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Crises Convulsivas

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Crises Convulsivas 
É uma alteração cerebral provocada por uma descarga excessiva e síncrona em um grupo de neurônios, sendo chamada de convulsão quando há sintomas motores. Em crises convulsivas, o pós-ictal é caracterizado por sonolência. Em crianças o córtex ainda se apresenta em desenvolvimento, possibilitando que as descargas passem rápido e bilateralmente, além disso ele ainda é mais suscetível a infecções, que geralmente provocam febre alta (>38,5), um fator predisponente para a ocorrência de crise convulsiva. O limiar epileptogênicos é mais baixo, com a excitação aumentada e a inibição diminuída. Há dúvidas ainda sobre a relação entre o rápido aumento da temperatura ou a alta temperatura atingida no desencadeamento da convulsão. Ocorre em 2,5% das crianças, sendo mais comum entre 6m-5a, com o pico ocorrendo aos 18m. Tem maior risco para desenvolvimento de epilepsia. 
* não causa danos neurológicos
É associada a doença febril, mas não a doenças do SNC. Deve-se sempre excluir epilepsia (convulsão afebril).
21% das convulsões ocorrem na 1h de febre; 57% entre 1-24h de febre; 22% após 24h de febre.
A forma mais comum de crise convulsiva é a TÔNICO-CLÔNICO GENERALIZADA de curta duração e com movimentos de MsIs e MsSs, desvio da comissura labial e liberação esfincteriana, que é seguida de letargia e sonolência. Pode também se apresentar com um olhar parado, desvio conjugado do olhar, hipertonia, hipotonia e abalos clônicos. Deve ser sempre classificada em simples (generalizada, curta duração, <15min, sem recorrência em 24h, presença de doença febril aguda, ausência de infecção no SNC) ou complexa (convulsão focal ou generalizada, dura >15min, recorrência em <24h, paralisia de Todd – hemiparalisia ou hemiplegia que duram até 48h após a convulsão -, anormalidades neurológicas no pós-ictal).
Etiopatogenia: infecção que provoca febre, sendo mais comum em IVAS, amigdalite e OMA => 86% das vezes a infecção é viral => tto: AP
* Exantema súbito/roséola infantum => HSV 6
* DTP (febre decorrente do componente pertussis: coqueluche) e 14d após a tríplice viral
* se presença de meningite, a convulsão pode ser desencadeada pela irritação meníngea, e não pela febre associada
* HF
Recorrência: 1ª crise <18m, meninos, HF de convulsão febril ou epilepsia, anormalidade no DNPM, duração da febre <1h antes da 1ª convulsão => se pelo menos um fator, realizar profilaxia 
Diagnóstico: clínico => sempre pesquisar sinais meníngeos e examinar fontanelas 
Investigação: PL (se sinais meníngeos, em uso de ATB, <18m), fundo de olho (papiledema => HIC), TC e RNM (quando variação tamanho da cabeça, crises complexas, alteração focal, sinais de HIC), EEG após resolução da febre
* crises complexas: TC e RNM, EEG (identificar encefalite), PL (suspeita infecção SNC)
EEG na crise febril: feita quando há suspeita de encefalite, retardo DNPM, HF de epilepsia, crises recorrentes, déficit neurológico => lentificação presente após até 1sem
Tto fase aguda (>3min): vias aéreas pérvias, Fr, FC, satO2, oxigenioterapia, acessos venosos, dipirona 0,03mg/kg/dose EV => se durar mais de 3min, DZP 0,2-0,3mg/kg EV ou 0,5mg/kg VR ou MZL 0,2-0,7mg/kg EV, IM ou VR
Profilaxia: Nunca se trata a primeira crise. Não devem ser usadas em crises convulsivas simples, sendo recomendado apenas para quem tem alta chance de recorrência. A profilaxia continua é indicada apenas quando se sabe que a temperatura sobe muito rápido e não se consegue perceber (Fenobarbital: <2a, 3-5mg/kg/d VO, efeitos colaterais em 60% dos casos, gerando hiperatividade, irritabilidade, distúrbios do sono, queda de QI (reversível); Valproato: >2a, 15-60mg/kg/d VO, risco de hepatite fulminante, intolerância gástrica, ganho de peso e queda de cabelo) => DZP supositório infantil 12 mg/supositório (= 0,5-1mg/kg/d, em 2-3 tomadas = 0,33mg/kg 8/8h, mantida 24h após término da febre) 
* único tto que evita com certeza a recorrência é o anticonvulsivante

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