785 x profund. da cisterna 
 profundidade da cisterna = 15,56m 
 
 A profundidade encontrada para a cisterna é relativamente grande, podendo 
tornar-se inviável sua execução. Pode-se então alterar alguns parâmetros como a 
adoção, no assentamento dos blocos, de duas ou três fiadas consecutivas que 
alternam vazios e cheios, e uma fiada toda cheia. Uma outra opção seria aumentar o 
diâmetro da cisterna, passando para 1,5 ou 2 metros. 
 Adotando-se a primeira opção, com duas fiadas consecutivas que alternam 
vazios e cheios, e uma fiada toda cheia, permanecendo o diâmetro da cisterna em 1 
metro, o cálculo fica: 
 
Área necessária p/ infiltração = área fundo cisterna + (2πr) x (prof. da cisterna x 0,67) 
 2 
 profundidade da cisterna = 11,61m 
Adotando-se a segunda opção, com três fiadas consecutivas que alternam 
vazios e cheios, e uma fiada toda cheia, permanecendo o diâmetro da cisterna em 1 
metro, o cálculo fica: 
Área necessária p/ infiltração = área fundo cisterna + (2πr) x (prof. da cisterna x 0,75) 
 2 
 
 
 
 
 
 
 38
 
 
 
 profundidade da cisterna = 10,35m 
 Adotando-se agora uma terceira opção, considerando o assentamento dos 
blocos com duas fiadas consecutivas que alternam vazios e cheios e uma toda 
cheia, e passando o diâmetro da cisterna para 2 metros, o cálculo fica: 
 
Área necessária p/ infiltração = área fundo cisterna + (2πr x 0,75profund. da cisterna) 
 2 
 
Sendo assim: 13m2 = 3,14 + (6,28x 0,75profund. da cisterna) 
 2 
 13m2 = 3,14 + 2,355profund. da cisterna 
 profundidade da cisterna = 4,19m 
 
 O valor encontrado para a profundidade da cisterna, de 4,19m, apresenta-se 
mais viável de se executar. Sendo assim, podemos fazer algumas considerações: 
esta profundidade seria o valor mínimo útil da cisterna, o que torna necessário um 
acréscimo nesta profundidade, de forma que a cisterna não trabalhe no seu limite, 
adotando-se então um coeficiente de segurança; uma outra questão que não foi 
considerada nos cálculos seria o volume de água a ser absorvido pelo próprio piso 
do pátio, a água evaporada e a água absorvida pelos blocos e transmitida ao solo, 
que podem reduzir consideravelmente os valores obtidos. Dependendo do bloco e 
do piso do pátio a serem usados, mais porosos ou menos porosos, pode-se 
conseguir soluções mais favoráveis. 
 Uma outra questão a considerar seria, imaginando uma situação hipotética de 
precipitação pluviométrica mensal de 155mm (cidade de Belo Horizonte - Minas 
Gerias), e conseqüentemente uma precipitação diária de 5,2mm, para a área de 
pátio considerada anteriormente, obtemos um volume de água diário de 390 litros, o 
que equivale a 0,39m3. Além disso, a área de infiltração da cisterna se faz no fundo 
e na lateral, em toda sua profundidade. Desta forma, conclui-se que em um primeiro 
momento do início do uso da cisterna, o volume de água direcionado à cisterna será 
superior à área de infiltração necessária para sua total absorção [pois o volume da 
cisterna seria 13,16m3 (h=4,19 e diâmetro=2m), e uma contribuição diária de 
0,39m3]. Ou seja, a cada dia, a partir do início do seu funcionamento, o volume de 
 
 
 
 
 
 
 39
 
 
água dentro da cisterna irá aumentar, até que se atinja a altura ideal para infiltração 
de todo o volume esperado. Assim sendo, a cisterna trabalhará, após este período 
de enchimento, sempre cheia, até o limite determinado nos cálculos. Em alguns 
casos, a água armazenada poderia ser utilizada, como na lavagem de piso, etc.
 Desta forma consegue-se infiltrar toda a água pluvial que foi prevista. 
Obviamente o ciclo das águas é variável, de modo que em períodos curtos de 
tempo, o volume de chuvas supera (no caso de Belo Horizonte atinge quase o 
dobro) a média mensal. Dessa forma devem ser previstos sistemas economicamente 
viáveis (sem considerar o pior caso), de modo que se obtenha valores desejáveis. 
Além disso, podem ser previstos sistemas mistos, como o que se apresenta a seguir, 
usando reservatório e cisterna de infiltração ao mesmo tempo, possibilitando a 
coleta, o armazenamento e a infiltração da água. Segue uma hipótese para um 
sistema para coleta, infiltração e armazenamento de água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nesta proposta, a água que chega, passa por um processo de filtragem sendo 
armazenada em seguida. Caso o volume de água exceda a capacidade do 
reservatório, esta irá infiltrar no solo através da camada drenante, constituída de 
brita e areia de diversas granulometrias. Nesse caso, a profundidade da camada de 
brita e areia para infiltração da água no terreno seria proporcionalmente menor que 
na hipótese anterior, cisterna seca para infiltração, pois a área de contato da água 
Manilhas de concreto
As juntas serão vedadas com argamassa
Tubo PVC
Reservatório inferior
Passagem entre o reservatório e a 
cisterna seca
Camada de material permeável, 
drenando e filtrando a água (brita, 
areia média e fina)
Vai para reservatório superior
Bomba d’águaParede lateral sem revestimento
Grelha
Corte
A
ltu
ra
 v
ar
iá
ve
l
 
 
 
 
 
 
 40
 
 
com o solo se dá em toda a lateral. A água captada e armazenada poderia ser 
utilizada imediatamente, dependendo do uso, sem qualquer tipo de filtragem, pois a 
camada de material permeável faria em parte este papel, sendo esta limpa 
freqüentemente, e em alguns casos substituída. 
 Nos casos acima foi considerado o lençol freático profundo, condição ideal 
para estes tipos de solução. Porém muitas vezes o lençol encontra-se raso ou a 
profundidades que inviabilizariam tais soluções a priori, pois seriam áreas de certa 
forma já saturadas, pouco receptíveis a grandes infiltrações. 
 Nestes casos, podemos utilizar sistemas mistos. Através da coleta de água 
subterrânea do lençol freático, haveria uma redução do volume de água no solo, o 
que tornaria o aqüífero sedento e mais receptível à infiltração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Esta solução de ressecamento do lençol freático, assim como o seu 
rebaixamento, podem provocar a retomada de recalques em construções cujas 
fundações situem-se em zona afetada pela sobrecarga resultante da redução do 
empuxo devido à submersão. Em terrenos resistentes, esta redução pode conduzir a 
recalques mínimos. Mas em terrenos menos resistentes, principalmente argilosos, 
esses recalques podem ser expressivos, danificando edificações, redes de 
drenagem e esgoto, devendo portanto atentar-se para essas questões. 
 Nos casos em que não se deseja ou não é possível a coleta de água 
subterrânea, e que se queira ressecar o lençol freático tornando-o sedento, ou 
apenas seca-lo nos casos de terrenos muito úmidos como brejos, pode-se usar o 
eucalipto, árvore reconhecidamente útil nestes casos, pois é uma planta de 
crescimento rápido entre outras características, e para tal absorve grandes 
Cisterna para coleta de 
água
Cisterna seca para 
infiltração forçada
Corte
Lençol Freático
 
 
 
 
 
 
 41
 
 
quantidades de água. Porém, tal solução demanda a princípio áreas maiores (pátios 
de galpões, praças, etc.), além de sua eficácia dar-se a médio e longo prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nos casos das vias públicas, responsáveis por grande parte dos efluentes de 
um sistema de drenagem, pois sua área impermeabilizada (nos moldes atuais) é 
considerável, é possível adotar algumas soluções. 
 Pode-se substituir o pavimento em asfalto por outros materiais com 
características mais adequadas ao sítio, e às condições e capacidades dos sistemas 
de infra-estrutura locais. 
 O uso de materiais mais rugosos como o pavimento intertravado, ou o 
conhecido bloket de concreto, reduz a velocidade da água em vias com declividades 
maiores, além de serem semi-permeáveis, dependendo da preparação das camadas 
de base. 
 Tais soluções possuem um custo inicial de implantação maior que o asfalto, 
porém o custo a longo prazo dilui-se devido a menores custos de manutenção. Além 
disso, o custo ambiental gerado pelo asfalto supera em muito os demais. Porém não 
é de praxe, por parte de nossos governantes, computar tais custos. 
 Uma outra solução para redução do volume de água no sistema de drenagem 
é o uso de canaletas drenantes ao longo das ruas, e que podem ser combinadas 
com sistemas de infiltração forçada, caso o volume de água exija tal solução. Tal 
sistema pode ser adotado em situações em que não haja o tradicional sistema de 
drenagem implantado, ou como alternativa à implantação de tal sistema, 
preferencialmente em áreas de baixa a média declividade. 
 
 
Área de recarga do aquífero
Corte
Eucalipto absorve parte da 
água
Lençol freático
 
 
 
 
 
 
 42
 
 
 
 Uma opção para áreas de maiores declividades, ou que já possuem rede de 
drenagem implantada, seria o uso do sistema misto, acrescentando um tubo poroso 
ao longo das valas em sua parte inferior, interligando em alguns pontos ao sistema 
de drenagem existente. Porém neste caso, o volume de água direcionado paraa 
rede seria reduzido, pois parte infiltraria no solo ao longo da vala. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A profundidade da vala seria proporcional ao volume de água passante pela 
via, assim como às dimensões da mesma, e às características do solo. 
 Uma outra solução seria a construção de reservatórios de grande porte 
públicos (no qual a demanda de água é grande), em áreas próximas a praças, ou 
nelas mesmas. Tal sistema estaria sendo abastecido pelas sarjetas laterais e o 
excedente seria reconduzido à rede de drenagem. A água seria destinada à lavagem 
de passeios e pisos, mobiliários urbanos, molhação de canteiros, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Canaletas drenantes
Calçada
Rua
Corte
Pavimento intertravado com blocos de 
concreto
Contenção lateral em concreto
Tela metálica ou material plástico para 
proteção do material
Brita e pedras de mão
Praça
Ladrão
Reservatório 
subterrâneo
PLANTA
Sentido de escoamento 
da água
Rede de drenagem 
subterrânea
 
 
 
 
 
 
 43
 
 
 Porém, se considerarmos situações mais desfavoráveis topograficamente, ou 
situações que não configuram praças, como encostas íngremes, linhas de drenagem 
acentuadas, áreas “non aedificandi” , etc., podem ser propostos reservatórios de 
menor porte, porém em maior número. A coleta da água seria feita através de 
canaletas que acompanham as curvas de nível, em vários pontos de determinada 
encosta, conduzindo-a para os pontos de coleta – hipótese A (a seguir). 
 Outra forma de coleta seria feita através da própria rede de drenagem pluvial 
existente. Porém, tanto a capacidade dos reservatórios quanto a vazão de entrada 
devem ser maiores, pois o volume de água e velocidade também o são – hipótese B 
(a seguir). 
 Tais reservatórios podem ter como finalidade a retenção e posterior uso das 
águas, a retenção momentânea e posterior infiltração no solo, ou até mesmo um 
sistema misto de retenção e infiltração, como o proposto anteriormente – Sistema 
misto para coleta, infiltração e armazenamento de água - , porém diferindo-se 
quanto à forma de retirada da água, sem o uso de bomba. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hipótese A
Canaletas de concreto 
pré-fabricado, para 
coleta de água pluvial
Planta
Sem escala
Reservatórios em 
manilhas de concreto. 
Diâmetro variável, e 
possibilidade de uso de 
tubos de PVC ou 
 
 
 
 
 
 
 44
 
 
A hipótese A, acima, destina-se a duas situações específicas, como: 
instalação em terrenos de altas declividades, no qual se queira conter eventuais 
processos erosivos, através da recondução das águas e sua infiltração forçada ou o 
seu armazenamento; uma outra alternativa seria sua instalação em terrenos 
diversos, com a finalidade apenas de coleta e armazenamento das águas 
superficiais. 
 
Observação: Área com 
declividade média superior 
a 47%, sendo dessa 
forma, em teoria, “non 
aedificandi”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tal hipótese – hipótese B – destina-se ao armazenamento e infiltração da 
água proveniente do sistema de drenagem pública, mais especificamente das 
canaletas ao longo das calçadas. Neste caso as canaletas seriam do tipo drenante, 
detalhada anteriormente, porém diferindo-se quanto à função, pois neste caso, a 
Avenida
Canaleta
Reservatório
Rua
Corte AB
Sem escala
OBS: Os reservatórios 
poderão cumprir funções de 
armazenamento, infiltração, ou 
ambas, segundo os modelos 
desenvolvidos em propostas 
Hipótese B
Canaleta drenante
Reservatório
Planta
Sem escala
 
 
 
 
 
 
 45
 
 
água seria conduzida até os reservatórios, sem que haja sua infiltração. Tal solução 
poderia ser feita através de tubulação ou impermeabilização do fundo da canaleta. 
 Entretanto, as hipóteses A e B poderiam integrar-se, abrangendo um maior 
volume de água. Tal solução porém demandaria uma área de abrangência maior, 
com reservatórios de maior capacidade, destinando-se a edificações que possuam 
um uso mais intenso de água. 
 Uma outra solução para a infiltração forçada da água seria a construção de 
cisternas com paredes de concreto cavernoso, os chamados poços amazonas, já 
utilizados para captação de água subterrânea. 
 Este sistema pode ser adaptado à infiltração forçada de água, já que o 
material usado o permite, no caso o concreto cavernoso, ou concreto poroso. Esta 
seria uma alternativa às cisternas com paredes de tijolo. Eventualmente tal solução 
pode ser usada para captação de água subterrânea, sendo um retorno à sua função 
original. 
 As duas propostas a seguir têm como função a infiltração forçada da água, 
coletada superficialmente. Porém diferem-se quanto ao processo de execução da 
parede lateral da cisterna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Camada de brita
Concreto poroso 
executado “in loco”, em 
forma de anel
Corte
Sem escala
Grelha metálica ou 
em plástico
Poço amazonas - adaptação
Proposta I
Parede executada 
“”in loco
A
ltu
ra
 v
ar
iá
ve
l
 
 
 
 
 
 
 46
 
 
 No primeiro caso - Proposta I - propôs-se a execução da parede lateral “in 
loco”, de modo que se utilize o próprio terreno como parte da fôrma. Neste caso, 
deve-se tomar os cuidados necessários quanto ao contato direto do concreto com o 
solo; a água de constituição do concreto, responsável por sua cura; a contenção 
lateral do solo enquanto se escava. Esta proposta visa atender a situações em que 
se torna inviável ou trabalhosa a execução e/ou transporte de peças pré-moldadas, 
geralmente em poços de maiores dimensões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No segundo caso – Proposta II – propôs-se a execução da parede lateral com 
peças de concreto poroso pré-moldadas, em forma de anel. Tal processo permite 
maior facilidade e flexibilidade de execução das peças e conseqüentemente da 
parede lateral do poço. Porém sua viabilidade é inversamente proporcional ao peso, 
dimensão e manuseio das peças. 
 Porém, quanto aos materiais utilizados e aspectos construtivos, os 
procedimentos são os mesmos. O concreto é preparado utilizando-se apenas brita 
zero, cimento e água, tendo um traço de 1:3:15 (CETEC, 1986), sendo água, 
cimento e brita respectivamente. A águam caso seja insuficiente, deve ser 
adicionada aos poucos, apenas para possibilitar a “viragem” do concreto. Este, após 
Proposta II
Parede pré-moldada
Grelha plástica ou metáçica
Camada de areia 
impedindo que grãos de 
areia passem para a 
cisterna
Peças pré-moldadas de 
concreto poroso em 
forma de anel
Camada de brita
Corte
Sem escala
Al
tu
ra
 v
ar
ia
ve
l
 
 
 
 
 
 
 47
 
 
Passeio
Corte 
Sem escala
Canaleta drenante
Pista de rolamento
Base
Sub-base
Camada impermeável auxiliar
Camada drenante composta de 
brita e areia
Contenção lateral
preparado, terá o aspecto de fragmento de rocha, envolvido por fina camada de 
cimento. 
 No caso de optar-se por anéis pré-moldados, é recomendado que estes 
tenham altura máxima de meio metro, facilitando seu manuseio. Sua resistência 
mecânica será dada basicamente pelo traço e armadura utilizados. O contato entre 
os anéis de concreto pré-moldado pode se dar por junta seca, sem a necessidade 
de qualquer tipo de emenda. 
 Em ambos os casos, deve ser feita uma pequena sapata corrida sob as 
paredes, em concreto comum, armado. O concreto, quando da execução das

Outros materiais