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AULA de Processo Civil I CNEC 2016.1

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Prof. Luiz Carlos Secca
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CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I
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Cel 22 – 992175773
E-mail lcsecca@secca.adv.br
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Programa da Disciplina
Formação, suspensão e extinção do processo
Procedimento Comum
Fase postulatória
Fase ordinatória
Fase instrutória
Fase decisória
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Referências
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. Ed. Método.
DONIZETTI, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. Ed. Atlas.
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado. Ed. Saraiva.
CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil V.1. Ed. Jvs Podium.
JÚNIOR, Fredie Didier. Curso de Direito de Processo Civil. Ed. Jvs Podium.
MOREIRA, José Carlos Barbosa. O Novo Processo Civil Brasileiro. Forense.
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Avaliação
 P1 e P2
 Prova Objetiva
 Prova discursiva
 Pesquisa jurisprudencial
 Oito questões. 
 Valor 04 pontos.
 S/ consulta a lei.
 Duas questões. 
 Valor 04 pontos.
 C/ consulta a lei.
Valor 02 pontos.
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Pesquisa Jurisprudencial
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 Grupos Mínimo 03 e máximo de 05 integrantes.
 Pesquisa no site do TJRJ de 02 (duas) jurisprudências.
 Temas indicação do professor.
Tarefa desenvolver um caso concreto a partir da jurisprudência e dar a solução. Após compartilhar com os outros grupos sem dar acesso a solução.
Conclusão apresentação dos “cases” com as soluções. 
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Atos Processuais
“Para que o procedimento avance rumo à prestação da tutela jurisdicional, atos processuais devem ser praticados pelo juiz e pelas partes. Atos processuais são declarações de vontade que visam a criação, modificação ou extinção de situações processuais”.
 É espécie do gênero fato jurídico processual, que são todos os acontecimentos da vida processual que acabam por criar, modificar ou extinguir situações processuais.
 Os atos processuais têm a sua forma prevista em lei.
 Apesar de ter a forma prevista em lei, o legislador permitiu ao juiz, em alguns casos, visando uma prestação mais efetiva à tutela de direitos, que invertesse a ordem de prática de atos processuais e até mesmo prorrogar prazos processuais (art. 139, VI). 
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Os atos processuais devem ser:
Públicos (arts. 5º, LX, 93, IX da CF, e 11 e 189 do CPC), sendo admitido o segredo de justiça em alguns casos específicos.
 Escritos em língua portuguesa, sendo que o documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de versão para língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por tradutor juramentado (art. 192 do CPC). 
 Podem ser praticados por suporte físico ou eletrônico (arts. 193 e ss., CPC).
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 Atos das partes
 As partes manifestam-se no processo por seus advogados e, eventualmente, de forma pessoal mediante interrogatório livre (art. 139, VIII) e depoimento pessoal (arts. 385 e ss.). As manifestações das partes por meio de seus advogados são em geral por escrito. 
 Os atos das partes produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais (art. 200). Essa é a regra da eficácia imediata dos atos processuais das partes. 
 A fim de comprovação da prática de seus atos em juízo, podem as partes exigir recibos de suas manifestações (petições e arrazoados) e documentos entregues em cartórios ou secretarias (art. 201) 
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O juiz pratica
Atos materiais – Ex: presidência de audiências e a colheita de provas. 
Atos normativos (que são também chamados de pronunciamentos judiciais) – Ex: sentenças; decisões interlocutórias; despachos; acórdãos, etc. 
 Pronunciamentos do juiz
 Forma, tempo e lugar dos atos processuais
 	
A forma é a maneira pela qual um ato processual se exterioriza. Vários atos processuais tem a forma legalmente determinada: as citações, por exemplo; as sentenças, que devem ser redigidas de acordo com a forma legal. 
 O CPC disciplina, ainda, o tempo (arts. 212 a 216) e lugar (art. 217) dos atos processuais;
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Os atos processuais devem ser praticados nos dias úteis das seis ás vinte horas, observadas as particularidades pertinentes (art. 212); 
Os atos processuais devem ser praticados na sede do juízo (art. 217), ressalvados alguns casos específicos, e, tendo o ato sido praticado por petição em processo não eletrônico, deve ser praticado durante o período em que o fórum ou tribunal encontrarem-se abertos (art. 213);
Se eletrônicos, podem ser praticados até as vinte e quatro horas do último dia do prazo (art. 213);
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Invalidades processuais
As infrações relevantes à forma dos atos processuais resultam em invalidades processuais (ou nulidades).
Existe uma tendência presente no Código em evitar que essas invalidades sejam decretadas, com o objetivo de que seja prestada uma tutela mais efetiva e tempestiva;
Por isso, o Código viabiliza a sanação de alguns dos atos viciados (art. 352), para que se possa aproveitar tanto quanto possível os atos processuais (arts. 282 e 283);
Toda invalidade processual deve ser decretada pelo juiz. Não existe invalidade de pleno direito no processo civil;
O ato processual defeituoso produz efeitos até a decretação de sua invalidade;
Não há nulidade processual sem prejuízo. Há prejuízo sempre que o defeito impedir que o ato atinja a sua finalidade;
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O art. 277 do CPC consagra o chamado princípio da instrumentalidade das formas, que é uma variação do quanto aqui se disse: “quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar sua finalidade”;
 A nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam independentes;
 A falta de intimação do MP implica nulidade do procedimento, a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado (art. 279, caput e §1º do CPC);
 A nulidade somente pode ser decretada após intimação do MP, que se manifestará sobre a existência ou inexistência de prejuízo (art. 279, §2º, CPC);
Há invalidade do procedimento (conjunto de atos) e invalidade de cada um dos atos do procedimento, sendo relevante essa constatação; 
A nulificação do procedimento atinge o processo como um todo e está relacionada ao não preenchimento dos requisitos de admissibilidade do processo (pressupostos processuais);
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Cada um dos atos do procedimento tem os seus próprios requisitos de validade. A invalidação de um dos atos do procedimento é o que determina a invalidação dos demais atos que lhe seguirem. Os atos praticados antes não são atingidos, porque já foram executados;
O art. 278 refere que “a nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão”, exceto no caso das nulidades em que o juiz deva declarar de ofício;
Prazos
O processo tem um perfil necessariamente cronológico – não sendo instantâneo, tem inevitavelmente de consumir tempo para que
seja capaz de prestar tutela jurisdicional. 
Nosso Código cuida do tema nos arts. 218 e ss. 
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Legais – Devem ser praticados no prazo legal
Judiciais – O juiz fixa de acordo com a complexidade do ato a ser praticado
Quanto à origem
Quanto à alterabilidade
Dilatórios – Podem ser livremente modificados pelas partes
Peremptórios – Só podem ser modificados mediante a observância de certas condições
Quanto ao descumprimento
Próprios – A inobservância dos prazos próprios gera preclusão temporal, ou seja, impossibilidade de praticar o ato posteriormente
Impróprios – O seu descumprimento não gera a impossibilidade de prática posterior do ato
 Classificação dos prazos 
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Quanto à exclusividade 
Comuns – Destinados a atuação de ambas as partes 
Particulares – Destinadas a atuação de uma das partes 
Quanto à atuação
Atuação – Prazos em que algo deve ser feito pelas partes
Espera – Não se pode exigir a atuação das partes antes de um lapso temporal mínimo 
Os prazos processuais são normalmente contados em dias, mas podem ser contados em minutos, horas, dias, meses ou anos;
Na contagem do prazo em dias, não se computam os dias feriados. Vale dizer: só se computam os dias úteis (art. 219);
No prazo contado em dias, exclui-se o dia do começo e inclui-se o dia do vencimento (art. 224);
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Durante a fluência do prazo, o mesmo pode ser suspenso ou interrompido, devendo tal fato ocorrer por expressa determinação legal;
A interrupção do prazo importa em cortar-se o prazo que ainda flui e devolvê-lo à parte por inteiro depois de cessada a causa de interrupção (por exemplo, art. 1.026);
A suspensão coloca em suspenso o prazo durante sua fluência e a cessação da causa suspensiva devolve à parte tão somente o que faltava do prazo para a sua própria ultimação (por exemplo, art. 221);
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Formação do processo
O processo civil começa por iniciativa da parte, desenvolvendo-se, no entanto, por impulso oficial (art. 2º);
O processo inicia com a propositura da ação. É com a propositura e a formação do processo, com seu registro ou distribuição, ademais, que o juízo se torna prevento no processo civil (art. 59);
É um equívoco, portanto, entender que o processo só tem inicio a partir da citação do réu, já que a citação é um requisito de validade do processo e não de existência. 
Extinção do processo
 
O processo extingue-se através de sentença (arts. 203, §1º, 485 e 487). 
Quando o legislador se refere a extinção do processo através da sentença, ele se refere ao primeiro grau de jurisdição, já que existe a possibilidade de ingresso de recurso, fato que não encerraria o processo com a sentença, encerraria apenas o primeiro grau de jurisdição. 
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Não é tecnicamente correto dizer que a sentença sempre encerra o processo, já que em determinados casos ela pode ser apta a encerrar apenas uma fase do processo (a fase de conhecimento), necessitando que o processo, para proporcionar uma tutela efetiva dos direitos, passe pela fase executiva.
As sentenças condenatórias, mandamentais e executivas entram nessa categoria de não autossuficientes, isto é, necessitam da fase executiva para uma prestação efetiva.
O art. 317 do CPC estabelece que o juiz, antes de proferir decisão sem resolução de mérito, deve permitir a correção do defeito, se for este sanável;
Há primazia da decisão de mérito sobre as decisões processuais no sistema do novo processo civil brasileiro. Isso decorre não só da regra do art. 317, mas também daquela que expressamente refere que “desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485”.
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Recordando:
Sentença terminativa
Extingue o processo sem resolução de mérito, isto é, o juiz encerra o processo antes da análise da pretensão.
Forma coisa julgada formal, isto é, encerra apenas a possibilidade de se rediscutir a matéria naquele processo, podendo ser rediscutido em caso de formação de um novo processo.
Sentença definitiva
Extingue o processo com resolução de mérito, isto é, o juiz encerra o processo após análise da pretensão.
Forma coisa julgada material, isto é, encerra a possibilidade de rediscutir aquela matéria em qualquer processo.
(art. 485, Novo CPC)
(art. 487, Novo CPC)
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PROCEDIMENTO COMUM
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FASE POSTULATÓRIA
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Petição Inicial
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 É por meio dela que será possível apurar os elementos identificadores da ação as partes, o pedido e a causa de pedir.
“É o ato que dá início ao processo, e define os contornos subjetivo e objetivo da lide, dos quais o juiz não poderá desbordar”.
Considerações relevantes:
A data do protocolo da petição inicial é a data de início do processo. A partir daí, o processo, já existente, se desenvolve, com a prática de novos atos. A petição é a forma da demanda, o seu instrumento. 
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O autor deve indicar o juízo (singular ou colegiado) perante o qual formula sua pretensão;
Um eventual erro não ensejará o indeferimento da inicial, mas tão somente a remessa da inicial ao correto destinatário.
Requisitos da petição inicial (arts. 319 e 320, CPC)
O juízo a que é dirigida;
Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
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A indicação e a qualificação são indispensáveis para que as partes sejam identificadas, evitando assim o processamento de pessoas incertas.
É possível que o réu, no momento da propositura, não esteja identificado ou seja incerto. Isso não impedirá o recebimento da inicial caso o juiz verifique que não há meios para tal identificação. A citação será então feita por edital na forma do CPC, art. 256, I; 
Os nomes e prenomes servirão para identificar as partes. O estado civil, além de auxiliar a identificação poderá ter relevância naquelas ações em que se exige outorga uxória. E os endereços são relevantes para que possam ser localizadas, quando da necessidade da comunicação pessoal dos atos processuais;
 Quando a parte for pessoa jurídica, a inicial deverá fornecer os elementos necessários para a sua identificação, como o estatuto social e documentação que comprove a regularidade da representação.
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Causa de pedir
O autor deve indicar quais são os fatos e os fundamentos jurídicos em que se embasa o pedido, na causa de pedir;
Adotou o nosso CPC a chamada teoria da substancialização da causa de pedir, já que se exige do autor indicar, na petição, qual o fundamento jurídico e a relação dele decorrente. Não basta a indicação da relação jurídica sem que se indique qual o fato jurídico que lhe deu causa. 
A causa de pedir e o pedido formulados darão os limites objetivos da lide, dentro dos quais deverá ser dado o provimento jurisdicional.
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É causa de inépcia da petição inicial a falta de Causa de pedir, ou de correspondência entre ela e o pedido (CPC, art. 330, §1º, I);
Além dos fatos, o autor deve indicar qual o fundamento jurídico aplicável ao caso posto à apreciação do juiz;
Não é necessária a indicação do dispositivo legal, mas das regras gerais e abstratas das quais se pretende extrair a consequência jurídica postulada pelo autor;
A indicação do direito aplicável não vincula o juiz, que conhece o direito (jura novit curia) e pode valer-se de regras diferentes daquelas apontadas na petição inicial;
Pode haver alguma tolerância do juízo em relação ao direito afirmado inicial, mas não em relação aos fatos, que devem ser descritos com toda a precisão e clareza necessárias para que o juiz possa compreendê-los.
Considerações relevantes
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É a pretensão que o autor leva à apreciação do juiz;
O autor deverá indicar com clareza o pedido imediato, o tipo de provimento jurisdicional (condenatório, constitutivo, declaratório) e o pedido mediato (bem da vida almejado).
Pedido e suas especificações
O pedido imediato e o pedido mediato vincularão o juiz, já que servem para identificar a ação. O julgador não poderá conceder nem um provimento jurisdicional, nem um bem da vida, distintos daqueles postulados na inicial;
A atividade judiciária é silogística: o juiz, ao proferir o julgamento, examinará a premissa maior (as regras gerais e abstratas do ordenamento jurídico, os fundamentos jurídicos) e a premissa menor (os fatos), para então extrair delas as consequências jurídicas (pedido). Por isso, é preciso que na petição inicial, o autor indique os fatos, o direito, e o pedido, que deve decorrer logicamente da aplicação do direito ao fato concreto levado ao seu conhecimento.
Considerações relevantes:
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A competência, pois o valor da causa é critério para fixação do juízo;
No cálculo das custas e do preparo, que podem ter por base o valor da causa;
Nos recursos em execução fiscal, conforme a Lei n. 6.830/80;
Valor da causa
Importante: Todas as demandas - o que inclui reconvenções, oposições e embargos de devedor - devem indicar o valor da causa.
“A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível (CPC, art. 291)”.
Em toda petição deve constar o valor da causa, cuja fixação seguirá o que dispõem os arts. 292-293 do CPC.
Tal atribuição terá grande relevância para o processo, pois repercutirá sobre:
 O valor da causa deve ser certo e fixado em moeda corrente nacional;
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Com frequência, o réu o impugna sob o argumento de que o valor pretendido é excessivo e que o autor não faz jus a tal montante;
Não se pode perder de vista a lealdade e boa-fé processual;
Cabe ao juiz avaliar, na impugnação, o conteúdo econômico da pretensão formulada, sem qualquer juízo de valor a respeito de ela ser ou não devida;
O juiz poderá determinar a redução equitativa do valor da causa, se verificar que, fixada em montante excessivo, pode prejudicar o exercício de alguma faculdade processual pelo réu, que depende do recolhimento de custas calculadas.
O réu impugnará o valor da causa em preliminar de contestação, sob pena de preclusão, e não mais em apenso como era previsto no CPC-73 (CPC, art. 293);
Pergunta: Qual deve ser o Valor da causa?
“Deve corresponder ao conteúdo econômico do que está sendo postulado, e não daquilo que é efetivamente devido”.
Impugnação do valor da causa
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Critérios para a fixação do valor da causa
O art. 292 do CPC fornece alguns critérios para fixação do valor da causa. Em regra, deve corresponder ao conteúdo econômico da demanda;
Naquelas que não têm conteúdo econômico, a fixação será feita por estimativa do autor.
“STJ - 3“ Turma, REsp 784.986, Rel. Min. Nancy Andrigui. O Valor da causa não repercute sobre os limites objetivos da lide. Se o autor postula um montante, e atribui Valor à causa menor, ainda que isso passe despercebido e o Valor seja mantido, o juiz na sentença não ficará limitado a este, mas ao que foi pedido”.
Jurisprudência
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Deverá corresponder à soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação.
Na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;
Se os pedidos forem alternativos, corresponderá ao de maior valor;
Se houver pedido principal e subsidiário, corresponderá ao valor do principal;
Quando o pedido for genérico, o valor da causa deve ser estimado pelo autor, que cuidará para que mantenha proporcionalidade com o conteúdo econômico da pretensão. 
Valor da causa nas ações de cobrança de dívida (art. 292, I, VI, VII, VIII, CPC): 
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O § 1º complementa o art. 292, acrescentando que, se forem postuladas prestações vencidas e vincendas, o valor da causa consistirá na soma de todas as vencidas mais um ano das vincendas, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a um ano; e, se por tempo inferior será igual à soma das prestações.
O inc. II trata das ações que tenham por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação, resolução, resilição ou rescisão de ato jurídico, nas quais o valor da causa deve corresponder ao valor do ato ou de sua parte controvertida;
Quando a ação for de alimentos, o valor deve corresponder a 12 prestações mensais pedidas pelo autor (art. 292, III, CPC);
Quando a ação for de divisão, demarcação e reivindicação o valor será o de avaliação da área ou do bem objeto do pedido (art.292, IV, CPC);
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Controle judicial do valor da causa
O art. 293 do CPC autoriza o réu a impugnar o valor da causa, em preliminar de contestação;
O artigo prevê que na ausência de impugnação, haverá preclusão;
Em determinadas circunstâncias, o juiz poderá corrigir de ofício e por arbitramento o valor da causa, quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes (art. 292, §3º, CPC);
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As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados.
A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
 “Essa audiência preliminar ocorrerá antes de o réu apresentar a sua resposta. Se autor e réu manifestarem expressamente a vontade de não resolverem o litígio por autocomposição, a audiência não ocorrerá (art. 334, §4º, I, CPC). A manifestação do autor nesse sentido tem de ser feita na petição inicial”.
“Como na petição inicial, o autor ainda não tem condições de saber o que será controvertido pelo réu, há certa tolerância quanto a este requisito da inicial. Entende-se que a sua omissão não é razão para indeferi-la, nem impede que oportunamente sejam requeridas provas pelo autor”.
“A petição deve vir assinada por quem possua capacidade postulatória. Deve conter ainda indicação do endereço, eletrônico e não eletrônico, do advogado e deve ir acompanhada da procuração (art. 287, CPC)”. Havendo qualquer mudança de endereço, cumpre ao advogado comunicá-la ao juízo, sob pena de reputarem-se válidas as intimações enviadas, em carta
registrada, para o endereço constante dos autos”. 
 Assinatura de quem possua capacidade postulatória 
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O art. 320 do CPC estabelece que a petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da causa;
Os que não o forem podem ser juntados a qualquer tempo, na forma do art. 435, do CPC;
Os indispensáveis devem ser juntados desde logo. Se o documento não estiver em poder do autor, caber-lhe-á requerer ao juiz que ordene ao réu ou ao terceiro a sua exibição (CPC, arts. 396 a 404);
Com a inicial o autor juntará ainda a procuração, como já visto, e o comprovante de recolhimento das custas judiciais, salvo eventual requerimento de justiça gratuita.
Documentos
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Ao verificar que a inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320, do CPC, ou que apresenta defeitos ou irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o juiz determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de quinze dias;
Não a pode indeferir desde logo, se existe a possibilidade de o vício ou irregularidade serem sanados pelo autor. Daí a necessidade de que o juiz faça uma leitura atenta, antes de recebê-la, uma vez que depois da citação do réu é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu (CPC, art. 329);
Tem-se admitido, mesmo depois da contestação a emenda da inicial do qual não resulte alteração do pedido ou causa de pedir, mas que sirva apenas para o esclarecimento de alguma dúvida ou o afastamento de algum defeito, que dificultava a sua compreensão. O prazo para emenda da inicial não é preclusivo: se o autor a emendar depois dos quinze dias, o juiz receberá a emenda, salvo se tiver proferido a sentença de indeferimento. Se necessário, poderá determinar outra emenda, até que todos os esclarecimentos sejam prestados. 
Deficiências da petição inicial e possibilidade de correção.
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Pedido
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“O pedido é um dos requisitos da petição inicial, mencionado no art. 319 do CPC e regulamentado nos arts. 322 a 329, CPC”. 
É o núcleo da petição inicial; A providência que se pede ao Poder Judiciário. 
Situações particulares relacionadas ao pedido.
Pedido certo e pedido genérico.
“O pedido há de ser certo (art. 322, CPC) e determinado (art. 324, CPC); 
Certo é aquele que permite a identificação do bem da vida pretendido (an). 
Determinado é aquele que indica a quantidade postulada (quantum).
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Importante: Excepcionalmente, o pedido poderá ser genérico, isto é, certo, mas não determinado. O autor indica o bem da vida pretendido, mas não a quantidade (CPC, art. 324, §1º).
Hipóteses que admitem formulação de pedido genérico:
Nas ações universais – são as versam uma universalidade de fato ou de direito”. 
De acordo com o art. 90, do CC, “constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária”.
Segundo o art. 91, “constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
“Justifica-se a permissão de pedidos genéricos nesse caso, porque o autor pode não ter condições de individuar os bens que integram a universalidade”.
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“É o que ocorre, por exemplo, nas ações de prestação de contas, em que, só depois que ele as prestar, poderá verificar se há saldo em favor do autor”. 
Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou fato;
 “O dispositivo fala em “consequências do ato ou fato”, sem especificar se lícito ou ilícito. A opção é correta, pois o pedido indenizatório pode decorrer de fatos lícitos ou ilícitos”.
Quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
“Nas ações de indenização por ato ou fato, frequentemente não é possível no momento da propositura da demanda, indicar com precisão todas as consequências que a vítima terá sofrido”.
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“O pedido implícito é aquele que, embora não explicitado no instrumento da postulação, compõe o objeto litigioso do processo em razão de determinação legal. É temperamento da regra de que o pedido deve ser certo”.
Pedido implícito
O art. 322, §1º do CPC menciona os juros legais. Os juros de mora incluem-se na liquidação, ainda que tenha sido omisso o pedido e a condenação (Súmula 254 do STF);
O pedido de incidência de correção monetária, que não é acréscimo, mas atualização do valor nominal da moeda (art. 322, §1º, CPC);
O pedido de condenação do réu ao pagamento das custas, despesas e honorários advocatícios também (Súmula 256, do STF). Porém, se a decisão transitada em julgado for omissa a respeito dos honorários sucumbenciais, não será possível executá-los (Súmula 453 do STJ).
Importante: Há alguns pedidos que se reputam implícitos:
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Cumulação de pedidos
“O art. 327, do CPC, autoriza a cumulação de pedidos, em um único processo. É a chamada cumulação objetiva, que se distingue da subjetiva, em que há mais de um autor ou de um réu (litisconsórcio)”.
Importante: Há controvérsia doutrinária a respeito do cúmulo objetivo, que para uns implica em verdadeira cumulação de ações em um único processo, e para outros constitui apenas cumulação de vários pedidos ou pretensões, em uma única ação e processo. Mas não há controvérsia quanto ao fato de que o processo é único, e que única será a sentença, na qual todas as pretensões haverão de ser examinadas. 
Considerar-se-ão incluídas no pedido, independentemente de requerimento expresso, as prestações periódicas a que se refere o art. 323, do CPC, o que abrange as que vencerem até a sentença, e depois dela, até o término da obrigação.
“A divergência parece mais terminológica: caso se considere cada pretensão posta em juízo uma ação, havendo cumulação de pedidos, haverá várias ações; se ação for considerada aquilo que rompe a inércia da jurisdição, haverá uma só”. 
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A doutrina costuma fazer a distinção entre a cumulação em que o autor pretende do juiz que acolha todos os pedidos; e em que, conquanto o autor formule várias pretensões, pretende que acolha apenas uma.
A primeira espécie é denominada cumulação própria, que pode ser de dois tipos: simples ou sucessiva; e a segunda é a cumulação imprópria, que pode ser alternativa ou subsidiária (eventual).
A rigor, na imprópria não há exatamente cumulação (daí a denominação imprópria), porque o que se pede ao juiz é que acolha apenas um dos pedidos formulados .
Diversas espécies de Cumulação
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Cumulação simples
Cumulação sucessiva
É aquela em que o autor formula vários pedidos, postulando que todos sejam acolhidos pelo juiz (art. 327, CPC);
O caput do art. 327 dispõe que não há necessidade de que os pedidos sejam conexos.
Importante: Conquanto desnecessária a conexão, é preciso que os pedidos sejam compatíveis entre si, que o juízo seja competente para conhecê-los todos e que o procedimento para todos seja o mesmo, ou, quando não, que todos possam processar-se pelo ordinário (CPC, art. 327 § § 1° e 2°).
É aquela em que o autor formula dois ou mais pedidos em relação ao mesmo réu, buscando êxito em todos, contudo, o acolhimento de uns depende do acolhimento de outros, já que as pretensões guardam entre si relação de prejudicialidade;
Há conexão entre os pedidos.
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É aquela em que o autor formula mais de um pedido, mas pede ao juiz o acolhimento de apenas um, sem manifestar preferência por este ou aquele. O acolhimento de um dos pedidos exclui o dos demais: é uma coisa ou outra, e não uma coisa e outra, como na cumulação própria;
Cumprirá ao juiz verificar em caso de procedência, qual dos pedidos deve ser acolhido. O art. 326, parágrafo único, dispõe: “É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles"
“Não se deve confundi-la com o pedido alternativo previsto no art. 325, que é pedido único, fundado em obrigação alternativa (que se caracteriza por permitir o adimplemento por mais de uma forma). Na cumulação alternativa, há no mínimo dois pedidos autônomos, formulados para que se acolha apenas um deles”.
Cumulação alternativa
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Cumulação eventual ou subsidiária
Assemelha-se à alternativa, porque o autor formula mais de um pedido, com a pretensão de que só um deles seja acolhida;
Distingue-se delas porque o autor manifesta a sua preferência por um, podendo-se dizer que há o pedido principal e o subsidiário, que só deverá ser examinado se o primeiro não puder ser acolhido;
Se o juiz acolher o principal, o autor não poderá recorrer; mas se acolher o subsidiária sim, pois terá sucumbido, uma vez que a pretensão preferencial não foi acolhida.
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Além da cumulação de pedidos, admite-se a de fundamentos, caso em que haverá duas ou mais causas de pedir.
Se cada um dos fundamentos for, por si só, suficiente para o acolhimento do pedido, basta que um deles fique provado para que o juiz profira sentença de procedência;
Mas para que julgue improcedente, é preciso que afaste todos os fundamentos invocados. Ou seja, quando houver a cumulação de fundamentos, basta ao autor que demonstre um deles para que o pedido seja acolhido; mas, para que seja rejeitado, é preciso que todos sejam afastados.
Cumulação de fundamentos
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Requisitos para a cumulação (art. 327, §§ 1° e 2°, do CPC)
Indispensável para todas as espécies de cumulação. Como o autor pretende que o juiz acolha todas as pretensões, ou pelo menos alguma delas, o juiz tem de ser competente para todas.
Em caso de incompetência absoluta para alguma das pretensões, ele indeferirá o pedido para o qual é incompetente, cabendo à parte postulá-la perante o juízo competente.
 Na hipótese de incompetência relativa, se houver a modificação, por prorrogação, conexão, continência ou derrogação o juiz poderá examinar todos os pedidos;
Que os pedidos sejam compatíveis entre si:
Que o mesmo juízo seja competente para todos os pedidos:
Só é necessário para as cumulações próprias, simples e sucessivas, em que se pretende que o juiz acolha todos os pedidos. Mas não na imprópria, em que o acolhimento de um exclui o dos demais;
Caso a cumulação seja própria e o autor formule pedidos incompatíveis entre si, o juiz concederá prazo para que ele opte por um ou outro, sob pena de indeferimento da inicial.
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Como haverá um único processo, é preciso que o procedimento seja adequado para todos os pedidos. O § 2° do art. 327 autoriza a cumulação se, conquanto os procedimentos sejam diferentes, possa ser adotado o ordinário para todos eles.
Há certos procedimentos que podem ser convertidos ao ordinário, e outros que não. Existem procedimentos obrigatórios que são inderrogáveis pela vontade do demandante, como aqueles criados com o objetivo de atender a determinado interesse público, como os que envolvem direitos indisponíveis. 
A esses procedimentos, como o citado acima, não se aplica a regra da conversibilidade. Já aqueles procedimentos que podem ser formulados via procedimento comum, aplica-se a regra da conversibilidade, podendo portanto realizar-se a cumulação de pedidos. 
Que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento:
Importante: Cabe ao juiz, de ofício, verificar os requisitos mencionados, salvo eventual incompetência relativa, que depende da preliminar de contestação apresentada pelo réu. Não sendo possível a cumulação, o juiz verificará se é caso de indeferir a petição inicial, ou de reduzir os limites objetivos da lide, determinando o prosseguimento apenas de um ou alguns dos pedidos formulados.
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Indeferimento da Inicial
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A primeira atuação do juiz no processo é o juízo de admissibilidade da petição inicial;
Haverá três alternativas: 
Considerações gerais
Pode encontrá-la em termos, caso em que determinará o prosseguimento com a citação do réu (ou até com o julgamento imediato, na hipótese do art. 332);
Pode constatar a necessidade de algum esclarecimento ou a solução de algum defeito ou omissão, caso em que concederá prazo ao autor para emendá-la;
Pode verificar que há um vício insanável ou que não foi sanado pelo autor, no prazo que lhe foi concedido, caso em que proferirá sentença de indeferimento da inicial.
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Inépcia
Quando a parte for manifestamente ilegítima.
Quando o autor carecer de interesse processual. 
O art. 330, do CPC apresenta as hipóteses de indeferimento:
“É a inaptidão da inicial para produzir os resultados almejados, seja por falta de pedidos, seja por falta de fundamentação. O §1º do art. 330 considera inepta a inicial quando não contiver pedido ou causa de pedir; da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; ou quando contiver pedidos incompatíveis entre si”.
“O “manifestamente” foi utilizado pelo legislador para expressar que a ilegitimidade de parte há de ser indubitável podendo ser detectada primafacie no exame da inicial”.
O interesse processual, somado à legitimidade, formariam a categoria conhecida como
 “condições da ação”, porém, o CPC atual não a menciona mais, pertencendo atualmente
 os dois institutos ao estudo sobre os pressupostos processuais.
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Não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.
O art. 106, I determina que se indique, na petição inicial, o endereço em que o advogado receberá as intimações, o número de inscrição do advogado na OAB, e a sociedade de advogados da qual participa; se não for suprida a omissão em 5 dias, a petição será indeferida (art. 106, §1º, CPC);
O art. 321 é regra geral que autoriza o juiz a determinar a emenda da petição inicial, para a correção de vícios sanáveis, no prazo de quinze dias, também sob pena de indeferimento. 
Considerações relevantes.
No curso do processo, e a qualquer tempo, o juiz pode, constatada a existência de alguma das hipóteses do art. 485, extinguir o processo sem julgamento de mérito. Mas a expressão “indeferimento de inicial” deve ficar reservada à hipótese em que o juiz põe fim ao processo antes de determinar que o réu seja citado, no momento em que faz os primeiros exames de admissibilidade.
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O ato judicial que indefere a petição inicial é a sentença, por força do que dispõe o art. 485, I, do CPC.
Contra ela o recurso adequado será o de apelação, que tem uma particularidade, estabelecida no CPC, art. 331: “Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se.
Trata-se de apelação dotada de efeito regressivo em que o juiz tem a possibilidade
de, ponderando os argumentos apresentados pelo autor no recurso, reconsiderar a sua decisão, e determinar a citação do réu.
Peculiaridades da apelação interposta contra a sentença que indeferiu a inicial.
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Improcedência Liminar do Pedido
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A improcedência liminar (art. 332, CPC)
A hipótese do art. 332 é dirigida a efetividade do processo, autorizando o julgamento de plano, sem que o réu tenha sido citado, havendo resolução de mérito, com fulcro no art. 487, I, do CPC. 
Requisitos para a improcedência de plano
A causa deve dispensar fase instrutória (aquela cuja matéria fática já esteja comprovada através de prova documental);
O pedido deve encaixar-se em uma das hipóteses previstas nos incisos I a IV do art. 332 ou no §1 do mesmo artigo.
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 Hipóteses que autorizam a improcedência liminar (art. 332, I a IV, CPC)
 Pedido contrário a enunciado de súmula do STF ou do STJ;
Acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos; 
 Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas 
 ou de assunção de competência; 
 Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
 O §1º do mesmo artigo acrescenta ainda a possibilidade do juiz julgar improcedente liminarmente o pedido se verificar a ocorrência de decadência ou prescrição. 
Se o juiz o desejar poderá proferir de plano a sentença de total improcedência ou poderá mandar citar o réu, e, no momento oportuno, proferir o julgamento antecipado da lide, se caso, na forma do art. 355, do CPC;
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Pergunta: Se o autor apelar?
Tal como a de indeferimento da inicial tratada no art. 331, do CPC, a sentença terá efeito regressivo, com a possibilidade de o juiz retratar-se no prazo de cinco dias, tornando sem efeito a sentença proferida, para determinar a citação do réu (art. 332, §§3º e 4º, CPC);
Caso não haja a retratação, o procedimento será diferente daquele do indeferimento da inicial, em que o recurso subirá sem a manifestação do réu. Nestes casos, mantida a sentença, o réu será citado, não para apresentar contestação, mas para apresentar suas contrarrazões, no prazo de 15 dias (art. 332, §4º, CPC). O réu, nesse caso, defenderá a sentença, reforçando a argumentação do magistrado; 
Pergunta: Se o autor não apelar?
A sentença de total improcedência transitará em julgado, sem que o réu tenha sido, ao menos, citado. Por isso, é importante que o juiz determine a sua intimação, para que dela possa tomar conhecimento, de acordo com o art. 241 do CPC. 
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Citação
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É o ato processual de comunicação pelo qual se convoca o réu ou interessado para integrar o processo (art. 238, CPC);
Ao incluir no conceito a alusão ao réu ou interessado, a lei quis abranger tanto os procedimentos de jurisdição contenciosa como voluntária, uma vez que em ambos a citação é indispensável;
Sempre que houver processo, há necessidade de citação do réu, mesmo que não seja o processo de conhecimento; 
 Esse ato tem dupla função: convocar o sujeito a juízo e cientificar-lhe do teor da demanda formulada. 
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Formalidades e instrumentalidade
Como ato fundamental do processo, a citação há de ser feita na forma e com as formalidades determinadas por lei;
O descumprimento dos requisitos formais poderá invalidar o ato, tornando necessária a sua repetição. Mas, se apesar do vício ou da falta de citação, o réu comparecer o ato terá alcançado a sua finalidade, não sendo necessário realizá-lo ou repeti-lo.
O art. art. 239, §1°,CPC indica o alcance do princípio da instrumentalidade das formas. Se o ato processual alcançar a sua finalidade, o vício reputar-se-á sanado. 
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A regra em nosso ordenamento é a da citação direta (art. 242, do CPC);
Quando o citando for pessoa física maior e capaz, a citação será dirigida a ele;
Quando for pessoa jurídica ou incapaz, a citação será dirigida ao seu representante legal;
Se absolutamente incapaz, exclusivamente aos representantes legais;
Citação direta e indireta
A direta é a feita na pessoa do réu ou de seu representante legal;
A indireta é a feita na pessoa de um terceiro, que tem poderes de recebê-la com efeito vinculante em relação ao réu, ou seja, aquela feita na pessoa de procurador legalmente habilitado ou de terceiro que, por força de lei ou contrato, tenha poderes para recebê-la.
Considerações relevantes
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Se relativamente incapaz, será bifronte, deverá ser feita tanto ao incapaz quanto ao representante legal;
Se o réu for pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração, ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências (art. 248, §2º, CPC);
Na citação indireta, o procurador legalmente habilitado pode ser o próprio advogado constituído, ou qualquer outra pessoa a quem o réu atribua poderes para receber a citação em seu nome. É preciso que do instrumento de mandato constem poderes específicos para que o procurador o faça. 
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Em caso de ausência do réu, aplicar-se-á o disposto no CPC. art. 242, § 1°;
Quando a citação é feita por carta, entende-se que basta a entrega no estabelecimento comercial da empresa citanda, ainda que o aviso de recebimento não seja assinado pela pessoa dotada de poderes para receber a citação. Essa tolerância tem-se restringido às pessoas jurídicas. 
Se a citação por carta é destinada às pessoas físicas, o aviso de recebimento deve vir assinado por elas, sob pena de invalidade do ato (Súmula 429 do STJ).
Importante:
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A citação far-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu (CPC, art. 243);
O art. 244 estabelece uma série de restrições que deverão ser observadas, salvo quando houver risco de perecimento de direito:
Oportunidade da citação
Não se fará a citação a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;
Ao cônjuge, companheiro, ou a qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos sete dias seguintes;
Aos noivos nos três primeiros dias de bodas;
Aos doentes, enquanto grave o seu estado.
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Réu doente mental (art. 245, CPC)
Se o oficial de justiça verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de receber a citação, elaborará certidão descrevendo o ocorrido, caso em que o juiz nomeará um médico para o examinar.
O laudo deverá ser apresentado em cinco dias, e, se for reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador, na pessoa de quem a citação será realizada.
Não se trata de interdição, que depende de processo autônomo, em que o citando tem oportunidade de defender-se. Por isso, o curador terá a sua atuação restrita à causa em que foi nomeada.
Diante da incapacidade constatada, o juiz deverá abrir vista ao Ministério Público.
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Espécies de citação
A citação pode realizar-se por cinco modos (art. 246, do CPC):
Pelo correio; 
Por oficial de justiça;
 Pelo escrivão ou chefe da secretaria, se o citando comparecer em cartório;
Por edital;
Por meio eletrônico.
A citação pode ser citação real e ficta.
São fictas aquelas que se realizam por edital e por mandado, quando realizada com hora certa, porque o réu se oculta. 
As demais são reais. Essa distinção é importante, porque quando a citação é ficta e o réu revel, há necessidade de nomeação de curador especial para defendê-lo, o que não é necessário na citação real.
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Citação pelo correio
É a forma prioritária de citação, embora a lei assegure ao autor a possibilidade de requerê-la sob outra forma, desde que justificadamente (art. 247, V);
O legislador a prestigiou, dada a sua rapidez, sobretudo quando dirigida a outras comarcas ou Estados;
Nas ações de Estado, observado o disposto no art. 695, §3º;
Quando o réu for incapaz;
Quando a ré for pessoa de direito público;
Quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
Quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
O art. 247, no entanto, ressalva algumas situações, em que não será admitida:
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O prazo de contestação fluirá da data da juntada aos autos do aviso devidamente firmado pelo destinatário da citação;
Caso seja pessoa física, a citação só valerá se o aviso de recebimento tiver sido por ele firmado;
Caso seja pessoa jurídica, se entregue a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração (CPC, art. 248, §2º);
Jurisprudência
Súmula 429 do STF – Citação será feita por carta, que deverá ser encaminhada com aviso de recebimento;
Súmula 282 do STJ – Admite-se nas ações monitórias citação por carta, hora certa e por edital. Há controvérsia doutrinária.
Considerações relevantes
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É a feita por oficial de justiça, nas hipóteses dos incisos do art. 247, ou quando frustrada a citação pelo correio;
O oficial procurará o réu, e, onde o encontrar, fará a citação, lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
O oficial certificará se o réu recebeu ou recusou a contrafé, e colherá a sua assinatura no mandado, certificando em caso de recusa;
Citação por mandado
Importante: A jurisprudência tem-se orientado no sentido de que a citação será válida se entregue a funcionário da empresa, no estabelecimento comercial ainda que ele não tenha poderes de gerência. A carta deve ser acompanhada de cópia da petição inicial e do despacho do juiz ordenando a citação. O réu deverá ser informado do prazo de resposta, e da advertência do art. 285, segunda parte. 
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O mandado deverá cumprir os requisitos exigidos pelo art. 250, do CPC;
 A citação por oficial de justiça é um ato complexo: aperfeiçoa-se com a juntada aos autos do mandado, a partir de quando começa a fluir o prazo para a resposta (art. 231, II , CPC).
Se houver vários réus, o prazo para todos só começa a correr da data da juntada do último mandado de citação cumprido;
Caso o citando resida em outra comarca, a citação por mandado depende da expedição de carta precatória, porque terá de ser cumprida por oficial de justiça que não é subordinado ao juiz da causa, mas ao juiz da comarca em que o citando estiver domiciliado;
Ficam ressalvadas as comarcas contíguas, de fácil comunicação ou situadas na mesma região metropolitana, caso em que a precatória será desnecessária (art. 255, CPC).
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 Citação pelo escrivão ou chefe de secretaria
 Se o citando comparecer em cartório, o escrivão ou chefe de secretaria pode fazer a citação (art. 152, II e art. 246, III, CPC);
 Trata-se de regra que simplifica sobremaneira o procedimento citatório; 
 O prazo para resposta, neste caso, começa a fluir da data da citação; 
 Esta modalidade é novidade do Novo CPC, buscando, como já se disse, a simplificação e celeridade de tal procedimento; 
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Citação com hora certa (art. 252, CPC)
É uma espécie de citação por mandado, sendo dois os seus requisitos: procura do citando, sem êxito, por duas vezes, em dias distintos (aplicação analógica do art. 830 do CPC), em seu domicílio ou residência; deve haver suspeita de ocultação; 
Não basta que o réu não tenha sido encontrado nas numerosas vezes em que procurado;
É indispensável que o oficial suspeite de ocultação, depois de tê-lo efetivamente procurado por duas vezes, devendo consignar na certidão os dias e horários em que realizou as diligências e as razões pelas quais suspeitou da ocultação;
 Se, durante o procedimento, a suspeita desaparecer, a citação deve ser feita normalmente;
Considerações relevantes
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A suspeita deve ser do oficial de justiça, não cabendo ao juiz determina-lhe que faça a citação com hora certa quando ela não existe;
Para que se aperfeiçoe, o oficial intimará qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará, a fim de efetuar a citação na hora que designar;
No dia e hora marcados, comparecerá ao domicílio do citando e, se ele não estiver presente, procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando tenha se ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciária (art. 253, §1º, CPC); 
 O oficial fará uma certidão do ocorrido, e deixará a contrafé com a pessoa da família ou com qualquer vizinho, declarando-lhe o nome. Além disso, enviará carta, telegrama ou radiograma ao citando, dando-lhe de tudo ciência.
A expedição da carta é requisito para a validade da citação com hora certa, mas não o recebimento pelo citando;
O prazo para contestação será contado da data da juntada aos autos do mandado de citação com hora, e não da juntada do aviso de recebimento da carta de cientificação;
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São, pois, dois os requisitos para a citação com hora certa: as duas tentativas infrutíferas anteriores; suspeita de ocultação;
Como a citação é ficta, porque não recebida diretamente pelo citando, haverá necessidade de nomeação de curador especial, se o réu ficar revel, devendo o oficial de justiça constar do mandado a advertência de que será nomeado o curador em caso de revelia (art. 253, §4º, c/c art. 72, II, CPC);
 Conclusão:
É forma de citação ficta, que se aperfeiçoa com a publicação de editais. Como eles são públicos e devem receber ampla divulgação presume-se que o réu tenha tomado conhecimento;
Cabe em todos os tipos de processo, desde que preenchidos os requisitos do art. 256, o que inclui os processos de execução e ações monitórias. 
Citação por edital
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O art. 256, do CPC, enumera as situações em que o juiz deferirá a citação por edital:
Quando desconhecido ou incerto o réu:
O autor da demanda deve ser sempre identificado. Mas não o réu;
Há casos em que o destinatário da citação poderá ser desconhecido;
 O réu é desconhecido quando não se sabe quem deve ser citado. Diz-se incerto quando não se sabe sequer se haverá réu; 
Há casos em que o citando não é identificado ou qualificado, mas a citação pessoal é possível. Nestes casos o oficial de justiça pode ir ao local e cumprir o mandado. Somente se a citação por mandado se inviabilizar é que será deferida a publicação do edital.
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A causa mais comum da citação por edital é a impossibilidade de localizar o réu;
O §1° do art. 256 equipara a local inacessível o país que recusar
o cumprimento de carta rogatória;
A redação do art. 257, I, parece estabelecer que, para o deferimento da citação por edital bastaria a afirmação do autor, ou a certidão do oficial de justiça, quanto às circunstâncias previstas no art. 256, incs. I e II. Mas não é assim;
O juiz só deferirá a citação por edital quando o réu tenha sido procurado, sem êxito, em todos os endereços constantes dos autos, e quando houverem sido esgotadas as possibilidades de localizá-lo;
Ela há de ser sempre excepcional e, antes de deferi-la, o juiz deve avaliar se não há alguma maneira de conseguir quer a citação seja feita por carta ou por oficial de justiça;
Quando o local da citação for inacessível a notícia da citação do réu será divulgada por rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão (§2º do art. 256);
Quando ignorado, incerto ou inacessível:
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Há casos em que a lei determina que as citações se façam por edital, como nas ações de usucapião e os dispostos no art. 259;
O edital deve ser publicado na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos autos; O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja feita também em jornal local de ampla circulação ou por outros meios, considerando as peculiaridades da comarca, da seção ou da subseção judiciárias. 
O juiz fixará o prazo do edital que pode variar entre 20 e 60 dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira; 
Vencido o prazo do edital fluirá o prazo de resposta do réu. Caso ele fique revel haverá necessidade de nomeação de curador especial já que a citação é ficta. 
Nos casos expressos em lei:
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O processo eletrônico foi introduzido em nosso ordenamento jurídico pela Lei n. 11.419/2006. De acordo com o art. 9° da lei, nele, todas as citações serão feitas por meio eletrônico. Mas, quando, por motivo técnico, isso for inviável far-se-á pelos meios convencionais;
A citação por meio eletrônico pressupõe que o réu esteja credenciado pelo Poder Judiciário, na forma do art. 2° e seus parágrafos, da Lei n. 11.419/2006, caso em que será enviada ao endereço eletrônico dele.
 A citação eletrônica deve observar as exigências do art. 5º da Lei n. 11 .419/2006.
Citação por meio eletrônico
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 Efeitos da citação (art. 240, CPC)
 Completa a relação jurídica processual;
 Induz litispendência; 
A citação válida induz litispendência, o que é relevante quando houver a propositura de ações idênticas, em juízos diferentes;
Uma delas haverá de ser extinta sem julgamento de mérito, por força do disposto no art. 485, V, do CPC;
Para se decidir qual é preciso verificar em qual delas se verificou a primeira citação válida. Esta prevalecerá, a outra será extinta;
A litispendência não se confunde com a propositura da demanda, que, nos termos do art. 312, ocorre desde a petição inicial for protocolada;
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A citação válida faz litigiosa a coisa, o que traz consequências importantes para o processo;
A aplicação dos arts. 109 e 792, I e IV, do CPC, a pressupõe:
Só há fraude à execução depois que o devedor citado, aliena o bem discutido na ação real;
Ou quando vende bens de seu patrimônio, tornando-se insolvente;
Se a alienação ocorrer antes da citação válida do devedor, poderá haver fraude contra credores, mas não à execução.
Torna litigiosa a coisa; 
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A prescrição é a perda da pretensão, não exercida dentro do prazo estabelecido em lei. Mais que um efeito processual, a interrupção é efeito material da citação, e se justifica porque a prescrição pressupõe a inércia do titular da pretensão;
Se dentro do prazo estabelecido em lei, o titular ajuíza ação, na qual o réu é citado, deixa de haver inércia, e o prazo é interrompido.
 Não é a citação que interrompe a prescrição, mas o ato que a ordena. A data da interrupção, porém, será a da propositura da ação (art. 240, §1º, CPC);
 O Novo CPC adota regra idêntica à do Código Civil (art. 202, I), resolvendo a divergência que havia ao tempo do CPC/73, que atribuía à citação o efeito de interromper a prescrição, e não ao ato que a ordena.
Interrupção da prescrição
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A propositura da demanda dentro do prazo impede que se verifique também o prazo decadencial;
Para que haja decadência, é indispensável que o direito potestativo não seja exercido no prazo legal;
A decadência é um prazo extintivo, aplicando-se o §4º do art. 240, CPC, e consequentemente as demais regras dispostas no mesmo artigo. 
 A decadência não se interrompe, sendo termo incorreto para se utilizar em matéria de decadência. Fala-se que a propositura da demanda obsta, e não interrompe, o prazo decadencial.
Importante:
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Efeito material e não processual, da citação válida. As consequências da mora são aquelas previstas pelo Código Civil. A citação só constituirá o devedor em mora se ele já não o estiver anteriormente;
Nas obrigações com termo certo de vencimento, ela se constitui de pleno direito pelo transcurso do prazo estabelecido para cumprimento sem necessidade de notificação ou interpelação do devedor (mora ex re). Nesse caso, quando ele for citado, já estará em mora, porque a obrigação não foi cumprida na data prevista;
Se a obrigação não tem termo certo de vencimento, a mora depende de prévia notificação (mora ex persona). Sem a prévia notificação, o devedor só estará em mora depois de citado;
Nas obrigações por ato ilícito, o devedor estará em mora desde a data do evento danoso, nos termos da Súmula 54 do STJ: “Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual;
A constituição do devedor em mora
Importante: A data em que o devedor incorre em mora é relevante, entre outras coisas, para a fixação dos juros de mora. Não havendo mora anterior os juros moratórios só serão devidos a partir da citação Mas, se o devedor já estiver em mora antes, os juros serão devidos desde então. 
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Intimação
“É o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo”. Assim como a citação, a intimação também é conceituada pelo legislador, no art. 269 do CPC. 
 A intimação é, em regra, dirigida ao advogado das partes, para a prática de atos que exijam capacidade postulatória; Quando há necessidade de uma parte fazer ou deixar de fazer algo pessoalmente, a intimação é dirigida a esta. 
 O novo CPC, em seu art. 270, dispõe que as intimações se realizarão no meio eletrônico sempre que possível; Quando não puder ser realizada desta forma, determina o legislador que a mesma se realize através da publicação dos atos no órgão oficial (art. 272, CPC);
 O juiz determinará de oficio as intimações em processos pendentes, salvo disposição em contrário (art. 271, CPC); 
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Formas de intimação
 Por meio eletrônico;
Pela publicação no Diário oficial;
Pelo correio;
Por mandado, inclusive com hora certa em caso de ocultação;
Por edital;
 Intimação por meio eletrônico (art. 270, CPC)
 Essa espécie de intimação vem regulada pela lei n. 11.419/2006. Pode ser feita com a publicação no Diário Oficial Eletrônico, ou mediante utilização de portal próprio, pra aqueles que se cadastrarem junto ao
Poder Judiciário, caso em que será dispensada a publicação no Diário Oficial Eletrônico; 
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 Intimação pela publicação no Diário Oficial (art. 272, CPC)
 O legislador prevê que não sendo possível a realização da intimação pelo meio eletrônico, se realize através da publicação dos atos no órgão oficial. Considera-se feita a intimação na data da publicação do Diário Oficial.
 Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou , se assim requerido, da sociedade de advogados;
 Intimação pelo correio (art. 274, CPC)
 “Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus representantes legais, aos advogados e aos demais sujeitos do processo pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria”.
 A carta deve ser expedida com aviso de recebimento;
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 Intimação por mandado
 O art. 275 restringe a intimação por mandado apenas à hipótese em que a por meio eletrônico ou correio tenham-se frustrado; 
 Mas tem-se estendido, de acordo com Marcus Vinicius Rios Gonçalves, o seu cabimento também à hipótese em que a parte que requereu a intimação prefira que ela se realize assim; 
 O oficial de justiça deve cumprir os requisitos do art. 275, §1º, CPC;
 Caso necessário, a intimação poderá ser feita com hora certa (havendo suspeita de ocultação), realizada da mesma forma que a citação, ou por edital; 
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A intimação é, em regra, dirigida ao advogado das partes, mediante publicação no órgão oficial de imprensa, salvo quando a lei exigir que seja pessoal, como ocorre, por exemplo, para o autor dar andamento ao feito em 48 horas sob pena de extinção sem resolução de mérito ou a dirigida às partes para prestar depoimento pessoal, sob pena de confissão.
 Ao Ministério Público, à Defensoria Pública, e à Advocacia Pública, aplica-se o disposto no §1º do art. 246, que obriga as empresas públicas e privadas (com exceção das de pequeno porte) a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio. 
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“A segunda etapa da fase postulatória é a da apresentação da resposta pelo réu. Essa fase presta-se a que ambos os litigantes – autor e réu – tenham oportunidade de manifestar-se, apresentar a sua versão dos fatos, e formular eventuais pretensões ao juízo”.
Considerações gerais
O réu é citado para defender-se. A lei processual prevê numerosas condutas que podem ser consideradas formas de resposta. 
A lei não compele o réu a defender-se, mas apenas estabelece consequências para a sua inércia.
Resposta do Réu
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 Continuação:
Havendo opção do réu pela resposta, deverá essa ser apresentada, em petição escrita, no prazo de quinze dias;
Quando forem citados para a ação vários réus, o prazo para responder poderá ser comum (de quinze dias) ou não. Será comum quando todos estiverem representados pelo mesmo advogado ou pelo mesmo grupo de profissionais. O prazo será em dobro (trinta dias) quando os litisconsortes (réus) tiverem procuradores diferentes (art. 229, CPC). 
Quanto à contagem do prazo para resposta na hipótese de litisconsortes passivos, sempre iniciará da juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido (art. 231, §1º, CPC). 
Se a audiência preliminar não for designada e o autor desistir do processo em relação a um dos réus não citados, o prazo para contestação correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência (art. 335, §2º, CPC);
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 Espécies de Defesa
 Defesa Processual
São as defesas que têm por objeto os requisitos de admissibilidade da causa. Dizem respeito a questões puramente processuais. Pode ser dilatória ou peremptória, é sempre indireta pois não ataca o mérito.
Defesa
Dilatória
Peremptória
De mérito
“É a defesa que não atinge a relação processual, mas apenas prorroga o seu termino”. Apenas dilata no tempo o exercício do direito;
“É a defesa que, se acolhida, extingue imediatamente a relação processual. É o que ocorre quando se reconhece a litispendência, a coisa julgada, a convenção de arbitragem e a ausência de legitimidade ou de interesse processual (art. 337, VI, VII, X e XI)”. 
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 “Dirige-se contra a pretensão do autor, destina-se a obter sentença que componha a lide, porém julgando improcedente o pedido formulado na inicial”. 
 O demandado opõe contra a pretensão deduzida em juízo pelo demandante (objeto litigioso), quer para neutralizar os seus efeitos, quer para retardar a produção destes mesmos efeitos.
Importante: A defesa de mérito pode ser direta ou indireta. Será direta quando o réu negar o fato constitutivo do direito do autor, ou reconhecer o fato, mas negar as consequências a ele atribuídas. Será indireta quando o réu, sem negar o fato constitutivo do direito do autor, invoca outro, impeditivo (incapacidade do contratante, etc), modificativo (novação, e caso fortuito, etc) ou extintivo (prescrição, pagamento ou remissão, etc). 
 Defesa de mérito
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Prazo para contestar 
“A contestação está para o réu como a petição inicial está para o autor. Trata-se do instrumento do exercício do direito de defesa. É por ela que o réu apresenta a sua defesa”.
 O prazo para apresentação da contestação é de quinze dias (art. 335, caput, CPC); 
 Se o réu for o Ministério Público (art. 180, CPC), ente público (art. 183), réu representado por defensor público (art. 186, CPC) ou litisconsorte com advogado diferente de outro litisconsorte (art. 229, CPC), o prazo é de trinta dias; 
 O termo inicial da contagem do prazo para apresentação da contestação é definido no art. 335 do CPC, em seus incisos;
Contestação 
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A contestação se subordina ao chamado princípio da eventualidade ou da concentração, segundo o qual toda a matéria defensiva deve ser exposta no momento oportuno (art. 336, CPC), ainda que haja contradição entre uma e outra defesa (cumulação imprópria de defesas);
O art. 337 enumera as preliminares, questões que devem ser apreciadas pelo juiz antes de passar ao exame de mérito. São as defesas de cunho processual.
Para evitar os efeitos da revelia, não basta defender-se, é indispensável que impugne o réu todos os fatos narrados na petição inicial, sob pena de presumir verdadeiro o fato não impugnado. É o ônus da defesa especificada, inserto no art. 341 do CPC;
Apresentada a contestação, o réu não mais poderá alterá-la ou aditá-la, ainda que no prazo (preclusão).
 O ônus da impugnação especificada não se aplica ao defensor público, advogado dativo ou curador especial (art. 341, parágrafo único, CPC); 
 Considerações gerais
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Apenas em casos excepcionais é permitido aduzir defesa após a contestação. Só é permitido que se alegue depois da contestação: fatos supervenientes (art. 342, I); Fatos que competem ao juiz conhecer de ofício (art. 342, II); Ou quando a lei expressamente permitir que as alegações possam ser feitas
a qualquer tempo e grau de jurisdição (art. 342, III); 
Sobre a matéria relativa a pressupostos processuais, perempção, litispendência, coisa julgada e ausência de legitimidade ou de interesse processual, não ocorre o fenômeno da preclusão. Em qualquer tempo e grau de jurisdição, pode ser examinada ou reexaminada, independentemente de provocação das partes (art. 485, §3º, CPC).
Importante:
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 A contestação pode ser indeferida se for intempestiva ou se, por exemplo, não ficar comprovada a regularidade da representação processual da parte;
 Se o réu se apresenta sem advogado, não deve o juiz indeferir a contestação; deve nomear um advogado dativo, que pode ser um defensor público, para ratificar a peça de defesa;
 O aditamento da contestação só é possível nos casos que excepcionam a regra da eventualidade, como visto anteriormente, no art. 342; 
 Os requisitos da contestação são semelhantes aos da petição inicial: nome e prenome das partes; endereçamento ao juízo da causa; documentos indispensáveis; requerimento de provas; dedução dos fatos e fundamentos jurídicos da defesa; 
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Se não for admissível a confissão dos fatos: é o que ocorre com os direitos indisponíveis, como o estado e a capacidade da pessoa;
Se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato: é o caso da escritura pública para provar domínio de bem imóvel;
Se os fatos alegados na inicial estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público.
Em determinadas hipóteses, a falta de impugnação do fato não produz os efeitos da revelia (art. 341 do CPC).
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“É a ação proposta pelo réu (reconvinte) contra o autor (reconvindo) no mesmo processo, isto é, pode o réu, no momento da resposta formular pretensão contra o autor, desde que haja conexão com a causa principal ou com o fundamento da defesa”.
Importante: Trata-se de uma faculdade. Se não for proposta a reconvenção, nenhum prejuízo acarretará para o réu, uma vez que este pode propor ação autônoma, a qual, em face da conexão, será julgada simultaneamente com a ação principal, tal como a reconvenção.
“O fundamento do instituto está no princípio de economia processual, com que se procura evitar a inútil abertura de múltiplos processos entre as mesmas partes, versando sobre questões conexas, que muito bem podem ser apreciadas e decididas a um só tempo”.
Reconvenção
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 A reconvenção pode ser demanda de qualquer natureza: declaratória, condenatória ou constitutiva;
 Trata-se de incidente processual que amplia o objeto litigioso do processo.
 A reconvenção é demanda nova em processo já existente;
 A decisão que do magistrado que indefere a petição inicial da reconvenção não extingue o processo, é decisão interlocutória;
 A reconvenção e ação principal hão de ser julgadas na mesma sentença, embora sejam autônomas: não há obrigatoriedade de ambas terem seus respectivos méritos apreciados, pois pode o autor desistir da demanda principal ou ela não ser apreciada por algum defeito que comprometa a sua admissibilidade (art. 343, §2º, CPC);
 As regras sobre a petição inicial e o pedido aplicam-se à reconvenção;
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 Pressupostos específicos da reconvenção:
Permite-se que a reconvenção tanto possa ser proposta pelo réu e um terceiro em litisconsórcio, como possa ser proposta pelo réu contra o autor e um terceiro (art. 343, §§ 3º e 4º, CPC);
Se o réu quiser reconvir em face do substituto processual, deverá fundar o seu pedido em pretensão que tenha em face do substituído, desde que para tal pretensão o substituto tenha legitimação extraordinária passiva. Tal regra decorre do §5º do art. 343, CPC; 
Não tem o réu interesse processual para reconvir quando a matéria puder ser alegada em contestação;
A reconvenção deve ser conexa com o pedido ou causa de pedir da ação principal ou com o fundamento da defesa (art. 343, caput, CPC);
O juiz da causa principal deve ser o competente para a reconvenção.
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Importante:
Além dos requisitos específicos e em face da autonomia da reconvenção, o manejo dela exige a presença de todos os requisitos necessários à propositura de uma ação, tais como os pressupostos processuais;
A reconvenção deve ser apresentada no mesmo prazo da contestação e na mesma peça em que ela é apresentada (art. 343, caput, CPC); Os prazos especiais de defesa, já vistos, se estendem à reconvenção; 
O reconvindo é intimado, na pessoa do advogado, para contestar a reconvenção no prazo de quinze dias. Não se fala em citação, porquanto o reconvindo (autor) já tem advogado nos autos.
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É admissível reconvenção em ação declaratória (Súmula 258 do STF);
Não cabe reconvenção no processo cautelar, nem no executivo;
Na ação de prestação de contas, dada sua natureza dúplice, é inadmissível e inócua a reconvenção;
Não cabe reconvenção para pleitear o mesmo que a contestação proporcionaria ao réu reconvinte, se acolhida;
Se a Justiça Estadual é competente para conhecer da ação, e a Justiça Federal da reconvenção, esta não cabe.
 Jurisprudência acerca da reconvenção:
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A Revelia decorre da ausência de resposta, em qualquer uma das suas modalidades. É um ato-fato processual, consistente na não apresentação tempestiva da contestação (art. 344, CPC).
Importante: O réu que não compareceu a juízo para fazer denunciação da lide, chamamento ao processo, impugnação ao valor da causa, reconhecer a procedência do pedido, bem como para contestar, ou reconvir, é revel. 
 Não se pode confundir a revelia, que é um ato-fato, com a presunção de veracidade dos fatos afirmados pelo autor, que é um de seus efeitos. A revelia não é um efeito jurídico;
Revelia
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Efeito material: presunção de veracidade das alegações de fato feitas pelo autor (art. 344, CPC); 
 Efeito processual: Os prazos contra o réu revel que não tenha advogado fluem a partir da publicação da decisão (art. 346, CPC);
 Possibilidade de julgamento antecipado do mérito da causa, caso se produza o efeito material da revelia (art. 355, II, CPC);
A eficácia da revelia, como se pode ver, é muito drástica para o réu-revel. Por isso, o legislador, a doutrina, e a jurisprudência criaram mecanismos para temperar tais efeitos, mitigando o rigor no tratamento do réu. 
Efeitos da revelia
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Se, havendo pluralidade de réus (e unicidade e indivisibilidade do objeto da demanda), e algum dos litisconsortes contestar a ação, não haverá presunção de veracidade;
Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis (direito não patrimonial, ou patrimonial com titularidade atribuída a incapaz); 
Se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato (quando o documento público for da substância do ato);
Se as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.
Igualmente, não incide a presunção de veracidade quando, embora revel o réu, o assistente simples

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