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Página 1
Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009
REVISTAINSPIRAR
Revista Eletrônica Inspirar [recurso eletrônico] - Curitiba:
R454 Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde,
2009-
 Bimestral, v. 1, n. 1, jun/jul. 2009-
 Modo de acesso: www.inspirar.com.br
 1. Saúde - Periódicos.
CDD 610
CDU 614
Página 2
REVISTAINSPIRAR
Volume 1 • Número 1 • Junho/julho de 2009
A REVISTA
A Revista Eletrônica da Inspirar é um periódico de acesso aberto, gratuito e bimestral,
destinado à divulgação arbitrada da produção científica na área de Ciências da
Saúde, de autores brasileiros e de outros, contribuindo, desta forma, para o cresci-
mento e desenvolvimento da produção científica.
MISSÃO
Publicação de artigos científicos que contribuam para a expansão do conhecimento
da área da saúde, baseados em princípios éticos.
OBJETIVO
Propiciar meios de socialização do conhecimento construído, tendo em vista o es-
timulo à investigação científica e ao debate acadêmico.
Página 3
Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009
REVISTAINSPIRAR
CONSELHO EDITORIAL
Prof. Dr. Alfredo Florencio Cuello - ARG
Prof. Alonso Romero Fuentes Filho - SC
Prof. MSc. Álvaro Luiz Perseke Wolff - PR
Prof. MSc. Antônio Carlos Magalhães Duarte - BA
Prof. MSc. César Antônio Luchesa – PR
Prof. Cesar Valenzuela - RS
Profa. MSc. Cynthia M. Zilli - PR
Profa. Denise Dias Xavier - PR
Profa. MSc. Elisiê Rossi Ribeiro Costa - PR
Prof. Francimar Ferrari - PE
Prof. Dr. Gustavo Alfredo Cuello - ARG
Prof. MSc. José Roberto Prado Junior - RJ
Prof. MSc. Manoel Luiz de Cerqueira Neto - PR
Prof. MSc. Marcelo Zager - SC
Prof. Dr. Marcos Antonio Tedeschi - PR
Profa. Maria Ayrtes Ximenes Ponte da Silveira - CE
Dra. Silvia Valderramas - BA
Profa. MSc. Telma Cristina Fontes Cerqueira - PR
EDITORES
Prof. Dr. Esperidião Elias Aquim - PR
Prof. MSc. Marcelo Márcio Xavier - PR
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Dra Elaine Rossi Ribeiro - revistacientifica@inspirar.com.br
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Marcos Leandro Cachinski - marketing@inspirar.com.br
ATENDIMENTO
Mariane Mansur Garbuio - contato@inspirar.com.br
Informações para Publicação de Artigos
Todo o material a ser publicado, deve ser enviado para o seguinte
endereço eletrônico, aos cuidados de
Dra. Elaine Rossi Ribeiro
revistacientifica@inspirar.com.br
I.P. (Informação Publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes.
© Inspirar - Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida,
arquivada ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprie-
tário do copyright Inspirar. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou proprieda-
des ligado à confiabilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostas no material publicado. Apesar de todo o
material publicitário estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia
ou endosso da qualidade ou valor do produto ou das asserções de seu fabricante.
Página 4
REVISTAINSPIRAR
Volume 1 • Número 1 • Junho/julho de 2009
SUMÁRIO
EDITORIAL ......................................................................................................................... 5
Efeito da Microdermoabrasão no Envelhecimento Facial ................................................... 6
Effects of Microdermoabrasion on the Facial skin Ageing
Juliane de Barba, Elisiê Rossi Ribeiro
Ultra-som no Tratamento do Fibro Edema Gelóide ........................................................... 10
Ultra-sound on the Treatment of Cellulites
Raphaelle Curtinaz Menezes, Sinara Gonçalves da Silva, Elisiê Rossi Ribeiro
Análise do Impacto da Fisioterapia Respiratória em Pacientes Pediátricos com os Sinais
Clínicos apresentados na Pneumonia ................................................................................. 15
 Study of the Impacts of breathing Physicaltherapy in children Patients with Clinical Signs of Pneumonia
Anaíres de Goes Santos, Manoel Luiz de Cerqueira Neto, Aída Carla Santana de Melo Costa
Fatores Estressores para Profissionais de Enfermagem que atuam em uma Unidade de
Terapia Intensiva ................................................................................................................ 20
Stressing factors on Nursing Professionals that act on Intensive Therapy
Julita Royer Garcia, Salete de Araujo, Elaine Rossi Ribeiro
Princípios Básicos para Conservação de Órgãos para Transplante ................................... 25
Basic Principles for Preservation of Organs for Transplant
Luisete Aparecida Ramalho Ferro, Elaine Rossi Ribeiro
Comparação entre Técnicas Osteopáticas e Fisioterapia Convencional para o Tratamento
das Desordens Temporomandibulares ................................................................................ 29
Comparison between Osteopathic Techniques and Conventional Physiotherapy for Treatment of
Temporomandibular Disorders
Walkyria Vilas Boas Fernandes, Alexandra Bezerra Michelotto, Sérgio Kimura
Benefícios da Fisioterapia na melhoria da qualidade de
Vida na Terceira Idade ........................................................................................................ 34
Benefits of the Physiotherapy in the improvement of the quality of Life in the Third Age
Francisco Vagner Afonso Dias, Ana Luiza Guerra Medeiros, Emanuel Ayres de Medeiros, Adelyanna
Ramalho Palitot, Andressa Véras de Queiroz, Alidiane Morais da Silva
Relação entre a Ausculta Pulmonar e o Aspecto da Secreção Brônquica .......................... 39
Relationship between Pulmonary and Aspect of Headphones Bronchial Secretion
Caroline Silvestri Silva, Dayana Cordeiro, Kesya Montanha, Mayana Costa, Alceu Eduardo I. Furtado
Fatores Causais e Sociais relacionados ao Óbito Materno de Mulheres residentes no Esta-
do da Paraíba ...................................................................................................................... 43
Causal and Social factors related to Maternal Obits of Women resident in the State of Paraíba
Ana Cristina da Nóbrega Marinho Torres Leite, Neir Antunes Paes
Página 5
Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009
REVISTAINSPIRAR
EDITORIAL
O desejo de reunir autores em torno de assuntos científicos de relevância,
sempre foi o desejo da INSPIRAR. Agora nasce a Revista Eletrônica Inspirar, que
vem ao encontro do sonho e torna-se impar em sua concretude, embora virtual.
Apresentamos aos profissionais da área da saúde, o conhecimento produzi-
do pela comunidade docente e discente, de forma a contribuir para o desenvolvi-
mento das diferentes profissões, no âmbito acadêmico e profissional.
Consonante com a missão que traduz-se na publicação de artigos científicos
que contribuam para a expansão do conhecimento da área da saúde, baseados em
princípios éticos, a Revista Inspirar objetiva propiciar meios de socialização do
conhecimento construído, tendo em vista o estimulo à investigação científica e ao
debate acadêmico.
Como meta, a indexação de qualidade, que coaduna com as perspectivas de
longo alcance da Inspirar. Como visão, um número crescente de colaboradores e a
contínua apresentação à sociedade dos frutos de ensino de excelência e comprome-
timento com a ciência.
Navegue nas páginas da Revista Inspirar, com um convite à leitura.
Aprecie!
Prof. Dr. Esperidião Elias Aquim - PR
Prof. MSc. Marcelo Márcio Xavier - PR
Página 6
REVISTAINSPIRAR
Volume 1 • Número 1 • Junho/julho de 2009
Efeito da Microdermoabrasão no Envelhecimento Facial
Effects of Microdermoabrasion on the Facial skin Ageing
Resumo
O processo de envelhecimento ocorre durante o curso de
vida do ser humano, provocando no organismo modificações
biológicas, psicológicas e sociais. Tal como acontececom to-
dos os órgãos do corpo humano, a estrutura e as funções da pele
vão se modificando gradualmente com o passar do tempo. Para
isso existem inúmeras formas de tratamento com a finalidade
de eliminar ou amenizar alterações presentes no envelhecimen-
to, entre elas, a Microdermoabrasão, também chamada de
Peeling de Cristal. Considerado um método de tratamento
cutâneo, no qual ocorre um lixamento superficial da pele atra-
vés do uso de um aparelho que lança e ao mesmo tempo aspira
microcristais de óxido de alumínio, quimicamente inertes, so-
bre a área a ser tratada possibilitando regular os níveis de
esfoliamento. Este procedimento é amplamente utilizado pela
sua simplicidade e rápida recuperação, ou seja, a paciente pode
retornar imediatamente às suas atividades, mas poucos estudos
tem avaliado a eficácia deste procedimento, portanto este tra-
balho tem como objetivo caracterizar as modificações presen-
tes no comportamento facial após tratamento com
Microdermoabrasão. A pesquisa caracterizou-se como ensaio
clínico com delineamento longitudinal, não controlado, experi-
mental e contemporâneo, onde participaram 10 voluntárias, com
idade entre 40 e 50 anos, que após serem avaliadas foram sub-
metidas a quatro sessões de Microdermoabrasão, com interva-
lo de uma semana entre elas e posteriormente responderam a
um questionário de auto-avaliação. Das 10 pacientes que com-
pletaram o estudo, 50% relataram após o tratamento estar bas-
tante satisfeita com o resultado final, 30% relatou melhora ra-
zoável e 20% melhora mínima, e 50% teve a melhora da apa-
rência da face observada por terceiros. Do ponto de vista clíni-
co e das participantes, observou-se melhora na qualidade da
pele, especialmente no que diz respeito à textura, luminosidade
e à uniformidade de sua cor. Algumas participantes apresenta-
ram atenuação das rugas finas e clareamento das discromias.
Com este estudo tornou-se possível identificar resultados pro-
missores e satisfatórios, sobretudo no tratamento do envelheci-
mento cutâneo, mas carece de maiores conhecimentos e estu-
dos sobre esta técnica.
Palavras-chave:
Envelhecimento, Microdermoabrasão, Pele, Tratamento.
Abstract
The ageing process happens during the course of the
human beings life, occasioning biological, psychological and
social changes in the system. In the same way that it happens to
every human body organs, the structure and the functions of the
skin modify gradually in the course of time. For this, there are
innumerous ways of treatment with the aim of eliminate or
temper the alteration involved in the ageing, among them, the
Microdermoabrasion, also called Crystal Peeling. Considered
a skin treatment method, in which the skin is superficially
stripped through the use of a machine that blows and at the
same time sucks aluminum oxide micro crystals, chemically
motionless, over the area to be treated enabling the regulation
of the exfoliation levels. This process is widely used due to its
simplicity and fast recovery, in other words, the patient can
immediately return to her activities, but only a few studies have
been considering the effectiveness of this procedure, therefore,
the objective of this project is to characterize the changes in the
facial behavior after the treatment with Microdermoabrasion.
The research involved an account of many cases, in which 10
volunteers from 40 to 50 years old participated, who after being
evaluated, underwent to four sections of Microdermoabrasion,
with a week interval between them, and at a later time answered
to a self-evaluation questionnaire. After the treatment, 50% of
the 10 patients who completed the study showed to be really
pleased with the final result, 30% related a reasonable
improvement and 20% a small improvement, and 50% had a
face look improvement noticed by others. From the clinical view
and also the participants’ view, it was noticed a skin quality
improvement, especially related to the texture, lightness and
uniformity of its color. Some participants presented a thin
wrinkles decreasing and cleaner marks. With this study, it could
be possible to identify promising and satisfactory results,
especially in the skin ageing treatment, but it is still needed
better knowledge and studies about this technique.
Key-words:
Ageing, Microdermoabrasion, skin, treatment.
1. Acadêmica da Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Dermato Funcional e
Cosmetologia da INSPIRAR Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde.
2. Professora da Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Dermato Funcional e
Cosmetologia da INSPIRAR Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde.
Recebido: maio de 2009
Aceito: maio de 2009
Autor para correspondência:
Email: julianedebarba@hotmail.com
Juliane de Barba1, Elisiê Rossi Ribeiro2
Página 7
Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009
REVISTAINSPIRAR
Introdução
O envelhecimento da população é um fenômeno novo,
observado não só nos países desenvolvidos como também na-
queles em desenvolvimento, onde mesmo os países mais ricos
estão tentando se adaptar, sendo assim o que era no passado
privilégio de poucos passou a ser uma experiência de um nú-
mero crescente de pessoas em todo o mundo.
Segundo Porto (2005) diversas teorias se propõem a ex-
plicar os fenômenos biológicos responsáveis pelo envelheci-
mento humano, mas nenhuma é completa o bastante para ser
universalmente aceita, mesmo aquelas baseadas no
determinismo genético, embora haja fortes evidências que o
tempo de vida das espécies é geneticamente determinado.
Envelhecer é um processo natural que ocorre desde que
nascemos, também chamado de senilidade, pode ser definido
como um conjunto de modificações fisiológicas irreversíveis,
inevitáveis e conseqüente a uma alteração da homeostasia
(CUCÉ ; FESTA, 2007).
A pele, o maior órgão do corpo humano, reveste e delimi-
ta o organismo correspondendo a 15% do peso corporal e tem
por objetivo básico manter o meio interno em constante equilí-
brio, protegendo e interagindo com o meio exterior, assim como
os demais órgãos do corpo humano sofre alterações que carac-
terizam o envelhecimento cutâneo (AZULAY; AZULAY, 2001).
A pele é composta de três grandes camadas de tecidos,
subdivididas em camada superior (epiderme), intermediária
(derme ou cório) e camada profunda (hipoderme ou tecido ce-
lular subcutâneo, sendo a epiderme subdividida em cinco ca-
madas: Estrato córneo, Estrato lúcido, Estrato granuloso, Es-
trato espinhoso ou malpighiano, e o Estrato germinativo ou basal
(SAMPAIO; RIVITTI, 2000).
Para Cucé e Festa (2001) a pele envelhecida é classifica-
da em dois tipos: Intrínseco Cronológico (genético) ou Patoló-
gico (genético ou não) e Extrínseco, onde a senescência cutânea
engloba os fenômenos biológicos naturais e os fatores de agres-
são ambiental.
Embora o envelhecimento cutâneo seja um processo or-
gânico natural, o mesmo é influenciado por vários fatores e pode
tanto ser acelerado quanto retardado.
De acordo com Sampaio e Rivitti (2000) há na cútis atrofia
em grau variável que se evidencia pelo adelgaçamento difuso,
secura e pregueamento da pele, com aspecto comparável a pa-
pel de seda, tonalidade ligeiramente amarelada ou cerácea, com
perda de elasticidade e turgescência.
A degeneração senil ocorre de preferência sobre regiões
do tegumento que se acham expostas às intempéries (face, pes-
coço, dorso das mãos e antebraços), provocando o agravamen-
to ou exagero dos sulcos e pregas naturais das regiões compro-
metidas (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
A longevidade reforçou o interesse sobre as alterações
que caracterizam gradativamente o envelhecimento, buscando
medidas pertinentes relativas à prevenção e ao tratamento das
diversas alterações, inclusive as inestéticas.
Portanto a valorização da face é natural, pois é a parte do
corpo mais representativa e exposta, na qual expressamos nos-
sos sentimentos e emoções.O desejo de conservar a beleza é
procurado pela grande maioria das pessoas com o objetivo de
manter-se jovem, bela e desejada, contribuindo desta forma para
qualidade de vida e satisfação pessoal.
Para isso existem, atualmente, inúmeras abordagens tera-
pêuticas com a finalidade de eliminar ou amenizar essas altera-
ções, podendo ser realizada através de fármacos, cosméticos,
aplicações, reparo cirúrgico entre outros. Dentre os tratamen-
tos encontram-se a Microdermoabrasão.
Segundo Borges (2006) a Microdermoabrasão é uma téc-
nica de esfoliação não cirúrgica, passível de controle, podendo
ser executada de forma não invasiva, sendo inúmeras suas indi-
cações que têm por base o incremento da mitose celular fisioló-
gica, suscitando efeitos como atenuação de rugas superficiais,
afinamento do tecido epitelial preparando-o para tratamentos
de revitalização e proporcionando uma textura fina e saudável
através do incremento de proteínas de colágeno, elastina e
reticulina, seqüelas de acne, clareamento das camadas mais su-
perficiais da epiderme, foliculite e estrias, sendo contra-indicada
nas lesões tegumentares acompanhadas de processo inflamató-
rio.
A microdermoabrasão se tornou uma das mais populares
formas de desgaste superficial da pele, esta técnica foi desen-
volvida pela primeira vez na Itália, em 1985 e posteriormente
multiplicou-se, e se tornou disponível em toda a Europa
(GRIMES, 2005).
O procedimento de microdermoabrasão consiste na apli-
cação direta sobre a pele, de um equipamento mecânico gera-
dor de pressão negativa e pressão positiva simultâneas, em que
são utilizados microgrânulos de óxido de alumínio (100 a 140
micras), quimicamente inertes, jateados pela pressão positiva
sobre a superfície cutânea numa velocidade passível de contro-
le, provocando erosão nas camadas da epiderme, sendo ao mes-
mo tempo sugados pela pressão negativa os resquícios dos
microcristais e células córneas em disjunção (BORGES, 2006).
Médicos e esteticistas utilizam a microdermoabrasão nos
Estados Unidos para renovar e rejuvenescer peles danificadas,
citando que ocorre uma melhora gradual da pele danificada por
incentivo da proliferação de fibroblastos e produção de colágeno,
levando a nova deposição colágeno na derme. (SHPALL et al,
2004)
Para Spencer e Kurtz (2006) a popularidade da
microdermoabrasão deve-se a simplicidade e segurança da téc-
nica, sendo o seu mecanismo de ação não compreendido total-
mente. Portanto, esta pesquisa tem como objetivo caracterizar
as modificações presentes no comportamento facial após trata-
mento com Microdermoabrasão.
Metodologia
A pesquisa caracterizou-se como ensaio clínico com de-
lineamento longitudinal, não controlado, experimental e con-
temporâneo, onde participaram 10 voluntárias, com idade entre
40 e 50 anos, na cidade de Joaçaba, Santa Catarina, que opta-
ram voluntariamente assinando o termo de consentimento livre
e esclarecido.
Ressalta-se que mesmo sendo escolhidas aleatoriamente
nenhuma das participantes da pesquisa apresentou histórico de
cirurgia plástica ou foi submetida a outros métodos de
amenização e/ou suavização de rugas na face, ou ainda apre-
sentou alteração de sensibilidade e restrições ao método.
O Projeto de pesquisa foi submetido à avaliação do Co-
mitê de Ética e Pesquisa (CEP), e após aprovação foi realizado
o inicio dos procedimentos.
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REVISTAINSPIRAR
Volume 1 • Número 1 • Junho/julho de 2009
O processo de coleta de dados consistiu de um protocolo
de anamnese e avaliação. No protocolo de anamnese foram le-
vantados os dados relacionados à identificação, idade e história
facial levando em consideração qualquer tipo de intervenção
para amenização do envelhecimento facial, se utilizam filtro
solar ou cosméticos rejuvenescedores diariamente. Na avalia-
ção foram observados dados referentes à classificação quanto
ao tipo de pele (mista, seca, oleosa e normal), quanto ao fototipo
(classificação de Fitzpatrick), sensibilidade (normal, sensível,
muito sensível, pouco sensível) e envelhecimento, observando
textura, coloração, discromias, presença de rugas superficiais e
profundas.
Todas as participantes foram submetidas a sessões sema-
nais de Microdermoabrasão, através do aparelho Dermotonus
Esthetic, da marca Ibramed, totalizando quatro sessões, com
duração de 30 minutos cada uma.
Inicialmente ao procedimento foi realizado assepsia de
toda a face com gel de limpeza ARL Green Tea (linha profissi-
onal da marca Adcos), após assepsia com a pele seca e total-
mente isenta de produtos cosméticos, iniciou-se o procedimen-
to de microdermoabrasão, ajustando o equipamento para uma
maior ou menor saída dos microcristais determinada pela sensi-
bilidade da paciente. Com a pele da face estirada, eram realiza-
dos movimentos precisos e uniformes de varredura sobre a
mesma região, no sentido das linhas de Langer, cessando após
presença de um leve eritema e posterior ao procedimento más-
cara facial com Beta Glucan, e filtro solar também da mesma
marca.
As participantes foram orientadas a evitar a exposição
solar, não utilizar cosméticos rejuvenescedores ou ácidos, e uti-
lizar filtro solar diariamente.
Após o protocolo de tratamento, todas as participantes
responderam a um questionário de auto-avaliação, onde foram
analisados aspectos da pele como luminosidade, textura, rugas,
coloração, diferença na pele observada por elas e por terceiros
e melhora do aspecto geral da pele.
Resultados
A amostra foi constituída por 10 participantes que aten-
deram aos critérios de inclusão e concordaram em participar do
estudo, sendo todas do gênero feminino, sendo a média de ida-
de 43,5 anos (+/-3,89).
Com relação à anamnese nenhuma das participantes apre-
sentou história de cirurgia plástica ou outros métodos de
suavização de rugas, 100% são usuárias de cosméticos anti-
idade e somente 30% não utilizam filtro solar diariamente. Na
avaliação 20% das participantes apresentaram fototipo II, 50%
fototipo III e 30% fototipo IV e quanto ao tipo de pele 50%
apresentaram pele normal, 30% oleosa, 10% seca e 10% mista.
De acordo com a sensibilidade 60% apresentaram sensibilida-
de normal, 20% pouco sensível e 20% muito sensível.
Todas as participantes apresentaram rugas superficiais e
apenas 50% rugas profundas, 90% apresentaram discromias,
80% pele opaca, coloração amarelada e textura áspera em algu-
mas regiões.
Do ponto de vista clínico e das participantes, observou-
se melhora na qualidade da pele, especialmente no que diz res-
peito à textura, luminosidade e à uniformidade de sua cor.
Das 10 pacientes que completaram o estudo, 50% relata-
ram após o tratamento estar bastante satisfeita com o resultado
final, 30% relatou melhora razoável e 20% melhora mínima, e
50% teve a melhora da aparência da face observada por tercei-
ros.
Com relação ao quesito textura da pele, 100% considera-
ram melhora, relatando que sua pele ficou mais lisa, fina e ma-
cia, quanto à luminosidade e uniformidade da cor 80% relata-
ram melhora, relatando que sua pele ficou mais revitalizada,
com uma coloração mais uniforme e sem o aspecto amarelado
que tinham antes.
Apenas 20% perceberam diferença nas rugas finas, rela-
tando que se tornaram menos evidentes, 30% melhora razoável
nas discromias e 30% que apresentavam pele oleosa relataram
que com as sessões a pele se tornou menos oleosa.
Discussão
O conceito de beleza atual e procurado pela maior parte
das pessoas é o da pele jovem, sem manchas ou rugas, entretan-
to, com o avanço da idade a pele passa a sofrer alterações que
modificam seu aspecto gradativamente caracterizando o enve-
lhecimento cutâneo. O motivo de tal transformação são as alte-
rações decorrentes do envelhecimento intrínseco (desgaste na-
tural do organismo) e extrínseco ou fotoenvelhecimento (efeito
da radiação ultra-violeta do sol sobre a pele durante toda a vida).
A peleenvelhecida tem como características a perda da
elasticidade, discromias, rugas finas e profundas e alterações
como pele áspera, ressecada e descamativa.
O envelhecimento da pele é um processo que preocupa
muitos indivíduos, que buscam a ajuda especializada para
minimizar seus efeitos. Um dos recursos para melhorar a quali-
dade da pele são os peelings como o Peeling de cristal ou
Microdermoabrasão que proporcionam esfoliação cutânea, pro-
movendo renovação celular.
As grandes vantagens desta técnica deve-se a sua simpli-
cidade, rápida recuperação, praticamente indolor, não há ne-
cessidade de interrupção dos tratamentos estéticos do dia-dia e
não interfere na vida social e profissional do paciente, ou seja,
poderá retornar logo após o procedimento as suas atividades.
A eficácia e os benefícios da microdermoabrasão perma-
nece um tema intensamente debatido, apesar da sua utilização,
poucos estudos controlados foram publicados no que se refere
à sua eficácia e segurança, e na sua maioria envolvendo peque-
nos grupos de pacientes.
Independentemente das limitações e controvérsias rela-
cionadas com a investigação deste procedimento, existe uma
percepção de benefício entre os pacientes submetidos à
microdermoabrasão.
Freedman et al também investigaram mudanças associa-
das na epiderme e derme com a microdermoabrasão, em 10
pacientes com intervalo de 7 a 10 dias.(GRIMES, 2005)
Conforme descrito anteriormente por Shpall et al (2004)
a microdermoabrasão tem sido utilizada para melhorar rugas,
texturas irregulares e pigmentações causadas pelo
fotoenvelhecimento e para melhorar a luminosidade da pele.
No estudo em questão, as pacientes envolvidas referiram
melhora na textura, relatando afinamento do tecido epitelial,
textura fina e saudável, clareamento das camadas mais superfi-
ciais da epiderme e algumas ainda perceberam atenuação das
rugas superficiais, conforme descreve Borges (2006) quando
cita os efeitos da microdermoabrasão em seu livro.
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Volume 1 • Número 1 • Junho/Julho de 2009
REVISTAINSPIRAR
Conclusão
Através dos resultados obtidos pela presente pesquisa,
nas comparações pré e pós tratamento com Microdermoabrasão
tornou-se possível identificar resultados promissores e
satisfatórios, sobretudo no tratamento do envelhecimento
cutâneo.
A Microdermoabrasão tornou-se um tratamento popular
devido à simplicidade e a segurança do procedimento, mas o
seu mecanismo de ação não é bem conhecido, e apenas alguns
estudos têm investigado estas mudanças histologicamente.
Apesar das vantagens da Microdermoabrasão, ela deve
ser utilizada de maneira segura, criteriosa e com acompanha-
mento de um profissional especializado.
Referências
AZULAY, Rubem David; AZULAY, David Rubem.
Dermatologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
BORGES, Fábio dos Santos. Dermato-funcional: mo-
dalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo:
Phorte, 2006.
CUCÉ, Luis Carlos; FESTA NETO, Cyro. Manual de
dermatologia. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2001.
GRIMES, Pearl E.. Microdermabrasion. Dermatologic
Surgery. United States, v. 31, set. 2005; p. 1160 - 1165.
GUIRRO, Elaine Caldeira de O. ; GUIRRO, Rinaldo
RobertoJ.. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, re-
cursos e patologias. 3. ed. , rev. ampl. São Paulo: Manole, 2002.
LITVOC, Júlio; BRITO, Francisco Carlos de. Envelhe-
cimento: prevenção e promoção da saúde. São Paulo: Atheneu,
2004.
PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 5. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
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Volume 1 • Número 1 • Junho/julho de 2009
Ultra-som no Tratamento do Fibro Edema Gelóide
Ultra-sound on the Treatment of Cellulites
Resumo
O Fibro Edema Gelóide (FEG) é uma infiltração
edematosa do tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatório,
seguido de polimerização da substancia fundamental, que,
infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica conse-
cutiva, ou seja, os mucopolissacarídeos que a integram sofrem
um processo de geleificação. O fibro edema gelóide pode ser
diagnosticado por diversos exames, porém o mais simples é o
“teste em casca de laranja”, que consiste em pressionar o tecido
adiposo entre os dedos polegar e indicador ou entre as palmas
das mãos, a pele se parecerá com o aspecto de uma casca de
laranja, com aparência rugosa. Esta pesquisa teve como objeti-
vo avaliar o benefício e a eficácia do ultra-som para o tratamen-
to do fibro edema gelóide. O trabalho utilizou como metodologia
um estudo de revisão de literatura de síntese realizado com 10
artigos sobre fibro edema gelóide associado ao ultra-som, pu-
blicados no período de 1992 a 2004, encontrados em bases de
dados eletrônicos, além de livros, monografias e dissertação de
mestrado como resultados das pesquisas. Com o estudo reali-
zado chegou-se a conclusão que o tratamento do FEG com o
ultra-som terapêutico é muito eficaz.
Palavras-chave:
Fibro edema gelóide, tratamento, ultra-som.
Abstract
The fibrosis edema geloide (FEG) is an infiltration of the
edematous subcutaneous tissue, no inflammation, followed by
polymerization of the fundamental substance, which is
infiltrating the frame, produces a reaction consecutive fibrosis,
or the mucopolysaccharides that have integrated a process of
geleificacao. The fibro geloide edema can be diagnosed by
several tests, but the simplest is the "testing in orange peel,"
which is to push the fat tissue between the fingers thumb and
forefinger or between the palms, the skin looks like the
appearance of orange peel, rough-looking. This research aims
to evaluate the benefits and efficacy of ultrasound for the
treatment of fibro geloide edema. The work used as a study
methodology of literature review or synthesis conducted with
10 articles on fibro geloide edema associated with ultrasound,
published in the period 1992 to 2004, found in electronic
databases, and books, monographs and dissertation of Masters
as results of research.In the study it was concluded that treatment
with EGF ultrasound therapy is very effective.After observing
the results obtained in various studies discussed in this article,
we conclude that EGF treatment with ultrasound therapy is very
effective.
Key words:
Fibrosis edema geloide, treatment, ultra-sound.
1. Acadêmica da Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Dermato Funcional e
Cosmetologia da INSPIRAR Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde.
2. Professora da Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Dermato Funcional e
Cosmetologia da INSPIRAR Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde.
Recebido: maio de 2009
Aceito: maio de 2009
Autor para correspondência:
Email: elisier22@hotmail.com
Raphaelle Curtinaz Menezes1, Sinara Gonçalves da Silva1, Elisiê Rossi Ribeiro2
Introdução
Atualmente, existe uma constante e incansável busca pelo
“corpo perfeito”. A influência da moda, sua imposição de res-
trições, coloca as mulheres numa difícil situação, já que é
provocada e atraída permanentemente para que se ponha de
acordo com os padrões de beleza atual. (CORRÊA, 2005) E,
dentro deste parâmetro, geralmente a maior preocupação das
mulheres está ligada ao fibro edema gelóide (FEG), popular-
mente chamada de celulite e que chega a atingir 85-98% das
mulheres de todas as raças, segundo alguns estudos. (AVRAM,
2004; ROSSI, VERGNANINI 2000)
O fibro edema gelóide (FEG) é uma infiltração edematosa
do tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatório, seguido de
polimerização da substânciafundamental, que, infiltrando-se
nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva, ou seja,
os mucopolissacarídeos que a integram sofrem um processo de
geleificação. (CIPORKIN; PASCHOAL, 1992) É considerado
uma patologia multifatorial por ser determinada por efeitos
hormonais, predisposição genética, inatividade, dietas inade-
quadas, obesidade, distúrbios posturais, bem como o tabagis-
mo. (TOGNI, 2006) Portanto, este problema estético é caracte-
rizado pela presença de pequenas depressões na pele, com as-
pecto conhecido por “casca de laranja”, “acolchoado” ou
“capitoné” e está mais presente em coxas, abdômen e nádegas.
(BORGES, 2006; KEDE, SABATOVICH, 2004; GUIRRO,
GUIRRO, 2004; FERNANDES, 2008; SMALLS, L, 2005)
Ocorrendo em 90% das mulheres logo após a adolescência e
raramente nos homens. (AVRAM, 2004; ROSSI,
VERGNANINI, 2000) Sendo a prevalência maior em países
desenvolvidos onde há um maior consumo de proteínas e gor-
duras nas dietas. (PINTO, 1995)
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Podemos classificar o fibro edema gelóide em quatro es-
tágios: o primeiro é uma fase inicial, onde o processo já está se
instalando internamente, mas não pode ser visto ou sentido; no
segundo, inicia-se a evolução do processo, onde as mudanças
estruturais vão ficando mais relevantes e os primeiros sintomas
passam a ser visíveis e podem ser sentidos sob palpação, a pele
ganha um aspecto acolchoado e com ondulações; o terceiro é a
fase em que aparecem os nódulos, os sinais são bem visíveis,
não necessitando de palpação para serem percebidos, a pele
áspera aparenta uma casca de laranja e verificou também edema
nas pernas e microvarizes, somados a flacidez; no quarto, ela é
dura e a pele fica “lustrosa”, cheia de depressões, as pernas
ficam inchadas, pesadas, doloridas e a sensação de cansaço está
presente, mesmo sem esforço físico. (MIGUEL, 2002)
Para avaliação do FEG são utilizadas fichas de avalia-
ção, iniciando com a inspeção, procurando por atrofias a pre-
sença de nódulos ou placas hipertróficas, localização de gordu-
ra, estrias, varizes, varicoses. Compõe o procedimento ainda
verificar se a pele possui um aspecto de “casca de laranja”, e se
a coloração da pele está acetinada, dentre outros. (BARROS,
2001; KELLER, 1998) Ressaltou que durante o exame físico, a
inspeção deverá ser realizada com o paciente em posição
ortostática, pois na posição de decúbito onde ocorre acomoda-
ção dos tecidos o que pode mascarar o grau de acometimento
do tecido. (GUIRRO, GUIRRO, 2002; ARIZA, A. R. M. et al.,
2005 )
O FEG foi diagnosticado por diversos exames, porém o
mais simples é o “teste em casca de laranja”, que consiste em
pressionar o tecido adiposo entre os dedos polegar e indicador
ou entre as palmas das mãos, a pele se parecerá com aspecto de
uma casca de laranja, com aparência rugosa. Existem ainda exa-
mes complementares como, termografia, xerografia, ecografia
bidimensional e exame anatômico patológico. (GUIRRO,
GUIRRO, 2002; PINTO, 1998; ARIZA, A. R. M. et al., 2005)
No tratamento dessa afecção foram utilizados vários re-
cursos, porém nem todos apresentam resultados satisfatórios.
Dentre os recursos, o ultra-som associada à fonoforese apre-
senta grande eficácia, pois promovem significativas alterações
fisiológicas no tecido acometido pela FEG. (PINTO, 2007) E
existe uma gama muito ampla de indicações do ultra-som, sen-
do que, seu uso em estética está crescendo pela obtenção de
excelentes resultados conseguidos em determinadas patologi-
as, tais como, o fibro edema gelóide e em tecido cicatricial.
(GUIRRO, GUIRRO, 2004)
O ultra-som é de um método que utiliza de ondas sonoras
através de um cabeçote com transdutor perpendicular à área a
ser tratada, em constante movimentação e mantido em contato
com o agente de acoplamento para não gerar a formação de
cunhas de ar. Sua ação também promove efeito antiinflamatório
(combate as dores) e aumento da circulação. A utilização do
ultra-som associado à fonoforese gerou efeitos como
neovascularização, aumento da circulação, rearranjo e aumen-
to da extensibilidade das fibras colágenas, e melhorou as pro-
priedades mecânicas do tecido, além de um aumento na
permeabilidade das membranas biológicas facilitando assim a
penetração de fármacos no organismo através da pele
(fonoforese). (PATRICK, 1978; CONTI, PEREIRA, 2003) Ten-
do como agente de acoplamento, o gel que é o meio que melhor
transmite a onda ultra-sônica, sendo, portanto, o mais indicado.
(MARDEGAN, GUIRRO, 2005) Nesta técnica utilizou o gel
hidrossolúvel ou formulações farmacológicas com fins
terapêuticos. Já a fonoforese ou sonoforese é um termo que
descreve a habilidade do ultra-som em incrementar a penetra-
ção de agentes farmacológicos ativos através da pele. Tratou de
uma eficiente alternativa de transporte de substâncias. (FILHO,
2004)
O ultra-som é uma terapia efetiva, ou um risco potencial,
dependendo de como é aplicada esta modalidade. Existindo lis-
tas de contra-indicações e precauções como: áreas isquêmicas,
tromboflebite e varizes, diretamente sobre endopróteses e im-
plantes metálicos, sobre útero gravídico, tumores cancerígenos,
sistema nervoso, áreas anestesiadas, infecção ativa, gônadas,
área cardíaca, olhos, hemofílicos não tratados e placas
epifisárias. (YOUNG, 1998; STARKEY, 2001; FUIRINI, LON-
GO 1996; LOW, REED, 2001; GUIRRO, GUIRRO, 2002)
 Desta forma, este estudo foi realizado com o objetivo
de enfatizar o benefício e a eficácia do ultra-som no fibro edema
gelóide observado principalmente nas regiões das coxas, abdô-
men e nádegas, segundo pesquisas que foram utilizadas para a
realização deste trabalho.
Metodologia
O estudo foi realizado a partir de uma revisão de literatu-
ra de síntese. Para tanto, foram utilizados artigos científicos em
idiomas português, espanhol e inglês publicados. Foram con-
sultadas as bases de dados Scielo, Lilacs, Medline, Pubmed,
utilizando-se das seguintes palavras-chave: Fisioterapia Dermato
Funcional, ultra-som, celulite, fibro edema gelóide, lipodistrofia
Ginóide, tratamento, fonoforese, dermato functional
physiotherapy, ultrasound, cellulite, dermato-
lunctionary,lipodystrofic, treatment, phonophoresis.
Foram utilizados ainda, livros em idioma português pu-
blicados no período de 1992 a 2004. Devido a sua grande im-
portância, serão referenciadas monografias realizadas na Uni-
versidade do Sul de Santa Catarina e da Universidade Estadual
do Oeste do Paraná em 2002-2006.
Como critérios de inclusão dos artigos que foram seleci-
onados, foram revisados somente, aqueles com descrição de
fibro edema gelóide, eficácia do ultra-som no fibro edema
gelóide, tratamento conservador, estudos comparativos do ultra-
som em relação a outras técnicas utilizadas para a melhora do
fibro edema gelóide, utilização do ultra-som associado a
fonoforese, a fisioterapia dermato-funcional no tratamento do
fibro edema gelóide.
Discussão
O fibro edema gelóide (FEG), indevidamente chamado de
celulite, pode ser definida como uma patologia multifatorial, que
resulta na degeneração do tecido adiposo, passando pelas fases
de alteração da matriz intersticial, estase microcirculatória e
hipertrofia dos adipócitos, ou seja, as células de gorduras retêm
um maior teor de lipídio, diferente e alterado que estimula a re-
tenção de líquidos, gerando assim o aumento de volume da célu-
la que causa a compressão dos vasos e o rompimento das fibras
de colágeno e elastina. Evoluindo assim, para fibrose cicatricial,
gerando um aspecto de pele em “casca de laranja”, “acolchoado”
ou “capitoné” e esta mais presente em coxas, abdômen e náde-
gas. (BORGES, 2006; KEDE, SABATOVICH, 2004; GUIRRO,
GUIRRO, 2004; FERNANDES, 2008; SMALLS, L., 2005)
No tratamento do FEG utilizou o ultra-som, pois tem como
efeitos fisiológicos a ação tixotrópica sobre géis,
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despolimerização da substância fundamental, deslocamento de
íons, aumento da permeabilidade das membranas, melhor
reabsorção de líquidos, aperfeiçoamento da irrigação sanguí-
nea e linfática, aumenta a produção e melhora a orientação das
fibras colágenas do tecido conjuntivo. (PIRES DE CAMPOS,
1992; YOUNG, 1998)
Para obter resultados efetivos do ultra-som no FEG suge-
riu a aplicação por contato direto, na qual consiste em manter o
cabeçote emissor do ultra-som em contato direto com a pele
que se deseja tratar. A aplicação realizou uma via de agente de
acoplamento, sendo que este foi o suficientemente viscoso para
agir como lubrificante entre o transdutor e a pele, estéril para
evitar contaminação e não apresentar bolhas de ar no seu interi-
or, o que favoreceria a atenuação do feixe. (GUIRRO, GUIRRO,
2002)
 O ultra-som é uma modalidade de penetração profunda,
capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos tér-
micos e não-térmicos. Desta forma, existem dois regimes de
pulso comumente empregados na prática clínica do ultra-som
terapêutico, o contínuo e o pulsado. (STARKEY, 2001;
GUIRRO, GUIRRO, 2002) O modo contínuo se caracteriza por
ondas sônicas contínuas, sem modulação, com efeitos térmi-
cos, alteração da pressão e micromassagem. Já o modo pulsado
apresenta características como ondas sônicas pulsadas, modu-
lação em amplitude com freqüências de 16 Hz a 100 Hz, efeitos
térmicos minimizados e alteração da pressão, deste modo, uma
ação analgésica, antiinflamatória e anti-edematosa. (FUIRINI,
LONGO; 1996)
 O ultra-som possui também duas freqüências, de 1 MHz
e de 3 MHz, porém o tratamento com ultra-som de 3,0 MHz é
indicado para tecidos superficiais, enquanto que o tratamento
com ultra-som de 1 MHz é indicado para tecidos mais profun-
dos. Como as patologias estéticas atingem tecidos superficiais
como a pele, predominantemente o tecido conjuntivo (derme),
produzindo alterações circulatórias e mecânicas do tecido, não
necessita, portanto de uma penetração muito grande das ondas
mecânicas. Sendo assim, o ultra-som de 3 MHz é o mais indica-
do para o tratamento dessas patologias. (BIOSET, 2001)
Desta forma, no tratamento do fibro edema gelóide reco-
mendou o uso do ultra-som em emissão continua, exceto se exis-
tir alguma circunstância que contra indique a aplicação de ca-
lor. Em geral, para o tratamento da mesma recomendou iniciar
com doses baixas e aumentar a intensidade progressivamente.
Porém, estas não devem ultrapassar 2 W/cm2, sobretudo quan-
do se trabalha em emissão continua. Caso a aplicação seja em
emissão pulsada a intensidade pode variar de 2 a 3 W/cm2.
(ROSSI, 2001)
Na literatura há divergências de opiniões, entre autores,
sobre o tempo de cada sessão, onde Guirro & Guirro (2002),
estabelece o tempo de dois minutos para áreas próximas de 10
cm2 . Já Parienti (2001) cita que a sessão de ultra-som não deve
exceder 10 minutos, e que a zona de atuação é de 10 x15cm.
Porém Longo (2001), não aconselha uma aplicação por mais de
15 a 20 minutos contínuos em uma mesma sessão de tratamen-
to, pois podem ocorrer vertigens, tonturas, estresse, além de
outros efeitos colaterais. A utilização do ultra-som pode ser in-
cluído no tratamento em dias alternados, de 2 a 3 vezes na se-
mana. Deve-se aplicar, no máximo, 20 sessões. E após o térmi-
no destas deve-se aguardar 1 a 2 meses para então reiniciar o
tratamento. (ROSSI, 2001)
Weimann (2004) realizou um estudo com 10 pacientes,
aleatoriamente, formando dois grupos, onde o primeiro grupo
foi submetido à terapia com ultra-som, e o segundo grupo não
recebeu nenhuma intervenção terapêutica no período. O ultra-
som foi utilizado na freqüência de 3 MHz, no modo contínuo,
com dose de 1,2 W/cm², e foi aplicado por 7 minutos em cada
glúteo. O tratamento consistiu de 20 sessões, realizadas 3 vezes
por semana, em dias alternados. Todas as voluntárias foram
submetidas à avaliação inicial, para verificar o tipo e grau do
fibro edema gelóide apresentado. Com o término do tratamento
proposto nova avaliação foi realizada e revelou que a utilização
do ultra-som mostrou-se eficaz no tratamento do fibro edema
gelóide, uma vez que diminuiu o grau de acometimento.
Já na pesquisa de Oenning et al. (2002), foi estudada uma
paciente do sexo feminino, 21 anos de idade, cor branca, 52
quilos, 1,58 metros, com aparecimento do FEG na adolescên-
cia com graus 1 e 2 nas regiões glútea e superior da coxa. Fo-
ram utilizados ficha de avaliação, registro fotográfico e uma
escala de opinião. A paciente foi submetida a 20 sessões de
aplicação do ultra-som, com dose de 0,6 w/cm², freqüência de
3 MHz, modo contínuo, na região dos glúteos e porção superior
das coxas. Ao final do tratamento, observou-se redução do FEG
grau 1 e 2 e a paciente referiu estar satisfeita com os resultados.
No trabalho de Federico et al. (2006), a metodologia con-
sistiu do emprego da fonoforese com meio de acoplamento à
base de hera, centella asiática e castanha da índia em 5 partici-
pantes selecionadas aleatoriamente e divididas em dois grupos,
onde o primeiro grupo foi submetido à terapia com ultra-som
de ERA de 8,5 cm² com dose de 1,1 watts/cm² e o segundo
grupo foi submetido à terapia com ultra-som de ERA de 4 cm²
com dose de 1,5 watts/ cm2. O ultra-som foi utilizado na fre-
qüência de 3 MHz, no modo contínuo e o tratamento consistiu
de 16 sessões, realizadas 4 vezes por semana. Todas as voluntá-
rias foram submetidas à avaliação inicial, para verificar o tipo e
o grau de celulite apresentados. Com o término do tratamento
proposto os resultados revelaram que a fonoforese mostrou-se
eficaz no tratamento da celulite somente em uma das 5 voluntá-
rias envolvidas na pesquisa.
Já no estudo de Nigro (2009) teve como objetivo compa-
rar os resultados encontrados em mulheres tratadas com ultra-
som terapêutico (UST) associado ao gel com princípios ativos
e ao gel hidrossolúvel simples para a reversão do fibro edema
gelóide (FEG), comprovando a eficácia deste tipo de recurso,
com ou sem a ação da fonoforese. As voluntárias foram subme-
tidas a 15 sessões de UST com duração de 12 minutos em cada
glúteo, sendo em um utilizado gel simples e em outro gel com
carbopol e princípios ativos. O estudo revelou melhora no FEG,
em todas as voluntárias e em ambos os glúteos, sendo possível
concluir que o tratamento com UST é eficaz, independente da
fonoforese.
Na pesquisa de Silva (2006), onde a amostra foi compos-
ta de dois grupos, com três indivíduos cada, portadoras do fibro
edema gelóide de graus semelhantes. Um dos grupos (experi-
mental) foi tratado com ultra-som aliado ao gel Bioestimulante®
da Vita Derm, enquanto que o outro grupo (controle) utilizou o
gel condutor Sonic-Plus gel. As pacientes foram submetidas a
10 intervenções de, aproximadamente 1 hora, em regime de três
sessões semanais no período de julho a outubro de 2008. Antes
e após o tratamento foram avaliadas alterações de perimetria e
peso. A evolução do tratamento também foi analisada por meio
de registro fotográfico e uma escala de opinião quanto aos re-
sultados obtidos no tratamento. Valores significantes de redu-
ção de perímetro corporal foram obtidos após a conduta tera-
pêutica, e foram observadas também alterações cutâneas visí-
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veis, sugerindo que o ultra-som terapêutico de 3 MHz contribui
para a redução do fibro edema gelóide.
Pedro (2007) realizou uma pesquisa na qual selecionou
10 participantes, do sexo feminino, submetidas à avaliação para
verificar o grau, o tipo do fibro edema gelóide, o perímetro da
coxa, circulação sanguínea e análise fotográfica, antes e após a
intervenção. O tratamento consistiu de 20 sessões, realizadas
diariamente, utilizando-se do ultra-som terapêutico em uma fre-
qüência de 3 MHz, no modo contínuo, com dose de 1,0 W/cm2,
em ambosos membros inferiores. A fonoforese à base de cafe-
ína foi empregada na região lateral do membro inferior esquer-
do. Os resultados demonstraram diminuição significativa da
perimetria entre os membros inferiores, aumento da
vascularização em ambos os membros, porém mais acentuada
no esquerdo, demonstrada através da placa termossensível. De
acordo com os parâmetros utilizados neste estudo, a técnica da
fonoforese associada à cafeína exerceu mudanças morfológicas
e circulatórias perante a resolução do fibro edema gelóide mais
efetivas quando comparadas ao ultra-som no modo convencio-
nal. Atribuímos o fato à ação da cafeína por ser um importante
agente atuante nos mecanismos metabólicos da lipólise.
Pinto (2007), neste estudo, teve como objetivo comparar
os resultados obtidos na terapia por ultra-som com gel conven-
cional e a fonoforese com mucopolissacaridase. Para o estudo
foram selecionados 10 indivíduos, do sexo feminino, entre 20 e
35 anos, sedentários, com lipodistrofia ginóide na região glútea,
grau II, tipo flácida. Os indivíduos foram divididos aleatoria-
mente em dois grupos, sendo no grupo controle, G1, aplicado
ultra-som, e no grupo experimental, G2, a fonoforese. O equi-
pamento utilizado na pesquisa possuía freqüência de 3 MHz,
modo contínuo e intensidade de 1,5w/cm2. Foram realizadas
10 sessões com cada indivíduo de cada grupo. Ao final do ex-
perimento, constatou-se, na reavaliação, uma melhora signifi-
cativa em ambos os grupos, embora os resultados de G2 foram
mais evidentes. Mostrando que o ultra-som e a fonoforese são
eficazes no tratamento da lipodistrofia ginóide, pois promovem
significativas alterações fisiológicas no tecido acometido pela
patologia citada.
Conclusão
Através do presente estudo, pelos resultados obtidos, con-
cluiu-se que o tratamento do FEG com o ultra-som terapêutico
foi eficaz na amenização e diminuição do quadro de fibro edema
gelóide nas regiões das coxas, abdômen e nádegas.
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REVISTAINSPIRAR
Análise do Impacto da Fisioterapia Respiratória em Pacientes
Pediátricos com os Sinais Clínicos apresentados na Pneumonia
 Study of the Impacts of breathing Physicaltherapy in children Patients
with Clinical Signs of Pneumonia
Resumo
A fisioterapia respiratória é uma modalidade terapêutica
relativamente recente dentro das enfermarias pediátricas e que
está em expansão graças aos seus benefícios. Sua atuação tem
papel fundamental na prevenção e intervenção das complica-
ções que ocorrem em pacientes com sinais clínicos de pneumo-
nia, além de ser uma solução simples, acessível, de baixo custo
e que não exige tecnologia nem recursos terapêuticos sofistica-
dos para sua execução. Sendo assim, o presente estudo tem como
objetivo analisar o impacto da fisioterapia respiratória em paci-
entes pediátricos com os sintomas da pneumonia. Para a pes-
quisa, foram analisados 10 pacientes na faixa etária de 0 a 12
anos, sendo 3 do sexo feminino e 7 do sexo masculino, subme-
tidos ao tratamento fisioterapêutico por 30 minutos, 1 vez ao
dia,sendo, posteriormente, encontrados dados submetidos a
análise estatística. Para que as técnicas fossem aplicadas de
maneira correta e eficaz, fez-se necessária uma boa avaliação
do paciente, pois cada técnica tem seus objetivos, suas indica-
ções e contra indicações e, acima de tudo, as técnicas devem
ser executadas da maneira correta para que haja resultados sig-
nificativos. O estudo foi realizado na Fundação Beneficente
Hospital Cirurgia (FBHC) da cidade de Aracaju/SE, no período
de março a agosto de 2008. Concluiu-se nesta pesquisa que a
fisioterapia respiratória mantém a permeabilidade das vias aé-
reas superiores e inferiores, melhora a relação ventilação/
perfusão, reduz a necessidade da utilização de terapêuticas
ventilatórias agressivas e minimiza as lesões pulmonares, con-
tribuindo para a redução do período de hospitalização e, conse-
qüentemente, reduzindo os custos hospitalares.
Palavras-chave:
Pneumonia; sinais clínicos, fisioterapia respiratória.
Abstract
The respiratory physiotherapy is a relative new therapeutic
modality in pediatric infirmaries and that is expanding thanks
to its benefits. Its performance has a fundamental role in
prevention and intervention of complications that occur in
patients with clinical indications of pneumonia, in addition of
being a simple, accessible, low cost solution and do not require
sophisticated technology nor therapeutic resources for its
execution. Thus, this study aims to analyze the impact of
respiratory physiotherapy in pediatric patients with symptoms
of pneumonia. For the study, 10 patients were analyzed in the
age group of 0 to 12 years, being 3 females and 7 males,
submitted to physiotherapy treatment for 30 minutes, 1 time a
day, being, lately, found data submitted to statistic analyze. For
the techniques were applied in correct and effective way, it was
necessary a good assessment of the patient, because each
technique has its own goals, their indications and
contraindications and, above all, the techniques must be
implemented in a correct way to attain significant results. The
study was conducted at Cirurgia Hospital Beneficent Foundation
(FBHC) in the city of Aracaju/SE, from March to August, 2008.
It was concluded in this research that respiratory physiotherapy
maintains the up and low airways permeability, improves the
relation between ventilation and perfusion, reduces the need
for using aggressive therapeutic ventilation and minimizes lung
lesions, helping to reduce the period of hospitalization and
consequently reducing hospital costs.
Key words:
pneumonia; clinical signs; respiratory physiotherapy.
1. Acadêmica da Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Hospitalar – Rio de Janeiro-
RJ da INSPIRAR Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde;
2. Professor da Pós Graduação Lato Sensu em Fisioterapia Hospitalar INSPIRAR Centro
de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde;
3. Professora da Universidade Tiradentes (UNIT)-SE.
Recebido: maio de 2009
Aceito: maio de 2009
Autor para correspondência:
Email: anairesgoes@yahoo.com.br
Anaíres de Goes Santos1, Manoel Luiz de Cerqueira Neto2 , Aída Carla Santana de Melo Costa3
Introdução
A Pneumonia (PNM) é um processo geralmente agudo
infeccioso que pode atingir bronquíolos, alvéolos, interstício
pulmonar e, às vezes, o revestimento pleural com distribuição
segmentar. A etiologia da PNM pode ser viral (mais freqüente),
bacteriana, micótica, protozoótica, por migração parasitária e
por agentes físicos e químicos.
Segundo o I Congresso Brasileiro sobre pneumonias, as
doenças respiratórias correspondem a, aproximadamente, 50%
dos atendimentos ambulatoriais, sendo que 12% destes são pneu-
monias.
Cerca de 10 a 20% das crianças menores de cinco anos,
nos países pobres, apresentam pneumonia a cada ano. Em 1995,
das 11,6 milhões de mortes nos menores de cinco anos, 4 mi-
lhões ocorreram por PNM. Dessas, 95% ocorreram em países
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pobres e 50 a 75% atingiram crianças com menos de um ano.
A história e o quadro clínico da pneumonia apresentam
particularidades dependentes do agente e das condições própri-
as do paciente, tais como: peso, idade, estado imunitário e da-
dos epidemiológicos.
Em geral, os sinais e sintomas incluem febre de intensi-
dade variável, tosse, adinamia, palidez ou cianose, toxemia,
agitação, vômitos e desidratação. A pneumonia cursa também
com desconforto respiratório, como dispnéia, taquipnéia,
batimentos de aletas nasais (BAN), retrações intercostais, dor
torácica, estertoração variada, presença de sopro brônquico,
alterações do murmúrio vesicular (MV) e broncofonia aumen-
tada.
O tratamento básico da pneumonia é a administração de
agentes farmacoterapêuticos específicos, associado à fisiotera-
pia. O desenvolvimento contínuo da fisioterapia respiratória,
juntamente com a medicina, faz com que os recursos
fisioterapêuticos sejam otimizados, respeitando-se as peculia-
ridades da criança e tornando possível atingir um alto padrão
de eficácia do tratamento. (I Consenso Brasileiro de Pneumo-
nia)
A Fisioterapia é uma ciência que utiliza os meios físicos e
naturais com objetivos preventivos e de restaurar, ao máximo, a
capacidade funcional e a independência para o trabalho, no lar
e na sociedade, incluindo avaliação das condições do paciente
e prognóstico como parte essencial de um programa terapêutico
(AZEREDO, 2002).
Dentre as diversas áreas de atuação fisioterapêutica, te-
mos a Fisioterapia Pneumofuncional que, segundo Slutzky
(1997), teve inicio com Hipócrates (460 a 377 a.C), promoven-
do pela primeira vez exercícios respiratórios em pacientes com
asma. Entretanto, somente no ano de 1902, Willian Ewart des-
creveu o efeito benéfico da drenagem postural no tratamento da
bronquiectasia (AZEREDO, 2002).
A Fisioterapia Pneumofuncional vem destacando-se ao
longo dos anos como uma conduta terapêutica eficaz no trata-
mento de enfermidades do sistema respiratório. Afecções da
caixa torácica, condutos respiratórios, parênquima pulmonar e
sistema muscular vêm respondendo satisfatoriamente ao trata-
mento empregado com técnicas de fisioterapia cinesiológica
manuais (ROZOV, 2000).
A Fisioterapia Respiratória tem como principais metas:
prevenir o acúmulo de secreções nas vias aéreas que interfere
na respiração normal;favorecer a eficácia da ventilação; pro-
mover a limpeza e a drenagem das secreções; melhorar a resis-
tência e a tolerância à fadiga, durante os exercícios e nas ativi-
dades da vida diária; melhorar a efetividade da tosse; prevenir e
corrigir possíveis deformidades posturais, associadas ao distúr-
bio respiratório; promover suporte ventilatório adequado, bem
como sua retirada, em pacientes internados nas Unidades de
Terapia Intensiva.
As crianças que apresentam afecções do aparelho respi-
ratório são encaminhadas ao fisioterapeuta com a finalidade de
melhorar a capacidade funcional pulmonar. Na maioria desses
casos, o tratamento tem três objetivos principais que é o da lim-
peza das vias aéreas, obstruídas pelo acúmulo das secreções ou
pelo material aspirado, reexpansão de um segmento pulmonar
atelectasiado e aperfeiçoamento do mecanismo respiratório e
do controle sobre a respiração. Procura-se, com isso, alcançar o
objetivo principal, ou seja, assegurar a transmissão adequada
dos gases aos órgãos de importância vital, como, por exemplo,
o cérebro (SHEPHERD, 1996).
O tratamento fisioterapêutico para crianças com disfunção
respiratória é indispensável para sua correta e precoce recupe-
ração. Um estudo comprova através de dados estatísticos, que
o tratamento fisioterapêutico não só recupera mais rapidamente
a criança, retirando-a do ambiente hospitalar precocemente,
como atua no salvamento de suas vidas (IRWIN, 1994).
O acompanhamento fisioterapêutico é fundamental tanto
no período de internação, quanto após a alta hospitalar. O fisio-
terapeuta deve realizar uma abordagem respiratória e
neuromotora, além de promover um posicionamento adequado
dos pacientes no leito.
Visando conhecer e favorecer a atuação do fisioterapeuta
de forma preventiva e através de condutas terapêuticas apropri-
adas, o estudo teve como objetivo analisar o impacto da fisiote-
rapia respiratória em pacientes pediátricos com os sinais e sin-
tomas da pneumonia, quanto à prevenção de reincidiva, á dimi-
nuição da morbimortalidade dos pacientes submetidos a essa
terapia e á redução do tempo de internação hospitalar.
Metodologia
O Estudo clínico desenvolvido foi do tipo quantitativo, não-
randomizado, não-aleatório, longitudinal, prospectivo, utilizando 10
pacientes da unidade de Enfermaria Pediátrica da Fundação Benefi-
cente Hospital Cirurgia (FBHC), na cidade de Aracaju-SE, sendo 3
do sexo feminino e 7 do sexo masculino, na faixa etária de 0 a 12 anos.
Todos os pesquisados incluídos no estudo foram submetidos ao
tratamento fisioterapêutico por 30 minutos, uma vez ao dia, em agosto
de 2008. Somente foram incluídos aqueles que apresentavam os sinais
clínicos da pneumonia. Foi utilizada como critério de exclusão a utili-
zação da ventilação mecânica invasiva e ventilação mecânica não-
invasiva.
O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em pesquisa da
FBHC – Fundação Beneficente Hospital Cirurgia, acatando a Reso-
lução 196/96.
A partir da seleção dos pacientes, foi aplicado um proto-
colo de experimento dividido em três etapas: A primeira etapa
foi à apresentação e familiarização, nesta etapa, foram apre-
sentados às mães dos pacientes os objetivos da pesquisa, a roti-
na do experimento e os comandos verbais a serem atendidos. A
segunda etapa foi à avaliação, nela foram obtidos dos prontuá-
rios e anotados em protocolo específico para pesquisa os se-
guintes dados dos pacientes: idade, doença, quadro clínico apre-
sentado, data de início e saída da internação freqüência cardía-
ca, freqüência respiratória e ausculta pulmonar, como também
a análise de imagem de RX nos cinco minutos precedentes da
terapia e após 10 minutos da aplicação das técnicas. Na terceira
etapa foi realizada a conduta fisioterapêutica – Os pacientes
foram submetidos às técnicas de descolamento e deslocamento
de secreção, higiene brônquica e reexpansão pulmonar.
Para descolar e deslocar secreção, foram utilizadas as
manobras de vibração e compressão-descompressão associa-
das às posturas de drenagem. Na vibração manual torácica, são
realizados movimentos rítmicos, rápidos e com uma intensida-
de capaz de transmitir a vibração aos brônquios pulmonares.
Os movimentos são feitos com as mãos espalmadas, acopladas
no tórax do paciente e no sentido crânio-caudal, com o objetivo
de mover as secreções, que já estão soltas, para as vias aéreas
de maior calibre por meio do tixotropismo e pelo aumento do
transporte mucociliar que a técnica pode gerar (PRESTO; PRES-
TO, 2005, p.199).
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A vibração pode ser unilateral ou bilateral, os movimen-
tos vibratórios com as mãos são conseguidos a partir de contra-
ções isométricas dos MMSS do fisioterapeuta na parede torácica
do paciente durante a expiração com uma leve pressão (COLBY,
1998; GARCIA e NICOLAU, 2000; COSTA, 2002). Segundo
Taniguchi e Pinheiro (2000, p. 132), a vibrocompressão é
indicada a paciente com hipersecreção, como os com fibrose
cística, pneumonias, pacientes com atelectasias, DPOC, asmá-
ticos entre outros.
Outra manobra realizada foi a compressão-descompressão que
consiste em uma compressão realizada na parede torácica durante a
fase expiratória do ciclo ventilatório de forma relativamente brusca,
objetivando a formação de fluxo turbulento por aceleração do fluxo
expiratório intrapulmonar. Conseqüentemente, mobiliza as secreções,
tornando sua eliminação mais rápida e eficiente (COLBY, 1998;
COSTA, 2002).
Para a eliminação de secreções pulmonares, foram emprega-
das manobras como o TIC traqueal e a tosse manualmente assistida
com o principal objetivo de mobilizar e remover as secreções retidas
com o propósito final de melhorar o intercâmbio gasoso e reduzir o
trabalho respiratório (DELISA e GANS, 2002).
Para que haja a manutenção da limpeza dos pulmões, é
necessário um mecanismo de tosse eficaz (reflexo ou voluntá-
rio). Esse mecanismo funciona a partir de uma inspiração pro-
funda, seguida do fechamento da glote, contração da musculatu-
ra abdominal e posterior abertura da glote com uma expiração
forte de ar. Alguns fatores como a redução da capacidade
inspiratória ou expiratória forçada, a diminuição da ação ciliar,
ou um maior espessamento das secreções contribuem para difi-
cultar a tosse (KISNER e COLBY, 1998).
O TIC traqueal ou tosse induzida é uma manobra de
estimulação do reflexo da tosse por ação mecânica, utilizada quan-
do a tosse voluntária está abolida ou em pacientes não
colaborativos. A tosse é provocada manualmente através da ex-
citação dos receptores laríngeos, comprimindo abaixo da traquéia
ou acima da fúrcula esternal ou ainda induzida a partir da instilação
de uma solução contendo água ou soro (SARMENTO, 2005).
A tosse assistida é uma maneira de ajudar o paciente a tos-
sir através de um estímulo manual feito sobre o tórax do pacien-
te. Esse estímulo consiste em dar uma pressão rápida, com a área
palmar de uma das mãos do fisioterapeuta, na região póstero-
superior torácica do paciente, estando este sentado. A região an-
terior do tórax é fixada com a outra mão do fisioterapeuta.
A tosse como recurso do fisioterapeuta pauta-se em sua capaci-
dade de prover um aumento do fluxo expiratório, possibilitando a elimi-
nação de secreções pulmonares. É um fenômeno protetor e depurador
das vias aéreas e um dos mecanismos defensivos do sistema respirató-
rio.
Essa assistência à tosse também pode ser feita dando-se a pressão
manual na região abdominal. É importante que o estímulo seja sincrônico
com a tosse do paciente, e que antes da realização dessa técnica o paciente
saiba a maneira correta de tossir, usando os músculos abdominais (KISNER
e COLBY, 1998; COSTA, 2002). Deve-se orientar o paciente a tossir, fazen-
do uma inspiração profunda, contraindo a musculatura abdominal e tossindo
posteriormente. A tosse efetiva permite a eliminação de secreçõesdevido à
força do ar durante a expiração (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994).
Para promover a reexpansão pulmonar,, foi utilizada a técnica
de Drenagem Postural que consiste em adotar posições específicas,
dependendo do local do pulmão onde há acúmulo de secreções, a fim
de facilitar a drenagem dessas para vias aéreas mais centrais, com a
ajuda da força da gravidade (THOMSON, SKINNER e PIERCY,
1994).
Era oferecida, ao finalizar a terapia, uma orientação sobre a
importância do posicionamento correto do paciente no leito. A imobi-
lização do paciente no leito pode causar alterações funcionais e inca-
pacidades, enquanto que, durante a mobilização, ocorre a otimização
do transporte de O2 por realçar as relações ventilação/perfusão (V/Q)
através de estímulo gravitacional na redistribuição de líquidos corpo-
rais, como o sangue responsável pela perfusão pulmonar
(MACKENZIE, 1998; STILLER, 2006).
A posição corporal influencia de forma direta a distribuição da
ventilação e da perfusão, o tamanho dos alvéolos, a oxigenação arteri-
al e na mecânica ventilatória (WEST, 1996). A elevação da cabeceira
a 30º, freqüentemente, é utilizada por impedir episódios de
broncoaspiração e facilitar a mecânica respiratória (CARAZAN, 2000).
Resultados
Foi realizado um cálculo estatístico com os resultados obtidos,
os quais demonstraram que a assistência fisioterapêutica respiratória
diminui as complicações da mecânica pulmonar e o período de
hospitalização, reduzindo, conseqüentemente, os custos hospitalares.
Gráfico 1: Representação gráfica por idade da incidência de PNM em
crianças.
O total de pacientes internados na pediatria no dado período que
foi submetido a atendimento fisioterapêutico foi de 10 pacientes, sendo
que todos apresentaram quadro de PNM. Destes, 70% foram do sexo
masculino, enquanto 30% foram do sexo feminino. A maior incidência
foi em crianças de zero a três anos, com 70%, seguindo para crianças de
oito a onze anos, com 20% e, por último, crianças de quatro a sete anos,
com 10% (gráfico 1), demonstrando que o maior índice de internação
ocorreu em crianças do sexo masculino de até 3 anos de idade.
Gráfico 2: Representação gráfica por sexo da incidência de PNM em
crianças.
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A média do tempo de internação foi de 14,7 dias, e seu
tempo médio de alta após o início do tratamento fisioterapêutico
foi de 4,8 dias, como mostra o Gráfico 2. Apesar desse elevado
índice de internação, após o início do tratamento de fisioterapia,
houve redução considerável no tempo de internação dos pacien-
tes.
Ao tabular os dados referentes aos 10 pacientes estudados,
observamos que todos apresentaram redução dos sinais e sinto-
mas da pneumonia, tais como: aumento do murmúrio vesicular;
redução dos ruídos adventícios; aumento da expansibilidade
torácica; redução das tiragens intercostais; ausência dos
batimentos de asa de nariz e melhora a higiene brônquica.
Gráfico 3: Representação gráfica da média das Freqüências Cardía-
cas inicial e final dos pacientes.
O Gráfico 3 demonstra a média das Freqüências Cardíacas de cada
paciente, antes e depois de serem submetidos ao tratamento fisioterapêutico,
além de expor a média geral destas variáveis (FC inicial = 104bpm; FC
final = 96bpm). O que comprova uma redução no valor da FC após a
conduta.
Gráfico 4: Representação gráfica da média das Freqüências Respira-
tórias inicial e final dos pacientes.
O Gráfico 4 evidencia a média das Freqüências Respira-
tórias de cada paciente, antes e depois de serem submetidos à
conduta fisioterapêutica, com média geral da FR inicial = 32ipm
e da FR final = 24ipm. O que justifica a redução dos sinais
clínicos de esforço respiratório.
Segundo os dados obtidos na reavaliação do paciente após
o atendimento de fisioterapia, constatou-se que entre os
pesquisados não houve complicações associadas ao quadro de
pneumonia.
Discussão
Segundo os dados obtidos nos prontuários dos pacientes
durante o período de março a agosto de 2008, 30 % dos pacien-
tes internados por pneumonia são do sexo feminino e 70 % do
sexo masculino. A maior incidência foi em crianças de zero a
três anos (70%) com um tempo médio de alta após o início do
tratamento fisioterapêutico de 4,8 dias.
Dornelas e Vasconcelos (2003) também concluíram em
seu estudo que dos pacientes que perfazem a PNM, 66,66%
foram do sexo masculino e que a maior incidência foi em
lactentes de 0 a 2 anos (63,64%), pela predominância do vírus
Sincicial Respiratório que atinge cerca de 50% das crianças nessa
faixa etária.
Segundo Pontes e Souza (2006), foram constatadas em
seu trabalho 58 internações de crianças com Pneumonia de 0 a
5 anos , entre as quais 33 eram menores ou igual a um ano,
como afirma o I Consenso Brasileiro de Pneumonia na criança
em que há nítida predominância de Pneumonia em menores de
um ano.
De acordo com Dornelas e Vasconcelos (2003), em sua
pesquisa, a relação do tempo de internação com o início do trata-
mento fisioterapêutico foi de 2,18 dias, e seu tempo médio de
alta após o início do tratamento foi de 3,48 dias.
Irwin (1994) relata que o tratamento fisioterapêutico para
crianças com disfunção respiratória é indispensável, para sua
correta e precoce recuperação. Seu estudo comprova, através de
dados estatísticos, que o tratamento fisioterapêutico não só recu-
pera mais rapidamente a criança, retirando-a de o ambiente hos-
pitalar precocemente, como também salva suas vidas.
Com relação à redução dos sinais e sintomas da PNM,
Gaskell e Webber (1984) em sua pesquisa afirmam que a pneu-
monia lobar aguda, com freqüência, é resolvida com antibióti-
cos, porém em alguns casos não são obtidos os resultados espe-
rados, então é requisitado o tratamento fisioterapêutico. Já
Bethlem (1984) e Fishman (1992) comentam apenas o tratamen-
to medicamentoso da pneumonia, não abordando a atuação da
fisioterapia em nenhuma das fases da doença.
Brunetto (2002) afirma que o tratamento da pneumonia
consiste em: fluidificação e mobilização das secreções através
de exercícios respiratórios, mudança de decúbito, tapotagem cui-
dadosa e aspiração endotraqueal ou através da cânula de
traqueostomia, se necessário.
Pontes e Souza (2006) afirmaram que, na prática de fisiotera-
peutas pneumofuncionais consultados, foi verificado que há melho-
ra nas crianças que foram encaminhadas e realizaram a Fisioterapia,
quando comparadas com aquelas que não foram encaminhadas pelo
serviço médico do hospital e por esse motivo não receberam trata-
mento fisioterapêutico.
Nicolau (2007) concluiu, a partir dos estudos realizados na
faixa pediátrica e neonatal, que a fisioterapia respiratória está
indicada e tem eficácia comprovada na redução da incidência de
complicações, como, por exemplo, a atelectasia e o derrame pleural.
Com relação à redução da freqüência cardíaca e respiratória
Margolis, afirma que a medida da freqüência respiratória (FR)
mostra uma relação estreita com a gravidade da PAC e com a
hipoxemia.
Segundo Slutzky (1997), “diminuir o trabalho respiratório,
aliviar a sensação de dispnéia, melhorar a eficiência ventilatória
além de combater a hiperinsuflação dinâmica ou auto PEEP, são
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objetivos almejados pela medicina e pela fisioterapia durante anos.”
No entanto no estudo de Antunes (2005) a freqüência car-
díaca aumentou após a realização da fisioterapia respiratória
convencional e não houve alteração significativa na freqüência
respiratória
Conclusão
A partir dos dados coletados e analisados, foi possível
concluir que a fisioterapia respiratória reduziu a freqüência car-
díaca, a freqüência respiratória e a quantidade de roncos e
creptos apresentados na ausculta respiratória, minimizando a
necessidade da utilização de terapêuticas ventilatórias agressi-
vas, contribuindo

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