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Abordagem histórica da economia brasileira, resumo Gremaud, tema I

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Universidade do Estado da Bahia
Campus VII – Departamento de Educação – Senhor do Bonfim
Curso de Graduação de Ciências Contábeis – Bacharelado 
Seminário Interdisciplinar III – Profº Antonio Pedrosa
Semestre Letivo: 2017.1
Discentes: Cleilton Souza Lopes da Silva
 Diego Santos Sousa
 Josenalva Liro dos santos
 Valter Marques Reis
 
AVALIAÇÃO I
______________________________________________________________________
Tema I: Abordagem histórica da economia brasileira
Senhor do Bonfim, 12 de abril de 2017
Avaliação seminário interdisciplinar III 
Tema I: abordagem histórica da economia brasileira
1.1 economia agroexportadora 
1.2 processo de substituição de importações 
1.3 da crise ao milagre 
1.4 do crescimento forçado à crise da divida 
1.5 a saga dos planos heterodoxos 
Senhor do Bonfim, 12 de abril de 2017
economia agroexportadora 
 Neste resumo, serão expostas as principais representações e peculiaridades da economia Brasileira até o período de 1930. Características estas classificadas como uma economia fundamentada na produção e exportação de alguns produtos de suma importância. Devido essa teoria, a economia permite assim então o seu destaque e definição como uma Economia Exportadora relevante a um modelo de desenvolvimento levado para fora. Assim também, Abordaremos fundamentalmente os principais processos e mecanismos que levaram àpalpável classificação da economia, esclarecendo assim também, que o que pode prevalecer a transportação das variações de valores econômico são a elevada vulnerabilidade, elevada concentração de renda, comportamento, cíclico dos preços das exportações e dentre outros métodos ocasionais.
O fato de o Brasil ser caracterizado por uma Economia Agroexportadora foi uma ação de ocorrência de quando a Economia Brasileira despencou constantemente desde a época colonial, passando pelo período imperial até a república velha, pelo restringi mento de alguns produtos que funcionam como matéria-prima agrícola, tendo como a produção de açúcar, algodão, café, borracha e etc. Sendo todas elas chamadas de ciclos da economia brasileira, destinadas ao mercado internacional. 
Para o destaque classificação do chamado desempenho econômico Brasileiro, o mesmo dependia de condições de exportações desses produtos que por consequência gerava nos mercados internacionais alterando positivamente os resultados variáveis no mercado econômico.
 Segundo esse fenômeno, alguns autores classificam a Economia agroexportadora como um “modelo de desenvolvimento voltado para fora”. Pois o grande desenvolvimento de países causava a caracterização por possuir o alto peso relativo do setor “externo”, pois além do investimento, conjuntamente ia o progresso do desenvolvimento tecnológico, como mais um fator incluso para explicar a renda nacional e suas variações. 
 As pautas das exportações eram fortemente concentradas em produtos no algodão, açúcar, fumo, couro, borracha, mas quem tinha concentração diferencial era o café, o produto mais diversificado, sendo um produto manufaturado e correspondendo bastante no consumo da economia Brasileira, variando constantemente de uma forma positiva na econômica do país, tendo apenas mudanças negativas quando havia diminuição/queda da exportação, motivos de guerras, que por imediato afetava diretamente as condições de consumo da economia. 
A Economia Brasileira dependia do mercado internacional, pois quando aumentava a demanda pelo café, o Brasil ofertava cada vez mais, importando mais produtos para o mercado internacional, só que com o preço mais elevado, pois o preço do café também subia durante esse período, em função do crescimento da demanda, isso foi um acréscimo ocorrente em plantios feitos de quatro a quatro anos, período de plantio e produção das colheitas.
Uns dos pontos mais cativantes na economia agroexportadora são nas oscilações dos preços, que como resultado, nos trazem um grande impacto geral nos mercado de trabalho e econômico, quando a lucratividade na atividade cresce, boa parte desses lucros é reinvestida no próprio setor, gerando um aumento do volume de emprego, e o número de trabalhadores desse ramo de economia,é interessante notar, que o reinvestimento significa o aumento de número de trabalhadores, mas não o aumento da remuneração dos empregados no setor cafeeiro, esse fenômeno ocorreu logo depois do fluxo imigratório que foi instituído no Brasil, na década do século XIX, resumidamente, esse evento significou uma existência contingente muito grande de trabalhadores que não trabalham no setor do café, apenas um número de trabalhadores que apenas fornece mão de obra ao setor quando ele necessita, e isso impede que a remuneração dos trabalhadores que trabalham no café aumente. 
As condições no mercado internacional de café tendiam a tornarem-se mais problemáticas à medida que as plantações do produto no Brasil se expandiam. 
Em meados do período de 1930, O Brasil entrou em uma das maiores crise econômicas de sua história, os preços dos produtos começaram a se despencar, principalmente a produção do café, e como estratégia de fortalecimento do mercado econômico internacional, o governo com o objetivo de proteger o setor cafeeiro, foi obrigado a intervir fortemente, comprando e estocando café e desvalorizando o câmbio, e ao mesmo tempo sustentar o nível do emprego de renda para esta economia. 
 A Crise das décadas de 30 a 40 foi intensamente uma depressão do mercado internacional, pois nem a estratégia do governo superou esta crise, porque eles não conseguiram serem respostas no mercado, sendo o governo obrigado a queimar boa parte durante esse período de queda econômica. 
Diante esse processo econômico, valem ressaltar, que a urbanização e a industrialização Brasileira tiveram parte de sua origem na irradiação do setor cafeeiro, as indústrias brasileiras começaram a surgir nas “franjas” da economia, ou seja, de acordo com as necessidades de tender a um mercado do consumidor incipiente, ressaltando assim também que em comparação com outros países latinos- americanos, também exportadores, que o desempenho do setor industrial Brasileiro é bastante significativo, pois possuía taxas de crescimento, por momentos, e até superiores à do setor agrícola exportador. E para descrição dessa história, surgiu primordialmente a necessidade de explicar dois fenômenos que por ventura procuraram explicar a origem da indústria nesse período: A teoria dos choques adversos e a industrialização por exportações. 
 A teoria dos choques adversos: Foi o surgimento como resultado das dificuldades das importações de produtos industriais no período da primeira guerra mundial e a depressão dos anos 30, em que por decorrência, diminuíam os valores das exportações havendo dificuldades para o balanço de pagamentos, o que levava o governo agir imediatamente de modo relacionado à prevenção progressiva da crise, agindo como a elevação de tarifas aduaneiras ou desvalorização real do câmbio, ações como essas que traziam ao desenvolvimento industrial quando o Brasil passava em períodos de crise. 
O Segundo fenômeno, por sua vez, diz que a indústria crescia justamente nos momentos de expansão da economia cafeeira, que por efeito contribuiu similarmente fundamental para demanda dos produtos industriais, justo nos momentos da expansão de ocorrências da expansão da renda e do mercado do consumidor, pois com as exportações, era também necessárias grandes investimentos na imposição de equipamentos, peças e reposição para estradas de ferro, acessórios e máquinas como instrumentos fundamentais de trabalho no sentido de suprir a demanda do setor industrial. 
1.2 processo de substituição de importações 
 Neste capítulo, será mencionado sobre o Processo de Substituição de Importações,que fundamentalmente ganhou uma forma assumida pela industrialização brasileira após meados dos anos de 1930, tendo as suas principais ocorrências e características que os levaram a forma de industrialização no mesmo período da gestão do Governo de Juscelino Kubitschek, também na mesma época do em que a industrialização no Brasil exibiu um marco econômico, um padrão de substituição de importações. 
 A crise de 1930, iniciado nos Estados Unidos e repercutida rapidamente na Europa, chegou ao Brasil de uma maneira incessantemente frenética, a economia foi atingida negativamente por meio de uma rápida queda da demanda do café, por motivo de redução das exportações e razão dasegunda guerra mundial e a depressão econômica.
A mudança na pauta de importações foi quando houve a necessidade do consumo de bens da produção, a obrigação de realização de investimentos na importação de maquinas e equipamentos que passaram a ser produzidos profundamente, contudo isso, atraía o capital de outros setores e o próprio reinvesti de atenmento dos lucros gerados na atividade industrial, e por fim, esse setor constituía uma capacidade der a demanda por motivo de existência e utilização de certa capacidade ociosa nos setores produtores de bens. 
 Durante esse processo de substituição e importações, houve um forte avanço do setor industrial para a população Brasileira, motivo este caracterizado como uma industrialização fechada, fechada por dois motivos essenciais:
1: Ser exclusivamente voltada para dentro, visando apenas ao atendimento no mercado externo, e não industrializando para uma produção para posteriormente exportação. 
2: A dependência na boa parte de medidas que protegem a indústria nacional dos concorrentes externos. 
Nesse 2º motivo de caracterização de industrialização fechada, também pode ser especificado pela seguinte sequência:
• A queda do valor das exportações, que consequentemente gera escassez de dívida; 
• A liberdade de o governo poder tomar medidas que possam controlar a crise, protegendo a indústria nacional preexistente;
• Investimentos nos bens substitutos de importação;
• E por sequência, mais um estrangulamento externo, uma função própria do crescimento da demanda, que resumidamente traduz, em um aumento das importações e outros bens, trazendo assim um contínuo movimento econômico até os dias atuais. 
1.3 da crise ao milagre 
 A década de 60 ficou marcada pela crise, problemas conjunturais e estruturais na política e economia deixavam o Brasil em situação de estagnação, os exageros nos plenos de metas do governo de Juscelino Kubitschek, a renuncia do presidente eleito Jânio Quadros e a dificuldade de posse do vice João Goulart retirado pouco tempo depois do poder por meio do golpe de 1964 causavam instabilidade no país e a descrença de possíveis investidores que temiam injetar investimentos em uma economia defasada, o descontrole da inflação, uma política restritiva impossibilitavam as opções que ajudariam o país a sair da recessão colocando-o de volta no mercado internacional fazendo assim a economia crescer novamente, nem mesmo a substituição das importações, o investimento no setor primário da produção o que “beneficiaria” as famílias ou a redução dos gastos públicos tirariam o Brasil de tal situação, fazia-se necessário reformas institucionais e políticas para recuperar a estabilidade.
 
 Após o golpe os governos militares trataram de buscar soluções para a crise instalada no Brasil, o PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo) lançado pelo governo de Castelo Branco tinha por objetivos acelerar o ritmo de crescimento econômico, conter o processo inflacionário, atenuar os desequilíbrios setoriais e regionais, aumentar o investimento e com isso o emprego e corrigir a tendência ao desequilíbrio externo. Implantou-se reformas nas políticas fiscais, monetárias, salarial (ouve contensão nessas visando a diminuição da demanda) externa, reforma tributária, medidas de combate a inflação. O diagnostico da inflação nesse período apontava a demanda como principal “culpada” pelo descontrole do aumento das taxas inflacionárias. A adoção da inflação corretiva, a criação de órgãos e entidades que regulamentariam a tributação/arrecadação de impostos o controle ao credito pra os consumidores, reformas institucionais de modo geral nas políticas brasileiras, nesse período a arrecadação com FGTS e cadernetas de poupança também rendiam fundos para aplicar na economia todas essas mudanças previstas no PAEG trouxeram resultados significativos e positivos para retomado do crescimento econômico colocando o país de volta ao mercado internacional.
 No período de 1968/1973 foram verificadas as maiores taxas de aumento do crescimento e manteve-se a inflação controlada com tolerância de 20 a 30% a.a, a o setor da indústria era crescente principalmente pelo fato de ser o setor responsável por fornecer os produtos para fazer possível a modernização principalmente na agricultura e movimentava as transações internacionais assim como os demais setores, a importação e exportação era um crescente, nesse momento a inflação tem um novo diagnostico e passa a ser tratada como inflação dos custos e o governo detinha o controle de aprovação dos preços através do Conselho Interministral de Preços (CIP), diminui-se o controle das políticas de ligadas a demanda menos com a salarial que foi considerada de custos, porem as transações internacionais tanto do governo quanto das empresas dando destaque as estatais e multinacionais a exemplo da Petrobras e da Val do Rio Doce, contribuíram para um aumento significativo na dívida externa do país. 
 Após o regime militar os gestores viam a necessidade de modernização do setor agrícola assim foram criados sistemas como:
- SNCR Sistema Nacional de Credito Rural que previa viabilizar aos agricultores linhas de credito tanto nos bancos públicos como privados inicialmente com taxas de juros normais que com o crescimento da inflação acabou com taxas de juros negativas, porem esse sistema beneficiava apenas os médios e grandes produtores.
- PGPM Políticas de Garantias de Preços Mínimos que visava garantir aos produtores preços mínimos principalmente em época de safra quando os preços tendem a cair muito.
- AGF (Aquisição do Governo Federal) são compras feitas pelo governo a preço fixo, o produtor pode vender para o mercado a preço de mercado. Em tese o governo deveria estocar esses produtos para vender em um momento de escassez.
- EGF (Empréstimo do Governo Federal) uma linha especial de crédito de comercialização baseada em penhor mercantil.
 Esses instrumentos foram de estrema importância para o processo de modernização agrícola brasileira.
1.4 do crescimento forçado à crise da divida 
 O rápido crescimento econômico ao longo do Milagre, com a ocupação de toda capacidade ociosa (o que caracteriza uma situação de pleno emprego, levou ao aparecimento de alguns desequilíbrios, que geraram pressões inflacionárias e problemas na balança comercial. A aceleração inflacionária na segunda metade dos anos 70, onde a inflação passou do patamar dos 15% a. a., no final do Milagre, para o patamar dos 40% a. a., em meados da década. A crise internacional foi desencadeada pelo primeiro choque do petróleo em 1973, quando os países membros da OPEP quadruplicaram o preço do barril de petróleo. Isso provocou um déficit no saldo das transações por causa aumento do valor das importações de petróleo, bens de capital e insumos básicos, necessários para manter o nível de produção corrente do milagre econômico. O novo presidente eleito Ernesto Geisel traria influência política interna (Brasil) que poderia agravar a crise dependendo de como o presidente conduziria a situação. O choque do petróleo significava transferência de recursos reais ao exterior e, com a existência de um “hiato potencial de divisas”, a manutenção do mesmonível de investimento trazia a necessidade de maior sacrifício sobre o consumo. As opções eram o ajustamento, que continha a demanda interna e evitava que o choque externo se transformasse em inflação permanente e correção do desequilíbrio externo e, ou financiamento do crescimento, mantendo o crescimento elevado e fazendo um ajuste gradual dos preços relativos (alterados pela crise do petróleo), enquanto houvesse financiamento externo abundante. Suponha-se aqui que a crise era passageira e de pequenas dimensões. A política do ajustamento não pode ser levada adiante, devido entre outras pressões, à crise financeira detonada pela quebra do banco Halles, levando a uma grande procura pela assistência à liquidez. Lançou-se o II PND (II Plano Nacional de Desenvolvimento), em fins de 1974, como uma alternativa à dicotomia de ajustamento ou financiamento, colocando-o como uma estratégia de financiamento, mas promovendo-se um ajuste na estrutura de oferta de longo prazo, simultaneamente à manutenção do crescimento econômico. A ideia era reduzir as importação e aumentar as exportações, porém a meta do II PND era um crescimento econômico de 10% a. a., e 12% na industria, metas essas que não foram alcançadas mesmo havendo crescimento econômico na produção de insumos interno aumentaram significativamente além do setor energético (fontes de energia), os incentivos para ferrovias e hidrovias e também incentivos ficais para a iniciativa privada, com relação as importações houve uma redução de 52% para 40%. O Estado se tornou “Estado-empresário” que centrou o plano em si, tendo como agente central das transformações as empresas estatais realizando a descentralização espacial dos projetos de investimentos. As empresas estatais tinham restrições de créditos e uma política de contenção tarifária que levaria a busca de recursos externos na qual iniciou-se a estatização da dívida externa, já as empresas privadas não passaram por esse problema. A dívida externa cresceu rapidamente no período, U$$ 15 bilhões entre 74/77 e mais U$$ 17 bilhões em 78/79. A facilidade de obtenção de recursos externos está relacionada ao processo de reciclagem doa petrodólares, onde os países em desenvolvimento voltaram a ser vistos como clientes preferenciais. O Estado foi assumindo um passivo, para manter o crescimento econômico e o funcionamento da economia, assumindo os riscos das taxas de juros internacionais tendo em vista a característica flutuante das taxas de juros dos empréstimos.
 As profundas transformações no cenário internacional, trazendo à tona novamente a vulnerabilidade da economia brasileira aos condicionantes externos, com o segundo choque do petróleo, financiamento internacional, elevação da taxa de juros internacional no momento em que o endividamento externo era crescente. em nível interno a economia estava em declínio ao ponto de gerar um déficit. o desequilíbrio externo fez com que em 1979 a inflação aumentasse para 77% a. a., situação agravada com a mudança de governo Geisel para Figueiredo. As medidas tomas por Mário Henrique Simonsen no comando central da economia foram: o controle sobre as taxas de juros; expansão do crédito para a agricultura e contenção dos preços dos alimentos; a criação da Secretaria Especial das Empresas Estatais (Sest); a eliminação de alguns incentivos fiscais às exportações; o estimulo à capitação externa; a maxidesvalorização de 30% do cruzeiro em dezembro de 1979; a prefixação da corrente monetária e cambial em 50% e 45% em 1980 e a aprovação da nova lei salarial em novembro (Lei nº 6.708). O resultado foi uma aceleração inflacionária para 100% a. a., resultada das medidas tomadas, agravamento da crise econômica internacional pós-guerra, com a crise do petróleo que saltou de 15 para 35 dólares; elevação da taxa de juros internacionais, além disso, as políticas adotadas pelas autoridades mostraram-se ineficazes em função da aceleração inflacionária.
 A piora na situação cambial levou o governo, já em 1980, a reverter a política econômica e a adotar uma política ortodoxa, denominada "ajustamento voluntário". O diagnóstico permaneceu sendo o tradicional excesso de demanda interna. Um primeiro ponto a ser analisado é o próprio diagnóstico para avaliar a situação econômica e proceder a tomada de decisão no cenário econômico. No caso do Brasil, que se havia endividado no período anterior com base em um sistema de taxas de juros flutuantes. quando essas se elevaram, a situação de endividamento, que parecia sob controle, mostrou-se insustentável principalmente pela política econômica norte-americana. com isso os países em desenvolvimento se viram em problemas com a dívida externa obrigando-os a entrar em uma política de geração de superávits externos, para fazer frente aos serviços da dívida externa. A política adotada pelo Brasil baseava-se em enxugar os gastos, fazer uma ajuste fiscal, reajuste salarial e do desemprego gerado pelo quadro recessivo; desvalorização da moeda, elevação do preço dos derivados do petróleo, estimulo à competitividade da indústria brasileira através de contenção interna e incentivo à exportação. A política do ajustamento não adiantou muita coisa no cenário interno, porém teve saldo positivo para o comércio exterior elevando de déficit para superávits por causa da própria recessão que gerou uma redução nas importações, paralelamente aos estímulos ao aumento das exportações. O lado problemático do ajustamento era o equacionamento das contas internas, que não se resolveria com a geração de superávits externos. A situação brasileira era de 80% da dívida era do setor público devido ao processo de estatização da dívida externa, enquanto que a maior parte da geração do superávit se dava no setor privado, como o II PND não deu certo e sendo agravada pela política de ajustamento externo por várias razões: a política cambial agressiva e as maxidesvalorizações aumentavam o custo interno do serviço da dívida externa; a recessão diminuía a base tributável com efeito negativo sobre a arrecadação; a transferência de recursos produtivos para as atividades de exportação através de incentivos ficais; as taxas de juros internas elevadas e a aceleração inflacionária diminuía a arrecadação. A segunda alternativa mostrava-se incompatível com a política de controle da absorção interna, manutenção de taxas de juros elevados e tentativa de controle inflacionário. A única alternativa era o endividamento interno, que era transformação da dívida externa em dívida interna acarretando em problemas interno. Um último ponto a ser destacado é que este processo de ajustamento externo se deu em um contexto de abertura política com amplos questionamentos sobre a condução da política econômica pelo governo. esse fato manifestou-se na derrota do partido do governo nos principais estados, na eleição para governadores em 1982. A aceitação de o país assumir todo o peso do ajustamento era cada vez mais criticada, e ganhavam curso ideias como a moratória da dívida externa, o ajustamento sem sacrificar o crescimento, entre outras. Todo esse questionamento ganhou força no contexto de mudança de governo em 1984 e o movimento das "Diretas Já". Enfim, foi nesse clima que terminou o regime militar e se iniciou a Nova República, com a esperança de fazer os ajustamentos, sem impor sacrifícios à população.
1.5 - A saga dos planos heterodoxos: a economia brasileira de 1985 a 1994.
 A condução da política econômica da Nova Republica, durante a época de 1985 à 1994, estabeleceu o combate inflacionário como meta principal. Mediante diferentes formas uma serie de planos econômicos foram desenvolvidos visando à queda abrupta da inflação que se encontrava em uma fase marcada por grandes oscilações. Entre os planos destacam-se: Cruzado (1986), Bresser (1987), Verão (1989), Collor I(1990), Collor II(1991) e Real (1994), esses planos tinham por base o diagnóstico da inflação inercial, trazendo como principal elemento o congelamento de preços, sendo que cadaplano incorporavam-se novas características, aperfeiçoando os planos anteriores, na tentativa de não se incorrer nos mesmo erros. O desenvolvimento destes planos ocorreu na vigência dos governos Sarney (1985 a 1990) e Collor/Itamar Franco (1990 a 1995), numa abordagem histórica por este período poderemos observar com mais afinco a importância destes ocorridos para a economia brasileira.
 O governo Sarney (1985 a 1990) inicia-se com um conturbado quadro político e econômico. Mediante sua sucessão ao cargo de presidência com o falecimento de Tancredo Neves como também pelo período de transição entre o regime militar e a democracia, tornaram complexo o processo de governabilidade deste mandato que em decorrência desta complexidade transformaram-se em uma importante condicionante de todas as decisões econômicas tomadas nesse governo. A Nova Republica se inicia com a economia em crescimento, balanço de pagamentos em transações correntes equilibrado e inflação elevada em torno de 200% a.a, portanto naturalmente elegeu-se o combate a inflação como o principal objetivo do governo, desencadeando em planos econômicos para a resolução desta questão.
 Lançado em 28 de fevereiro de 1986, o Plano Cruzado foi o primeiro pacote econômico a intervir de forma radical na economia brasileira, com o objetivo de eliminar a hiperinflação. Entre as medidas de combate à inflação, destacam-se o congelamento de preços de bens e serviços e o congelamento da taxa de câmbio por um ano. Para combater a inflação, o Plano Cruzado previa a desindexação da economia. Com isso, a correção de dívidas anteriores ao anúncio do pacote passou a ser realizada mediante uma tabela de conversão criada pelo governo. Mas a espinha dorsal do plano foi o congelamento de preços. E também o seu ponto fraco. Os preços corrigidos sazonalmente e em prazos amplos (30, 60 e 90 dias, por exemplo) não foram ajustados monetariamente segundo os novos valores referência. Com isso, tiveram reajustes incompatíveis com a nova realidade inflacionária, aumentando mais de 17%. Isso provocou um desequilíbrio de preços e gerou desabastecimento em vários setores.
 No dia 12 de junho, Bresser anuncia o novo plano de estabilização: congelamento, por 90 dias, de preços, salários e de câmbio, depois de realizar a conversão dos primeiros pelo pico, dos segundos pela média e do terceiro com uma desvalorização de 10%%. Pretendia, com a desvalorização do câmbio, conter as importações que haviam arrebentado as contas externas no Plano Cruzado. Com Bresser, o Brasil decreta nova moratória em julho, e propõe grandes cortes de gastos e de subsídios, com demissões de pessoal no setor público, enxugamento da máquina governamental e cortes nos investimentos públicos. Greves de trabalhadores e protestos empresariais crescem contra o plano econômico no segundo semestre, e alguns reajustes começam a ser liberados para preços e tarifas. A inflação retoma rapidamente seu ritmo e supera a marca de 10% ao mês. Bresser tenta convencer Sarney a adotar pacote de reformulações tributárias, com novos cortes de gastos públicos e maior redução da máquina estatal. Sarney não concorda, e o ministro pede demissão em dezembro.
 O Plano Verão, instituído em 16 de Janeiro de 1989, realizado pelo ministro Maílson Ferreira da Nóbrega, que havia assumido o lugar de Bresser, teve a mesma concepção dos pacotes anti-inflacionários aplicados anteriormente no Brasil. Foi por meio do recurso constitucional da medida provisória, que dependeu da posterior aprovação pelo Congresso, que o Plano Verão adotou, dentre outras providências o congelamento dos preços, serviços e tarifas públicas por tempo indeterminado, o não realinhamento dos preços dos combustíveis e da energia elétrica. Previa-se um descongelamento lento e gradual a partir do mês de março daquele ano para os preços. O objetivo então era resolver a defasagem e sair do congelamento sem uma explosão de remarcações. Os cortes não ocorreram e mais um plano econômico desastroso se incorporou à história brasileira. Em dezembro do mesmo ano a inflação atingiu o índice de 53,55%
 A principal característica de todo o governo Sarney foi um grande descontrole das contas publicas, com aumento nos déficits operacionais e crescimento do endividamento interno. Verificava-se a ausência de qualquer mecanismo de política econômica, pois tanto a política fiscal como a monetária tornaram-se prisioneiras da rolagem da divida interna. O governo tentou controlar a economia à custa de outros programas de estabilização, mas sem êxito. A inflação estava em mais de 50% ao mês quando os brasileiros foram às urnas, em 1989, para eleger, finalmente por voto direto, o novo presidente.
 O governo Collor também tinha como preocupação básica o combate a inflação. A experiência proporcionada pelos diversos planos do governo Sarney e o aprendizado com seus insucessos levaram ao aparecimento de novos diagnósticos sobre a natureza da inflação brasileira e sobre as causas de fracasso das tentativas de estabilização ate então implementadas.
 Sua primeira medida, ao tomar posse no dia 15 de março de 1990, foi anunciar seu pacote de modernização administrativa e vitalização da economia, através do plano Collor I, que previa entre outras coisas a volta do Cruzeiro como moeda, congelamento de preços e salários, bloqueio de contas correntes e poupanças no prazo de 18 meses, demissão de funcionários e diminuição de órgãos públicos. O objetivo deste plano, segundo Collor, era conter a inflação  e cortar gastos desnecessários do governo. Porém, estas medidas não tiveram sucesso, causando profunda recessão, desemprego e insatisfação popular. Trabalhadores, empresários, foram surpreendidos com o confisco em suas contas bancárias. O governo chegou a bloquear em moeda nacional o equivalente a oitenta bilhões de dólares. O governo Collor também deu início às privatizações das estatais e à redução das tarifas alfandegárias. Com produtos importados a preços menores, a indústria nacional percebeu a necessidade de se modernizar e correr atrás do prejuízo.
 Seis meses após o primeiro pacote econômico, Collor lançou um segundo plano, o Collor II, que também previa a diminuição da inflação e outros cortes orçamentários. Mas, novamente, não obteve êxito e só fez aumentar o descontentamento da população. A ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, não suportou a pressão e em maio de 1991 pediu demissão do cargo. Em seu lugar, assumiu Marcílio Marques Moreira, até então embaixador do Brasil, em Washington. Marcílio não lançou nenhuma medida de impacto. Sua proposta era liberar os preços e salários gradualmente, porém não teve bons resultados.
 Contando com uma série de escândalos de corrupção e infortúnios em sua política econômica, Fernando Collor de Mello não teve muitas opções que o tirassem dessa situação embaraçosa. Nem mesmo os setores que defenderam a sua eleição se dispuseram a sair em defesa do presidente. No Congresso Nacional, os deputados e senadores instalaram uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) responsável por averiguar as denúncias de corrupção feitas contra o presidente. No fim dos trabalhos da CPI, ficou provado que Fernando Collor, com o apoio de seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, montou uma grande rede de corrupção que realizava o desvio de verbas públicas e o tráfico de influência política. Porém, em uma manobra para evitar o seu impeachment de fato, Fernando Collor de Mello renunciou ao seu lugar na presidência do Brasil, os senadores, porém, valendo-se da prerrogativa de que o impeachment é um processo político, decidiram continuar a seção, que acabou resultando na inelegibilidade por oito anos, sendo sucedido pelo seu vice Itamar Franco.
 O ultimo plano de estabilização implantado nos país começou a ser gerado e foi implantado ainda no período de Itamar Franco, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, que assumiu em maio de 1993 o ministério da fazenda: o Plano Real. A ausência de novos planos no período de 1991 a1994, juntamente com a melhora nas contas publicas e um aumento significativo da indexação da economia, fizeram com que a inflação retomasse cada vez mais a um caráter inercial. Característica que foi perdendo-se no período 1986 a 1991 com os sucessivos planos econômicos. Ao longo de 1993 e 1994, o fluxo de capitais para a economia brasileira cresceu significativamente, levando a uma grande ampliação de reservas. Assim pode-se dizer que ate julho de 1994 a condução da política econômica foi preparando condições para a implantação de um novo plano de combate a inflação inercial em um quadro bastante diferente do primeiro com a situação fiscal melhor, maior nível de reservas, país inserido no fluxo voluntario de recursos externos e maior grau de abertura comercial

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