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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL com ênfase no novo CPC – EAD MÓDULO NOVO PROCESSO CIVIL – TEORIA GERAL DO PROCESSO E PROCESSO DE CONHECIMENTO (PROCEDIMENTO COMUM) Data: 31/03/2015PROFESSOR Professor: Dr. Eduardo de Avelar Lamy 1. Material pré-aula a. Tema Tutelas provisórias no novo CPC – Tutela de urgência e tutela de evidência. b. Noções Gerais A tutela de urgência no novo CPC está disposta a partir do artigo 300, da Lei nº. 13.105/2015, e será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. A concessão da tutela de urgência pode ser liminar ou após justificação prévia, e o juiz pode exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir eventuais danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada no caso da parte ser economicamente hipossuficiente e sem possibilidade de oferecer a caução. Além disso, a tutela de urgência poderá não ser concedida se houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da concessão. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa se a sentença lhe for desfavorável, se for obtida liminarmente em caráter antecedente e não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 dias, se ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal, ou se o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. Dispõe o novo CPC que a tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. A tutela de urgência poderá ser concedida através de tutela antecipada requerida em caráter antecedente ou em tutela cautelar em caráter antecedente. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação a petição inicial poderá limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. Concedida a tutela antecipada o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos, a confirmação do pedido de tutela final e a indicação do valor da causa em 15 dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar, em petição nos próprios autos, sem incidência de novas custas processuais, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito. Caso não seja concedida a tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. A tutela antecipada concedida torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso, quando então o processo será extinto. Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada no prazo de 2 anos, bem como poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida para instruir a petição inicial da ação, sendo prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida. Com relação à tutela cautelar, a petição inicial indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. O pedido principal poderá ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar. Caso se entenda que o pedido tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303, do novo CPC, ou seja, será observado o procedimento descrito acima. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal deverá ser formulado pelo autor no prazo de 30 dias e apresentado nos mesmos autos, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais, caso não tenha sido apresentado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar. A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal. A tutela cautelar concedida terá sua eficácia cessada se o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal, se não for efetivada dentro de 30 dias ou se o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito, sendo que, se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento. A tutela de evidência será concedida independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo e poderá ser utilizada nas seguintes hipóteses: (i) quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatória da parte; (ii) quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; (iii) quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documentalmente adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; (iv) ou quando a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Nas hipóteses ii e iii o juiz poderá decidir liminarmente. c. Legislação Novo Código de Processo Civil – Lei nº. 13.105/2015 (artigos 294 a 311) d. Julgados/Informativos - MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro; Henrique Ávila. Algumas das principais alterações do novo Código de Processo Civil. Consultor Jurídico, 31/01/2015. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2015-jan-31/algumas-principais- alteracoes-codigo-processo-civil>. Acesso em 14 mar 2015. - ZUFELATO, Camilo. Tutela da evidência e o Projeto do Novo CPC. Jornal Carta Forense, nov. 2012. Disponível em: < http://www.cartaforense.com.br/conteudo/artigos/tutela-da- evidencia-e-o-projeto-de-novo-cpc/9769>. Acesso em 20 mar 2015. e. Leitura sugerida - FUX, Luiz. Tutela da Urgência e Tutela da Evidência. São Paulo: Saraiva. - LAMY, Eduardo de Avelar et ali. Processo Civil em Movimento: Diretrizes para o Novo CPC. São Paulo: Conceito 2013. - LAMY, Eduardo de Avelar. Flexibilização da Tutela de Urgência. Curitiba: Juruá, 2ª ed. f. Leitura complementar - BODART, Bruno Vinícius da Rós. Tutela de evidência. 1 ed. São Paulo: RT, 2014. - BRUSCHI, Gilberto Gomes. A tutela antecipada e a postura do juiz diante do pedido liminar - a possibilidade de sua concessão antes da citação do réu visando maior efetividade ao processo. Revista Dialética de Direito Processual, v. 69, p. 35-56, 2008. Disponível no material de apoio. - BRUSCHI, Gilberto Gomes. Tutela antecipada e sentença. Revista Dialética de Direito Processual, v. 079, p. 033-040, 2009. Disponível no material de apoio. - MORAIS, Maria Lucia Baptista. As tutelas de urgência e as de evidência: especificidades e efeitos. Artigo disponibilizado no site da Advocacia Geral da União. Disponível em: < http://www.agu.gov.br/page/download/index/id/6064407>. Acesso em 20 mar 2015. Disponível no material de apoio. - WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Primeiros Comentários ao Novo Código de Processo Civil. 1 ed. São Paulo: RT, 2015.
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