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DESGASTE NA USINAGEM AVARIAS E DESGASTE DAS FERRAMENTAS DE CORTE 1 1) Avarias nas ferramentas de corte � Corte contínuo ◦ Avarias no corte contínuo são muito raras, exceto: - condições de corte abusivas; - geometria da ferramenta inapropriada; - defeito de fabricação de ferramenta; 2 � Corte interrompido (fresamento) ◦ Favorecem o surgimento de lascamento, trincamento, quebras; ◦ O desgaste será uniforme na superfície de folga ou saída, apenas se a ferramenta de corte possuir tenacidade suficiente para resistir aos choques mecânicos e térmicos 3 � Influência da temperatura no corte interrompido ◦ Flutuação cíclica das temperaturas ◦ Aumentam no tempo ativo e diminuem no tempo inativo ◦ Geração de calor no ciclo ativo e resfriamento no ciclo inativo 4 5 Variação cíclica da temperatura de corte no processo de corte interrompido Curvas: (a) Corte contínuo: elevação rápida da temperatura durante o corte; (b) Resfriamento quando cessado o corte; (c) Corte interrompido: aquecimento no ciclo ativo e resfriamento no ciclo inativo 6 Variação cíclica da temperatura de corte no processo de corte interrompido (curvas teórica e experimental) Tempo de ciclo de 1,5s; Tempo de aquecimento ta =0,47s; Tempo de resfriamento tr= 1,03s ◦ A distribuição de temperaturas depende de: � Velocidade (principal fator) � Avanço � Relação entre tempo ativo e inativo � Materiais da ferramenta de corte e da peça ◦ As variações cíclicas da temperatura provoca tensões cíclicas na região de corte da ferramenta 7 ◦ Os ciclos de aquecimento e resfriamento são responsáveis pelas trincas e fadigas de origem térmicas. ◦ Acesso irregular do fluido de corte também provocam: � variações de temperatura � fadiga térmica � sulcos em forma de pentes 8 9 Sulcos desenvolvidos em forma de pente 10 2) Desgaste nas ferramentas de corte ◦ Desgaste progressivo nas superfícies de folga e de saída da ferramenta. ◦ Formas de desgaste: � A: de cratera � B: de flanco � C,D: de entalhe 11 Principais áreas de desgaste de uma ferramenta de corte 12 Desgaste de cratera Desgaste de entalhe 13 Desgaste de flanco 3) Mecanismos de desgaste nas ferramentas de corte 14 Principais áreas de desgaste de uma ferramenta de corte Attrition = adesão e arrastamento 1.Ocorre mais provavelmente na usinagem de metais com alto ponto de fusão, em ferramentas de aço rápido. 2.As tensões de cisalhamento na interface cavaco- ferramenta são suficientes para causar deformação plástica superficial. 3.Devido às altas temperaturas ali desenvolvidas, a resistência ao escoamento do material da ferramenta, próximo à interface, é reduzida. 4.Como consequência, material é arrancado da superfície da ferramenta, formando-se assim uma cratera. 15 Deformação plástica superficial por cisalhamento a altas temperaturas 1. Ocorre na usinagem dos materiais de alta dureza . 2. A combinação de altas tensões de compressão, com altas temperaturas na superfície de saída, pode causar a deformação plástica da aresta de corte das ferramentas de aço-rápido ou metal duro. 3. Geralmente, ocorre, a altas velocidades de corte e avanço e leva a uma falha catastrófica. 16 Deformação plástica da aresta de corte sob altas tensões de compressão 17 Deformação plástica da aresta de corte sob altas tensões de compressão 1. Envolve a transferência de átomos de um material para outro e é fortemente dependente da temperatura e da solubilidade dos elementos envolvidos na zona de fluxo. 2. Como se processa a nível atômico, no microscópio as áreas desgastadas por difusão tem uma aparência muito lisa. 3. Pode atuar nas superfícies de saída e de folga 4. A taxa de desgaste aumenta com a velocidade de corte e o avanço. 18 Desgaste Difusivo 19Desgaste Difusivo 1. Ocorre, geralmente, a baixas velocidades de corte, onde o fluxo de material sobre a superfície de saída da ferramenta se torna irregular. 2. Fragmentos microscópicos são arrancados da superfície da ferramenta e arrastados junto ao fluxo de material adjacente à interface. 3. Como este mecanismo se processa a nível de grãos, no microscópio, as áreas desgastadas por attrition tem uma aparência áspera. 20 Desgaste por adesão (aderência) e arrastamento: Attrition 21 22 1. Envolve a perda de material por microsulcamento, microcorte ou microlascamento, causados por partículas de elevada dureza relativa. 2. Estas partículas podem estar contidas no material da peça (óxidos, carbonetos e carbonitretos), ou são partículas da própria ferramenta que são arrancadas por attrition, por exemplo. 3. É um mecanismo de desgaste muito importante na usinagem com ferramentas de aço rápido, ferramentas revestidas, cerâmicas puras e cerâmicas mistas. 23 Desgaste abrasivo 24 1. Ocorre, principalmente, na usinagem de materiais resistentes a altas temperaturas (ligas de níquel, titânio, cobalto e aço inoxidável). 2. Geralmente, prevalecem condições de escorregamento, envolvendo abrasão e transferência de material (difusão e attrition), influenciados pelas interações com a atmosfera. 3. Existem evidências que óxidos se formam continuamente e se aderem na ferramenta nestas regiões. A quebra das junções de aderência entre os óxidos e a ferramenta pode, ocasionalmente, remover material da superfície. 25 Desgaste de Entalhe 26 Em geral os três primeiros mecanismos de desgaste, somados ao desgaste por oxidação, são mais importantes a altas taxas de remoção de material, onde ocorrem altas temperaturas. Os três últimos são mais comuns a baixas velocidades, onde a temperatura de corte é baixa o suficiente para evitar os três primeiros. 27 Comentários sobre os mecanismos de desgaste nas ferramentas de corte 1) SANTOS, Sandro Cardoso; SALES, Wisley Falco. Aspectos Tribológicos da Usinagem dos Materiais. São Paulo: Artliber, 2007, 246 p. 2) DE MELO, A.C.A., FRANCO, S.D. e MACHADO, A.R., Estudo da Formação de Trincas de Origem Térmica no Fresamento" Congresso Nacional de Engenharia Mecânica , Proceedings of the CONEM 2000, Vol. 1, Natal RN – Brazil, 2000. 28 Referências
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