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Resenha - NOVOS PRESSUPOSTOS PARA A TEMÁTICA DOS DIREITOS HUMANOS

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NOVOS PRESSUPOSTOS PARA A TEMÁTICA DOS DIREITOS HUMANOS
Referência: WOLKMER, Antonio Carlos. Novos Pressupostos para a Temática dos Direitos Humanos. In: RÚBIO, David Sanchez; FLORES, Joaquín Herrera; CARVALHO, Salo de (Org.). Direitos Humanos e Globalização: Fundamentos e Possibilidades desde a Teoria Clássica. 2. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2010. Cap. 1. p. 13-29. Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/direitoshumanos.pdf>. Acesso em: 01 out. 2015.
Introdução: Com exigência da sociedade, nascem diariamente novas necessidades e essas, quando coletivamente apoiadas, se tornam direitos que devem ser preservados. Favorecidos pelos ideais da cultura liberal-burguesa e pela doutrina jusracionalista, começam a nascer os direitos do homem. Com início no surgimento dos direitos civis, período após período, “novos” direitos são adquiridos e devem ser repassados pelas gerações. Surge então o termo “gerações de direitos”, divididos em três partes inicialmente: direitos de primeira, segunda e terceira geração ou dimensão. Dimensão: conceito de que os direitos não ficam estagnados em sua época de criação, mas são aprimorados e complementados ao longo do tempo com o surgimento de novas necessidades. Por isso, a mudança do termo “gerações” para “dimensões”
1. Primeira dimensão: Direitos Civis e Políticos.
Direitos individuais do homem, ligados a sua liberdade, igualdade, segurança, etc. São relativos e pertinentes ao ser humano, naturais, inalienáveis e imprescritíveis. Iniciados ao longo dos séc. XVIII e XIX. Tem por fontes da positivação desses direitos as declarações de direitos da Virgínia (1776) e da França (1789), Constituição Americana de 1787 e Constituições Francesas de 1791 e 1793. Como fonte mais importante está o Código Napoleônico de 1804.
2. Segunda dimensão: Direitos Sociais, Econômicos e Culturais.
Direitos que tem por princípios a igualdade entre os cidadãos, a liberdade de cultura e as diversas economias empregadas. Analisa as relações entre o capital e o trabalho, o capitalismo, as correntes socialistas, anarquistas e reformistas. É gerado entre a segunda metade do séc. XIX e primeiras décadas do séc. XX. São várias as fontes dessa segunda geração como a doutrina católica de 1891, Revoluções Mexicana (1911) e Russa (1917), economia impactada com o keynesianismo, etc. Nascem o Direito do Trabalho com a Organização Internacional do Trabalho e o Direito Sindical com o movimento sindical ganhando força internacional. Positivadas principalmente na Constituição Mexicana (1917), Alemã de Weimar (1919), Espanhola (1931) e no Texto Constitucional de 1934 do Brasil.
3. Terceira dimensão: Direitos Coletivos e Difusos
Nos direitos coletivos não se considera o homem como o centro. Tudo está relacionado e interligado à família, povo, nação e ambiente. O que acontece no meio repercute nos indivíduos, seja algo que satisfaça ou agrida sua vontade e/ou necessidade. São alvos dos direitos de terceira dimensão o meio ambiente sadio, a paz, o desenvolvimento, a qualidade de vida, etc. Ganham maior desenvolvimento logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, os direitos relacionados ao meio ambiente e ao consumidor. Está fundamentado dentro da Lei da Ação Civil Pública, na Constituição Brasileira de 1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente, assim como no Código de Proteção e Defesa do Consumidor.
4. Atualmente, além das 3 (três) dimensões dos Direito, encontramos mais duas ganhando forma e força: (4ª) Dimensão de Direitos da Bioética e (5ª) Dimensão de Direitos Virtuais. Entretanto, há doutrinas que dizem que os direitos de 4ª e 5ª dimensão podem ser incorporados como complementos dentro dos direitos de 1ª, 2ª e/ou 3ª dimensão.
Quarta geração: Direitos da Bioética.
Tudo que se refere à vida está, ou antes deveria estar, presente nos direitos da bioética. Surgiram no fim do século XX as discursões sobre uma forma de controlar os experimentos que pudessem violar os princípios da vida, segurança, etc. As pesquisas durante a II Guerra Mundial, a “clonagem” da ovelha Dolly e a procriação assistida foram alguns dos debates levados e consideração para a formação do Direito da Bioética. O Código de Nuremberg de 1947, Declaração de Helsinque de 1964, Lei Brasileira de Biossegurança e a Lei da Doação de Órgãos são algumas fontes de direitos e prevenção da segurança da vida e integridade (física, emocional e moral).
5. Quinta geração: Direitos Virtuais
Com o início do uso de espaços virtuais, ficou claro a importância de cuidar daqueles que “navegam” nesse espaço. Com o início do séc. XX, começou a evolução das tecnologias e, na atualidade, surge a importância de regular os meios e os indivíduos que usam essas tecnologias. Como ainda é algo novo, dificilmente é encontrado alguma fonte legislativa quanto ao uso da internet, porém várias jurisprudências e doutrinas já existes. Alguns projetos de Leis estão tramitando no Congresso Nacional, com foco principal em pornografia e violência pelas redes eletrônicas.
6. Com o surgimento contínuo e permanente de novas necessidades, é importante manter os direitos e as formas de adquiri-los aberto. A ordem constitucional deve buscar abarcar instrumentos flexíveis e para a participação da comunidade na produção legal de novos direitos.

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