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VERBETES DE SÚMULAS Wendell Sodré Bacharelando em Direito pela Universidade Estácio da Bahia Verbete de súmula N. 147 do Superior Tribunal de Justiça STJ - Súmula 147 Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função. Referência Constituição Federal, art. 109, IV. CC 1.964-DF (3ª S 19.09.91 - DJ 21.10.91) CC 3.593-SC (3ª S 05.08.93 - DJ 23.08.93) RHC 3.668-RJ (6ª T 20.09.94 - DJ 24.10.94) Terceira Seção, em 07.12.95. DJ 18.12.95, p. 44.864 RSTJ 80 Verbete de súmula N.18. Do Supremo Tribunal Federal SÚMULA 18 Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público. Súmula 471 STJ Órgão Julgador Terceira Seção Data do julgamento 23/02/2011 Data da publicação 28/02/2011 Enunciado Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional. NOTAS DA REDAÇAO A presente súmula tem por objeto a celeuma que se instalou com o advento da Lei 11.464/2007 que alterou alguns dispositivos na Lei de Crimes Hediondos. Dentre as alterações, o artigo 1º da Lei 11.464/07 dispunha que o artigo 2º da Lei de Crimes Hediondos deveria vigorar com a seguinte redação: Art. 1º O art. 2o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 2º........................................................................................ II - fiança. 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. 2º A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. (Destacamos) Interessa-nos a redação atribuída ao parágrafo segundo do mencionado artigo segundo da Lei de Crimes Hediondos, alterando os patamares para progressão de regime prisional. Como se sabe, a execução da pena no Brasil deve ser efetivada de maneira que o bom comportamento seja engrandecido e o mau seja repreendido. Dessa forma, o condenado que apresentar méritos deve ser agraciado com a progressão de regimes, que é a passagem do regime mais rigoroso para o mais brando, possível quando o condenado preencher os requisitos objetivos e subjetivos. Objetivamente, o condenado progride se cumprir, em regra , ao menos um sexto da pena no regime anterior. O requisito subjetivo é o bom comportamento carcerário. Estas regras estão insertas de maneira genérica na Lei da Execução Penal (Lei 7.210/84), cujo artigo 112 preconiza: Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário , comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Grifamos) A Lei de Crimes Hediondos, no entanto, com a redação que lhe foi dada pela mencionada Lei 11.464/07 exige, para a progressão de regime dos condenados por crimes hediondos e equiparados, o cumprimento de 2/5 da pena se o réu for primário e 3/5, se reincindente. A presente Súmula veio firmar a orientação de que o requisito objetivo para progressão de regime para os condenados por crime hediondo e equiparado somente obedecerá o patamar de 2/5 para os primários e 3/5 para os reincidentes se o fato foi praticado depois da vigência da Lei 11.464/07, do contrário, a regra a ser aplicada continua sendo a genérica prevista na Lei de Execução Penal: que o réu tenha cumprido ao menos 1/6 da pena. SÚMULA 711 A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. SÚMULA 719 A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. Súmula Vinculante 26 Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico. Súmula 610 Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima. Jurisprudência posterior ao enunciado ● Consumação do crime de latrocínio e dispensa da subtração patrimonial "Quanto à configuração típica, observo, inicialmente, que, superado o questionamento probatório, não há divergência no que se refere ao cerne dos fatos: em um assalto contra dois motoristas de caminhão, um foi alvejado e faleceu e o outro sofreu ferimentos, mas sobreviveu. O Recorrente, diante da tentativa de fuga dos motoristas, efetuou disparos de arma de fogo em sua direção, vindo a atingi-los. Não foi esclarecido na denúncia ou na sentença e acórdão, se o Recorrente logrou obter a subtração patrimonial. Entretanto, a questão perde relevância diante da morte de uma das vítimas, incidindo na espécie a Súmula 610 desta Suprema Corte: 'Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima'." (RHC 107210, Voto da Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, julgamento em 10.9.2013, DJe de 23.10.2013) Data de publicação do enunciado: DJ de 31.10.1984. Para informações adicionais, clique aqui. Para pesquisar menções a esta súmula no banco de jurisprudência do STF, utilizando o nosso critério de pesquisa, clique aqui. Última atualização: 28.3.2017 (gls Súmula 52 do STJ e razoável duração do processo A Súmula 52 do Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual, "encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento ilegal por excesso de prazo", é freqüentemente utilizada pelos tribunais pátrios. De fato, são inúmeros os habeas corpusconsiderados prejudicados (não apreciados em seu mérito) pela aplicação do mencionado verbete sumular. A dinâmica chega a ser rotineira: 1) a parte impetra habeas corpusno Tribunal alegando que está presa há mais tempo que o permitido em lei; 2) o relator requisita informações ao juiz; 3) o magistrado informa que a instrução do processo foi encerrada; 4) colhe-se o parecer do Ministério Público, que opina pela prejudicialidade do writ; e, 5) o habeas corpus é julgado prejudicado. Noutro dizer, o constrangimento ilegal pelo excesso de prazo não chega a ser analisado pela Corte de Justiça, ante a notícia de que a instrução foi encerrada. Sucede que nem sempre o citado encerramento da instrução criminal significa que o réu esteja na iminência de receber do Estado a prestação jurisdicional, consubstanciada numa sentença. Há julgados que reputam encerrada a instrução a partir de quando o processo alcança a fase de alegações finais. Outros se contentam com a oitiva das testemunhas da acusação. Ou seja, via de regra, entre o encerramento da instrução e a prolatação da sentença há um hiato temporal, que varia de caso a caso. Por essa razão, a aplicação quase que automática da Súmula 52-STJ pode propiciar, em determinadas situações, violação ao princípio da razoável duração do processo, aninhado no art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal. Atento a isso, o STJ vem, paulatinamente, flexibilizando o teor da Súmula 52, reconhecendo eventual excesso de prazo mesmo nos casos em que a instrução esteja encerrada. O informativo de jurisprudência n. 323 daquele egrégio Tribunal noticiou o julgamento do Recurso em Habeas Corpusn. 20.566-BA, de relatoria da Min. Maria Thereza de Assis Moura, em cuja ementa restou consignado o seguinte: "Ainda que encerrada a instrução, é possível reconhecer o excesso de prazo, diante da garantia da razoável duração do processo, prevista no artigo 5º, inciso LXXVIII da Constituição. Reinterpretação da Súmula 52 à luz do novo dispositivo." No caso específico, o recorrente encontrava-se preso há quase três anos e meio sem resposta do Estado. Além disso, foram requeridas diligências pelo Ministério Público desde 8.3.2006, as quais não haviam sido cumpridas até o julgamento do recurso, que se deu em 12.6.2007. Naquele contexto, a relatora, de forma louvável, deu provimento ao recurso para permitir ao recorrente que aguardasse em liberdade o julgamento do processo. Percebe-se, assim, que, a partir da expressa adoção constitucional da garantia da razoável duração do processo, não bastará o simples encerramento da instrução criminal para que seja descartada a ocorrência de constrangimento ilegal por excesso de prazo na formação da culpa do réu. O processo deverá ser concluído, efetivamente, dentro de um prazo razoável. Não há, contudo, uma definição unívoca quanto ao que seja razoável duração de um processo. É certo que tal conceito deve ser aferido, com cautela, no caso concreto, levando-se em conta peculiaridades de cada hipótese. Um processo com apenas um réu e poucas testemunhas, todas residentes na Comarca, deverá ser concluído em intervalo de tempo menor que um processo com vários réus e testemunhas residentes em diferentes Comarcas. Em verdade, mais facilitada será a tarefa do intérprete para identificar os casos em que a afronta ao princípio da razoável duração do processo é flagrante, como fez o STJ nos julgamentos do Habeas Corpus 52.288-BA, Rel. Min. Arnaldo Lima (mais de dez meses sem que a sentença fosse prolatada), e do Habeas Corpus 67.004-BA, Rel. Min. Arnaldo Lima (réu preso há mais de três anos sem o término da instrução criminal). Merece aplauso, portanto, a postura do Superior Tribunal de Justiça, ao empreender essa releitura do verbete 52 de sua Súmula. Trata-se, sem dúvida, de interpretação que mais se harmoniza com os princípios vetores do Estado Democrático de Direito, entre os quais avultam de importância, além da aclamada razoável duração do processo, a dignidade da pessoa humana e o estado de inocência, princípios que reforçam, a mais não poder, a excepcionalidade de qualquer prisão anterior ao trânsito em julgado de uma sentença condenatória.
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