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CASOS CONCRETOS para resolver Fundamentos das Ciências Sociais 2017.1

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FCS - CASOS CONCRETOS/FCS - 12.pdf
Plano de Aula: O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as 
teorias sociológicas clássicas: Sociologia Francesa e Sociologia Alemã 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as teorias sociológicas clássicas: Sociologia 
Francesa e Sociologia Alemã 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
12 
Tema 
A sociologia compreensiva de Max Weber (II) 
Objetivos 
Entender o conceito de tipo ideal. 
Analisar os tipos puros de dominação legítima. 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, leia o Capítulo 5 de seu Livro didático de Ciências Sociais da página 129 até a 140. 
1- O conceito de tipo ideal 
Para Weber, os tipos ideais, ou tipos puros, seriam instrumentos ou conceitos criados pelo cientista 
social, para a análise da sociedade por meio de um princípio de comparação. Todo conceito seleciona 
alguns aspectos da realidade infinita, enquanto exclui outros. Desta forma, o tipo ideal não existe de fato, 
ele é uma construção metodológica que consiste na intensificação proposital de um determinado aspecto 
da realidade que nos permite compreendê-la melhor. 
2- Tipos de dominação legítima 
 
 A dominação deve ser entendida, segundo Weber, como uma probabilidade de mando e de legitimidade 
deste. A crença é condição fundamental para que a relação entre aquele que manda (domina) e aquele 
que obedece (dominado) se realize. Portanto, não é toda e qualquer relação de poder que é legitimada, é 
preciso que aquele que obedece acredite voluntariamente naquele que tem poder de mando. O poder é 
sempre uma probabilidade, pois depende de outro para ser exercido. Weber fornece o exemplo da 
relação de poder entre senhor e escravo que é carente de uma relação voluntária, não havendo, 
portanto, legitimidade e sim obrigação; a consequência é que na primeira oportunidade os indivíduos 
fogem desta relação, abandonam seus senhores. 
 Weber define três tipos puros de dominação como: racional-legal ou burocrática, dominação tradicional e 
a carismática. 
 A dominação racional-legal ou burocrática é exercida dentro de um quadro administrativo composto de 
regras e leis escritas que devem ser seguidas por todos, não havendo privilégios pessoais. Ela é apoiada 
na crença de uma ?legitimidade de ordens estatuídas e nos direitos de mando dos chamados a exercer 
autoridade legal?. Esta é baseada em relações impessoais e os funcionários são incorporados ao quadro 
administrativo, através de um contrato, não por suas características pessoais mas por sua competência 
técnica. Eles são livres, sendo que suas obrigações se limitam aos deveres e objetivos de seus cargos 
que estão dispostos dentro de uma hierarquia administrativa e suas competências são rigorosamente 
fixadas. Realizam seu trabalho e em troca recebem um salário fixo e regular que varia conforme a 
responsabilidade do cargo, que é exercido em forma exclusiva ou como principal ocupação. Há 
possibilidade de fazer carreira, podendo subir na hierarquia da profissão, através do tempo de serviço ou 
por competência ou ambos. Importante ressaltar que os funcionários trabalham em seus cargos sem a 
apropriação dos mesmos. A dominação burocrática é puramente técnica, com o objetivo de atingir o mais 
alto grau de eficiência e nesse sentido é, formalmente, o mais racional conhecido meio de exercer a 
dominação sobre os seres humanos. 
 A dominação tradicional repousa na crença das tradições, costumes que existem desde de outros 
tempos. É a legitimidade na crença dos indivíduos nas ordens e poderes senhoriais tradicionais. A 
autoridade é exercida e legitimada pela tradição e por normas escritas. O quadro administrativo, neste 
caso, pode ser recrutado não pela competência técnica mas por vínculos pessoais e laços de fidelidade. 
As tarefas não estão claramente definidas, como na dominação racional, e os privilégios e deveres 
encontram-se sujeitos a modificações de acordo com a vontade do governante. Há outros tipos de 
dominação tradicional que são o: patriarcalismo onde o poder é exercido segundo regras fixas de 
sucessão; e o patrimonialismo ou gerontocracia que é autoridade exercida pelos mais velhos, em idade, 
sendo os melhores conhecedores da tradição sagrada. Em um corpo administrativo encontramos o 
patrimonialismo quando os funcionários ligam-se ao chefe por laços de fidelidade pessoais. 
 A dominação carismática pode ser caracterizada pelo seu caráter de tipo extraordinário e irracional. 
Weber define carisma como uma qualidade pessoal considerada extraordinária, atribuída a um indivíduo 
que possui poderes ou qualidades sobrenaturais. Esses indivíduos são enviados por Deus para o 
cumprimento de uma ?missão?. Portanto, este indivíduo é reconhecido como um líder por seus 
seguidores e assim a autoridade carismática é legitimada. Os carismáticos, geralmente são profetas 
religiosos, políticos, demagogos, apresentam, na maioria das vezes, provas de seu poder, fazendo 
milagres ou revelações divinas. Entretanto Weber aponta para possibilidade de uma existência 
permanente de um líder carismático, tal fenômeno foi chamado de rotinização do carisma. Para que isso 
ocorra são necessárias mudanças profundas, pois implicam a transformação da autoridade carismática 
em tradicional ou legal. Sendo assim as atividades do corpo administrativo passam a ser exercidas d e 
forma regular seja através da constituição de normas tradicionais seja por promulgação de regras legais. 
Haverá um problema a ser resolvido que é o da sucessão que não será eleito, geralmente o líder 
carismático escolhe entre aqueles de sua confiança ou então por hereditariedade, 
Aplicação Prática Teórica 
Questão discursiva: 
"Antigamente, o governante era um escolhido de Deus porque sua legitimidade era dada pela 
descendência divina. As antigas realezas haviam nascido no outro mundo e os reis eram um dos 
mediadores mais importantes entre deuses e homens (...) Hoje, essa legitimidade é feita pela soma de 
escolhas individuais dos cidadãos que votam individualmente e, supomos, autonomamente, e não em 
grupo ou família". (Roberto da Matta, O eleitor e os eleitos, in O Globo, 29/10/08, p. 7). 
Identifique e explique, respectivamente, os tipos de dominação legítima desenvolvidos por Weber 
presentes na situação acima descrita. 
Questão de múltipla escolha: 
Em 13 de março de 2013, o protodiácono (o mais velho dentre os 115 cardeais presentes ao Conclave) 
Jean-Luois Tauran, da varanda central da Basílica de São Pedro, no Vaticano, ao proferir as seguintes 
palavras em latim Annuntio vobis gaudium Magnum: Habemus Papam: Eminentissimum ac 
Reverendissimum Dominum, Dominum Georgium Marium, Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinalem 
Bergoglio, qui sibi nomen imposuit Franciscum (Anuncio-vos uma grande alegria: temos um Papa, o 
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor, Dom Jorge Mário, Cardeal da Santa Romana Igreja Bergoglio, 
que se impôs o nome Francisco) fez saber, aos que ocupavam a Praça São Pedro ou acompanhavam 
pelos meios de comunicação do mundo inteiro, que o novo Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica 
Romana havia sido escolhido e aceitado sua eleição. A partir de então, o Papa Francisco passou a ser, 
concomitantemente, o líder religioso de 1,2 bilhão de católicos no mundo e o chefe de Estado do 
Vaticano. De acordo com a teoria da dominação legítima preconizada por Max Weber, que tipo puro de 
dominação expressa o processo de escolha da autoridade religiosa e política acima referido? 
A) Burocrática 
B) Carismática 
C) Racional-legal 
D) Tradicional 
E) Formal e legal 
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Plano de Aula: Temas contemporâneos da Sociologia (III) 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
Temas contemporâneos
da Sociologia (III) 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
15 
Tema 
A vida nas grandes metrópoles: solidão na multidão. Olhares sobre a sociedade: desigualdade social e 
invisibilidade social. A lógica do consumo, a obsolescência planejada e a problemática socioambiental. 
Objetivos 
Compreender as relações sociais nas grandes metrópoles, em especial o processo de produção de 
invisibilidade social. 
Entender a importância da questão da sustentabilidade no mundo contemporâneo. 
Estrutura do Conteúdo 
1- A globalização e a lógica do consumo 
 Embora seja possível afirmar que os primeiros passos, na direção da construção de um mundo 
globalizado tenham sido dados no início da modernidade, com as grandes navegações, a real sensação 
do que se compreende como globalização passa a existir, mais exatamente, no final da década de 1980 
com o desenvolvimento das chamadas Tecnologias da Informação. A partir daí passa a existir um 
aumento considerável na velocidade e na intensidade da troca de informações, fazendo com que 
acontecimentos locais sejam muitas vezes modelados por processos que se desenvolvem a quilômetros 
de distância. Segundo Anthony Giddens, em As Consequências da Modernidade, a globalização pode ser 
definida como a intensificação das relações sociais em escala mundial. Neste sentido a globalização do 
mundo expressaria um novo ciclo de expansão do capitalismo, como modo de produção e processo 
civilizatório de alcance mundial (in Ianni, Octavio. Globalização e a nova ordem internacional). Ainda 
segundo Ianni este mundo globalizado seria marcado por diversidades, desigualdad es, exclusão, tensões 
e antagonismos, que se dariam simultaneamente às articulações e integrações regionais, transnacionais, 
e globais. Consequentemente o mundo globalizado não é um mundo homogêneo, mas sim um espaço 
marcado por significativas diferenças culturais. Sendo assim é correto afirmar que o capitalismo global 
seria, na verdade, um processo de ocidentalização caracterizado pela exportação das mercadorias, dos 
valores, das prioridades, das formas de vida ocidentais (Hall, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-
Modernidade). Um grande traço comum, para as sociedades inseridas no processo de globalização seria 
justamente a generalização da dinâmica da sociedade de mercado, o que envolve determinados padrões 
de produção, associados a práticas de consumo frenético. Esta generalização deste modo de produção e 
consumo, em função do movimento de globalização do capital estaria na raiz da problemática 
socioambiental, o que levou Zygmunt Bauman, em seu trabalho intitulado ?Globalização, as 
consequências humanas?, a afirmar que nos tornamos, acima de tudo, uma sociedade de consumidores 
e acumuladores de sensações. 
 
2- A vida nas metrópoles e a invisibilidade social 
Conforme mostrado no capítulo 6 do Livro Didático de Ciências Sociais, um dos mais estudados 
problemas contemporâneos é a vida nas metrópoles, marcada por uma grande heterogeneidade de tipos 
que pouco se comunicam, criando uma sensação de ?solidão na multidão? 
Como consequência dessa impessoalidade nas relações, o indivíduo adota uma atitude denominada p or 
Georg Simmel, como atitude blasé, ou seja, a atitude de nos distanciarmos e darmos pouca importância 
ao outro, que faz parte do mesmo meio social 
Desta forma, ?uma das bases da atitude b lasé consiste, portanto, na incapacidade do habitante das 
grandes cidades de diferenciação das coisas, das pessoas e dos acontecimentos importantes. Eles 
aparecem de modo uniforme, com um tom fosco e sem hierarquias. Esta incapacidade de distinção dos 
indivíduos torna- se, então,correspondente àquela que o dinheiro promove nas relações interpessoais. É 
o reflexo da economia do dinheiro que passa a ser interiorizado pelos sujeitos?. 
Essa atitude de reserva se traduz, recorrentemente, num processo de tornar invisíveis, do ponto de vista 
social, alguns indivíduos e grupos estigmatizados por diferentes particularidades, sejam elas condições 
econômicas, hábitos considerados antissociais ou o pertencimento a grupos que são considerados um 
perigo em potencial para a sociedade 
Vale ressaltar que a invisibilidade cultural é um fenômeno que ocorre em todas as sociedades, 
independente de sua posição no cenário mundial. Contudo, é nos países mais pobres e periféricos que 
esta questão atinge a sociedade de forma mais aguda, percebendo-se, constantemente, situações em 
que sentimentos de medo, estranheza e hostilidade se fazem presentes. 
3- A perspectiva do desenvolvimento ecologicamente sustentáve 
Como vimos no início do capítulo, a lógica do consumo norteia a sociedade contemporânea. Isto gera 
graves problemas socioambientais, que suscitaram, nos estudiosos da sociedade, a ideia da necessidade 
de um desenvolvimento sustentável. Segundo o economista polonês Ignacy Sacs, "crescimento 
econômico sem distribuição de renda e sustentabilidade ambiental pode ser chamado de qualquer coisa, 
menos de desenvolvimento?. Nesta perspectiva, desenvolver a sociedade de maneira ambientalmente 
sustentável significa utilizar os recursos naturais não renováveis, hoje, de um modo que as gerações 
futuras também possam vir a utilizá-los. Esta afirmação que parece simples, na verdade exige um 
significativo esforço de mudança de hábitos e valores, para ser colocada em prática. Isto porque ao longo 
de todo o século XX e até os dias atuais, grande parte das sociedades contemporâneas têm utilizado 
recursos limitados como a água, por exemplo, como se fossem inesgotáveis 
Por este ângulo é falso o discurso que afirma existir uma contradição estrutural entre desenvolvimento e 
sustentabilidade ambiental, já que as demandas sociais se relacionam, em grande parte dos casos, ao 
fluxo adequado de recursos do meio físico, isto é, da natureza. Tais afirmações se devem a construção de 
uma visão bastante distorcida, no que se refere às relações entre ambiente e sociedade. É como se fosse 
possível separar a sociedade humana da natureza, ou seja, agir e pensar como se os seres humanos não 
dependessem dos recursos da biosfera como todos os demais seres do planeta, o que é um grave 
equívoco. De um modo diferente daquele que muitas vezes somos influenciados a pensar, por meio das 
diferentes mídias, os seres humanos não podem salvar ou destruir o planeta. Ele vai continuar existindo e 
a vida também. O que podem sim fazer, é destruir as condições que dão suporte a própria existência da 
humanidade, ou seja, o homo sapiens é a espécie mais ameaçada. 
Na medida em que aumenta o conhecimento sobre parte dos problemas socioambientais, que ameaçam 
a manutenção do atual modelo civilizatório industrial, como o aquecimento global, o esgotamento dos 
recursos hídricos ou a drástica redução da diversidade biológica do planeta surge, também, a iniciativa de 
explicar a história e o desenvolvimento das diferentes práticas culturais, a partir da inclusão de variantes 
ambientais. 
As questões ecológicas passaram a adquirir maior importância, tanto ao nível do debate político, quanto 
com relação às discussões realizadas nos diversos setores da vida acadêmica. Isto somado a 
importância do desenvolvimento de políticas econômicas sustentáveis, para a manutenção e melhoria da 
qualidade de vida das sociedades e suas gerações futuras fez com que o enfoque ecológico passasse a 
ocupar um espaço maior na Sociologia e nas chamadas ciências humanas de um modo geral. 
Surge, então, uma nova área de abordagem social a ecologia política, que passa a estudar estuda o s 
conflitos ecológicos distributivos. Por distribuição ecológica são entendidos os padrões sociais, espaciais 
e temporais de acesso aos benefícios obtidos dos recursos naturais e aos serviços proporcionados pelo 
ambiente como um sistema de suporte da vida. Os determinantes da distribuição
ecológica são em alguns 
casos naturais, como o clima, topografia, padrões pluviométricos, jazidas de minerais e a qualidade do 
solo. No entanto, também são claramente sociais, culturais, econômicos, políticos e tecnológico s. Em 
parte a ecologia política se superpõe à economia política, que na tradição clássica corresponde ao estudo 
dos conflitos relacionados à distribuição econômica. Por exemplo, existem grupos do meio urbano, tão 
pobres e detendo tão pouco poder que não dispõem de condições para adquirir ou dispor de água potável 
em contextos urbanos. Do mesmo modo, muitos outros conflitos ecológicos distributivos situam-se fora da 
esfera do mercado, levando os economistas ortodoxos a disfarçarem estas situações com o uso d e 
expressões como "externalidades" ou "falhas do mercado" (Alier, Joan Martínez. O ecologismo dos 
pobres). 
Aplicação Prática Teórica 
Questão discursiva: 
Leia o texto abaixo e responda as questões propostas: 
Jovens aprendem a "viração" 
R. C. R., de oito anos, acorda todas as manhãs quando o policial o derruba do banco da Praça da Sé. 
Nesse momento começa, como em todos os dias, a luta para se adaptar ao ambiente adverso da rua, 
conseguir comida, sustento e até diversão". O que você quer dizer com problemas? Nunca tive grandes 
problemas, sempre me viro", afirma L. A. S., menino de rua que tem nove anos. 
Marcos Lima Araújo diz: "Tenho 18 anos, não estudei, passo o dia todo andando aqui pelo centro. Não 
tenho a mínima ideia de como mudar. Acho que daqui a cinco anos, vou estar na mesma." Para ele, 
apanhar de policiais, roubar, cheirar cola, fumar maconha e crack não são problemas. Nem a violência do 
'Testa de Amolar Faca', jovem de 22 anos que espanca os meninos todas as vezes que encontra. "Ele 
chama a gente de irmãos mais novos", diz o amigo R.C. R. 
Eles ficam um pouco mais bravos quando contam que a colega "Babi" teve que rolar no lixo "para se 
lembrar de onde veio", porque o policial "Bigode Cara de Bode" estava nervoso. Ou como pularam do 
primeiro andar de um prédio quando o guarda não deixou eles descerem as escadas."Se vocês vieram 
para roubar, vão sair pela janela", gritou o vigia, segundo um menino. 
Durante passeio dos meninos pelo centro, chegou uma senhora, de mais de 50 anos, e começou a 
atazaná-los. "Não enche, velha pinguça", gritou W.S.C, que estava com os outros dois. A senhora 
retrucou com uma ofensa e agarrou o mais novo pelo braço. Os dois chutaram a mulher e derrubaram a 
bituca do cigarro que fumavam no copo de pinga. A senhora saiu esbravejando. "Tem muita gente folgada 
aqui na rua", disse L.A.S. 
Mesmo assim L.A.S. nem percebeu que havia sofrido e praticado violência. Saiu de casa porque 
apanhava dos pais e não passa mais um dia sendo respeitado. Para M.S.S., de 18 anos, é pior quando os 
pedestres passam longe dele na calçada ou fecham o vidro dos carros ao verem ele na rua. 
"Poxa, não estou nem assaltando. Eu sei que todo mundo está com medo, mas...". M.S.S não tem 
argumentos, ainda assim, sabe que merece mais respeito. 
"Viração" é a categoria utilizada pela autora para expressar a habilidade que os meninos de rua 
desenvolveram para contornar as situações adversas. (GREGORI, Maria. Filomena. Viração - 
Experiências de meninos nas ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2000). 
I - Explique os conceitos de atitude blasé e invisibilidade social estudados nesta aula. 
II - Identifique, no texto acima, situações que revelam os fenômenos acima citados. 
 
Questão de múltipla escolha: 
(ENADE 2011) A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente u tilizada é a que procura 
atender às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras. O mundo assiste a 
um questionamento crescente de paradigmas estabelecidos na economia e também na cultura política. A 
crise ambiental no planeta, quando traduzida na mudança climática, é uma ameaça real ao pleno 
desenvolvimento das potencialidades dos países. O Brasil está em uma posição privilegiada para 
enfrentar os enormes desafios que se acumulam. Abriga elementos fundamentais para o 
desenvolvimento: parte significativa da biodiversidade e da água doce existentes no planeta; grande 
extensão de terras cultiváveis; diversidade étnica e cultural e rica variedade de reservas naturais. O 
campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceitualmente divid ido em três componentes: 
sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica. Nesse contexto, 
o desenvolvimento sustentável pressupõe: 
A) a preservação do equilíbrio global e do valor das reservas de capital natural, o que não justifica a 
mudança no padrão do crescimento e do modelo econômico das sociedades. 
B) a redefinição de critérios e instrumentos de avaliação de custo-benefício que reflitam os efeitos 
socioeconômicos e os valores reais do consumo e da preservação. 
C) o reconhecimento de que, apesar de os recursos naturais serem ilimitados, deve ser traçado um novo 
modelo de desenvolvimento econômico para a humanidade. 
D) a redução do consumo das reservas naturais com a consequente estagnação do desenvolvimento 
econômico e tecnológico 
E) a distribuição homogênea das reservas naturais entre as nações e as regiões em nível global e 
regional. 
 
FCS - CASOS CONCRETOS/FCS - 10.pdf
Plano de Aula: O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as 
teorias sociológicas clássicas: Sociologia Francesa e Sociologia Alemã 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as teorias sociológicas clássicas: Sociologia 
Francesa e Sociologia Alemã 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
10 
Tema 
A sociologia crítica de Karl Marx (II) 
Objetivos 
Entender a luta de classes como "motor da História" na concepção marxista. 
Reconhecer a ideologia como mascaramento da realidade e a práxis como instrumento de transformação 
social. 
Entender a relação Estado-sociedade na perspectiva marxista. 
Problematizar a importância do pensamento marxista no mundo contemporâneo. 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, leia o Capítulo 5 de seu Livro didático de Ciências Sociais da página 110 até a 123. 
1- Luta de classes 
De acordo com Maria Lúcia de Arruda Aranha e M. Helena Pires Martins , em Introdução à Filosofia (São 
Paulo, Ed. Moderna, Filosofando, 1993), a luta de classes é o confronto entre duas classes antagônicas 
quando lutam por seus interesses de classe. Na visão marxista, no modo de produção capitalista, a 
relação antagônica se faz entre o burguês, que é o detentor dos meios de produção, do capital, e o 
proletariado que nada possui e só vive porque vende sua força de trabalho. 
Para Marx, o capitalismo foi o modo de produção que separou de modo mais profundo o trabalho e os 
meios de produzi-lo, acentuando a exploração da classe não proprietária dos meios de produção 
(proletariado) pelos proprietários dos meios de produção (burgueses). 
A luta de classes, na perspectiva materialista da história, relaciona-se diretamente à mudança social, à 
superação dialética das contradições existentes. Daí a luta de classes ser considerada o motor da 
História, a responsável pelas transformações sociais. 
Contudo, para que os explorados possam empreender a luta de classes, é preciso que tenham o qu e 
Marx chamava de consciência de classe, ou seja, que se percebam como partes (indivíduo) de um todo 
(classe). Dessa forma, a consciência de classe possibilita a união dos grupos mais explorados na 
sociedade em diferentes instituições (partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais) buscando a 
transformação do quadro de exploração, que é, a seu ver, estrutural no sistema capitalista. 
2- Ideologia 
De acordo com Marilena Chauí (O que é ideologia, São Paulo, Brasiliense,
1981), ideologia é ?o conjunto 
de proposições existentes com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o 
interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe, tornando-se uma verdade absoluta e 
natural.? 
Dessa forma, a manutenção da ordem social requer dessa maneira menor uso da violência. A ideologia 
torna-se um dos instrumentos da reprodução do status quo e da própria sociedade, à medida que nos faz 
perceber apenas parcialmente ? e de forma mascarada ? a totalidade das relações sociais. 
?O vencedor ou poderoso é transformado em único sujeito da história não só porque impediu que 
houvesse a história dos vencidos (ao serem derrotados, os vencidos perderam o ?direito? à história), mas 
simplesmente porque sua ação histórica consiste em eliminar fisicamente os vencidos ou, então, se 
precisa do trabalho deles, elimina sua memória, fazendo com que se lembrem apenas dos feitos dos 
vencedores. Não é, assim, por exemplo, que os estudantes negros ficam sabendo que a Abolição foi um 
feito da Princesa Isabel? As lutas dos escravos estão sem registro e tudo que delas sabemos está 
registrado pelos senhores brancos. Não há direito à memória para o negro. Nem para o índio. Nem para 
os camponeses. Nem para os operários?.(op cit.) 
3- Práxis 
É um conceito central no pensamento de Marx. A Práxis não se confunde com a prática. A Práxis é a 
união da interpretação da realidade (teoria ? conhecimento científico) à prática (realização efetiva, 
atividade), em outras palavras, é a ação consciente do sujeito na transformação de si me smo e do mundo 
que o cerca. 
É por meio da práxis que se dá o combate à alienação, permitindo não apenas interpretar o mundo, mas 
transformá-lo. 
4- A relação Estado e sociedade na concepção marxista 
Segundo Marx e Engels, A idelologia Alemã ? Feuerbach. (São Paulo: Hucitec, 1987), o Estado é a forma 
na qual os indivíduos de uma classe dominante fazem valer seus interesses comuns e na qual se resume 
toda a sociedade civil de uma época, segue-se que todas as instituições comuns são mediadas pelo 
Estado e adquirem através dele uma forma política. Daí a ilusão de que a lei se baseia na vontade e, mais 
ainda, na vontade destacada de sua base real ? na vontade livre. Da mesma forma, o direito é reduzido 
novamente à lei. 
Marx afirmava que o aparelho jurídico do Estado, nesse tipo de sociedade, tem como objetivos: (i) 
organizar e justificar a dominação da burguesia sobre o proletariado; (ii) favorecer os negócios da classe 
dominante. 
Segundo ele, ?o direito privado desenvolve-se simultaneamente com a propriedade privada, a partir da 
desintegração da comunidade natural (...) 
 Quando, mais tarde, a burguesia adquiriu poder suficiente para que os príncipes protegessem seus 
interesses com o fim de derrubar a nobreza feudal por meio da burguesia, o desenvolvimento 
propriamente dito do direito começou em todos os países ? na França, no século XVI ? e, todos eles, à 
exceção da Inglaterra tiveram que ser introduzido princípios do direito romano para o posterior 
desenvolvimento do direito privado ( em particular no caso da propriedade mobiliária)". 
Dessa forma, para Marx, não existe Estado representativo do conjunto da sociedade. Seu papel é o 
representante dos interesses da burguesia. 
Nesse sentido, podemos pensar que, na perspectiva marxista, a democracia representativa s eria uma 
espécie de engodo, visto que a participação popular é reduzida e os processos eleitorais acabam por 
designar como ?representantes do povo?, em sua maioria, políticos comprometidos com o poder 
econômico. 
Aplicação Prática Teórica 
Questão discursiva: 
A partir do texto abaixo, construa uma análise que contemple a perspectiva teórica de Karl Marx sobre o 
papel do Estado na sociedade capitalista; 
Levantamento aponta que maioria dos presos no Brasil são jovens, negros e pobres (www.em.com.br, 
23/06/15)Os presos do sistema penitenciário brasileiro são majoritariamente jovens, negros, pobres e de 
baixa escolaridade, aponta o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), divulgado 
nesta terça-feira, 23, pelo Ministério da Justiça. 
De acordo com o Infopen, 56% dos presos no Brasil são jovens - pessoas de 18 a 29 anos, conforme 
faixa etária definida pelo Estatuto da Juventude. 
O número de jovens no sistema prisional supera a proporção de jovens da população brasileira: enquanto 
os jovens representam 56% da população prisional, as pessoas dessa faixa etária compõem 21,5% da 
população total. 
"Nota-se que o encarceramento elevado da população jovem é um fenômeno observado em todo país. Os 
Estados com menor proporção de jovens presos são Roraima e Rio Grande do Sul, que, ainda assim, têm 
47% de sua população prisional composta por jovens. Por outro lado, no Amazonas, no Maranhão e em 
Pernambuco aproximadamente, dois entre cada três presos são jovens", destaca o levantamento. 
Segundo o Infopen, dois em cada três presos no Brasil são negros (67% do total). Da população prisional, 
31% são brancos e 1% se declaram amarelos.O levantamento também constatou que é muito baixo o 
grau de escolaridade da população prisional brasileira: cerca de 53% dos presos possuem ensino 
fundamental incompleto. A maior parte da população prisional brasileira é solteira (57%).Quanto à 
situação de estrangeiros privados de liberdade no Brasil, o levantamento aponta que cinco em cada dez 
estrangeiros presos no Brasil são provenientes de países do continente americano. Paraguai (350 
presos), Nigéria (337) e Bolívia (323) são os países com o maior número de presos no Brasil. 
Questão de múltipla escolha: 
A propaganda, seja ela comercial ou ideológica, está sempre ligada aos objetivos econômicos e aos 
interesses da classe dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a propaganda 
sempre mostra quem sai ganhando com o consumo de tal ou qual produto ou ideia não é o dono da 
empresa, nem os representantes do sistema, mas, sim, o consumidor.(Aranha e Martins, 1999, p. 50). O 
texto refere-se ao conceito de ideologia que, de acordo com Karl Marx, é: 
A) O conjunto de ideias da classe dominante presente em todas as épocas. Quando uma no va classe 
passa a dominar, ela apresenta o seu interesse de forma explícita desconsiderando o interesse de todos 
os membros da sociedade. 
B) O conjunto de ideias que reproduzem valores etnocêntricos da classe dominante que é possuidora de 
uma educação formal erudita, política e econômica, que fornecem subsídios para o desenvolvimento 
político e econômico da nação. 
C) O conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões de mundo de um indivíduo, no qual 
cada um possui uma ideologia própria. 
D) O conjunto de ideias que determina o modo de pensar, sentir e agir de uma sociedade que tem como 
propósito a homogeneidade das ações sociais, que permitiria uma melhor coesão social. 
E) O conjunto de ideias da classe dominante que faz uso de ferramentas simbó licas voltadas à criação 
e/ou manutenção das relações de dominação. 
FCS - CASOS CONCRETOS/FCS - 08.pdf
Plano de Aula: O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as 
teorias sociológicas clássicas: Sociologia Francesa e Sociologia Alemã 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as teorias sociológicas clássicas: Sociologia 
Francesa e Sociologia Alemã 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
8 
Tema 
A sociologia científica de Émile Durkheim (II) 
Objetivos 
Distinguir consciência individual de consciência coletiva. 
Identificar os tipos e indicadores de solidariedade social. 
Entender o conceito de anomia. 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, leia o Capítulo 4 de seu Livro didático de Ciências
Sociais da página 96 até a 101. 
1- Coesão, solidariedade social e consciência coletiva 
A solidariedade social, para Durkheim, é formada pelos laços que ligam os indivíduos, membros de uma 
sociedade, uns aos outros formando a coesão social. 
Há dois tipos diferentes de solidariedade social. Esses tipos têm relação com o ?espaço? ocupado na 
mentalidade dos membros da sociedade pela consciência coletiva e pela consciência individual. 
A consciência coletiva é representada pelo ?conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos 
membros de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado que tem vida própria?. São as 
crenças, os costumes, as ideias que todos que vivem em um mesmo grupo compartilham uns com os 
outros. 
A consciência individual é aquilo que é próprio do indivíduo, que o faz diferente dos demais. São crenças, 
hábitos, pensamentos, vontades que não são compartilhados pela coletividade, mas que são 
especificamente individuais. 
2- Evolução das sociedades e das formas de solidariedade entre os homens 
Para Durkheim a substância ( conteúdo, cimento, matéria, base) da sociedade é a solidariedade (relações 
de harmonia, consenso, integração social, articulação funcional de todos elementos da realidade social). 
Solidariedade mecânica: era aquela que predominava nas sociedades pré-capitalistas, onde os indivíduos 
se identificavam por meio da família, da religião, da tradição e dos costumes permanecendo em geral 
independentes e autônomos em relação a divisão trabalho social (a consciência coletiva exerce todo seu 
poder de coerção sobre o indivíduo) 
Solidariedade orgânica: é aquela típica das sociedades capitalistas, onde, pela acelerada divisão do 
trabalho social, os indivíduos se tornam interdependentes.(Nas sociedades capitalistas a consciência 
coletiva se afrouxa) 
3- Os indicadores dos tipos de solidariedade: 
Segundo Quintaneiro et alli (Um toque de clássicos. Belo Horizonte, Editora da UFMG,2009), Durkheim 
utiliza-se da predominância de certas normas do Direito como indicador da presença de um ou do outro 
tipo de solidariedade, já que esta, por ser um fenômeno moral, não pode ser diretamente observada. Não 
obstante se sustente nos costumes difusos, o Direito é uma forma estável e precisa, e serve, portanto, de 
fator externo e objetivo que simboliza os elementos mais essenciais da solidariedade social. Por outro 
lado, as sanções que são aplicadas aos preceitos do Direito mudam de acordo com a gravidade destes, 
sendo assim possível estudar suas variações. O papel do Direito seria, nas sociedades complexas, 
análogo ao do sistema nervoso: regular as funções do corpo. Por isso expressa também o grau de 
concentração da sociedade devido à divisão do trabalho social, tanto quanto o sistema nervoso exprime o 
estado de concentração do organismo gerado pela divisão do trabalho fisiológ ico, isto é, sua 
complexidade e desenvolvimento. Enquanto as sanções impostas pelo costume são difusas, as que se 
impõem através do Direito são organizadas. A maior ou menor presença de regras repressivas pode ser 
atestada através da fração ocupada pelo Direito Penal ou Repressivo no sistema jurídico da sociedade. 
A partir dessas constatações, Durkheim classifica o Direito em duas classes: 
Direito repressivo- no qual as sanções infligem ao culpado uma dor, uma diminuição, uma privação. 
Direito restitutivo - que faz com que as coisas e relações perturbadas sejam restabelecidas à sua situação 
anterior, levando o culpado a reparar o dano causado. 
4- Anomia 
Caracteriza-se pela ausência ou desintegração das normas sociais. O estado de anomia gera conflitos e 
desordens. Seu aparecimento ocorreria quando diversas funções sociais se tornassem muito tênues ou 
intermitentes. 
Como as sociedades mais complexas são baseadas na diferenciação, é necessário que as tarefas 
individuais correspondam a seus desejos e aptidões; como isso nem sempre acontece, os valores ficam 
enfraquecidos e a sociedade é ameaçada pela desintegração resultante da divisão social do trabalho, é 
solucionada com formas cooperativistas de produção econômicas, com grupos profissionais, associações 
de grupos que socializam o individuo e despertam valores comunitários e disciplina moral) 
As forças litigantes se desenvolvem sem limites e acabam se chocando umas contra as outras para se 
recalcarem e se reduzirem mutuamente. 
 "As paixões humanas só cessam diante de uma potência moral que respeitem. Não são sancionadas 
senão pela opinião, não pela lei, e sabe-se quanto a opinião se mostra indulgente com a maneira pela 
qual essas vagas obrigações são realizadas. Os atos mais censuráveis são frequentemente ab solvidos 
pelo sucesso, que o limite entre o que é proibido e o que é permitido, o que é justo e o que não é, não tem 
mais nada fixo." (Durkheim, E. As regras do método sociológico). 
Aplicação Prática Teórica 
Questão discursiva: 
Leia atentamente os fragmentos de textos expostos abaixo e responda as questões propostas, com base 
na teoria sociológica de Émile Durkheim. 
Irã mantém no código penal pena de morte por apedrejamento (WWW.ebc.com.br)30/05/2013)O Irã 
manteve no código penal a pena de morte por apedrejamento para os casos de adultério, um 
castigo denunciado pelos países ocidentais, mas garantiu ao juiz a possibilidade de escolher outra 
forma de execução. 
De acordo com o artigo 225 do código penal revisto, um juiz pode modificar a forma de execução de 
um condenado "se não existir a possibilidade de lapidação" (apedrejamento). 
Esta decisão tem de ser aprovada pelo chefe da autoridade judiciária iraniana, noticiou a agência 
francesa AFP. A revisão deste artigo, em discussão durante vários anos, foi criticada por peritos 
dos direitos humanos da ONU. Em outubro de 2012, o relator especial para o Irã, Ahmed Shaheed, 
considerou não existir qualquer impedimento para a aplicação da sentença. 
O código penal iraniano foi alterado depois da Revolução Islâmica de 1979 para introduzir 
nomeadamente as penas de apedrejamento, chicotadas ou amputação. O apedrejamento, pena 
controversa entre as diferentes correntes do regime dos "ayatollahs", foi pouco aplicada. Entre 1980 
e 2010, apesar de não existirem dados oficiais, a Comissão Internacional contra a Lapidação 
contabilizou 150 casos de aplicação desta sentença. 
O último caso data de março de 2009, quando um homem foi apedrejado até a morte por adultério, 
na localidade de Rasht, localizada ao norte do país.Os condenados, cujo corpo fica parcialmente 
enterrado até à cintura para os homens e até aos ombros para as mulheres, são perdoados se 
conseguirem libertar-se. 
O caso Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte em 2006 por cumplicidade no hom icídio 
do marido e à apedrejamento por adultério, foi denunciado pelos países ocidentais e organizações 
de defesa dos direitos humanos. Em julho de 2010, a justiça iraniana suspendeu a execução para 
reexaminar o caso. 
Em 2012, vários religiosos disseram à agência noticiosa iraniana Fars que a pena de 
apedrejamento podia ser substituída "se o guia religioso considerar que a aplicação pode ser 
prejudicial" para o Islã e valores religiosos. 
(i) Que tipo de sociedade e de solidariedade social correspondente se encontra no caso em questão? 
Justifique. 
(ii) Que tipo direito é predominante nesta sociedade? Justifique. 
Questão de múltipla escolha: 
Ao analisar fenômenos sociais, Durkheim percebeu que alguns deles revelavam situações em que um 
indivíduo ou grupos perdiam suas referências normativas, e, com isso, enfraqueciam a solidariedade 
social e eram levados a cometer atos normalmente reprováveis. Com base na teoria desse 
autor identifique o conceito corresponde ao tema tratado no texto abaixo. 
Segundo o Minis tério da Saúde da Ucrânia, o balanço de mortos desde a última terça-feira
(18) nos 
violentos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança é de 75 pessoas. Ainda de acordo com 
a pasta, outras 76 permanecem feridas em estado grave por conta dos conflitos. No entanto, grupos de 
oposição garantem que os embates já custaram a vida de ao menos 100 ucranianos. 
O próprio Parlamento do país, cuja maioria está nas mãos do governo, condenou os excessos da polícia 
para coibir os protestos e proibiu as operações antiterrorismo anunciadas pelos serviços secretos e o uso 
do Exército. (...) Ontem (19), o presidente Viktor Yanukovich se reuniu com os três principais líderes da 
oposição e anunciou uma trégua, mas o que se viu nesta quinta-feira (20) foi um novo banho de sangue 
em Kiev. O Ministério do Interior chegou a pedir aos moradores da capital que não saíssem de suas 
casas e limitassem os deslocamentos de carros para evitar "pessoas armadas e com intenções 
agressivas". 
Fonte: http://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/mundo/noticias/2014/02/20/Governo-relata-75-mortes-em-
conflito-na-Ucrania_7599252.html. 
A) Normalidade 
B) Neutralidade científica 
C) Ordem social 
D) Solidariedade orgânica 
E) Anomia 
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Plano de Aula: Tópicos contemporâneos de Sociologia (I) 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
Tópicos contemporâneos de Sociologia (I) 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
13 
Tema 
A produção das diferenças. Preconceito, discriminação e segregação. 
Preconceito racial e o mito da democracia racial brasileira. 
Objetivos 
 Estudar o processo de produção das diferenças . 
 Conceituar preconceito, discriminação e segregação 
 Analisar o preconceito de raça na sociedade brasileira. 
 Questionar o mito da democracia racial brasileira. 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, leia o Capítulo 6 de seu Livro didático de Ciências Sociais da página 141 até a 146. 
1- A produção das diferenças 
Conforme trabalhado no capítulo referente à cultura (aulas 3 e 4), a diversidade cultural é marca 
característica das sociedades humanas. As sociedades humanas são marcadas pelas diferenças de cor, 
nacionalidade, língua, etnia, estilos de vida, gostos artísticos, form as de casamento, estilos de vida, etc. 
Contudo, muitas vezes essas diferenças são hierarquizadas e passam a constituir desigualdades 
concretas, colocando grupos e indivíduos em patamares diferentes da escala social, privilegiando uns e 
excluindo outros. 
Isso decorre, como vimos, do etnocentrismo, prática que consiste em tomar como referência os valores de 
nosso grupo em detrimento de outros, o que traz, geralmente, consequências desagradáveis para 
aqueles que são julgados inferiores. 
Na sociedade brasileira este processo de produção de diferenças e desigualdades se constituiu, desde a 
colonização, numa das questões mais notórias e discutidas pelos historiadores e cientistas sociais. Some-
se a isso o fato de o senso comum interiorizar e reproduzir práticas etnocêntricas, como, por exemplo, a 
valorização do trabalho intelectual em detrimento do trabalho manual, e o tratamento diferenciado - para 
melhor- daqueles que ocupam posições superiores na hierarquia social brasileira. É justamente esse tipo 
de procedimento que cria o que se denomina exclusão. 
2- Distinção entre desigualdade e diferença 
Não é qualquer diferença, de que natureza seja, que pode ser classificada como desigualdade. Para que 
uma diferença caracterize uma desigualdade, é necessário que haja uma privação de direitos, por parte 
dos que possuem uma posição privilegiada na hierarquia social, daqueles que ocupam os mais baixos 
estratos dessa hierarquia. 
Desta forma, quando se analisam eventos de desigualdade social, é fundamental levar em conta o 
contexto histórico em que eles se inserem. Isto porque, em determinados momentos, a diferença pode 
não causar uma sensação de injustiça, não se caracterizando num desigualdade. 
Por exemplo, historicamente, durante muitos anos a violência contra crianças foi vista como ato educativo 
até mesmo direito dos pais, responsáveis máximos da criação dos filhos, vale dizer que os ditos 
populares corroboram tal fato, a título de ilustração: ?é de pequenino que se torce o pepino? ou mesmo 
?Odeia seu filho quem o poupa da vara, mas quem o ama o castiga no tempo certo.? Estas assertivas 
revelam um imaginário social que considerava o castigo infantil como algo natural na criação dos filhos e 
não um ato de violência infantil ou uma desigualdade geracional. Entretanto a partir de 1990, com a 
instauração do Estatuto da Criança e do Adolescente ? (ECA), marco legal e regulatório do direito das 
crianças e adolescentes, a questão da proteção integral desses indivíduos passou a nortear a visão sobre 
o tratamento digno que deve ser dispensado a eles. Ou seja, o castigo infantil passou a constituir um ato 
que revela uma desigualdade entre gerações. 
Em síntese, desigualdade é resultado da exclusão social. Por exemplo, quando indivíduos não têm 
acesso a condições mínimas de existência enquanto outros, além de terem seus direitos sociais 
assegurados, muitas vezes gozam de privilégios garantidos pelo Estado, que, como vimos na aula sobre 
Marx, por meio de seu aparato jurídico em muitas ocasiões garante a manutenção desses privilégios. 
Como se sabe, esses indivíduos não são diferentes na sua essência, mas a posição que ocupam na 
sociedade os tornam desiguais pelo tratamento diferenciado dados a eles. Dessa forma, podemos afirmar 
que a questão da igualdade e da desigualdade constituem princípios éticos importantes na vida social. 
3- Preconceito, discriminação e segregação 
Antes de abordarmos as diferentes formas de preconceito presentes na sociedade brasileira, é importante 
conceituá-lo, bem como entender seus desdobramentos, a discriminação e a segregação. 
Essa diferenciação conceitual nos é apresentada no capítulo 6 do livro didático e reproduzimos a segui r: 
Preconceito: É um julgamento prévio negativo sobre uma pessoa, um grupo, uma cultura etc. Quem age 
com preconceito costuma estar fundamentado em estereótipos negativos, indicando desconhecimento ou 
ausência de informações suficientes a respeito de quem está sendo julgado. O preconceito pode levar à 
discriminação. 
Discriminação: A palavra vem do latim discriminis, que significa separar. É o nome que se dá ao ato de 
restringir a certos indivíduos oportunidades ou privilégios que estão disponíveis para outros indivíduos. 
Discriminar é, portanto, atuar de forma a fazer uma distinção de certas pessoas, podendo levá -las à 
exclusão ou à marginalização. 
Segregação: É uma ação política, pautada em leis ou normas, que tem como objetivo manter à distância, 
em espaços próprios que lhes são reservados, determinados indivíduos ou grupos considerados 
indesejados ou inferiores. Para isso, são estabelecidas fronteiras espaciais ou sociais que aumentam as 
desvantagens entre grupos discriminados. Esta prática é baseada na ideia de superioridade étnica, de 
gênero, de nacionalidade etc. Podemos citar como exemplos de práticas segregacionistas o regime do 
Apartheid, na África do Sul; o regime de segregação racial nos Estados Unidos; e o Nazismo, na 
Alemanha. 
 
4- Preconceito racial 
Embora permaneça, tanto em algumas correntes científicas como no senso comum, a ideia de que 
existem raças humanas diferentes, os estudos e pesquisas contemporâneos indicam que não há 
diferenças significativas entre os indivíduos oriundas das suas diferenças somatológicas (de aparência 
física). 
Todos os humanos descendem de um tronco comum, o homo sapiens. Desta forma, não se pode pensar 
em raças superiores ou inferiores, pois herdamos todos o mesmo patrimônio hereditário. 
No entanto, na prática,
percebe-se que o conceito de raça continua equivocadamente sendo usado como 
justificativa para a exclusão constante de povos e indivíduos, seja pela força das armas ou das ideias, 
seja pelo processo de exclusão social ou de não reconhecimento de seus padrões cu lturais. A essa 
prática dá-se o nome de racismo. 
O Brasil não conheceu o regime de segregação racial, o apartheid. A sociedade brasileira, ao longo de 
sua história, não foi pensada de forma dual (negros x brancos). Contudo, isso não significa que o racismo, 
em suas diferentes manifestações, faça parte da vida brasileira, visto que alguns indivíduos e grupos 
protagonizam, muitas vezes, atos racistas. 
O debate em relação ao preconceito racial no Brasil tomou vulto nos últimos anos, com a elaboração do 
Estatuto da Igualdade Racial e as políticas de ação afirmativa, em especial a política de reservas de cotas 
nas universidades por critérios racialistas. Essa tentativa de racialização da sociedade brasileira, como 
nos mostram, entre outros, Yvonne Maggie, Peter Fry e Demétrio Magnoli, coloca em xeque a tradição 
cultural brasileira de se pensar miscigenada, múltipla, não dual, diferentemente da sociedade norte -
americana, modelo que inspirou as referidas políticas de ação afirmativa. 
Aplicação Prática Teórica 
Questão discursiva: 
Historicamente, a sociedade brasileira foi sempre vista como fortemente miscigenada. Diferentemente do 
que ocorreu de países como Estados Unidos e África do Sul, o racismo no Brasil não teria chegado a 
cindir a sociedade radicalmente. Contudo, casos recorrentes de preconceito racial colocam em xeque o 
mito da democracia racial brasileira. 
 
Com base no estudado nesta aula: 
I.Explique no que consiste o mito da democracia racial brasileira. 
II.Faça uma análise sobre o preconceito racial no Brasil , levando em conta possíveis diferenças de 
oportunidades entre brancos e não-brancos (afrodescendentes) no Brasil. 
 
Questão de múltipla escolha: 
Muitas pessoas continuam a pensar que os grupos humanos apresentam diferenças biológicas 
consideráveis. [...] A pesquisa genética está revelando exatamente o oposto. Os grupos humanos são 
geneticamente próximos demais para diferir em algo mais do que detalhes irrelevantes. O estudo genético 
de nosso passado está mostrando que as diferenças culturais entre grupos não podem ter origem 
biológica. Estas diferenças se devem às experiências dos indivíduos.? (OLSON, Steve. A História da 
Humanidade. Rio de Janeiro: Campus, 2003. p. 17.) 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre preconceito e discriminação adquiridos nas a ulas dadas, 
analise as afirmativas a seguir. 
 
I. Longe de ter fundamentos biológicos, o preconceito racial é uma atitude socialmente transmitida e 
estimulada no cotidiano. 
II. A pesquisa genética revela que o conceito de raça possui fundamentação científica, tornando legítima a 
discriminação pautada em diferenças significativas. 
III. Variações externas como cor da pele, feições e forma do corpo refletem diferenças profundas de raça 
e delineiam o temperamento e inteligência dos indivíduos. 
IV. As diferenças culturais existentes entre os povos têm sido equivocadamente interpretadas como 
diferenças biológicas. 
 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
a) I e II. 
b) I e IV. 
c) II e III. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV. 
FCS - CASOS CONCRETOS/FCS - 09.pdf
Plano de Aula: O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as 
teorias sociológicas clássicas: Sociologia Francesa e Sociologia Alemã 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as teorias sociológicas clássicas: Sociologia 
Francesa e Sociologia Alemã 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
9 
Tema 
A sociologia crítica de Karl Marx (I) 
Objetivos 
Explicar a concepção marxista de análise da sociedade. 
Entender o método dialético e o materialismo histórico. 
Identificar conceitos fundamentais na análise marxista tais como estrutura, superestrutura e relações de 
produção. 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, leia o Capítulo 5 de seu Livro didático de Ciências Sociais da página 103 até a 110. 
1- A Contribuição de Karl Marx à análise sociológica 
Ao contrário de Durkheim e Weber, Marx não teve como preocupação a elaboração de uma disciplina 
sociológica, visto que seu pensamento englobava uma série disciplinas, como a Economia, a História e a 
Filosofia. Entretanto, suas ideias tiveram enorme impacto nas Ciências Sociais ? constituindo -se numa 
das fontes mais importantes da Sociologia e da Ciência Política. 
Por essa razão Marx é um dos autores mais lidos e discutidos nas Ciências Sociais, proporcionando 
acalorados debates entre seus adeptos e seus detratores. 
Vamos, então, conhecer alguns conceitos e ideias formulados por ele e que orientam várias tentativas de 
análise e compreensão da realidade social. 
2- Materialismo histórico 
A grande preocupação de Marx foi compreender a sociedade capitalista que, como vimos, tinha se 
tornado o modelo hegemônico de produção da riqueza humana após a Revolução Industrial. 
Ele percebeu que, no capitalismo, havia uma minoria que comandava a produção e a distribuição dos 
bens materiais e uma maioria a ela subordinada. Foi a partir dessa constatação que Marx buscou 
entender esse desequilíbrio, por meio de um método que privilegia as relações materiais que os homens, 
em diferentes períodos da História, estabeleceram entre si. A esse método Marx denominou materialismo 
histórico. 
 
3. Dialética 
É o modo de pensarmos as contradições da realidade, de pensarmos as diferenças sociais e, 
consequentemente, a transformação permanente da realidade ? a realidade dialética. 
Na concepção marxista do termo, a dialética diz respeito às contradições entre termos. Em todo processo 
há uma proposição inicial (tese) que vai gerar um efeito contrário (antítese). Do embate entre ambos 
surgirá uma nova proposição (síntese). Por exemplo, se se discute a questão da redução da 
criminalidade, e alguém propõe a redução da maioridade penal, alegando que aos 18 anos os jovens 
possuem pleno discernimento de suas ações, isso é uma tese. Quando, por outro lado, alguém diverge e 
argumenta que a questão da criminalidade está mais ligada a uma estrutura social excludente, tem -se 
uma antítese. Do resultado do debate, surgirá um novo entendimento da questão. Tem -se aí a síntese, 
que, proposta por alguém, torna-se nova tese,que gerará nova antítese e resultará em nova síntese, num 
movimento contínuo. A aplicação das teses fundamentais do materialismo dialético à realidade social deu 
origem à concepção materialista da história. 
4. Modo de produção 
Segundo esta concepção, o entendimento da realidade da vida só é possível à medida que conheçamos 
o modo de produção da sociedade ? modo de produção é aqui entendido como a maneira pela qual os 
homens obtêm seus meios de existência material. Como demonstram Marx e Engels em A Ideologia 
Alemã, é através do modo de produção que conhecemos uma sociedade em sua especificidade histórica 
e social. Não é a consciência que determina a vida material, mas a vida material que determina a 
consciência. A partir do modo de produção é possível identificar as diferenças históricas e as relações 
sociais presentes em cada época determinada. 
Na história, podemos distinguir pelo menos cinco grandes modos de produção: o primitivo, baseado na 
propriedade comum a todos os indivíduos (caçadores e coletores); o patriarcal, em que a produção da 
riqueza se dá com base na propriedade familiar, sob a autoridade do pai (patriarca); o escravista, no qual 
a riqueza é oriunda do direito de propriedade de um indivíduo sobre outro, que é obrigado a produzir 
recebendo apenas o necessário
à sua subsistência; o feudal, cuja base econômica é a terra (feudo) que 
na qual o servo trabalha e se apropria de parte da produção para si e transfere a outra parte para o 
senhor feudal; e o capitalista, fundado na relação dialética entre quem detém o capital (o burguês) e 
quem sobrevive através da venda de sua força de trabalho em forma de salário (o proletário). 
Foi no estudo das características e contradições deste último que Marx empreendeu seu esforço analítico 
com maior rigor. 
5- Relações estruturais 
Para Marx, a estrutura de uma sociedade se forma a partir do conjunto de suas relações de produção e 
delas se derivam outros tipos de relações sociais, como as religiosas, as culturais, as jurídicas etc. Em 
suas palavras: "o resultado geral a que cheguei, e que, uma vez adquirido, serviu de fio condutor aos 
meus estudos, pode ser formulado brevemente assim: na produção social de sua existência, os homens 
entram em relações determinadas, necessárias, independente de suas vontades, relações de produção 
que correspondem a um grau de desenvolvimento determinado de suas forças produtivas materiais. O 
conjunto dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta 
sobre a qual se ergue uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem formas de 
consciências sociais determinadas. O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida 
social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é 
inversamente seu ser social que determina sua consciência. A um certo estágio de seu desenvolvimento, 
as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção 
existentes, ou, o que não é senão a expressão jurídica, com as relações de propriedade no seio das quais 
se moviam até então. De formas de desenvolvimento de forças produtivas que eram, essas relações 
tornara-se obstáculos". 
(Marx, K. Contribuição à crítica da economia política). 
6- Relações entre estrutura e superestrutura 
Para Marx, há uma relação de complementaridade entre a infraestrutura (a base material da sociedade) e 
a superestruturas (as demais esferas da vida social), determinada pelas contradições do modo de 
produção capitalista, que faz com que, em última instância, o contexto econômico acabe por influenciar de 
forma decisiva com operam os outros domínios do social. Para ele, "Totalmente ao contrário do que 
ocorre na filosofia alemã, que baixa do céu à terra, aqui subimos da terra para o céu. Isto é, não se parte 
do que os homens dizem, se representam ou se imaginam, nem tampouco do homem predicado, 
pensado e representado ou imaginado, para chegar ao homem de carne e osso; parte -se do homem que 
realmente age e, partindo do seu processo de vida real, se expõe também o desenvolvimento de seus 
reflexos ideológicos e dos ecos desse processo de vida. Também as formações nebulosas que 
condensam o cérebro dos homens são sublimações necessárias de seu processo material de vida, 
processo empiricamente registrável e sujeito a condições materiais. A moral, a religião, a metafísica e 
qualquer outra ideologia e as formas de consciência que a elas correspondem perdem, assim, a 
aparência de sua própria substantividade. Não têm a sua própria história nem seu própria 
desenvolvimento. 
Ao contrário, são os homens que desenvolvem sua produção material e seu intercâmbio material que 
mudam também, ao mudar esta realidade, seu pensamento e os produtos de seu pensamento. Não é a 
consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. Do primeiro ponto de vista 
parte-se da consciência como indivíduo vivo; do segundo, que corresponde à vida real, parte -se do 
próprio indivíduo vivo e considera-se a consciência apenas como sua consciência". 
(Marx, K. e Engels, F. La Ideologia Alemana. Montevideo-Barcelona: Pueblos Unidos- Grijalbo, 1970) 
Aplicação Prática Teórica 
Questão discursiva: 
A partir do texto abaixo, analise a relação entre estrutura e superestrutura na obra de Karl Marx. 
Ensino público no Brasil: ruim, desigual, estagnado (Revista Época, 05/01/2015) Mais de 65% dos alunos 
brasileiros no 5º ano da escola pública não sabem reconhecer um quadrado, um triângulo ou um círculo. 
Cerca de 60% não conseguem localizar informações explícitas numa história de conto de fadas ou em 
reportagens. Entre os maiores, no 9º ano, cerca de 90% não aprenderam a converter uma medida dada 
em metros para centímetros, e 88% não conseguem apontar a ideia principal de uma crônica ou de um 
poema. Essas são algumas das habilidades mínimas esperadas nessas etapas da escola, que nossos 
estudantes não exibem. É o que mostram os resultados da última Prova Brasil, divulgados pelo governo 
federal no final de novembro. A prova avalia, a cada dois anos , o desempenho de alunos do 5º e do 9º 
ano em português e matemática. É usada para compor o principal indicador de qualidade da educação do 
país, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Os resultados revelam, no entanto, algo 
ainda mais perigoso que o baixo desempenho: a desigualdade. Enquanto em alguns Estados do Sul, 
como São Paulo e Santa Catarina, metade dos alunos tem aprendizado adequado em português, Estados 
como Alagoas e Maranhão não chegam a ter 20% .“Se a educação é um direito de todos, o direito de 
cada aluno que não aprende o considerado adequado vem sendo negado”, diz Ernesto Martins Faria, 
coordenador de projetos da Fundação Lemann, organização sem fins lucrativos que atua para melhorar a 
qualidade da educação. 
Diminuir a desigualdade no aprendizado é um desafio até para os Estados que bateram a meta de 
qualidade do governo, medida pelo Ideb. Em 2013, apenas quatro Estados bateram todas as metas de 
qualidade do Ideb, Goiás entre eles. Quando olhamos para o aprendizado dos alunos desse Estado, 
medido pela Prova Brasil, percebemos que apenas 24% dos alunos aprenderam o que deveriam em 
português, e somente 41% em matemática (no 5º ano). Goiás teve Ideb 5,5, acima da meta de 4,9. Isso 
acontece porque o Ideb não mede apenas o aprendizado. Inclui também o fluxo de alunos, medido pela 
aprovação. A percentagem dos alunos com aprendizado adequado se mantém a mesma na maioria dos 
Estados desde 2011. A desigualdade entre os que aprendem e os que não aprendem continua estável. 
Desde que a educação se tornou um direito garantido pela Constituição, há mais de 25 anos, duas 
grandes políticas públicas foram responsáveis pelo tímido avanço da educação brasileira: a 
universalização do ensino básico, que garantiu a matrícula de toda criança na escola, e o sistema de 
avaliação do ensino. A partir de agora, para dar o passo que falta na qualidade, o país precisa 
de ferramentas mais sofisticadas do que apenas vagas e uma prova padronizada". 
Questão de múltipla escolha: 
Segundo Karl Marx, "o modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, 
política e intelectual em geral". A partir desta afirmação, Marx resume sua teoria da história, também 
denominada de: 
A) Racionalismo cartesiano 
B) Socialismo científico 
C) Fenomenologia do espírito 
D) Individualismo metodológico 
E) Materialismo histórico 
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Plano de Aula: Temas contemporâneos da Sociologia (II) 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
Temas contemporâneos da Sociologia (II) 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
14 
Tema 
Preconceitos de gênero e orientação sexual. Novos modelos de família. Nós e eles: a produção do 
estigma. 
Objetivos 
 Analisar os preconceitos de gênero e de orientação sexual na sociedade brasileira. 
 Identificar os novos modelos de família na sociedade contemporânea. 
 Estudar a produção do estigma
na sociedade. 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, leia o Capítulo 6 de seu Livro didático de Ciências Sociais da página 146 até a 152. 
Preconceito contra de gênero e de orientação sexual 
Antes de começarmos a mostrar como essas formas de preconceito operam na sociedade, comecemos 
por estabelecer as diferenças entre esses conceitos, como apresentado no capítulo 6 do Livro Didático. 
Sexo: Refere-se apenas ao aspecto determinado biologicamente. São as diferenças anatômicas que 
estão presentes nos nossos corpos desde que nascemos. Existem dois tipos de sexo: homem e mulher. 
Gênero: O conceito de gênero começou a ser usado para marcar as diferenças entre homens e mulheres, 
que não estão restritas aos aspectos físicos e biológicos. A noção de gênero é, portanto, construída 
socialmente. É a partir da observação das diferenças sexuais que se criam ideias sobre o que é 
masculino e o que é feminino, as chamadas representações de gênero. Assim, como as origens das 
identidades subjetivas de gênero são exclusivamente sociais, não existe uma determinação natural dos 
comportamentos de homens e mulheres. 
Identidades de gênero: Refere-se ao gênero com o qual o indivíduo se identifica. O que isto significa? Na 
maioria das vezes, as mulheres se identificam no gênero feminino e os homens no gênero masculino. No 
entanto, nem sempre acontece desta forma. Por vezes, algumas pessoas de determinados sexos 
biológicos não se identificam com o gênero que lhe foi atribuído quando de seu nascimento. São os 
indivíduos que chamamos de travestis e transexuais, ou transgêneros. 
Orientação sexual: Quando falamos da orientação sexual, estamos indicando por quais gêneros uma 
pessoa sente-se atraída, seja de forma emocional, sexual ou afetiva. Pode ser assexual (nenhuma 
atração sexual), bissexual (atração pelos gêneros masculino e feminino), homossexual (atração pelo 
mesmo gênero), heterossexual (atração pelo gênero oposto) ou, ainda, pansexual (atração independente 
do gênero). 
Atualmente, usamos o termo orientação sexual por ser considerado mais adequado do que opção sexual. 
Isto porque palavra opção denota que o indivíduo pode escolher a sua forma de desejo. Apesar de não 
existirem consensos a respeito do que explica a orientação sexual, o que se pode afirm ar é que não é 
uma escolha. 
Preconceito de gênero 
As mulheres, desde a Revolução Industrial, vêm ocupando espaço no mercado de trabalho e, com isso, 
aumentando sua importância na sociedade. Contudo, muitos ainda veem o trabalho feminino como uma 
expansão do trabalho doméstico, tido como menos importante. 
A luta da mulher pela sua inserção no mercado de trabalho, tem sua origem em tempos passados, e até 
hoje, a mulher ocupa cargos de trabalho relacionados com serviços de saúde, de educação, como se o 
trabalho fosse uma extensão do trabalho doméstico Não que esses trabalhos não tenham importância, 
mas é paradoxal o fato de cargos administrativos e industriais serem predominantemente masculinos. 
A sociedade brasileira é composta, preponderantemente por mulheres, mas estas têm participação 
inferior a dos homens no mercado de trabalho. Além do mais, a parcela feminina que está empregada 
precisa enfrentar preconceitos e inacreditavelmente recebe menos pelo mesmo trabalho exercido por um 
homem. 
Hustana Vargas nos mostra que, na representação política, por exemplo, as mulheres estão muito aquém 
da igualdade que a Constituição lhe assegura: Embora as mulheres representem 51,20% do eleitorado 
brasileiro, aproximadamente o mesmo percentual da composição entre os sexos na população brasileira 
(IBGE, 2005), o percentual de candidatas às câmaras de vereadores, nas eleições de 2004 em todo o 
país, foi de 22,14%, totalizando 76.765. Já as candidatas às prefeituras somaram apenas 9,48% do total 
das candidaturas, ou seja, 1.495 candidaturas femininas. 
Dados recentes mostram que esse quadro pouco se modificou nos últimos anos. Em 2012, a despeito de 
o Brasil ter mulheres em cargos de chefia na administração federal, como a presidente da República, 
Dilma Rousseff, e dez mulheres chefiando ministérios, há apenas 45 mulheres parlamentares, que 
representam 8,77% das cadeiras da Câmara dos Deputados. No Senado, o cenário não é diferente. De 
um total de 81 senadores, apenas 12 são mulheres, constituindo apenas 14,8 % do total. 
Essa reduzida proporção de mulheres nos cargos eletivos no Brasil tem sido motivo de inúmeros 
questionamentos de organismos internacionais, como ocorreu, em 2012, por parte do Comitê das Nações 
Unidas para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (Comitê Cedaw). 
Outro claro exemplo de preconceito contra as mulheres se expressa nos altos índices de violência 
doméstica, motivação para a criação de lei específica visando maior rigor na punição dos agressores, a 
chamada Lei Maria da Penha. 
Preconceito de orientação sexual 
Durante o processo de socialização, aprendemos que existe um padrão de orientação sexual, baseado na 
heterossexualidade. A partir daí, tendemos a identificar e classificar lésbicas, gays, travestis, transexuais 
e transgênicos através da representação feita, em geral, pelos meios de comunicação, ou seja, de forma 
estereotipada, com faz com as mulheres afrodescendentes e outros grupos. 
Muitas vezes, esse preconceito se expressa em forma de humor ? piadas que satirizam e diminuem os 
indivíduos de orientação sexual não heterossexual, passando, depois à discriminação e, não raro, à 
violência. 
Pesquisa recentemente realizada pela USP revelou que, nas escolas públicas brasileiras, 87% da 
comunidade - sejam alunos, pais, professores ou servidores - têm algum grau de preconceito contra 
homossexuais. Essa é uma questão que estudantes e educadores homossexuais, bissexuais e travestis 
enfrentam diariamente nas escolas: a homofobia. O levantamento foi realizado com base em entrevistas 
feitas com 18,5 mil alunos, pais, professores, diretores e funcionários, de 501 unidades de ensino de todo 
o país. 
Estudo da UNESCO divulgado em 2011 indica que nas escolas públicas do Distrito Federal 44% dos 
estudantes do sexo masculino afirmaram não gostariam de estudar com homossexuais. Entre as 
meninas, o índice é de 14%. 
Ressalte-se que esta minoria é, historicamente, vítima de violências físicas e simbólicas e, até 
recentemente, sua prática era considerada patológica. 
Por essa razão, a questão do recente reconhecimento jurídico das uniões homoafetivas gero u tanta 
polêmica, pois trouxe para a agenda nacional a possibilidade da existência de mais de um modelo de 
família, o que já é uma realidade não só no Brasil, como em várias sociedades. 
Veja entrevista de Maria Berenice Dias, especialista em Direito das Famílias, em: 
http://www.youtube.com/watch?v=ZMAgUnPa1jI&feature=fvsr 
A produção do estigma 
Devido aos padrões que são considerados normais e que nos são impostos pela sociedade abrangen te, 
temos a tendência a considerarmos desprezível, incorreto, impuro, tudo que não se encontra dentro 
desses padrões pré-estabelecidos. 
Nesse processo, muitas vezes separamos, excluímos, segregamos o outro com o qual sequer podemos 
ter mínimas relações de cordialidade. É o caso conhecido do sistema de castas na índia, onde os grupos 
considerados impuros são relegados aos trabalhos menos nobres, proibidos de se casar com os ?puros? 
e sofrem uma série de violências muitas vezes toleradas socialmente, a despei to da existência de leis 
punitivas. É a esse processo de criação de marcas sociais de impureza e à postura desqualificadora dela 
decorrente que se dá o nome de estigma. 
Aplicação Prática Teórica 
Questão discursiva: 
Leia o texto abaixo e responda as questões propostas: 
Suprema Corte dos EUA aprova o casamento gay nacionalmente
(Globo.com, 26/06/2015) 
Em uma decisão histórica, a Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou o casamento entre pessoas do 
mesmo sexo em todo o país. Os 13 estados que ainda proibiam não podem mais barrar os casamentos entre 
homossexuais, que passam a ser legalizados em todos os 50 estados americanos. A decisão veio por cinco 
votos contra quatro.O casamento tem sido uma instituição central na sociedade desde os tempos antigos, 
afirmou o tribunal, "mas ele não está isolado das evoluções no direito e na sociedade". Ao excluir casais do 
mesmo sexo do casamento, explicou, nega-se a eles "a constelação de benefícios que os estados relacionaram 
ao casamento". 
O tribunal acrescentou: "O casamento encarna um amor que pode perdurar até mesmo após a morte". "Estaria 
equivocado dizer que estes homens e mulheres desrespeitam a ideia de casamento... Eles pedem direitos iguais 
aos olhos da lei. A Constituição lhes concede este direito", ressaltou, segundo a agência AFP. Nesta sexta, 
centenas de pessoas se reuniram nos arredores da Suprema Corte, no centro de Washington, para comemorar 
a decisão dos juízes. 
Como informa a agência EFE, o governo do presidente Barack Obama já tinha manifestado abertamente sua 
postura a favor do casamento homossexual depois que, pela primeira vez, o próprio líder declarou apoio à causa 
em 2012. 
O caso analisado pela decisão desta sexta se referia aos estados de Kentucky, Michigan, Ohio e Tennessee, 
onde o casamento é definido como a união entre um homem e uma mulher. Esses estados não permitiram que 
os casais do mesmo sexo se casassem em seu território e também se negaram a reconhecer os casamentos 
válidos em outros estados do país. 
O representante da ação na Justiça foi Jim Obergefell, que viveu 21 anos com John Arthur, em Ohio. Ele queria 
que o casamento fosse formalmente reconhecido na certidão de óbito de Arthur, quando ele morresse. O 
companheiro tinha esclerose lateral amiotrófica, doença que não tem cura. Os dois chegaram a se casar em 
outro estado, mas a união não era reconhecida em Ohio. 
Obama disse no Twitter que a aprovação é um grande passo para a igualdade de direitos. "Casais de gays e 
lésbicas têm agora o direito de se casar, como todas as outras pessoas. #Oamorvence", disse o presidente. Ele 
fez um pronunciamento e disse que a decisão é uma "vitória para a América". 
1- Que fenômeno social o fato acima narrado evidencia? Explique-o. 
2- Apresente, justificadamente, um exemplo de reconhecimento, na sociedade brasileira, de novas 
conjugalidades. 
Questão de múltipla escolha: 
Os papéis sociais foram, no passado, conhecidos como o resultado de uma divisão ?natural? do trabalho. 
Para os cientistas sociais que estudam gênero, a divisão sexual de tarefas, longe de ser consequência 
natural de diferenças biológicas, é construção criada e mantida pela sociedade. Nesse sentido, assinale a 
única opção correta com relação aos objetivos da pesquisa de gênero, no âmbito das ciências sociais. 
A) Os estudos de gênero têm como objetivo exclusivo a distribuição do poder feminino no conjunto da 
sociedade. 
B) A pesquisa de gênero tem como objetivo mostrar para a sociedade que as mulheres possuem 
características inatas diferentes no que tange à divisão social do trabalho. 
C) A pesquisa de gênero tem como objetivo básico demonstrar que as diferenças entre homens e 
mulheres no mercado de trabalho são biologicamente determinadas. 
D) Os estudos de gênero realizados no âmbito das ciências sociais têm como objetivo restrito e exclusivo 
a introdução das mulheres no mercado de trabalho. 
E) Nas ciências sociais, a pesquisa de gênero procura estudar a distribuição de poder e de recursos 
entre homens e mulheres em uma dada sociedade, considerando a questão de gênero como uma 
dimensão da análise fundamental de toda organização social. 
FCS - CASOS CONCRETOS/FCS - 07.pdf
Plano de Aula: O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as 
teorias sociológicas clássicas: Sociologia Francesa e Sociologia Alemã 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
O contexto histórico da formação das Ciências Sociais e as teorias sociológicas clássicas: Sociologia 
Francesa e Sociologia Alemã 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
7 
Tema 
A sociologia de Émile Durkheim (I) 
Objetivos 
Estudar a sociologia científica de Èmile Durkheim. 
Identificar os fatos sociais e suas características. 
Problematizar as ideias de normalidade e patologia. 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, leia o Capítulo 4 de seu Livro didático de Ciências Sociais da página 88 até a 96. 
 
1- A sociologia cientifica de Émile Durkheim 
Partindo da afirmação de que o fato social é o objeto da sociologia, desenvolveu diversos conceitos que 
mostram a influência do social sobre o indivíduo. Através da célebre frase ? a sociedade é nosso cárcere, 
se dela nós não nos sentimos prisioneiros é porque a ela nos conformamos?. Evidencia -se toda sua 
vocação coletivista. 
Para Durkheim, é preciso delinear com clareza os fatos que podem e devem ser objeto de estudo da 
sociologia. Eles não se confundem com fenômenos orgânicos, pois consistem em representações e 
ações coletivas; nem com os fenômenos psíquicos que tem por substrato o indivíduo. 
2- O processo de socialização 
O crescimento de um indivíduo é acompanhado de outro processo simultâneo, a socialização, sem a qual 
ele não se integraria à sociedade. Por socialização se entende ?os processos pelos quais os seres 
humanos são induzidos a adotar os padrões de comportamento, normas, regras e valores do seu mundo 
social são denominados socialização. Começam na infância e prosseguem ao longo da vida. A 
socialização é um processo de aprendizagem que se apoia, em parte, no ensino explícito e, também em 
parte, na aprendizagem latente ? ou seja, na absorção inadvertida de formas consideradas evidentes de 
relacionamento com os outros. Embora estejamos todos expostos a influências socializantes, os 
indivíduos variam consideravelmente em sua abertura deliberada ou involuntária a elas, desde a mudança 
camaleônica em resposta a toda e qualquer situação nova até a completa inflexibilidade? (Marie Jahod, in 
Outhwaite, William & Bottomore, Tom (org), 199. Dicionário do pensamento social). 
Durkheim afirmará que "...a educação tem justamente por objeto formar o ser social...A pressão de todos 
os instantes que sofre a criança é a própria pressão do meio social tendendo moldá-la à sua imagem, 
pressão de que tanto os pais quanto os mestres não são senão representantes e intermediários." Émile 
Durkheim em ? As regras do método sociológico? 
Mais uma vez esta frase pode sugerir a existência de uma entidade sociológica superior quando diz que 
os responsáveis pelos processos de socialização, os pais e mestres, são meros intermediários. Mas 
Durkheim está querendo dizer que eles também não inventaram as instituições sociais, que el es também 
foram formados sob a sua influência e que agora estão repassando este conhecimento, este conteúdo 
social. 
3- Que é Fato Social? Qual a importância de se definir um fato social? 
Em primeiro lugar Durkheim procura demonstrar que existe toda uma ordem de fenômenos que devem 
ser explicado através do que ele denomina "fato social". É porque estes tais "fatos sociais" existem que a 
sociologia existe. Do contrário poderíamos explicar a ação humana e a ordem social através de outras 
disciplinas. 
O que seriam, então, estes "fatos sociais"? 
"É fato social toda maneira de agir, fixa ou não , suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção 
exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência 
própria, independente das manifestações individuais que possa ter."

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