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Página 1 Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009 REVISTAINSPIRAR Revista Eletrônica Inspirar [recurso eletrônico] - Curitiba: R454 Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde, 2009- Bimestral, v. 1, n. 1, jun/jul. 2009- Modo de acesso: www.inspirar.com.br 1. Saúde - Periódicos. CDD 610 CDU 614 Página 2 REVISTAINSPIRAR Volume 1 • Número 1 • Junho/julho de 2009 A REVISTA A Revista Eletrônica da Inspirar é um periódico de acesso aberto, gratuito e bimestral, destinado à divulgação arbitrada da produção científica na área de Ciências da Saúde, de autores brasileiros e de outros, contribuindo, desta forma, para o cresci- mento e desenvolvimento da produção científica. MISSÃO Publicação de artigos científicos que contribuam para a expansão do conhecimento da área da saúde, baseados em princípios éticos. OBJETIVO Propiciar meios de socialização do conhecimento construído, tendo em vista o es- timulo à investigação científica e ao debate acadêmico. Página 3 Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009 REVISTAINSPIRAR CONSELHO EDITORIAL Prof. Dr. Alfredo Florencio Cuello - ARG Prof. Alonso Romero Fuentes Filho - SC Prof. MSc. Álvaro Luiz Perseke Wolff - PR Prof. MSc. Antônio Carlos Magalhães Duarte - BA Prof. MSc. César Antônio Luchesa – PR Prof. Cesar Valenzuela - RS Profa. MSc. Cynthia M. Zilli - PR Profa. Denise Dias Xavier - PR Profa. MSc. Elisiê Rossi Ribeiro Costa - PR Prof. Francimar Ferrari - PE Prof. Dr. Gustavo Alfredo Cuello - ARG Prof. MSc. José Roberto Prado Junior - RJ Prof. MSc. Manoel Luiz de Cerqueira Neto - PR Prof. MSc. Marcelo Zager - SC Prof. Dr. Marcos Antonio Tedeschi - PR Profa. Maria Ayrtes Ximenes Ponte da Silveira - CE Dra. Silvia Valderramas - BA Profa. MSc. Telma Cristina Fontes Cerqueira - PR EDITORES Prof. Dr. Esperidião Elias Aquim - PR Prof. MSc. Marcelo Márcio Xavier - PR COORDENAÇÃO EDITORIAL Dra Elaine Rossi Ribeiro - revistacientifica@inspirar.com.br EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Marcos Leandro Cachinski - marketing@inspirar.com.br ATENDIMENTO Mariane Mansur Garbuio - contato@inspirar.com.br Informações para Publicação de Artigos Todo o material a ser publicado, deve ser enviado para o seguinte endereço eletrônico, aos cuidados de Dra. Elaine Rossi Ribeiro revistacientifica@inspirar.com.br I.P. (Informação Publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes. © Inspirar - Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprie- tário do copyright Inspirar. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou proprieda- des ligado à confiabilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostas no material publicado. Apesar de todo o material publicitário estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou valor do produto ou das asserções de seu fabricante. Página 4 REVISTAINSPIRAR Volume 1 • Número 1 • Junho/julho de 2009 SUMÁRIO EDITORIAL ......................................................................................................................... 5 Efeito da Microdermoabrasão no Envelhecimento Facial ................................................... 6 Effects of Microdermoabrasion on the Facial skin Ageing Juliane de Barba, Elisiê Rossi Ribeiro Ultra-som no Tratamento do Fibro Edema Gelóide ........................................................... 10 Ultra-sound on the Treatment of Cellulites Raphaelle Curtinaz Menezes, Sinara Gonçalves da Silva, Elisiê Rossi Ribeiro Análise do Impacto da Fisioterapia Respiratória em Pacientes Pediátricos com os Sinais Clínicos apresentados na Pneumonia ................................................................................. 15 Study of the Impacts of breathing Physicaltherapy in children Patients with Clinical Signs of Pneumonia Anaíres de Goes Santos, Manoel Luiz de Cerqueira Neto, Aída Carla Santana de Melo Costa Fatores Estressores para Profissionais de Enfermagem que atuam em uma Unidade de Terapia Intensiva ................................................................................................................ 20 Stressing factors on Nursing Professionals that act on Intensive Therapy Julita Royer Garcia, Salete de Araujo, Elaine Rossi Ribeiro Princípios Básicos para Conservação de Órgãos para Transplante ................................... 25 Basic Principles for Preservation of Organs for Transplant Luisete Aparecida Ramalho Ferro, Elaine Rossi Ribeiro Comparação entre Técnicas Osteopáticas e Fisioterapia Convencional para o Tratamento das Desordens Temporomandibulares ................................................................................ 29 Comparison between Osteopathic Techniques and Conventional Physiotherapy for Treatment of Temporomandibular Disorders Walkyria Vilas Boas Fernandes, Alexandra Bezerra Michelotto, Sérgio Kimura Benefícios da Fisioterapia na melhoria da qualidade de Vida na Terceira Idade ........................................................................................................ 34 Benefits of the Physiotherapy in the improvement of the quality of Life in the Third Age Francisco Vagner Afonso Dias, Ana Luiza Guerra Medeiros, Emanuel Ayres de Medeiros, Adelyanna Ramalho Palitot, Andressa Véras de Queiroz, Alidiane Morais da Silva Relação entre a Ausculta Pulmonar e o Aspecto da Secreção Brônquica .......................... 39 Relationship between Pulmonary and Aspect of Headphones Bronchial Secretion Caroline Silvestri Silva, Dayana Cordeiro, Kesya Montanha, Mayana Costa, Alceu Eduardo I. Furtado Fatores Causais e Sociais relacionados ao Óbito Materno de Mulheres residentes no Esta- do da Paraíba ...................................................................................................................... 43 Causal and Social factors related to Maternal Obits of Women resident in the State of Paraíba Ana Cristina da Nóbrega Marinho Torres Leite, Neir Antunes Paes Página 5 Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009 REVISTAINSPIRAR EDITORIAL O desejo de reunir autores em torno de assuntos científicos de relevância, sempre foi o desejo da INSPIRAR. Agora nasce a Revista Eletrônica Inspirar, que vem ao encontro do sonho e torna-se impar em sua concretude, embora virtual. Apresentamos aos profissionais da área da saúde, o conhecimento produzi- do pela comunidade docente e discente, de forma a contribuir para o desenvolvi- mento das diferentes profissões, no âmbito acadêmico e profissional. Consonante com a missão que traduz-se na publicação de artigos científicos que contribuam para a expansão do conhecimento da área da saúde, baseados em princípios éticos, a Revista Inspirar objetiva propiciar meios de socialização do conhecimento construído, tendo em vista o estimulo à investigação científica e ao debate acadêmico. Como meta, a indexação de qualidade, que coaduna com as perspectivas de longo alcance da Inspirar. Como visão, um número crescente de colaboradores e a contínua apresentação à sociedade dos frutos de ensino de excelência e comprome- timento com a ciência. Navegue nas páginas da Revista Inspirar, com um convite à leitura. Aprecie! Prof. Dr. Esperidião Elias Aquim - PR Prof. MSc. Marcelo Márcio Xavier - PR Página 6 REVISTAINSPIRAR Volume 1 • Número 1 • Junho/julho de 2009 Efeito da Microdermoabrasão no Envelhecimento Facial Effects of Microdermoabrasion on the Facial skin Ageing Resumo O processo de envelhecimento ocorre durante o curso de vida do ser humano, provocando no organismo modificações biológicas, psicológicas e sociais. Tal como acontececom to- dos os órgãos do corpo humano, a estrutura e as funções da pele vão se modificando gradualmente com o passar do tempo. Para isso existem inúmeras formas de tratamento com a finalidade de eliminar ou amenizar alterações presentes no envelhecimen- to, entre elas, a Microdermoabrasão, também chamada de Peeling de Cristal. Considerado um método de tratamento cutâneo, no qual ocorre um lixamento superficial da pele atra- vés do uso de um aparelho que lança e ao mesmo tempo aspira microcristais de óxido de alumínio, quimicamente inertes, so- bre a área a ser tratada possibilitando regular os níveis de esfoliamento. Este procedimento é amplamente utilizado pela sua simplicidade e rápida recuperação, ou seja, a paciente pode retornar imediatamente às suas atividades, mas poucos estudos tem avaliado a eficácia deste procedimento, portanto este tra- balho tem como objetivo caracterizar as modificações presen- tes no comportamento facial após tratamento com Microdermoabrasão. A pesquisa caracterizou-se como ensaio clínico com delineamento longitudinal, não controlado, experi- mental e contemporâneo, onde participaram 10 voluntárias, com idade entre 40 e 50 anos, que após serem avaliadas foram sub- metidas a quatro sessões de Microdermoabrasão, com interva- lo de uma semana entre elas e posteriormente responderam a um questionário de auto-avaliação. Das 10 pacientes que com- pletaram o estudo, 50% relataram após o tratamento estar bas- tante satisfeita com o resultado final, 30% relatou melhora ra- zoável e 20% melhora mínima, e 50% teve a melhora da apa- rência da face observada por terceiros. Do ponto de vista clíni- co e das participantes, observou-se melhora na qualidade da pele, especialmente no que diz respeito à textura, luminosidade e à uniformidade de sua cor. Algumas participantes apresenta- ram atenuação das rugas finas e clareamento das discromias. Com este estudo tornou-se possível identificar resultados pro- missores e satisfatórios, sobretudo no tratamento do envelheci- mento cutâneo, mas carece de maiores conhecimentos e estu- dos sobre esta técnica. Palavras-chave: Envelhecimento, Microdermoabrasão, Pele, Tratamento. Abstract The ageing process happens during the course of the human beings life, occasioning biological, psychological and social changes in the system. In the same way that it happens to every human body organs, the structure and the functions of the skin modify gradually in the course of time. For this, there are innumerous ways of treatment with the aim of eliminate or temper the alteration involved in the ageing, among them, the Microdermoabrasion, also called Crystal Peeling. Considered a skin treatment method, in which the skin is superficially stripped through the use of a machine that blows and at the same time sucks aluminum oxide micro crystals, chemically motionless, over the area to be treated enabling the regulation of the exfoliation levels. This process is widely used due to its simplicity and fast recovery, in other words, the patient can immediately return to her activities, but only a few studies have been considering the effectiveness of this procedure, therefore, the objective of this project is to characterize the changes in the facial behavior after the treatment with Microdermoabrasion. The research involved an account of many cases, in which 10 volunteers from 40 to 50 years old participated, who after being evaluated, underwent to four sections of Microdermoabrasion, with a week interval between them, and at a later time answered to a self-evaluation questionnaire. After the treatment, 50% of the 10 patients who completed the study showed to be really pleased with the final result, 30% related a reasonable improvement and 20% a small improvement, and 50% had a face look improvement noticed by others. From the clinical view and also the participants’ view, it was noticed a skin quality improvement, especially related to the texture, lightness and uniformity of its color. Some participants presented a thin wrinkles decreasing and cleaner marks. With this study, it could be possible to identify promising and satisfactory results, especially in the skin ageing treatment, but it is still needed better knowledge and studies about this technique. Key-words: Ageing, Microdermoabrasion, skin, treatment. 1. Acadêmica da Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Dermato Funcional e Cosmetologia da INSPIRAR Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde. 2. Professora da Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Dermato Funcional e Cosmetologia da INSPIRAR Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde. Recebido: maio de 2009 Aceito: maio de 2009 Autor para correspondência: Email: julianedebarba@hotmail.com Juliane de Barba1, Elisiê Rossi Ribeiro2 Página 7 Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009 REVISTAINSPIRAR Introdução O envelhecimento da população é um fenômeno novo, observado não só nos países desenvolvidos como também na- queles em desenvolvimento, onde mesmo os países mais ricos estão tentando se adaptar, sendo assim o que era no passado privilégio de poucos passou a ser uma experiência de um nú- mero crescente de pessoas em todo o mundo. Segundo Porto (2005) diversas teorias se propõem a ex- plicar os fenômenos biológicos responsáveis pelo envelheci- mento humano, mas nenhuma é completa o bastante para ser universalmente aceita, mesmo aquelas baseadas no determinismo genético, embora haja fortes evidências que o tempo de vida das espécies é geneticamente determinado. Envelhecer é um processo natural que ocorre desde que nascemos, também chamado de senilidade, pode ser definido como um conjunto de modificações fisiológicas irreversíveis, inevitáveis e conseqüente a uma alteração da homeostasia (CUCÉ ; FESTA, 2007). A pele, o maior órgão do corpo humano, reveste e delimi- ta o organismo correspondendo a 15% do peso corporal e tem por objetivo básico manter o meio interno em constante equilí- brio, protegendo e interagindo com o meio exterior, assim como os demais órgãos do corpo humano sofre alterações que carac- terizam o envelhecimento cutâneo (AZULAY; AZULAY, 2001). A pele é composta de três grandes camadas de tecidos, subdivididas em camada superior (epiderme), intermediária (derme ou cório) e camada profunda (hipoderme ou tecido ce- lular subcutâneo, sendo a epiderme subdividida em cinco ca- madas: Estrato córneo, Estrato lúcido, Estrato granuloso, Es- trato espinhoso ou malpighiano, e o Estrato germinativo ou basal (SAMPAIO; RIVITTI, 2000). Para Cucé e Festa (2001) a pele envelhecida é classifica- da em dois tipos: Intrínseco Cronológico (genético) ou Patoló- gico (genético ou não) e Extrínseco, onde a senescência cutânea engloba os fenômenos biológicos naturais e os fatores de agres- são ambiental. Embora o envelhecimento cutâneo seja um processo or- gânico natural, o mesmo é influenciado por vários fatores e pode tanto ser acelerado quanto retardado. De acordo com Sampaio e Rivitti (2000) há na cútis atrofia em grau variável que se evidencia pelo adelgaçamento difuso, secura e pregueamento da pele, com aspecto comparável a pa- pel de seda, tonalidade ligeiramente amarelada ou cerácea, com perda de elasticidade e turgescência. A degeneração senil ocorre de preferência sobre regiões do tegumento que se acham expostas às intempéries (face, pes- coço, dorso das mãos e antebraços), provocando o agravamen- to ou exagero dos sulcos e pregas naturais das regiões compro- metidas (GUIRRO; GUIRRO, 2002). A longevidade reforçou o interesse sobre as alterações que caracterizam gradativamente o envelhecimento, buscando medidas pertinentes relativas à prevenção e ao tratamento das diversas alterações, inclusive as inestéticas. Portanto a valorização da face é natural, pois é a parte do corpo mais representativa e exposta, na qual expressamos nos- sos sentimentos e emoções.O desejo de conservar a beleza é procurado pela grande maioria das pessoas com o objetivo de manter-se jovem, bela e desejada, contribuindo desta forma para qualidade de vida e satisfação pessoal. Para isso existem, atualmente, inúmeras abordagens tera- pêuticas com a finalidade de eliminar ou amenizar essas altera- ções, podendo ser realizada através de fármacos, cosméticos, aplicações, reparo cirúrgico entre outros. Dentre os tratamen- tos encontram-se a Microdermoabrasão. Segundo Borges (2006) a Microdermoabrasão é uma téc- nica de esfoliação não cirúrgica, passível de controle, podendo ser executada de forma não invasiva, sendo inúmeras suas indi- cações que têm por base o incremento da mitose celular fisioló- gica, suscitando efeitos como atenuação de rugas superficiais, afinamento do tecido epitelial preparando-o para tratamentos de revitalização e proporcionando uma textura fina e saudável através do incremento de proteínas de colágeno, elastina e reticulina, seqüelas de acne, clareamento das camadas mais su- perficiais da epiderme, foliculite e estrias, sendo contra-indicada nas lesões tegumentares acompanhadas de processo inflamató- rio. A microdermoabrasão se tornou uma das mais populares formas de desgaste superficial da pele, esta técnica foi desen- volvida pela primeira vez na Itália, em 1985 e posteriormente multiplicou-se, e se tornou disponível em toda a Europa (GRIMES, 2005). O procedimento de microdermoabrasão consiste na apli- cação direta sobre a pele, de um equipamento mecânico gera- dor de pressão negativa e pressão positiva simultâneas, em que são utilizados microgrânulos de óxido de alumínio (100 a 140 micras), quimicamente inertes, jateados pela pressão positiva sobre a superfície cutânea numa velocidade passível de contro- le, provocando erosão nas camadas da epiderme, sendo ao mes- mo tempo sugados pela pressão negativa os resquícios dos microcristais e células córneas em disjunção (BORGES, 2006). Médicos e esteticistas utilizam a microdermoabrasão nos Estados Unidos para renovar e rejuvenescer peles danificadas, citando que ocorre uma melhora gradual da pele danificada por incentivo da proliferação de fibroblastos e produção de colágeno, levando a nova deposição colágeno na derme. (SHPALL et al, 2004) Para Spencer e Kurtz (2006) a popularidade da microdermoabrasão deve-se a simplicidade e segurança da téc- nica, sendo o seu mecanismo de ação não compreendido total- mente. Portanto, esta pesquisa tem como objetivo caracterizar as modificações presentes no comportamento facial após trata- mento com Microdermoabrasão. Metodologia A pesquisa caracterizou-se como ensaio clínico com de- lineamento longitudinal, não controlado, experimental e con- temporâneo, onde participaram 10 voluntárias, com idade entre 40 e 50 anos, na cidade de Joaçaba, Santa Catarina, que opta- ram voluntariamente assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. Ressalta-se que mesmo sendo escolhidas aleatoriamente nenhuma das participantes da pesquisa apresentou histórico de cirurgia plástica ou foi submetida a outros métodos de amenização e/ou suavização de rugas na face, ou ainda apre- sentou alteração de sensibilidade e restrições ao método. O Projeto de pesquisa foi submetido à avaliação do Co- mitê de Ética e Pesquisa (CEP), e após aprovação foi realizado o inicio dos procedimentos. Página 8 REVISTAINSPIRAR Volume 1 • Número 1 • Junho/julho de 2009 O processo de coleta de dados consistiu de um protocolo de anamnese e avaliação. No protocolo de anamnese foram le- vantados os dados relacionados à identificação, idade e história facial levando em consideração qualquer tipo de intervenção para amenização do envelhecimento facial, se utilizam filtro solar ou cosméticos rejuvenescedores diariamente. Na avalia- ção foram observados dados referentes à classificação quanto ao tipo de pele (mista, seca, oleosa e normal), quanto ao fototipo (classificação de Fitzpatrick), sensibilidade (normal, sensível, muito sensível, pouco sensível) e envelhecimento, observando textura, coloração, discromias, presença de rugas superficiais e profundas. Todas as participantes foram submetidas a sessões sema- nais de Microdermoabrasão, através do aparelho Dermotonus Esthetic, da marca Ibramed, totalizando quatro sessões, com duração de 30 minutos cada uma. Inicialmente ao procedimento foi realizado assepsia de toda a face com gel de limpeza ARL Green Tea (linha profissi- onal da marca Adcos), após assepsia com a pele seca e total- mente isenta de produtos cosméticos, iniciou-se o procedimen- to de microdermoabrasão, ajustando o equipamento para uma maior ou menor saída dos microcristais determinada pela sensi- bilidade da paciente. Com a pele da face estirada, eram realiza- dos movimentos precisos e uniformes de varredura sobre a mesma região, no sentido das linhas de Langer, cessando após presença de um leve eritema e posterior ao procedimento más- cara facial com Beta Glucan, e filtro solar também da mesma marca. As participantes foram orientadas a evitar a exposição solar, não utilizar cosméticos rejuvenescedores ou ácidos, e uti- lizar filtro solar diariamente. Após o protocolo de tratamento, todas as participantes responderam a um questionário de auto-avaliação, onde foram analisados aspectos da pele como luminosidade, textura, rugas, coloração, diferença na pele observada por elas e por terceiros e melhora do aspecto geral da pele. Resultados A amostra foi constituída por 10 participantes que aten- deram aos critérios de inclusão e concordaram em participar do estudo, sendo todas do gênero feminino, sendo a média de ida- de 43,5 anos (+/-3,89). Com relação à anamnese nenhuma das participantes apre- sentou história de cirurgia plástica ou outros métodos de suavização de rugas, 100% são usuárias de cosméticos anti- idade e somente 30% não utilizam filtro solar diariamente. Na avaliação 20% das participantes apresentaram fototipo II, 50% fototipo III e 30% fototipo IV e quanto ao tipo de pele 50% apresentaram pele normal, 30% oleosa, 10% seca e 10% mista. De acordo com a sensibilidade 60% apresentaram sensibilida- de normal, 20% pouco sensível e 20% muito sensível. Todas as participantes apresentaram rugas superficiais e apenas 50% rugas profundas, 90% apresentaram discromias, 80% pele opaca, coloração amarelada e textura áspera em algu- mas regiões. Do ponto de vista clínico e das participantes, observou- se melhora na qualidade da pele, especialmente no que diz res- peito à textura, luminosidade e à uniformidade de sua cor. Das 10 pacientes que completaram o estudo, 50% relata- ram após o tratamento estar bastante satisfeita com o resultado final, 30% relatou melhora razoável e 20% melhora mínima, e 50% teve a melhora da aparência da face observada por tercei- ros. Com relação ao quesito textura da pele, 100% considera- ram melhora, relatando que sua pele ficou mais lisa, fina e ma- cia, quanto à luminosidade e uniformidade da cor 80% relata- ram melhora, relatando que sua pele ficou mais revitalizada, com uma coloração mais uniforme e sem o aspecto amarelado que tinham antes. Apenas 20% perceberam diferença nas rugas finas, rela- tando que se tornaram menos evidentes, 30% melhora razoável nas discromias e 30% que apresentavam pele oleosa relataram que com as sessões a pele se tornou menos oleosa. Discussão O conceito de beleza atual e procurado pela maior parte das pessoas é o da pele jovem, sem manchas ou rugas, entretan- to, com o avanço da idade a pele passa a sofrer alterações que modificam seu aspecto gradativamente caracterizando o enve- lhecimento cutâneo. O motivo de tal transformação são as alte- rações decorrentes do envelhecimento intrínseco (desgaste na- tural do organismo) e extrínseco ou fotoenvelhecimento (efeito da radiação ultra-violeta do sol sobre a pele durante toda a vida). A peleenvelhecida tem como características a perda da elasticidade, discromias, rugas finas e profundas e alterações como pele áspera, ressecada e descamativa. O envelhecimento da pele é um processo que preocupa muitos indivíduos, que buscam a ajuda especializada para minimizar seus efeitos. Um dos recursos para melhorar a quali- dade da pele são os peelings como o Peeling de cristal ou Microdermoabrasão que proporcionam esfoliação cutânea, pro- movendo renovação celular. As grandes vantagens desta técnica deve-se a sua simpli- cidade, rápida recuperação, praticamente indolor, não há ne- cessidade de interrupção dos tratamentos estéticos do dia-dia e não interfere na vida social e profissional do paciente, ou seja, poderá retornar logo após o procedimento as suas atividades. A eficácia e os benefícios da microdermoabrasão perma- nece um tema intensamente debatido, apesar da sua utilização, poucos estudos controlados foram publicados no que se refere à sua eficácia e segurança, e na sua maioria envolvendo peque- nos grupos de pacientes. Independentemente das limitações e controvérsias rela- cionadas com a investigação deste procedimento, existe uma percepção de benefício entre os pacientes submetidos à microdermoabrasão. Freedman et al também investigaram mudanças associa- das na epiderme e derme com a microdermoabrasão, em 10 pacientes com intervalo de 7 a 10 dias.(GRIMES, 2005) Conforme descrito anteriormente por Shpall et al (2004) a microdermoabrasão tem sido utilizada para melhorar rugas, texturas irregulares e pigmentações causadas pelo fotoenvelhecimento e para melhorar a luminosidade da pele. No estudo em questão, as pacientes envolvidas referiram melhora na textura, relatando afinamento do tecido epitelial, textura fina e saudável, clareamento das camadas mais superfi- ciais da epiderme e algumas ainda perceberam atenuação das rugas superficiais, conforme descreve Borges (2006) quando cita os efeitos da microdermoabrasão em seu livro. Página 9 Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009 REVISTAINSPIRAR Conclusão Através dos resultados obtidos pela presente pesquisa, nas comparações pré e pós tratamento com Microdermoabrasão tornou-se possível identificar resultados promissores e satisfatórios, sobretudo no tratamento do envelhecimento cutâneo. A Microdermoabrasão tornou-se um tratamento popular devido à simplicidade e a segurança do procedimento, mas o seu mecanismo de ação não é bem conhecido, e apenas alguns estudos têm investigado estas mudanças histologicamente. Apesar das vantagens da Microdermoabrasão, ela deve ser utilizada de maneira segura, criteriosa e com acompanha- mento de um profissional especializado. Referências AZULAY, Rubem David; AZULAY, David Rubem. Dermatologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. BORGES, Fábio dos Santos. Dermato-funcional: mo- dalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006. CUCÉ, Luis Carlos; FESTA NETO, Cyro. Manual de dermatologia. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2001. GRIMES, Pearl E.. Microdermabrasion. Dermatologic Surgery. United States, v. 31, set. 2005; p. 1160 - 1165. GUIRRO, Elaine Caldeira de O. ; GUIRRO, Rinaldo RobertoJ.. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, re- cursos e patologias. 3. ed. , rev. ampl. São Paulo: Manole, 2002. LITVOC, Júlio; BRITO, Francisco Carlos de. Envelhe- cimento: prevenção e promoção da saúde. São Paulo: Atheneu, 2004. PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. SAMPAIO, Sebastião de Almeida Prado; RIVITTI, Evandro A.. Dermatologia. 2.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2000. SHPALL, Rebeca B.S. et al. Microdermabrasion: A Review. Facial Plastic Surgery. New York, v. 20, 2004. p. 47- 50. SPENCER, James M.; KURTZ, Ellen S.. Approaches to Document the Efficacy and Safety of Microdermabrasion Procedure. Dermatologic Surgery. United States,v.32, nov. 2006. p. 1353 - 1357. Página 10 REVISTAINSPIRAR Volume 1 • Número 1 • Junho/julho de 2009 Ultra-som no Tratamento do Fibro Edema Gelóide Ultra-sound on the Treatment of Cellulites Resumo O Fibro Edema Gelóide (FEG) é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatório, seguido de polimerização da substancia fundamental, que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica conse- cutiva, ou seja, os mucopolissacarídeos que a integram sofrem um processo de geleificação. O fibro edema gelóide pode ser diagnosticado por diversos exames, porém o mais simples é o “teste em casca de laranja”, que consiste em pressionar o tecido adiposo entre os dedos polegar e indicador ou entre as palmas das mãos, a pele se parecerá com o aspecto de uma casca de laranja, com aparência rugosa. Esta pesquisa teve como objeti- vo avaliar o benefício e a eficácia do ultra-som para o tratamen- to do fibro edema gelóide. O trabalho utilizou como metodologia um estudo de revisão de literatura de síntese realizado com 10 artigos sobre fibro edema gelóide associado ao ultra-som, pu- blicados no período de 1992 a 2004, encontrados em bases de dados eletrônicos, além de livros, monografias e dissertação de mestrado como resultados das pesquisas. Com o estudo reali- zado chegou-se a conclusão que o tratamento do FEG com o ultra-som terapêutico é muito eficaz. Palavras-chave: Fibro edema gelóide, tratamento, ultra-som. Abstract The fibrosis edema geloide (FEG) is an infiltration of the edematous subcutaneous tissue, no inflammation, followed by polymerization of the fundamental substance, which is infiltrating the frame, produces a reaction consecutive fibrosis, or the mucopolysaccharides that have integrated a process of geleificacao. The fibro geloide edema can be diagnosed by several tests, but the simplest is the "testing in orange peel," which is to push the fat tissue between the fingers thumb and forefinger or between the palms, the skin looks like the appearance of orange peel, rough-looking. This research aims to evaluate the benefits and efficacy of ultrasound for the treatment of fibro geloide edema. The work used as a study methodology of literature review or synthesis conducted with 10 articles on fibro geloide edema associated with ultrasound, published in the period 1992 to 2004, found in electronic databases, and books, monographs and dissertation of Masters as results of research.In the study it was concluded that treatment with EGF ultrasound therapy is very effective.After observing the results obtained in various studies discussed in this article, we conclude that EGF treatment with ultrasound therapy is very effective. Key words: Fibrosis edema geloide, treatment, ultra-sound. 1. Acadêmica da Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Dermato Funcional e Cosmetologia da INSPIRAR Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde. 2. Professora da Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Dermato Funcional e Cosmetologia da INSPIRAR Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde. Recebido: maio de 2009 Aceito: maio de 2009 Autor para correspondência: Email: elisier22@hotmail.com Raphaelle Curtinaz Menezes1, Sinara Gonçalves da Silva1, Elisiê Rossi Ribeiro2 Introdução Atualmente, existe uma constante e incansável busca pelo “corpo perfeito”. A influência da moda, sua imposição de res- trições, coloca as mulheres numa difícil situação, já que é provocada e atraída permanentemente para que se ponha de acordo com os padrões de beleza atual. (CORRÊA, 2005) E, dentro deste parâmetro, geralmente a maior preocupação das mulheres está ligada ao fibro edema gelóide (FEG), popular- mente chamada de celulite e que chega a atingir 85-98% das mulheres de todas as raças, segundo alguns estudos. (AVRAM, 2004; ROSSI, VERGNANINI 2000) O fibro edema gelóide (FEG) é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatório, seguido de polimerização da substânciafundamental, que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva, ou seja, os mucopolissacarídeos que a integram sofrem um processo de geleificação. (CIPORKIN; PASCHOAL, 1992) É considerado uma patologia multifatorial por ser determinada por efeitos hormonais, predisposição genética, inatividade, dietas inade- quadas, obesidade, distúrbios posturais, bem como o tabagis- mo. (TOGNI, 2006) Portanto, este problema estético é caracte- rizado pela presença de pequenas depressões na pele, com as- pecto conhecido por “casca de laranja”, “acolchoado” ou “capitoné” e está mais presente em coxas, abdômen e nádegas. (BORGES, 2006; KEDE, SABATOVICH, 2004; GUIRRO, GUIRRO, 2004; FERNANDES, 2008; SMALLS, L, 2005) Ocorrendo em 90% das mulheres logo após a adolescência e raramente nos homens. (AVRAM, 2004; ROSSI, VERGNANINI, 2000) Sendo a prevalência maior em países desenvolvidos onde há um maior consumo de proteínas e gor- duras nas dietas. (PINTO, 1995) Página 11 Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009 REVISTAINSPIRAR Podemos classificar o fibro edema gelóide em quatro es- tágios: o primeiro é uma fase inicial, onde o processo já está se instalando internamente, mas não pode ser visto ou sentido; no segundo, inicia-se a evolução do processo, onde as mudanças estruturais vão ficando mais relevantes e os primeiros sintomas passam a ser visíveis e podem ser sentidos sob palpação, a pele ganha um aspecto acolchoado e com ondulações; o terceiro é a fase em que aparecem os nódulos, os sinais são bem visíveis, não necessitando de palpação para serem percebidos, a pele áspera aparenta uma casca de laranja e verificou também edema nas pernas e microvarizes, somados a flacidez; no quarto, ela é dura e a pele fica “lustrosa”, cheia de depressões, as pernas ficam inchadas, pesadas, doloridas e a sensação de cansaço está presente, mesmo sem esforço físico. (MIGUEL, 2002) Para avaliação do FEG são utilizadas fichas de avalia- ção, iniciando com a inspeção, procurando por atrofias a pre- sença de nódulos ou placas hipertróficas, localização de gordu- ra, estrias, varizes, varicoses. Compõe o procedimento ainda verificar se a pele possui um aspecto de “casca de laranja”, e se a coloração da pele está acetinada, dentre outros. (BARROS, 2001; KELLER, 1998) Ressaltou que durante o exame físico, a inspeção deverá ser realizada com o paciente em posição ortostática, pois na posição de decúbito onde ocorre acomoda- ção dos tecidos o que pode mascarar o grau de acometimento do tecido. (GUIRRO, GUIRRO, 2002; ARIZA, A. R. M. et al., 2005 ) O FEG foi diagnosticado por diversos exames, porém o mais simples é o “teste em casca de laranja”, que consiste em pressionar o tecido adiposo entre os dedos polegar e indicador ou entre as palmas das mãos, a pele se parecerá com aspecto de uma casca de laranja, com aparência rugosa. Existem ainda exa- mes complementares como, termografia, xerografia, ecografia bidimensional e exame anatômico patológico. (GUIRRO, GUIRRO, 2002; PINTO, 1998; ARIZA, A. R. M. et al., 2005) No tratamento dessa afecção foram utilizados vários re- cursos, porém nem todos apresentam resultados satisfatórios. Dentre os recursos, o ultra-som associada à fonoforese apre- senta grande eficácia, pois promovem significativas alterações fisiológicas no tecido acometido pela FEG. (PINTO, 2007) E existe uma gama muito ampla de indicações do ultra-som, sen- do que, seu uso em estética está crescendo pela obtenção de excelentes resultados conseguidos em determinadas patologi- as, tais como, o fibro edema gelóide e em tecido cicatricial. (GUIRRO, GUIRRO, 2004) O ultra-som é de um método que utiliza de ondas sonoras através de um cabeçote com transdutor perpendicular à área a ser tratada, em constante movimentação e mantido em contato com o agente de acoplamento para não gerar a formação de cunhas de ar. Sua ação também promove efeito antiinflamatório (combate as dores) e aumento da circulação. A utilização do ultra-som associado à fonoforese gerou efeitos como neovascularização, aumento da circulação, rearranjo e aumen- to da extensibilidade das fibras colágenas, e melhorou as pro- priedades mecânicas do tecido, além de um aumento na permeabilidade das membranas biológicas facilitando assim a penetração de fármacos no organismo através da pele (fonoforese). (PATRICK, 1978; CONTI, PEREIRA, 2003) Ten- do como agente de acoplamento, o gel que é o meio que melhor transmite a onda ultra-sônica, sendo, portanto, o mais indicado. (MARDEGAN, GUIRRO, 2005) Nesta técnica utilizou o gel hidrossolúvel ou formulações farmacológicas com fins terapêuticos. Já a fonoforese ou sonoforese é um termo que descreve a habilidade do ultra-som em incrementar a penetra- ção de agentes farmacológicos ativos através da pele. Tratou de uma eficiente alternativa de transporte de substâncias. (FILHO, 2004) O ultra-som é uma terapia efetiva, ou um risco potencial, dependendo de como é aplicada esta modalidade. Existindo lis- tas de contra-indicações e precauções como: áreas isquêmicas, tromboflebite e varizes, diretamente sobre endopróteses e im- plantes metálicos, sobre útero gravídico, tumores cancerígenos, sistema nervoso, áreas anestesiadas, infecção ativa, gônadas, área cardíaca, olhos, hemofílicos não tratados e placas epifisárias. (YOUNG, 1998; STARKEY, 2001; FUIRINI, LON- GO 1996; LOW, REED, 2001; GUIRRO, GUIRRO, 2002) Desta forma, este estudo foi realizado com o objetivo de enfatizar o benefício e a eficácia do ultra-som no fibro edema gelóide observado principalmente nas regiões das coxas, abdô- men e nádegas, segundo pesquisas que foram utilizadas para a realização deste trabalho. Metodologia O estudo foi realizado a partir de uma revisão de literatu- ra de síntese. Para tanto, foram utilizados artigos científicos em idiomas português, espanhol e inglês publicados. Foram con- sultadas as bases de dados Scielo, Lilacs, Medline, Pubmed, utilizando-se das seguintes palavras-chave: Fisioterapia Dermato Funcional, ultra-som, celulite, fibro edema gelóide, lipodistrofia Ginóide, tratamento, fonoforese, dermato functional physiotherapy, ultrasound, cellulite, dermato- lunctionary,lipodystrofic, treatment, phonophoresis. Foram utilizados ainda, livros em idioma português pu- blicados no período de 1992 a 2004. Devido a sua grande im- portância, serão referenciadas monografias realizadas na Uni- versidade do Sul de Santa Catarina e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná em 2002-2006. Como critérios de inclusão dos artigos que foram seleci- onados, foram revisados somente, aqueles com descrição de fibro edema gelóide, eficácia do ultra-som no fibro edema gelóide, tratamento conservador, estudos comparativos do ultra- som em relação a outras técnicas utilizadas para a melhora do fibro edema gelóide, utilização do ultra-som associado a fonoforese, a fisioterapia dermato-funcional no tratamento do fibro edema gelóide. Discussão O fibro edema gelóide (FEG), indevidamente chamado de celulite, pode ser definida como uma patologia multifatorial, que resulta na degeneração do tecido adiposo, passando pelas fases de alteração da matriz intersticial, estase microcirculatória e hipertrofia dos adipócitos, ou seja, as células de gorduras retêm um maior teor de lipídio, diferente e alterado que estimula a re- tenção de líquidos, gerando assim o aumento de volume da célu- la que causa a compressão dos vasos e o rompimento das fibras de colágeno e elastina. Evoluindo assim, para fibrose cicatricial, gerando um aspecto de pele em “casca de laranja”, “acolchoado” ou “capitoné” e esta mais presente em coxas, abdômen e náde- gas. (BORGES, 2006; KEDE, SABATOVICH, 2004; GUIRRO, GUIRRO, 2004; FERNANDES, 2008; SMALLS, L., 2005) No tratamento do FEG utilizou o ultra-som, pois tem como efeitos fisiológicos a ação tixotrópica sobre géis, Página 12 REVISTAINSPIRAR Volume1 • Número 1 • Junho/julho de 2009 despolimerização da substância fundamental, deslocamento de íons, aumento da permeabilidade das membranas, melhor reabsorção de líquidos, aperfeiçoamento da irrigação sanguí- nea e linfática, aumenta a produção e melhora a orientação das fibras colágenas do tecido conjuntivo. (PIRES DE CAMPOS, 1992; YOUNG, 1998) Para obter resultados efetivos do ultra-som no FEG suge- riu a aplicação por contato direto, na qual consiste em manter o cabeçote emissor do ultra-som em contato direto com a pele que se deseja tratar. A aplicação realizou uma via de agente de acoplamento, sendo que este foi o suficientemente viscoso para agir como lubrificante entre o transdutor e a pele, estéril para evitar contaminação e não apresentar bolhas de ar no seu interi- or, o que favoreceria a atenuação do feixe. (GUIRRO, GUIRRO, 2002) O ultra-som é uma modalidade de penetração profunda, capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos tér- micos e não-térmicos. Desta forma, existem dois regimes de pulso comumente empregados na prática clínica do ultra-som terapêutico, o contínuo e o pulsado. (STARKEY, 2001; GUIRRO, GUIRRO, 2002) O modo contínuo se caracteriza por ondas sônicas contínuas, sem modulação, com efeitos térmi- cos, alteração da pressão e micromassagem. Já o modo pulsado apresenta características como ondas sônicas pulsadas, modu- lação em amplitude com freqüências de 16 Hz a 100 Hz, efeitos térmicos minimizados e alteração da pressão, deste modo, uma ação analgésica, antiinflamatória e anti-edematosa. (FUIRINI, LONGO; 1996) O ultra-som possui também duas freqüências, de 1 MHz e de 3 MHz, porém o tratamento com ultra-som de 3,0 MHz é indicado para tecidos superficiais, enquanto que o tratamento com ultra-som de 1 MHz é indicado para tecidos mais profun- dos. Como as patologias estéticas atingem tecidos superficiais como a pele, predominantemente o tecido conjuntivo (derme), produzindo alterações circulatórias e mecânicas do tecido, não necessita, portanto de uma penetração muito grande das ondas mecânicas. Sendo assim, o ultra-som de 3 MHz é o mais indica- do para o tratamento dessas patologias. (BIOSET, 2001) Desta forma, no tratamento do fibro edema gelóide reco- mendou o uso do ultra-som em emissão continua, exceto se exis- tir alguma circunstância que contra indique a aplicação de ca- lor. Em geral, para o tratamento da mesma recomendou iniciar com doses baixas e aumentar a intensidade progressivamente. Porém, estas não devem ultrapassar 2 W/cm2, sobretudo quan- do se trabalha em emissão continua. Caso a aplicação seja em emissão pulsada a intensidade pode variar de 2 a 3 W/cm2. (ROSSI, 2001) Na literatura há divergências de opiniões, entre autores, sobre o tempo de cada sessão, onde Guirro & Guirro (2002), estabelece o tempo de dois minutos para áreas próximas de 10 cm2 . Já Parienti (2001) cita que a sessão de ultra-som não deve exceder 10 minutos, e que a zona de atuação é de 10 x15cm. Porém Longo (2001), não aconselha uma aplicação por mais de 15 a 20 minutos contínuos em uma mesma sessão de tratamen- to, pois podem ocorrer vertigens, tonturas, estresse, além de outros efeitos colaterais. A utilização do ultra-som pode ser in- cluído no tratamento em dias alternados, de 2 a 3 vezes na se- mana. Deve-se aplicar, no máximo, 20 sessões. E após o térmi- no destas deve-se aguardar 1 a 2 meses para então reiniciar o tratamento. (ROSSI, 2001) Weimann (2004) realizou um estudo com 10 pacientes, aleatoriamente, formando dois grupos, onde o primeiro grupo foi submetido à terapia com ultra-som, e o segundo grupo não recebeu nenhuma intervenção terapêutica no período. O ultra- som foi utilizado na freqüência de 3 MHz, no modo contínuo, com dose de 1,2 W/cm², e foi aplicado por 7 minutos em cada glúteo. O tratamento consistiu de 20 sessões, realizadas 3 vezes por semana, em dias alternados. Todas as voluntárias foram submetidas à avaliação inicial, para verificar o tipo e grau do fibro edema gelóide apresentado. Com o término do tratamento proposto nova avaliação foi realizada e revelou que a utilização do ultra-som mostrou-se eficaz no tratamento do fibro edema gelóide, uma vez que diminuiu o grau de acometimento. Já na pesquisa de Oenning et al. (2002), foi estudada uma paciente do sexo feminino, 21 anos de idade, cor branca, 52 quilos, 1,58 metros, com aparecimento do FEG na adolescên- cia com graus 1 e 2 nas regiões glútea e superior da coxa. Fo- ram utilizados ficha de avaliação, registro fotográfico e uma escala de opinião. A paciente foi submetida a 20 sessões de aplicação do ultra-som, com dose de 0,6 w/cm², freqüência de 3 MHz, modo contínuo, na região dos glúteos e porção superior das coxas. Ao final do tratamento, observou-se redução do FEG grau 1 e 2 e a paciente referiu estar satisfeita com os resultados. No trabalho de Federico et al. (2006), a metodologia con- sistiu do emprego da fonoforese com meio de acoplamento à base de hera, centella asiática e castanha da índia em 5 partici- pantes selecionadas aleatoriamente e divididas em dois grupos, onde o primeiro grupo foi submetido à terapia com ultra-som de ERA de 8,5 cm² com dose de 1,1 watts/cm² e o segundo grupo foi submetido à terapia com ultra-som de ERA de 4 cm² com dose de 1,5 watts/ cm2. O ultra-som foi utilizado na fre- qüência de 3 MHz, no modo contínuo e o tratamento consistiu de 16 sessões, realizadas 4 vezes por semana. Todas as voluntá- rias foram submetidas à avaliação inicial, para verificar o tipo e o grau de celulite apresentados. Com o término do tratamento proposto os resultados revelaram que a fonoforese mostrou-se eficaz no tratamento da celulite somente em uma das 5 voluntá- rias envolvidas na pesquisa. Já no estudo de Nigro (2009) teve como objetivo compa- rar os resultados encontrados em mulheres tratadas com ultra- som terapêutico (UST) associado ao gel com princípios ativos e ao gel hidrossolúvel simples para a reversão do fibro edema gelóide (FEG), comprovando a eficácia deste tipo de recurso, com ou sem a ação da fonoforese. As voluntárias foram subme- tidas a 15 sessões de UST com duração de 12 minutos em cada glúteo, sendo em um utilizado gel simples e em outro gel com carbopol e princípios ativos. O estudo revelou melhora no FEG, em todas as voluntárias e em ambos os glúteos, sendo possível concluir que o tratamento com UST é eficaz, independente da fonoforese. Na pesquisa de Silva (2006), onde a amostra foi compos- ta de dois grupos, com três indivíduos cada, portadoras do fibro edema gelóide de graus semelhantes. Um dos grupos (experi- mental) foi tratado com ultra-som aliado ao gel Bioestimulante® da Vita Derm, enquanto que o outro grupo (controle) utilizou o gel condutor Sonic-Plus gel. As pacientes foram submetidas a 10 intervenções de, aproximadamente 1 hora, em regime de três sessões semanais no período de julho a outubro de 2008. Antes e após o tratamento foram avaliadas alterações de perimetria e peso. A evolução do tratamento também foi analisada por meio de registro fotográfico e uma escala de opinião quanto aos re- sultados obtidos no tratamento. Valores significantes de redu- ção de perímetro corporal foram obtidos após a conduta tera- pêutica, e foram observadas também alterações cutâneas visí- Página 13 Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009 REVISTAINSPIRAR veis, sugerindo que o ultra-som terapêutico de 3 MHz contribui para a redução do fibro edema gelóide. Pedro (2007) realizou uma pesquisa na qual selecionou 10 participantes, do sexo feminino, submetidas à avaliação para verificar o grau, o tipo do fibro edema gelóide, o perímetro da coxa, circulação sanguínea e análise fotográfica, antes e após a intervenção. O tratamento consistiu de 20 sessões, realizadas diariamente, utilizando-se do ultra-som terapêutico em uma fre- qüência de 3 MHz, no modo contínuo, com dose de 1,0 W/cm2, em ambosos membros inferiores. A fonoforese à base de cafe- ína foi empregada na região lateral do membro inferior esquer- do. Os resultados demonstraram diminuição significativa da perimetria entre os membros inferiores, aumento da vascularização em ambos os membros, porém mais acentuada no esquerdo, demonstrada através da placa termossensível. De acordo com os parâmetros utilizados neste estudo, a técnica da fonoforese associada à cafeína exerceu mudanças morfológicas e circulatórias perante a resolução do fibro edema gelóide mais efetivas quando comparadas ao ultra-som no modo convencio- nal. Atribuímos o fato à ação da cafeína por ser um importante agente atuante nos mecanismos metabólicos da lipólise. Pinto (2007), neste estudo, teve como objetivo comparar os resultados obtidos na terapia por ultra-som com gel conven- cional e a fonoforese com mucopolissacaridase. Para o estudo foram selecionados 10 indivíduos, do sexo feminino, entre 20 e 35 anos, sedentários, com lipodistrofia ginóide na região glútea, grau II, tipo flácida. Os indivíduos foram divididos aleatoria- mente em dois grupos, sendo no grupo controle, G1, aplicado ultra-som, e no grupo experimental, G2, a fonoforese. O equi- pamento utilizado na pesquisa possuía freqüência de 3 MHz, modo contínuo e intensidade de 1,5w/cm2. Foram realizadas 10 sessões com cada indivíduo de cada grupo. Ao final do ex- perimento, constatou-se, na reavaliação, uma melhora signifi- cativa em ambos os grupos, embora os resultados de G2 foram mais evidentes. Mostrando que o ultra-som e a fonoforese são eficazes no tratamento da lipodistrofia ginóide, pois promovem significativas alterações fisiológicas no tecido acometido pela patologia citada. Conclusão Através do presente estudo, pelos resultados obtidos, con- cluiu-se que o tratamento do FEG com o ultra-som terapêutico foi eficaz na amenização e diminuição do quadro de fibro edema gelóide nas regiões das coxas, abdômen e nádegas. Referências ARIZA, A. R. M. et al. A eficácia do ultra-som para o tratamento do fibro edema gelóide. X Encontro Latino Ame- ricano de Iniciação Científica e VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba, São Pau- lo, 2005. AVRAM, M. Cellulite: a review of its physiology and treatment. 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Sua atuação tem papel fundamental na prevenção e intervenção das complica- ções que ocorrem em pacientes com sinais clínicos de pneumo- nia, além de ser uma solução simples, acessível, de baixo custo e que não exige tecnologia nem recursos terapêuticos sofistica- dos para sua execução. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo analisar o impacto da fisioterapia respiratória em paci- entes pediátricos com os sintomas da pneumonia. Para a pes- quisa, foram analisados 10 pacientes na faixa etária de 0 a 12 anos, sendo 3 do sexo feminino e 7 do sexo masculino, subme- tidos ao tratamento fisioterapêutico por 30 minutos, 1 vez ao dia,sendo, posteriormente, encontrados dados submetidos a análise estatística. Para que as técnicas fossem aplicadas de maneira correta e eficaz, fez-se necessária uma boa avaliação do paciente, pois cada técnica tem seus objetivos, suas indica- ções e contra indicações e, acima de tudo, as técnicas devem ser executadas da maneira correta para que haja resultados sig- nificativos. O estudo foi realizado na Fundação Beneficente Hospital Cirurgia (FBHC) da cidade de Aracaju/SE, no período de março a agosto de 2008. Concluiu-se nesta pesquisa que a fisioterapia respiratória mantém a permeabilidade das vias aé- reas superiores e inferiores, melhora a relação ventilação/ perfusão, reduz a necessidade da utilização de terapêuticas ventilatórias agressivas e minimiza as lesões pulmonares, con- tribuindo para a redução do período de hospitalização e, conse- qüentemente, reduzindo os custos hospitalares. Palavras-chave: Pneumonia; sinais clínicos, fisioterapia respiratória. Abstract The respiratory physiotherapy is a relative new therapeutic modality in pediatric infirmaries and that is expanding thanks to its benefits. Its performance has a fundamental role in prevention and intervention of complications that occur in patients with clinical indications of pneumonia, in addition of being a simple, accessible, low cost solution and do not require sophisticated technology nor therapeutic resources for its execution. Thus, this study aims to analyze the impact of respiratory physiotherapy in pediatric patients with symptoms of pneumonia. For the study, 10 patients were analyzed in the age group of 0 to 12 years, being 3 females and 7 males, submitted to physiotherapy treatment for 30 minutes, 1 time a day, being, lately, found data submitted to statistic analyze. For the techniques were applied in correct and effective way, it was necessary a good assessment of the patient, because each technique has its own goals, their indications and contraindications and, above all, the techniques must be implemented in a correct way to attain significant results. The study was conducted at Cirurgia Hospital Beneficent Foundation (FBHC) in the city of Aracaju/SE, from March to August, 2008. It was concluded in this research that respiratory physiotherapy maintains the up and low airways permeability, improves the relation between ventilation and perfusion, reduces the need for using aggressive therapeutic ventilation and minimizes lung lesions, helping to reduce the period of hospitalization and consequently reducing hospital costs. Key words: pneumonia; clinical signs; respiratory physiotherapy. 1. Acadêmica da Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Hospitalar – Rio de Janeiro- RJ da INSPIRAR Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde; 2. Professor da Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Hospitalar INSPIRAR Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde; 3. Professora da Universidade Tiradentes (UNIT)-SE. Recebido: maio de 2009 Aceito: maio de 2009 Autor para correspondência: Email: anairesgoes@yahoo.com.br Anaíres de Goes Santos1, Manoel Luiz de Cerqueira Neto2 , Aída Carla Santana de Melo Costa3 Introdução A Pneumonia (PNM) é um processo geralmente agudo infeccioso que pode atingir bronquíolos, alvéolos, interstício pulmonar e, às vezes, o revestimento pleural com distribuição segmentar. A etiologia da PNM pode ser viral (mais freqüente), bacteriana, micótica, protozoótica, por migração parasitária e por agentes físicos e químicos. Segundo o I Congresso Brasileiro sobre pneumonias, as doenças respiratórias correspondem a, aproximadamente, 50% dos atendimentos ambulatoriais, sendo que 12% destes são pneu- monias. Cerca de 10 a 20% das crianças menores de cinco anos, nos países pobres, apresentam pneumonia a cada ano. Em 1995, das 11,6 milhões de mortes nos menores de cinco anos, 4 mi- lhões ocorreram por PNM. Dessas, 95% ocorreram em países Página 16 REVISTAINSPIRAR Volume 1 • Número 1 • Junho/julho de 2009 pobres e 50 a 75% atingiram crianças com menos de um ano. A história e o quadro clínico da pneumonia apresentam particularidades dependentes do agente e das condições própri- as do paciente, tais como: peso, idade, estado imunitário e da- dos epidemiológicos. Em geral, os sinais e sintomas incluem febre de intensi- dade variável, tosse, adinamia, palidez ou cianose, toxemia, agitação, vômitos e desidratação. A pneumonia cursa também com desconforto respiratório, como dispnéia, taquipnéia, batimentos de aletas nasais (BAN), retrações intercostais, dor torácica, estertoração variada, presença de sopro brônquico, alterações do murmúrio vesicular (MV) e broncofonia aumen- tada. O tratamento básico da pneumonia é a administração de agentes farmacoterapêuticos específicos, associado à fisiotera- pia. O desenvolvimento contínuo da fisioterapia respiratória, juntamente com a medicina, faz com que os recursos fisioterapêuticos sejam otimizados, respeitando-se as peculia- ridades da criança e tornando possível atingir um alto padrão de eficácia do tratamento. (I Consenso Brasileiro de Pneumo- nia) A Fisioterapia é uma ciência que utiliza os meios físicos e naturais com objetivos preventivos e de restaurar, ao máximo, a capacidade funcional e a independência para o trabalho, no lar e na sociedade, incluindo avaliação das condições do paciente e prognóstico como parte essencial de um programa terapêutico (AZEREDO, 2002). Dentre as diversas áreas de atuação fisioterapêutica, te- mos a Fisioterapia Pneumofuncional que, segundo Slutzky (1997), teve inicio com Hipócrates (460 a 377 a.C), promoven- do pela primeira vez exercícios respiratórios em pacientes com asma. Entretanto, somente no ano de 1902, Willian Ewart des- creveu o efeito benéfico da drenagem postural no tratamento da bronquiectasia (AZEREDO, 2002). A Fisioterapia Pneumofuncional vem destacando-se ao longo dos anos como uma conduta terapêutica eficaz no trata- mento de enfermidades do sistema respiratório. Afecções da caixa torácica, condutos respiratórios, parênquima pulmonar e sistema muscular vêm respondendo satisfatoriamente ao trata- mento empregado com técnicas de fisioterapia cinesiológica manuais (ROZOV, 2000). A Fisioterapia Respiratória tem como principais metas: prevenir o acúmulo de secreções nas vias aéreas que interfere na respiração normal;favorecer a eficácia da ventilação; pro- mover a limpeza e a drenagem das secreções; melhorar a resis- tência e a tolerância à fadiga, durante os exercícios e nas ativi- dades da vida diária; melhorar a efetividade da tosse; prevenir e corrigir possíveis deformidades posturais, associadas ao distúr- bio respiratório; promover suporte ventilatório adequado, bem como sua retirada, em pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva. As crianças que apresentam afecções do aparelho respi- ratório são encaminhadas ao fisioterapeuta com a finalidade de melhorar a capacidade funcional pulmonar. Na maioria desses casos, o tratamento tem três objetivos principais que é o da lim- peza das vias aéreas, obstruídas pelo acúmulo das secreções ou pelo material aspirado, reexpansão de um segmento pulmonar atelectasiado e aperfeiçoamento do mecanismo respiratório e do controle sobre a respiração. Procura-se, com isso, alcançar o objetivo principal, ou seja, assegurar a transmissão adequada dos gases aos órgãos de importância vital, como, por exemplo, o cérebro (SHEPHERD, 1996). O tratamento fisioterapêutico para crianças com disfunção respiratória é indispensável para sua correta e precoce recupe- ração. Um estudo comprova através de dados estatísticos, que o tratamento fisioterapêutico não só recupera mais rapidamente a criança, retirando-a do ambiente hospitalar precocemente, como atua no salvamento de suas vidas (IRWIN, 1994). O acompanhamento fisioterapêutico é fundamental tanto no período de internação, quanto após a alta hospitalar. O fisio- terapeuta deve realizar uma abordagem respiratória e neuromotora, além de promover um posicionamento adequado dos pacientes no leito. Visando conhecer e favorecer a atuação do fisioterapeuta de forma preventiva e através de condutas terapêuticas apropri- adas, o estudo teve como objetivo analisar o impacto da fisiote- rapia respiratória em pacientes pediátricos com os sinais e sin- tomas da pneumonia, quanto à prevenção de reincidiva, á dimi- nuição da morbimortalidade dos pacientes submetidos a essa terapia e á redução do tempo de internação hospitalar. Metodologia O Estudo clínico desenvolvido foi do tipo quantitativo, não- randomizado, não-aleatório, longitudinal, prospectivo, utilizando 10 pacientes da unidade de Enfermaria Pediátrica da Fundação Benefi- cente Hospital Cirurgia (FBHC), na cidade de Aracaju-SE, sendo 3 do sexo feminino e 7 do sexo masculino, na faixa etária de 0 a 12 anos. Todos os pesquisados incluídos no estudo foram submetidos ao tratamento fisioterapêutico por 30 minutos, uma vez ao dia, em agosto de 2008. Somente foram incluídos aqueles que apresentavam os sinais clínicos da pneumonia. Foi utilizada como critério de exclusão a utili- zação da ventilação mecânica invasiva e ventilação mecânica não- invasiva. O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em pesquisa da FBHC – Fundação Beneficente Hospital Cirurgia, acatando a Reso- lução 196/96. A partir da seleção dos pacientes, foi aplicado um proto- colo de experimento dividido em três etapas: A primeira etapa foi à apresentação e familiarização, nesta etapa, foram apre- sentados às mães dos pacientes os objetivos da pesquisa, a roti- na do experimento e os comandos verbais a serem atendidos. A segunda etapa foi à avaliação, nela foram obtidos dos prontuá- rios e anotados em protocolo específico para pesquisa os se- guintes dados dos pacientes: idade, doença, quadro clínico apre- sentado, data de início e saída da internação freqüência cardía- ca, freqüência respiratória e ausculta pulmonar, como também a análise de imagem de RX nos cinco minutos precedentes da terapia e após 10 minutos da aplicação das técnicas. Na terceira etapa foi realizada a conduta fisioterapêutica – Os pacientes foram submetidos às técnicas de descolamento e deslocamento de secreção, higiene brônquica e reexpansão pulmonar. Para descolar e deslocar secreção, foram utilizadas as manobras de vibração e compressão-descompressão associa- das às posturas de drenagem. Na vibração manual torácica, são realizados movimentos rítmicos, rápidos e com uma intensida- de capaz de transmitir a vibração aos brônquios pulmonares. Os movimentos são feitos com as mãos espalmadas, acopladas no tórax do paciente e no sentido crânio-caudal, com o objetivo de mover as secreções, que já estão soltas, para as vias aéreas de maior calibre por meio do tixotropismo e pelo aumento do transporte mucociliar que a técnica pode gerar (PRESTO; PRES- TO, 2005, p.199). Página 17 Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009 REVISTAINSPIRAR A vibração pode ser unilateral ou bilateral, os movimen- tos vibratórios com as mãos são conseguidos a partir de contra- ções isométricas dos MMSS do fisioterapeuta na parede torácica do paciente durante a expiração com uma leve pressão (COLBY, 1998; GARCIA e NICOLAU, 2000; COSTA, 2002). Segundo Taniguchi e Pinheiro (2000, p. 132), a vibrocompressão é indicada a paciente com hipersecreção, como os com fibrose cística, pneumonias, pacientes com atelectasias, DPOC, asmá- ticos entre outros. Outra manobra realizada foi a compressão-descompressão que consiste em uma compressão realizada na parede torácica durante a fase expiratória do ciclo ventilatório de forma relativamente brusca, objetivando a formação de fluxo turbulento por aceleração do fluxo expiratório intrapulmonar. Conseqüentemente, mobiliza as secreções, tornando sua eliminação mais rápida e eficiente (COLBY, 1998; COSTA, 2002). Para a eliminação de secreções pulmonares, foram emprega- das manobras como o TIC traqueal e a tosse manualmente assistida com o principal objetivo de mobilizar e remover as secreções retidas com o propósito final de melhorar o intercâmbio gasoso e reduzir o trabalho respiratório (DELISA e GANS, 2002). Para que haja a manutenção da limpeza dos pulmões, é necessário um mecanismo de tosse eficaz (reflexo ou voluntá- rio). Esse mecanismo funciona a partir de uma inspiração pro- funda, seguida do fechamento da glote, contração da musculatu- ra abdominal e posterior abertura da glote com uma expiração forte de ar. Alguns fatores como a redução da capacidade inspiratória ou expiratória forçada, a diminuição da ação ciliar, ou um maior espessamento das secreções contribuem para difi- cultar a tosse (KISNER e COLBY, 1998). O TIC traqueal ou tosse induzida é uma manobra de estimulação do reflexo da tosse por ação mecânica, utilizada quan- do a tosse voluntária está abolida ou em pacientes não colaborativos. A tosse é provocada manualmente através da ex- citação dos receptores laríngeos, comprimindo abaixo da traquéia ou acima da fúrcula esternal ou ainda induzida a partir da instilação de uma solução contendo água ou soro (SARMENTO, 2005). A tosse assistida é uma maneira de ajudar o paciente a tos- sir através de um estímulo manual feito sobre o tórax do pacien- te. Esse estímulo consiste em dar uma pressão rápida, com a área palmar de uma das mãos do fisioterapeuta, na região póstero- superior torácica do paciente, estando este sentado. A região an- terior do tórax é fixada com a outra mão do fisioterapeuta. A tosse como recurso do fisioterapeuta pauta-se em sua capaci- dade de prover um aumento do fluxo expiratório, possibilitando a elimi- nação de secreções pulmonares. É um fenômeno protetor e depurador das vias aéreas e um dos mecanismos defensivos do sistema respirató- rio. Essa assistência à tosse também pode ser feita dando-se a pressão manual na região abdominal. É importante que o estímulo seja sincrônico com a tosse do paciente, e que antes da realização dessa técnica o paciente saiba a maneira correta de tossir, usando os músculos abdominais (KISNER e COLBY, 1998; COSTA, 2002). Deve-se orientar o paciente a tossir, fazen- do uma inspiração profunda, contraindo a musculatura abdominal e tossindo posteriormente. A tosse efetiva permite a eliminação de secreçõesdevido à força do ar durante a expiração (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994). Para promover a reexpansão pulmonar,, foi utilizada a técnica de Drenagem Postural que consiste em adotar posições específicas, dependendo do local do pulmão onde há acúmulo de secreções, a fim de facilitar a drenagem dessas para vias aéreas mais centrais, com a ajuda da força da gravidade (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994). Era oferecida, ao finalizar a terapia, uma orientação sobre a importância do posicionamento correto do paciente no leito. A imobi- lização do paciente no leito pode causar alterações funcionais e inca- pacidades, enquanto que, durante a mobilização, ocorre a otimização do transporte de O2 por realçar as relações ventilação/perfusão (V/Q) através de estímulo gravitacional na redistribuição de líquidos corpo- rais, como o sangue responsável pela perfusão pulmonar (MACKENZIE, 1998; STILLER, 2006). A posição corporal influencia de forma direta a distribuição da ventilação e da perfusão, o tamanho dos alvéolos, a oxigenação arteri- al e na mecânica ventilatória (WEST, 1996). A elevação da cabeceira a 30º, freqüentemente, é utilizada por impedir episódios de broncoaspiração e facilitar a mecânica respiratória (CARAZAN, 2000). Resultados Foi realizado um cálculo estatístico com os resultados obtidos, os quais demonstraram que a assistência fisioterapêutica respiratória diminui as complicações da mecânica pulmonar e o período de hospitalização, reduzindo, conseqüentemente, os custos hospitalares. Gráfico 1: Representação gráfica por idade da incidência de PNM em crianças. O total de pacientes internados na pediatria no dado período que foi submetido a atendimento fisioterapêutico foi de 10 pacientes, sendo que todos apresentaram quadro de PNM. Destes, 70% foram do sexo masculino, enquanto 30% foram do sexo feminino. A maior incidência foi em crianças de zero a três anos, com 70%, seguindo para crianças de oito a onze anos, com 20% e, por último, crianças de quatro a sete anos, com 10% (gráfico 1), demonstrando que o maior índice de internação ocorreu em crianças do sexo masculino de até 3 anos de idade. Gráfico 2: Representação gráfica por sexo da incidência de PNM em crianças. Página 18 REVISTAINSPIRAR Volume 1 • Número 1 • Junho/julho de 2009 A média do tempo de internação foi de 14,7 dias, e seu tempo médio de alta após o início do tratamento fisioterapêutico foi de 4,8 dias, como mostra o Gráfico 2. Apesar desse elevado índice de internação, após o início do tratamento de fisioterapia, houve redução considerável no tempo de internação dos pacien- tes. Ao tabular os dados referentes aos 10 pacientes estudados, observamos que todos apresentaram redução dos sinais e sinto- mas da pneumonia, tais como: aumento do murmúrio vesicular; redução dos ruídos adventícios; aumento da expansibilidade torácica; redução das tiragens intercostais; ausência dos batimentos de asa de nariz e melhora a higiene brônquica. Gráfico 3: Representação gráfica da média das Freqüências Cardía- cas inicial e final dos pacientes. O Gráfico 3 demonstra a média das Freqüências Cardíacas de cada paciente, antes e depois de serem submetidos ao tratamento fisioterapêutico, além de expor a média geral destas variáveis (FC inicial = 104bpm; FC final = 96bpm). O que comprova uma redução no valor da FC após a conduta. Gráfico 4: Representação gráfica da média das Freqüências Respira- tórias inicial e final dos pacientes. O Gráfico 4 evidencia a média das Freqüências Respira- tórias de cada paciente, antes e depois de serem submetidos à conduta fisioterapêutica, com média geral da FR inicial = 32ipm e da FR final = 24ipm. O que justifica a redução dos sinais clínicos de esforço respiratório. Segundo os dados obtidos na reavaliação do paciente após o atendimento de fisioterapia, constatou-se que entre os pesquisados não houve complicações associadas ao quadro de pneumonia. Discussão Segundo os dados obtidos nos prontuários dos pacientes durante o período de março a agosto de 2008, 30 % dos pacien- tes internados por pneumonia são do sexo feminino e 70 % do sexo masculino. A maior incidência foi em crianças de zero a três anos (70%) com um tempo médio de alta após o início do tratamento fisioterapêutico de 4,8 dias. Dornelas e Vasconcelos (2003) também concluíram em seu estudo que dos pacientes que perfazem a PNM, 66,66% foram do sexo masculino e que a maior incidência foi em lactentes de 0 a 2 anos (63,64%), pela predominância do vírus Sincicial Respiratório que atinge cerca de 50% das crianças nessa faixa etária. Segundo Pontes e Souza (2006), foram constatadas em seu trabalho 58 internações de crianças com Pneumonia de 0 a 5 anos , entre as quais 33 eram menores ou igual a um ano, como afirma o I Consenso Brasileiro de Pneumonia na criança em que há nítida predominância de Pneumonia em menores de um ano. De acordo com Dornelas e Vasconcelos (2003), em sua pesquisa, a relação do tempo de internação com o início do trata- mento fisioterapêutico foi de 2,18 dias, e seu tempo médio de alta após o início do tratamento foi de 3,48 dias. Irwin (1994) relata que o tratamento fisioterapêutico para crianças com disfunção respiratória é indispensável, para sua correta e precoce recuperação. Seu estudo comprova, através de dados estatísticos, que o tratamento fisioterapêutico não só recu- pera mais rapidamente a criança, retirando-a de o ambiente hos- pitalar precocemente, como também salva suas vidas. Com relação à redução dos sinais e sintomas da PNM, Gaskell e Webber (1984) em sua pesquisa afirmam que a pneu- monia lobar aguda, com freqüência, é resolvida com antibióti- cos, porém em alguns casos não são obtidos os resultados espe- rados, então é requisitado o tratamento fisioterapêutico. Já Bethlem (1984) e Fishman (1992) comentam apenas o tratamen- to medicamentoso da pneumonia, não abordando a atuação da fisioterapia em nenhuma das fases da doença. Brunetto (2002) afirma que o tratamento da pneumonia consiste em: fluidificação e mobilização das secreções através de exercícios respiratórios, mudança de decúbito, tapotagem cui- dadosa e aspiração endotraqueal ou através da cânula de traqueostomia, se necessário. Pontes e Souza (2006) afirmaram que, na prática de fisiotera- peutas pneumofuncionais consultados, foi verificado que há melho- ra nas crianças que foram encaminhadas e realizaram a Fisioterapia, quando comparadas com aquelas que não foram encaminhadas pelo serviço médico do hospital e por esse motivo não receberam trata- mento fisioterapêutico. Nicolau (2007) concluiu, a partir dos estudos realizados na faixa pediátrica e neonatal, que a fisioterapia respiratória está indicada e tem eficácia comprovada na redução da incidência de complicações, como, por exemplo, a atelectasia e o derrame pleural. Com relação à redução da freqüência cardíaca e respiratória Margolis, afirma que a medida da freqüência respiratória (FR) mostra uma relação estreita com a gravidade da PAC e com a hipoxemia. Segundo Slutzky (1997), “diminuir o trabalho respiratório, aliviar a sensação de dispnéia, melhorar a eficiência ventilatória além de combater a hiperinsuflação dinâmica ou auto PEEP, são Página 19 Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009 REVISTAINSPIRAR objetivos almejados pela medicina e pela fisioterapia durante anos.” No entanto no estudo de Antunes (2005) a freqüência car- díaca aumentou após a realização da fisioterapia respiratória convencional e não houve alteração significativa na freqüência respiratória Conclusão A partir dos dados coletados e analisados, foi possível concluir que a fisioterapia respiratória reduziu a freqüência car- díaca, a freqüência respiratória e a quantidade de roncos e creptos apresentados na ausculta respiratória, minimizando a necessidade da utilização de terapêuticas ventilatórias agressi- vas, contribuindo
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