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Pessach 2017 A 5a pergunta

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Pessach 2017 
A 5a pergunta: estrangeiros fomos, hoje o que nos move?
BLOCO 1 - Recepção/apresentação (~20’) 
Explicar o que é Pessach e por que é celebrado (fala curta)
Boa noite,
Em Pessach comemoramos a Liberdade do nosso povo, antes subjugado à escravidão no Egito. É o momento em que ratificamos a nossa memória, nossa identidade, para que jamais esqueçamos quem somos, o que fomos e o que devemos ser.
Estas festividades mantém viva a necessidade da eterna vigilância e luta do homem pela causa da liberdade e dignidade humana. No Seder de Pessach, que quer dizer “ordem”, fazemos uma cerimônia especial, refletindo sobre a sequência, a ordem dos passos e dos caminhos que devemos seguir para nos tornarmos livres.
A identificação com o passado de nosso povo nos ajuda a apreciar melhor a liberdade e a compreender e se solidarizar com o sentimento das pessoas que continuam vivendo à sombra de tiranos, opressores e ditadores.
E é para eles que dedicamos a nossa história de hoje, para que sigam os passos em busca de serem os protagonistas de sua vida, pela liberdade que é inerente à condição humana. ESCRAVOS FOMOS, AGORA SOMOS LIVRES!
 
“A coisa mais dolorosa sobre ser um refugiado é acordar um dia e perceber que perdeu toda a sua liberdade, que não pode mais decidir nada sobre sua vida. É como se tudo tivesse se fechado na sua cara, então não há mais nada além do mar. Não tem nada além do mar como caminho para partir e ser livre”
2. Porque estrangeiros fomos, o que nos move? 
Este é um momento de reflexão, de conversa, a respeito do episódio mítico do êxodo do Egito que celebramos em Pessach. Normalmente, famílias se sentam ao redor de uma mesa em seus sedarim para lembrar, na noite de Pessach, segundo uma ordem rígida, da onde vem a palavra seder, a narrativa do cativeiro, da luta pela liberdade e sua saída do Egito. Hoje, nós convidamos vocês não a um seder, com sua ordem, mas a uma reflexão, uma conversa. 
Em Pessach temos a obrigação de reviver a memória da escravidão e da libertação. Somos instados à comemorar a liberdade conquistada. Todas as noites de Pessach, as crianças perguntam a seus pais as quatro perguntas para entender porque essas noites são diferentes de todas as outras: 
Todas as noites não submergimos alimentos. Porque é que fazemos duas vezes esta noite?
Porque é que todas as noites comemos chametz e matzá e nesta noite somente matzá?
Todas as noites comemos todo o tipo de verduras. Porquê esta noite somente ervas amargas?
Todas as noites comemos sentados ou recostados. Porquê esta noite somente recostados?
Nós lembramos esse episódio recorrendo a uma série de alimentos simbólicos. Os três fundamentais são a matzá, o marór e o charosset. Eles nos remetem respectivamente à argamassa com que pirâmides eram construídas, ao amargor do cativeiro e à rápida fuga do cativeiro, sem que tivéssemos tempo de fermentar os pães (daí o pão ázimo). E nesse momento comemos-los.
Mas esta noite, como sempre na Casa do Povo, nós queremos propor uma quinta pergunta a partir da memória da escravidão no estrangeiro e da libertação. Por que estrangeiros fomos, o que nos move hoje?
Queremos discutir dois temas que o episódio levanta: primeiro, a luta pela liberdade, a superação do cativeiro, a longa jornada pela liberdade e os princípios morais que se impõem aos que são livres; e depois, refletir sobre a condição do estrangeiro, do migrante, do refugiado, do asilado (condições a que nós, judeus, tantas vezes estivemos condenados), a quem se nega a participação na comunidade nacional. 
BLOCO 2 - Aprofundamento (~ 30’) - Liberdade e sua responsabilidade
A liberdade dos egípcios foi a vitória conquistada a duras penas, e não sem impor uma derrota ao faraó e seu povo; hoje, a liberdade é um direito, assegurado em suas múltiplas acepções, dimensões e manifestações em diversas constituições e documentos internacionais de direitos humanos. 
Eva Illouz, uma eminente socióloga israelense escreve para a hagadá da SISO - Save Israel, Stop the Occupation (organização israelense que luta pelo fim da ocupação dos territórios palestinos), hagadá que está disponível na internet, para quem se interessar, que
Lendo a Hagadá, nós notamos que a derrota dos egípcios é um evento menor em uma narrativa mais ampla. O que ocupa o palco central da história é a descoberta moral e política dos israelitas: eles podem receber e aceitar a Torá, eles podem se tornar “sagrados”, eles podem forjar uma relação com D’us - somente quando adquirirem e encontrarem sua própria liberdade. Tal descoberta não pode jamais ser privada e particular. A liberdade, uma vez experimentada, impõe-se como demanda universal. Em todas as partes do mundo, escravos lembram as palavras poderosas e pacíficas de Moisés, “Deixe meu povo ir”. A Hagadá é, portanto, a narrativa da descoberta da identidade moral, a uma só vez particular e universal, que sempre precede qualquer identidade religiosa per se. Mas esse texto tem outra peculiaridade: não é somente uma história. Ela se pretende a reencenação de uma memória viva. E por que a comemoração? Por que não simplesmente celebrar a liberdade? Isso é porque a liberdade pode trazer consigo o esquecimento da servidão. A liberdade pode tornar as pessoas presunçosas. A liberdade é tão fundamental que, uma vez livres, nós podemos facilmente nos esquecer de como é não ser livre, como é ser detido em postos de controle, ver sua terra tomada e confiscada, ver tribunais sempre do lado do forte, ao invés do justo, ter negada a permissão para trabalhar ou viajar. Sim, a liberdade pode trazer presunção e esquecimento. Lembrar o imenso presente D’us deu aos israelitas é lembrar que não devemos jamais nos tornar construtores de pirâmides, obcecados com nosso próprio poder, incapazes de dar atenção aos clamores e sussurros de sofrimento das pessoas vivendo entre nós.
Não devemos jamais nos tornar construtores de pirâmides, obcecados com nosso próprio poder, incapazes de dar atenção aos clamores e sussurros de sofrimento das pessoas vivendo entre nós… 
O episódio nos lembra que a opressão e a manutenção do cativeiro é pestilenta: doze pragas vitimaram os egípcios. A restrição da liberdade destrói a alma de qualquer comunidade. É assim quer falemos dos povos originários a quem se nega um território, quer falemos dos palestinos, quer falemos dos judeus onde eles foram e são privados de direitos. Livres são os que lembram do preço e da responsabilidade da liberdade. Livres são os que não oprimem, não impõem a outros cativeiros e não utilizam a argamassa para construir pirâmides ou muros.
Em Dona Dona, canção de Sholom Secunda e Aaron Zetlin, um boi que está sendo levado para o mercado para o abate, lamenta não ter as asas da aves para voar livremente. O fazendeiro retruca: pare de reclamar: qualquer um que valorize a liberdade, como os pássaros, aprendem a voar.
Dona dona 
https://www.youtube.com/watch?v=oslEIsL8Mbs
A luta dos hebreus pela liberdade tem inspirado um sem número de outras lutas pela liberdade. Em todas as partes do mundo, escravos lembram as palavras poderosas de Moisés, “Deixe meu povo ir”. 
Let my people go
Vídeo de Samuel
DISCUSSÃO
BLOCO 3 - Aprofundamento 2 (~30’) - Ser estrangeiro
Hoje comemoramos a liberdade, mas a livres são os que não oprimem ou criam fronteiras. Livres são os que podem escolher onde fazer sua casa, seja onde se nasceu, seja no estrangeiro; de se mover ou de ficar. Nós fomos estrangeiros no Egito e as condições de vida eram péssimas…
As fronteiras criam um sem número de estrangeiros, assim como as guerras. Mas às vezes nós transformamos certos grupos, com quem partilhamos um território, em estrangeiros também. As vezes, temos dificuldades de aceitar a alteridade e transformamos as diferenças em exclusões. Produzimos estrangeiros. Foi assim com os judeus em vários momentos da história, privados de direitos, de cidadania. No Egito, como estrangeiros, os hebreus tornaram-se escravos. Lembrar o episódio nos obrigaa refletir sobre esses processos e a tratar qualquer um que se mova e se encontre fora de casa como um irmão.
Quando os judeus deixaram o Egito, não tiveram tempo de levar muito consigo. Não tiveram tempo de fermentar seu pão. Daí porque comemos matzá e somos proibidos de comer, durante toda uma semana, grãos fermentados. 
Hoje, as guerras, conflitos e exclusões continuam arrancando populações de sua casa sem aviso prévio. E hoje, também, eles têm de decidir o que levam consigo, o que deixam para trás...
Poema sobre o que levam -> ACNUR
https://www.youtube.com/watch?v=xS-Q2sgNjl8 
DISCUSSÃO
Gostaríamos de convidá-las e convidá-los agora a que deixem suas reflexões sobre a liberdade e sobre a condição dos migrantes hoje nestas pranchas. Para que essa reflexão possa se tornar algo construtivo para enfrentarmos as opressões. E vamos comer!
Aqui poderiamos colocar uma parte do video do filme em que um palestino diz “nos somos refugiados palestinos no Brasil e vcs são refugiados brasileiros no Brasil, todos somos refugiados”
https://www.youtube.com/watch?v=a5EQUG-RMI8 
BLOCO 4 - Comida
Bloco 5 - Canções & conversas
Infraestrutura: 
Keará: elementos do prato
Post it coloridos e canetas - espaço para afixá-los (convite que as pessoas anotem pensamentos, frases, para compartilhar no painel)
Programa:
Textos:
Músicas: Avadim Hainu/ Echad, mi iodea?/ Betzet Israel/ Simchá Rabá/ Eliahu Ha Navi
Dinâmicas de convite ao debate / reflexão:
Materiais Necessários:
60 Cadeiras, 
pranchões para 60 cadeiras
toalhas para cobrir os pranchões
Microfone, extensão para o microfone
projetor com extensão para o vídeo e os clips de música,
telão para a projeção ou projetamos na parede
quadro preto para anotações e giz (a gente compra giz e etiquetas adesivas)
Uma panela grande para cozinhar os matze ball.
Concha para servir a sopa e talheres para servir
TEXTO INTRODUÇÃO
Em Pessach comemoramos a Liberdade do nosso povo, antes subjugado à escravidão no Egito. É o momento em que ratificamos a nossa memória, nossa identidade, para que jamais esqueçamos quem somos, o que fomos e o que devemos ser.j
Esta festividade mantém viva a necessidade da eterna vigilância e luta do homem pela causa da liberdade e dignidade humana. 
No Seder, que quer dizer “ordem”, fazemos uma cerimônia especial, refletindo sobre a sequência, a ordem dos passos e dos caminhos que devemos seguir para nos tornarmos livres.
A identificação com o passado de nosso povo nos ajuda a apreciar melhor a liberdade e a compreender e nos solidarizar com o sentimento das pessoas que continuam vivendo à sombra de tiranos, opressores e ditadores.
E é para eles que dedicamos a nossa história de hoje, para que sigam os passos em busca de serem os protagonistas de sua vida, pela liberdade que é inerente à condição humana.
HAVADIM AINU, ATA BNEI HORIM!
 ESCRAVOS FOMOS, AGORA SOMOS LIVRES!
 
“A coisa mais dolorosa sobre ser um refugiado é acordar um dia e perceber que perdeu toda a sua liberdade, que não pode mais decidir nada sobre sua vida. É como se tudo tivesse se fechado na sua cara, então não há mais nada além do mar. Não tem nada além do mar como caminho para partir e ser livre.
 
 
POEMA CONFERIDO
Carteira (vazia). Carteira, carteira, dinheiro, moedas, centavos. Lanterna, apito, mira laser – para enxergar mais claramente fora, no mar. Três bolsas. Uma bolsa. Saco de borracha. Carrinho de transporte. Sacola de plástico amarelo para papéis, fechada com fita adesiva à prova d’água e cartões amarelos para refugiados, e carteira de identidade. Histórico de serviço no Exército, e alguma informação oficial do governo. Diploma: eletrônica. Diploma do Ensino Médio. Passaporte. É possível se você tiver pode conseguir um bilhete caro de viagem. Falso.
Bandeira. Bandeira. Bandeira nacional. Flash drive, laptop, telefone. Celular, número de telefone, número de telefone, número de telefone. SIM card, um de reserva, telefone, telefone, smartphone com Skype e Facetime, fone de ouvido, carregador, carregador, adaptador de tomada. Chave de casa, chave de casa, chave de casa.
Nós sofremos demais. Eu quero estudar para me tornar uma pessoa de novo.
Analgésicos, analgésicos, remédio para enjôo. Bengala. Bengala. Bengala para cegos. Cadeiras de rodas. Seringas para uma emergência. Curativos, curativos, artigos de higiene pessoal, pasta de dentes. Escova e pasta de dentes. Cortador de unhas. Pente. Shampoo e gel de cabelo. Coisas para fazer a barba e filtro solar e pomada para queimaduras de sol e remédio para epilepsia do filho: uma pílula pra cada dia. Carteira de vacinação do bebê.
Creme facial clareador. Quero minha pele branca e o cabelo esticado. Não quero que saibam que sou refugiado. E se alguém me denunciar para a polícia porque sou imigrante ilegal? Mas não se for branco. Não estou certo?
Roupa tradicional, roupa de inverno, roupa de bebê, roupa favorita, roupa suja, roupa molhada, camadas de roupas. Calças, calças, calças. Máquina de costura: é minha vida, meu sangue. Quatro vestidos, uma muda de roupas. Um par de jeans floridos, que eu usei em uma festa e não usarei até ir em outra. Uma camiseta, uma camiseta e um par de sandálias desaparecidas. Um par de sapatos, um par de sapatos, novo. Nunca usado.
Um hijab, presente de uma amiga. Meu lenço preferido, com caveiras nele: eu adoro a cor. Meu turbante. Meu turbante é o meu guardião. Protege a minha identidade e a minha fé. Sem ele sou vulnerável. Lenço de cabeça, de alguém que morreu no conflito. Um chapéu para o bebê. E meias para o bebê. Uma fralda. Só uma. E papel higiênico. Uma jaqueta para aquecer. Alguns têm um colete salva-vidas. Outros não.
A coisa mais dolorosa sobre ser um refugiado é acordar um dia e perceber que perdeu toda a sua liberdade, que não pode mais decidir nada sobre sua vida. É como se tudo tivesse se fechado na sua cara, então não há mais nada além do mar. Não tem nada além do mar como caminho para partir e ser livre.
Cigarros: maços, pacotes, isqueiros. Cachimbo. Ginseng. Galão. Leite. Água filtrada. Garrafa de água. Água. Água em toda parte. Metade de um litro de água para uma viagem de uma semana. Lata de óleo. Limões. Limões. Tâmaras, tâmaras, tâmaras. Biscoito, bolachas, bolachas, carne enlatada. Chá para os outros do barco: estávamos com sede, cansados e com medo. Eu fiz um pouco de chá. É o que nós fazemos: construímos uma família.
Comida de bebê, marshmallow, pão que ainda não estava totalmente assado. O homem que nos levou não nos deixou terminar. Fogareiro para fazer comida as crianças. Um homem trouxe apenas uma caneca. Eu fiquei com vergonha de pedir um copo emprestado todos os dias só para tomar água. As pessoas se cansam de toda hora pedirem coisas, às vezes elas dizem não. Mas agora eu tenho meu próprio copo. Isso me deu independência. Não importa aonde vá.
Carpete de plástico, tapete, tapete, travesseiro. Tenda de pele de animal. Um pedaço da parede de casa. Um pouco da terra do jardim, embrulhado em tecido. Solo sagrado. Livro sagrado. Texto sagrado. Rosário e orações. Rosário. Orações. Rosário. Meu capuz escondia uma chave para o medalhão contendo tudo que é essencial para um casamento. Anéis, anéis, pingente, anéis, aliança da mãe. Eu perdi a minha num bombardeio. Então minha mãe me deu a dela.
Meus brincos. Eu faço jóias. Todas as jóias da minha família. Isso simboliza liberdade. Ninguém me diz o que devo vestir. Colar, colar, medalha da Virgem Maria. Pulseiras. Pulseiras. Pulseiras. Não, pulseiras não são as minhas coisas favoritas. São da Nancy. Ela é a minha boneca. No dia que saímos minha mãe a colocou em cima da cama para que não a esquecessemos mas, na confusão, ela ficou para trás. Não me importo. Ela continuará vigiando.
Relógio, digital e analógico. Retrato de família. Fotos. Fotos. Foto do meu pai. Lembranças do meu pai. Não tenho nada da minha casa. Tudo foi quebrado na luta. Nós fugimos em dez minutos. Eles destruíram tudo em volta da minha cama de doente. Os vizinhosouviram os gritos e vieram e me carregaram para fora.
Eu carreguei minhas duas crianças em cestas amarradas num tronco sob meus ombros. Eu preservei minha virgindade, nós nos cobrimos de vômito para que os piratas não nos tocassem. Eu escapei com meus filhos. Irmã. Irmão. Marido. Esposa. Eu escapei com minha alma. Com meu sorriso. Com minha vida.

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